terça-feira, 30 de julho de 2024

A diferença entre Anime Friends e Festival do Japão

Uma coisa que eu estava pensando nos últimos anos, é o quanto certos eventos são caros demais, por algo que nem sempre é tão legal. Vamos lá.
Recentemente, ocorreram no mês de Julho de 2024, dois eventos. O Festival do Japão, mais no começo do mês, e o Anime Friends, no meio. Agora, passado ambos os eventos, eu devo confessar que só fui ao Festival do Japão. O motivo, comento depois. Mas comprei algumas coisas, participei de alguns eventos lá dentro. Sempre vejo pessoas famosas. Esse ano encontrei Hiro e Yoshi Itice, dois grandes ilustradores que participaram de produções dos estúdios Maurício de Sousa. Ano passado encontrei o Spyked e o Guto da Cronosfera, que é um cara bacana na área de mangás, animes e cultura nerd em geral.
É óbvio, que no Anime Friends, os convidados que vem são muitas vezes, mais conhecidos dentro do nicho nerd e otaku: bandas de j-pop, j-rock, anime songs e k-pop, atores de tokusatsu antigos e dubladores brasileiros mais valorizados hoje em dia. E isso é muito bacana, pois os eventos assim antes nem eram tão valorizados. Entretanto, algo que aconteceu foi o quanto os valores ficaram extremamente altos, para um evento que nem sempre gostamos.
Um exemplo, as vendas dos produtos dentro do Festival do Japão são bem justas. Comprei muita coisa com menos de 150,00 R$, entretanto com esse mesmo valor, da época em que ia no Anime Friends, isso era pouco. O motivo? Valores abusivos muitas vezes. Isso sem contar do ingresso.
No Festival do Japão, o ingresso inteiro mais alto era o de 39,00 R$, com meia de 15,00 R$. Já a entrada do Anime Friend, a meia, era de 160,00 R$. Ou seja, ele privilegia quem tem muito mais grana. E nem sempre, o que tem no segundo é tão bom. Quantas vezes as pessoas levavam produtos consigo para comer lá, pois não tinha nada barato ou de qualidade por lá. Lembro até hoje das filas enormes de yakissoba. Mas parece que explicar isso, nem sempre tem um bom resultado.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Andrea A Repórter

Poucos conhecem essa HQ que teve a arte de Aluir Amâncio. Vou aqui colocar mais um de seus trabalhos: Andrea, A Repórter.
Segundo o que se fala era uma história mais próxima da linguagem da época. Seria cheia de energia a personagem, que traria personagens bem humorados, com traços únicos. 
Andrea seria uma repórter da revista Arquivo. Há uma página, de uma edição, que há Peter Parker, Hebe, Falcão, Faustão, Clark Kent, Jô Soares e Tarcisio Meira… algumas “participações especiais”. Até o presidente da época (Collor) teve uma pontinha
Foram lançadas apenas 3 edições (pelo que se saiba, pois nunca surgiu para muito a #04) pela Editora Abril em 1991. Era algo diferente pra muitos naquela época. Eram desenhos extremamente agradáveis aos olhos.
Andrea, A Repórter, apareceu nas bancas para atender a demanda dos adolescentes que não se identificavam mais com os personagens infantis, mas queriam continuar lendo quadrinhos.  Uma transição complicada que o mercado custou a perceber ou resolver.
Com o traço de Aluir Amâncio, responsável, entre outras coisas pela turma da Tina nos Estúdios Maurício de Sousa. Amâncio que desenharia para os quadrinhos Disney, Xuxa e outros, alcançava aí seu próprio título.
Um traço belíssimo e umas histórias envolventes de aventura, humor e um pouco de romance. Pena que tenha durado apenas três números, mesmo com tanto capricho.
Após três décadas, Andréa, A Repórter, ainda é uma das raras super heroínas 100% brasileiras a estrelar sua própria revista em quadrinhos para um público não infantil.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Spawn e a crítica ao capitalismo... E as editoras de quadrinhos!

