quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Sobre Emilia Pérez: o prêmio de filme superestimado vai para...

O filme Emilia Pérez é um filme que conquistou 13 indicações ao Oscar, o maior prêmio de filmes do mundo. Só que devido a diversos problemas, dentro e fora da película, ele se tornou ruim além da conta. Mas vamos por partes.
Em Emília Pérez, Rita (Zoe Saldana), uma advogada altamente qualificada e insatisfeita com sua carreira em uma firma que encobre crimes, encontra uma oportunidade única de mudar de vida. Cansada de desperdiçar seus talentos, ela recebe uma proposta do chefe de um cartel, Juan Del Monte, que deseja se aposentar e desaparecer, deixando para trás sua identidade criminosa. No entanto, o plano de Juan é muito mais complexo do que Rita imagina. Ele não apenas quer fugir das autoridades, mas também pretende se transformar em uma nova pessoa: Emília Pérez (Karla Sofía Gascón), a mulher que sempre desejou ser. Rita se envolve nesse processo, ajudando Juan a assumir uma nova identidade e a se libertar de sua vida anterior. A história, que se passa no México, mistura ação, suspense e música, redefinindo o gênero e quebrando expectativas. Enquanto Rita e Juan lutam para concretizar esse plano arriscado, eles enfrentam dilemas sobre identidade, poder e felicidade.
Só lembrando que esse filme, é na verdade um musical. Dentro de obras assim, é comum usar as músicas como uma fuga da realidade, mas a obra em si é meio sofrível em diversos pontos.
Primeiro começa pela retratação do México, de forma estereotipada e preconceituosa. Como uma sobreposição de mariachis, que não tem relação nenhuma com a história. Só para dizer que está no território mexicano. As letras das músicas tem cada pérola, como "from penis to vagina". Que é um grave modo de se referir a comunidades LGBTQIAPN+, com palavras bem ofensivas. Mesmo que a protagonista seja feita por uma mulher trans. O que não é grande coisa, como verão mais a frente. Sem contar que tratam aquele país é violento, do nada! Eles conseguem ser desrespeitosos com minorias trans e com latino-americanos, em uma só patada.
Há uma boa (não maravilhosa) atuação de Zoe Saldana e Sófia Gascon, mas nenhuma dessas pessoas conseguiu ter um sotaque mexicano bom. Nem Selena Gomes, consegue ter uma boa leitura dos textos dessa novela (nem sequer mexicana) que foi o filme. Só lembrando que Zoe é americana (com descendência latina), Sófia é espanhola e Selena é descendente de mexicanos. Dos principais só tinha UMA mexicana entre os principais atores!
Sem contar que quando se transforma em Emilia, a personagem ao invés de se entregar - como seria o mais correto, se deve crise de consciência - ela faz uma ONG para encontrar os corpos. Que crise é essa?! Só estava fazendo um desfecho de uma crise que ela mesmo criou. E com isso, outros membros de cartel ficam comovidos. Tudo bem ter suspensão de descrença, mas isso já fica ridículo! ´
Emilia Pérez é sequestrada, pela personagem da Selena Gomes, sua ex-mulher da protagonista. Tem um caos e Emilia morre, se tornando uma espécie de santa! Como?
Sei que vai parecer uma curiosidade inútil, mas algo que reparei vendo Emilia Pérez é que tem a aparição da camisa do San Lorenzo, da Argentina, e do El Nacional, do Equador e nenhuma camisa de time de futebol mexicano.
Pior é o seguinte: o casal de youtubers, Leon e Nilce declarou algo que resume o final: pode ser que uma pessoa ruim melhore? Claro! Mas parte dessa história, mais parece que queriam juntar - de forma lúdica - os parentes dos mortos no 11 de Setembro, junto a terroristas do Al Qaeda. Não encaixa.
Isso sem contar que a representação de uma mulher trans, que deveria ser algo com relação a questão mais bem abordada é pífia. Parece que ela mudou o corpo e e mudou a personalidade. O que a comunidade LGBTQIAPN+ vai contra. É a mesma pessoa, que só externaliza o que sempre foi.
Mas o diretor revelou algo que deixou ainda pior a situação do filme. Ele não pesquisou sobre o país ao qual fez o filme. Jacques Audiard, fez esse filme inspirado em um conto, com uma premissa próxima e por ter ido ao país. Mesmo encantado pela cultura, ele não usou nada de lá, em relação ao projeto. Então, temos um filme... Musical... Feito por franceses... Com atores norte-americanos... Ok... E tem gente querendo saber por qual motivo a América Latina odiar ele? Isso sem contar que o filme mal deve cenas gravadas no México. E para piorar, ele diz que o idioma mexicano é sujo...
Mas depois de algum tempo, a atriz trans Emilia Pérez se revelou. Só para constar, até então, antes do Globo de Ouro, Sofia não parecia ameaçadora. Ela até foi DEFENDIDA por Fernanda Torres, atriz de outro filme que está concorrendo ao Oscar, Ainda Estou Aqui, de Walter Sales, inspirado na história de Eunice Paiva e o sequestro e morte de seu marido, o político Rubens Paiva. Sendo que o filme de Sales e Fernanda, estão competindo no prêmio. Ou seja, Torres foi bacana demais, já falando que não havia essa de competir.
Entretanto, Sofia acusou o pessoal que trabalhava com Fernanda Torres, de estarem a atacando nas redes sociais... E isso não é permitido pelas regras do Oscar, digo, divulgar isso. Esse fato deveria ser levado ao prêmio, no máximo. Entretanto, a atriz trans não demonstrou nenhuma prova disso. Isso claramente foi um método de potencializar a raiva pelo filme, mas que saiu um pouco do controle de Karla Sofia. 
Isso lembra uma coisa do passado: Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, perdeu o Oscar para Gwineth Paltrow, por atuação em Shakespeare Apaixonado. Que até hoje, muitos comentam ser uma atuação pífia, em comparação de Montenegro. Nota do autor: FOI MESMO! O que é engraçado que a mesma estrategista de marketing do filme sobre Shakespeare, é a de Emilia Pérez agora. Curioso...
O que é engraçado, pois antes disso, o Jornal Le Monde, país que fez Emilia Pérez, apagou 21 mil comentários de brasileiros depois de criticar o filme. Nada falou contra o filme de sua terra, é lógico... Voltaram com uma esquete de blackface, feita por Fernanda Torres, de vinte anos atrás, que ela mesmo admite ter sido algo errado que fez. O que é engraçado é que nem comentaram muito sobre os tweets de Karla Sofia Gascón, que estão cheios de "problemas de preconceito".
Ela tentou se retratar. Só que já ouviu falar de "cala a boca que é melhor"? Então, não devem ter falado isso para a Karla Sofia. Pois só piorou a sua situação. Nem o nome do filme aparece nas divulgações mais e nem sequer a imagem da Karla aparece. E ela é a protagonista!
Isso sem contar que os mexicanos fizeram uma paródia MELHOR que Emilia Pérez. "JOHANNE SACREBLEU". Minha nossa...
Ele é estereotipado, ofensivo, supérfluo e tedioso. Especialmente se compararmos, como musical, que saiu no mesmo ano de Wicked. Também vai ser lúdico, mas cabe e consegue ser uma boa mensagem, sem ofender ninguém. Nem as músicas parecem ser músicas, em um musical.
Tentar falar sobre tráfico de drogas, cartéis, corrupção, paternidade, família, pobreza, amor, luto, feminilidade e transexualidade, não deve ser feito de qualquer forma. De forma chula. E é isso que Emilia Pérez faz. 

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