Quando falamos sobre HQs, nós normalmente sabemos dois nomes: Marvel e DC Comics. Entretanto, isso se deve, atualmente pela grande mídia publicar muitos filmes e séries com base nessas duas editoras. Entretanto, não se fixa apenas nesses dois grandes nomes das comics, quando tratamos desse assunto: há a Darkhorse, há editoras independentes e - caso conheça - a Image Comics. 
Atualmente, essa última pode ser conhecida por obras como Invencível e The Walking Dead, mas seu surgimento se deve a um problema com a Marvel. Como a Casa das Ideias nunca dava o devido crédito aos autores originais de diversos personagens, isso fez uma debandada de ilustradores, principalmente, e outros ex-empregados, para uma nova editora, a Image. O que foi chamado de eXodus. 
O que fez com que grandes nomes da indústria, em especial, naquela época, fossem para lá, liderados por Todd McFarlane. Rob Liefeld, Jim Lee, Marc Silvestri, entre tantos outros. E criaram seu próprio universo de heróis: com grupos como Youngblood, Brigada, Cyberforce e por ai vai. Um dos primeiros títulos, escrito e ilustrado por McFarlane, era Spawn.
A saga narra a história de Al Simmons, um soldado, traído por membros escusos do governo norte-americano, morto e que ainda é mandado de volta a Terra, mas deformado, anos depois de seu falecimento e sua mulher já está casada. Eu resumi, pois aqui, a história não quer tratar sobre a origem do personagem, mas sobre como ele faz uma crítica aos autores e a indústria de quadrinhos.
Note, que em parte, eu peguei do que foi tratado por Alexandre Linck, que é do canal Quadrinhos na Sarjeta. Que é um especialista sobre o assunto.
Todd McFarlane era amado por suas artes a frente do Homem-Aranha. E tudo que ele sentia, devido a esse inferno em terra, ele colocou nas HQs, pois o demônio, Malebolgia (vilão do Spawn) não é alguém justo. Ele sabia que o contratante sempre ganha, se ele usa ou não os seus poderes, um contrato com o diabo, um contrato "leonino", como o direito chama. Nota a referência?
Ironicamente, no sétimo círculo do Inferno, Dave Simm, coloca o que há de pior no universo. Que até então, ninguém sabia o que era: heróis. Não apenas isso, mas seus autores e criadores. Tanto os da Marvel, como os da DC Comics. Quando os personagens são vendidos para as grandes editoras, os grandes senhores demoníacos.  

sábado, 13 de julho de 2024

O que aconteceu com Gaiman?

Antes de começar, eu devo confessar uma coisa, eu sou sim um fã de Neil Gaiman. Mas não passarei pano sobre o cara. Como não passei pano para Nobuhiro Watsuki (que estava portando pornografia infantil) ou Márcio Seixas (que dava em cima de suas alunas de dublagem e xingava outros dubladores). Então, aqui é explicar o caso, mas mostrando que há interesses por de trás disso.
Dito isso, vamos ao caso:
Recentemente, Neil Gaiman teria sido acusado por duas mulheres de ter abusado delas, a alguns anos. Tudo teria sido divulgado por um podcast do portal Tortoise. Ao que parece, tudo aparece em quatro episódio de um podcast desse site. 
Para quem não sabe, Gaiman era casado com Amanda Palmer, mas tinha um relacionamento aberto com a mesma. E as próprias mulheres diziam ter uma relação consensual com o mesmo. Ainda assim, ele seria abusivo algumas vezes, com isso, sendo investigado na Nova Zelândia.
Uma das mulheres foi babá do filho do autor e na época ela tinha 22 anos (ele tinha 61). Isso durou algumas semanas e há mensagens que comprovam a consensualidade. Mas ela fala que algumas vezes era violento e doloroso as vezes. A segunda mulher seria uma fã que contatou com o mesmo quando ela tinha 18 anos, mas ela só foi se relacionar com ele após os 22 anos anos de idade (ele teria cerca de 40 anos). Após o término, eles mantiveram contato. 
Gaiman nega as alegações e está disposto a contribuir nas investigações. Até onde tudo indica. Independente de ser inocente, não podemos deixar de notar a relação de poder entre ele as mulheres, sendo mais velho e conseguindo o controle. Mesmo que antes isso não fosse visto como errado.
Só que todas essas acusações, do portal Tortoise, foram colocadas ali por Rachel Johnson. A irmã do ex-primeiro ministro, Boris Johnson. Que é do partido conservador. Ela mesmo é contra as mulheres transsexuais, ao qual, Gaiman é a favor. Rachel. para se ter uma ideia, apoia abertamente J. K. Rowling (que caso não saibam, é transfóbica assumida).
As acusações, coincidentemente, saíram antes das eleições britânicas. Que de qualquer forma, deve a vitória inédita do partido dos trabalhadores por lá.
De qualquer forma, demonstra que Rachel, o portal Tortoise e os outros órgãos envolvidos tem sua própria agenda de ações. Querendo invalidar a luta das mulheres trans. Pois muitos lugares usam essa notícia para invalidar a luta dessas mulheres.
Se for ver, isso deve ser examinado, pois a extrema-direita, disfarçada de conservadora, aplica sempre o "falem bem ou mal, mas falem de mim", se usam disso como ferramenta de seus planos: se Gaiman for culpado, isso invalida a luta das mulheres trans segundo alguns, já se ele for inocente, isso demonstra que mulheres mentem, criando misoginia. Deve-se sempre tomar cuidado com isso.
Como Alexandre Linck disse, as pessoas colocam certa pessoa em um pedestal, ele faz uma burrada (grande, média ou pequena) e além de atacarem o cara sem ter todos os dados, ignoram qualquer coisa minimamente contraditória. Como dito, Gaiman não é perfeito. Mas até onde se viu, está longe de ser o monstro descrito por alguns. Isso sem contar que além das eleições, isso é conveniente, já que seus trabalhos estão ficando famosos em mídias audio-visuais.

quarta-feira, 10 de julho de 2024

O que aconteceu com Gabi Xavier?

Recentemente está saindo muita gente falando mal da youtuber, Gabi Xavier, e o que aconteceu faz pouco tempo com ela.
Saíram, no perfil dela, prints de uma suposta traição dela, com o marido. O ex dela, no Twitter (atual X), postou que ele estava passando por um momento difícil e que a Gabi o havia traído. Que viajaria com a família, mas estaria vendo outro, segundo ele.
Em seguida, ele posta uma sequência de prints de que seriam de conversas dela com outra pessoa. Com um teor bem íntimo, desse conteúdo. Ao ponto que talvez, seja por isso que muitas pessoas associaram ela, a um abacaxi nas postagens. Inicialmente, pode parecer engraçado, mas caso não tenham percebido, isso independente de ser verdade ou não (não creio ser) é exposição de fonte privada! É crime o que ele fez!
E pior, ele invadiu a rede social dela e colocou esses prints. O que demonstra que eles sejam falsos. Então, para gerar uma informação falsa, não é nada difícil.
Segundo o que amigas de Gabi comentaram, o ex teria tomado o celular dela, entrado em suas redes e feito tudo isso contra a youtuber. O que, sinceramente, faz bem mais sentido! E que ela foi agredida pelo mesmo fisicamente! 
Quando a Gabi realmente pode mexer em suas redes sociais, ela afirmou que houve invasão delas. Até onde parece, ela foi alvo da vingança do ex.
Mas o pior é a galera na internet. Eles nem querem saber se a garota é inocente ou não, mas ficam postando textos que, claramente, são falsos. E mesmo que fossem verdadeiros, não é do interesse de ninguém aquilo! 
Toda a minha solidariedade a Gabi Xavier. E espero que tudo seja resolvido logo.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Dylan Dog: o detetive do sobrenatural

Se o terror persegue alguém, devem chamar o Dylan Dog.
Em uma Londres mágica e nevoenta, capital do fantástico e do terror, Dylan Dog investiga os nossos medos e os nosso desejos, os monstros que existem dentro e fora de nós: fantasmas, demônios, mortos-vivos, assassinos seriais, estados de alucinação, lendas vivas, criaturas caóticas, magias, bizarrices, tipos diferentes de inferno, outras dimensões e até outros tempos, com diversas criaturas.
Essas são as mais típicas histórias do personagem que Tiziano Sclavi lançou em 1986. E que rapidamente se tornou um fenômeno cultural. Dylan Dog, o protagonista, é um detetive especializado em casos sobrenaturais, caracterizado por seu charme melancólico e um profundo humanismo.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

As Seitas em Vampiro A Máscara

Seita é uma filiação política e filosófica de um vampiro é ostensivamente uma questão de escolha. Se um Cainita mora em uma cidade Sabá, no entanto, é quase certamente um membro do Sabá só depende de sua escolha, um vampiro em uma cidade-Camarilla realizada é melhor ter uma excelente explicação, se optar por não honrar a palavra do Príncipe. Cada Seita tem um dogma e um objetivo que seus membros buscam atingir. Organizações sendo amplamente distribuídas e povoadas por criaturas tão egoístas como vampiros faz a natureza da Seita e em cada cidade uma coisa única. Algumas cidades dominadas por Seitas podem ser modelos de virtude a sua organização, enquanto outras pagam apenas da boca para fora os credos da Seita. Para mais informações sobre a Camarilla, o Sabá, os Anarquistas e os Independentes

A Camarilla sustenta Tradições como a mais alta autoridade, a figura conhecida como Príncipe agindo como a autoridade final para ambas as interpretações e aplicações das leis em cada domínio. Em primeiro lugar, a Camarilla vê seu papel com a manutenção da Máscara, mas em domínios com Membros realizados, os conflitos entre eles regularmente também trazem o resto das Tradições em consideração. A Camarilla se considera uma Seita de vampiros abastados e gentis, os Membros termo que se origina com ela, na idéia de que todos os membros da Camarilla são companheiros na mesma organização majestosa. É claro, a hierarquia social da Camarilla tem uma construção elaborada, e política viciosa interpessoal rancores antigos influenciam os negócios da noite na "Torre de Marfim".

O Sabá tem uma visão apocalíptica, acreditando que o tempo da Gehenna está próximo, e os Anciões em breve levantarão de seus túmulos e devorarão os seus errantes. Ela tem pouca consideração pelas tradições que não seja imediata auto-preservação, e seus domínios são infernais zonas de guerra urbanas onde as pessoas podem muito bem ter visto atividade de vampiro, mas simplesmente ignoram até à estranheza e horror do Mundo das Trevas. A Máscara (ou "O Silêncio do Sangue", como eles chamam) é tênue em domínios do Sabá, e muito do seu pobre relacionamento com a Camarilla deve a sua imprudência e a falta de visão da marca do fanatismo ardente. O Sabá acredita que, em última análise, os vampiros devem afirmar o seu lugar no mundo mortal ao invés de se esconder dele, se quiserem sobreviver as presas de seus criadores. Parte dos adoradores fanáticos da morte, parte do culto apocalíptico milenar, a "Espada de Caín" não é nem sutil, nem tolerante.

O Movimento Anarquista é local e esporádico, sem nenhuma real organização central fora das cidades particulares, onde se estabelecem. Na verdade, a Camarilla considera os "Anarquistas" sob sua supervisão. O princípio central dos Anarquistas é a regra que pelos anciões é um conceito ultrapassado, que os domínios dos Membros devem ser regidos por mérito, com respeito fundamental entre os
Membros cainitas e individualmente. Efetivamente, o Movimento pretende redistribuir o poder em domínios das mãos da velha elite para um arranjo mais equitativo. Enquanto isto pode parecer moderno e razoável, não é assim que a sociedade dos Membros funciona em sua maioria, e aqueles que já se beneficiam do poder encontram a idéia como ridícula no melhor e no pior dos casos como traição. Assim, o estilo dos Anarquistas como revolucionários, dispostos a fazer o que for preciso para tirar o poder dos velhos corruptos que o acumulam. Estes não são domínios utópicos e felizes do relacionamento Rebanho-Cainitas.
Estes são pequenos reinos governados por lordes mortos-vivos individualistas que aproveitam qualquer território que parecer favorável.

O Inconnu é uma Seita de Anciões enigmáticos sobre o qual pouco se sabe. De fato, parece menos convincente como Seita e mais uma confederação de vampiros que buscam o estado de Golconda, uma espécie de transcendência redentora da Maldição. A Seita raramente tem mais do que um ou dois vampiros em qualquer dado domínio, e aquisições territoriais não parecem fazer parte dos seus interesses. Poucos territórios pertencem a um Inconnu de destaque e, assim, a Seita pode ser considerada detentora nesse domínio, mas na maioria dos casos da presença Inconnu, um "Monitor" passa a residir no domínio de outra Seita para assistir seus assuntos e buscar sua própria salvação. O que a Seita formalmente quer se é alguma coisa ainda é desconhecido, e a especulação corre solta quanto à sua origem. Alguns acreditam que eles são pouco mais do que um culto de pretensos deuses, enquanto outros suspeitam que eles são o resto de uma antiga conspiração romana que antecede a idéia moderna de Seitas.

O Tal'Mahe'Ra é uma estranha conspiração paranóica, uma Seita que gasta pouco tempo em contato com as outras facções da sociedade Cainita. Muito pouco se sabe sobre a "Verdadeira Mão Negra", e alguns Membros consideram as histórias de sua existência apócrifas. Sua fortaleza encontrase no submundo, o reino dos mortos ocupado por fantasmas de coisas há muito tempo perdidas para o mundo moderno. Sua missão parece ser a de pastorar e proteger o mundo em direção a um fim apenas eles entendem. Sua visão é semelhante à Primeira Cidade como descrito no Livro de Nod. A Seita não detém cidades no mundo físico como domínios, embora mantenham propriedades e outros nexos como raças de servos carniçais enviando seus agentes pelo mundo afora.

Os Clãs independentes funcionam muitas vezes como Seitas de pequena escala, com metas em mente, embora isso não seja sempre o caso. poderosos ou de outra forma ingovernáveis para uma Seita local colocar sob sua tutela.

E quem seriam os Autarcas?Nem todos os vampiros pertencem a uma Seita, nem juram fidelidade a um Clã, Príncipe, Bispo, ou entidade, seja qual for. Estes Autarcas muitas vezes levam a não-vida eremitas ou párias. O grupo de Autarcas é único em todos os casos o que leva para um auto-governo, e por quê a Seita local permitiria que um indivíduo despreze a sua primazia? Em alguns casos, um Autarca está abaixo do aviso prévio, como com um Nosferatu que conserva seu bairro nas periferias da cidade ou um Malkaviano irremediavelmente abatido que escolheu como moradia um Terreno abandonado. Em outros casos, os Autarcas  que estranhos específicas solitários mas não como são simplesmente muito poderosos ou de outra forma ingovernáveis para uma Seita local colocar sob sua tutela. Estes últimos são muitas vezes aterrorizantes, guerreiros, quando estimulados, e quase lendários no domínio. Se você é um mau-humorado que aponta o dedo no nariz de toda a horda de Templários ou um grupo de Arcontes e atinge o comando Cainita local para forçá-lo a andar na linha, você seria um bom Autarca.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

O dia do triste fim da Rede Manchete

Em 10 de maio de 1999, uma página se virou na história da TV brasileira com a extinção da Rede Manchete, causada por uma crise financeira iniciada no final do ano anterior.
Não existe uma hora exata do fim da emissora carioca, já que houve todo um processo de transferência direta do controle dos Bloch para o grupo TeleTV, mediado pelo Ministério das Comunicações da época e finalizado em 17 de maio do mesmo ano, quando suas vinhetas foram veiculadas pela última vez.
Ali se iniciava uma fase de transição que duraria 6 meses até a inauguração oficial da RedeTV!.
Além da reprise da novela ‘Pantanal’, a Manchete tinha como destaque em seus últimos meses de transmissão as reprises das séries tokusatsu ‘Jiraiya’ e ‘Maskman’ e das séries de animê ‘Shurato’ e ‘Yu Yu Hakusho’, que chegaram a passar durante a fase experimental da RedeTV! (estilizada/abreviada simplesmente como “TV!”).
Foram quase 16 anos de história com transmissão, com destaque para jornalismo e novelas.
Já nos primeiros dias, a emissora carioca exibiu animes como ‘Patrulha Estelar’, ‘Don Drácula’, ‘Pirata do Espaço’, entre outros. Mas foi graças ao boom do clássico ‘Os Cavaleiros do Zodíaco' que a Manchete se popularizou como a maior referência do animês no Brasil.
A Manchete também é especialmente lembrada por exibir clássicos do tokusatsu como ‘Jaspion’, ‘Changeman’, ‘Flashman’, ‘Jiraiya’, ‘Jiban’, ‘Cybercop’, ‘Kamen Rider Black’ e tantos outros.
A “TV do ano 2000” (como a Manchete era chamada pelo seu slogan de inauguração) teve seu fim melancólico e não viu a chegada do novo milênio. Até hoje, deixa saudades e um legado para os espectadores que viveram aqueles bons tempos que não voltam mais.
Aconteceu, virou história.
PS: Curiosamente, 10 de maio de 1999 também foi dia da despedida de ‘Sharivan’ da Record Rio, sendo esta sua última exibição na TV brasileira. Por outro lado, foi o dia da estreia do animê ‘Pokémon’ na Record. Ou seja, a data representa a passagem de bastão de uma geração de fãs de cultura pop japonesa para outra.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

O público de The Boys não prestou atenção DESDE O PRINCÍPIO

Poderia começar, por exemplo, desde que eu vi um vídeo da Linhagem Nerd tratando sobre isso. Mas bater em cachorro morto tá dó. Afinal, não há argumentos, só uma opinião... furada, mas há. Vamos para um outro setor que eu pouco abordei na vida do blog: o "americanismo".
Uma coisa que chamo de "americanismo", é o super patriotismo criado sobre os Estados Unidos. Apesar de ter sido um dos primeiros países a conseguir independência (um das primeiras colônias americanas a se livrar de sua metrópole), não foi por conta disso que eles se tornaram tão orgulhosos de si. Na verdade, se deve ao Destino Manifesto, onde o governo queria que fossem ocupados os territórios a leste do país. Para isso, se falava que isso seria algo divino, que os norte-americanos estariam predestinados a conquistar esse território. Entretanto, no processo, eles matavam indígenas ou mexicanos (daí, parte do território nos EUA, ter nomes como San Francisco, Las Vegas, Los Angeles, etc.) que já haviam se fixado no local. E isso, sem contar com o racismo não sendo criminalizado até os anos 60, demonstra que as pessoas não se conscientizaram sobre isso, até mais recentemente.
Dito isso, surgiu dentro do país um ufanismo, um senso de patriotismo fanático, que muitas vezes quer se sentir acima de todos. Que beira um capitalismo frenético, que para se manter no poder, precisa: endemonizar o socialismo e comunismo, além de criar matança para manter seus lucros. Exemplos desse segundo são, o Laos, o Vietnã, a separação das Coréias, o Iraque, o Irã, o atual conflito entre Israel e Palestina, entre outros tantos. E sobre o primeiro ponto, há sempre o problema de querer associar as mazelas do mundo a um estilo de política ou economia. Seja de um espectro político ou de outro. "O problema é o capitalismo", "o problema é o socialismo", "vou tentar debater contra a extrema-direita", "essa bandeira aqui, com um círculo vermelho, é do comunismo", saca? O que devemos compreender é que o importante não é o sistema, mas quem manipula ele. Podemos falar que Putin é tão cruel quanto Netanahyu ou Donald Trump? Podemos, já que todos, de uma forma ou de outra, manipularam o sistema a seu favor. Causando mortes, desespero e conflitos. 
E é aí que Kripke foi brilhante. Desde o começo sua crítica era ao governo Trump. Mas obviamente, ele não poderia fazer isso de forma direta. A arte serve para isso, ao ponto de que ele não iria apenas atacar a figura de Trump, mas a oposição. Como? Na figura de Billy Bruto usando o composto V, e se "tornando o monstro que quer derrotar, talvez até pior".
Comecemos por uma coisa tratada como boba. O criador de ‘The Boys’, Eric Kripke, comentou que nunca teve interesse que Black Noir fosse um clone de Homelander.
“Nos quadrinhos, ele é um clone de Homelander o tempo todo e é ele quem faz todas essas coisas horríveis… é uma reviravolta incrível. Mas é como, 'Bem, espere, o vilão que estou seguindo não é realmente o vilão.' Tenho certeza de que os fãs estão bravos por eu não estar seguindo esse caminho, mas não achei isso tão satisfatório. Eu fico tipo, ‘Se vou seguir Homelander, quero que esse cara seja o vilão.’ Então nunca me interessei muito pela ideia do clone." Então, mesmo que as HQs e a série sejam uma crítica, Kripke sempre quis fazer algo mais conciso. Mais estruturado, pois convenhamos, um clone do mal é a história mais simples e "comics" que poderia se imaginar. Então, deixamos algo que aparece nas HQs, para algo mais prático. Interesses políticos e industriais, que os espectadores de direita ignoraram até então!
Vejam por exemplo como foi a criação da personagem Espoleta. Falando para a Variety, Eric Kripke revelou que a apoiadora de Trump, Marjorie Taylor Greene foi uma das principais referências para a construção da personagem.
"Espoleta veio de: 'ei, Marjorie Taylor Greene não é assustadora?'," revelou Kripke. "Você tem esses descendentes de Trump que estão tentando superar uns aos outros pelo quão ultrajantes, sexualizados, armados e servilmente obedientes eles podem ser. O Capitão Pátria começaria a criar esses esporos que se transformariam nesses outros personagens, e ela é uma versão disso."
Kripke disse também em outra entrevista (via HollywoodReporter) que a ativista pelos direitos das armas, Lauren Boebert também foi uma forte inspiração para a Espoleta.
Outro nome citado pelo criador da série foi Kristi Noem, Governadora da Dakota do Sul que admitiu com orgulho em seu livro ter matado uma cachorrinha de 14 meses a tiros, por achá-la "inútil como cão de caça". Noem, no entanto, não foi uma inspiração que surgiu durante o processo de criação da Espoleta, mas poderia ter sido, segundo Kripke.
"Quando estávamos escrevendo para [a Espoleta], Kristi Noem não estava em nossas mentes, mas então ela apareceu atirando em cachorrinhos e pensamos: 'lá está a Espoleta! Ela está literalmente atirando em cachorrinhos!'", completou Kripke.
E tem mais, dessa vez, como uma crítica a mídia norte-americana: "O que a série está tentando provar é que todos estamos sendo manipulados por meio de algoritmos e mídias sociais. E desinformação e bilionários e políticos, porque isso os beneficia financeira e politicamente, ter todos nós com raiva uns dos outros.” 
Eric Kripke também comentou um pouco sobre as analogias políticas apresentadas na produção televisiva do Prime Video e afirmou que “não tem palavras” para quem enxerga o Capitão Pátria como um herói.
“Eu não escrevo com eles em mente. Quero dizer, olha, isso realmente não me incomoda particularmente. Eu apenas levanto as mãos e penso, 'Bem, eu não sei o que mais fazer então.' A série é muitas coisas. Sutil não é uma delas”, afirmou ele ao SlashFilm.
“Se você, por exemplo, acha que o Capitão Pátria é um herói, simplesmente não sei o que dizer. Não sei o que dizer. Mas veja, por outro lado, se as pessoas quiserem assistir a essa série apenas pelo entretenimento escapista, como qualquer outra coisa de super-herói... então acho que obrigado por assistir, ponto de interrogação?”
“Mas, obviamente, a série traz muito o que pensar, e eu certamente apreciaria mais se as pessoas entendessem as diferentes camadas que trabalhamos tanto para colocar na obra”, concluiu Kripke.
Até Antony Starr, ator que faz o Homelander, criticou fãs que idolatram o Capitão Pátria. “Embora ele claramente não seja um cara legal, muitas pessoas se interessaram por ele. Há pessoas por aí que realmente o idolatram. Eu vi alguns no Twitter e pensei, ‘Espere, o quê? Você não entendeu nada!”. Tem mais uma postagem dele que é  "Bem, Homelander é um psicopata e eu não sou, então parem de me tratar como se eu fosse Homelander."
Isso sem contar a ironia de The Boys: Aya Cash, uma judia, interpreta a Tempesta, enquanto Valorie Curry, que é lésbica, interpreta Espoleta, uma personagem altamente homofóbica. Ai você se pergunta o motivo dele não ter feito algo minimamente parecido, em sua outra série de sucesso, Supernatural. Simples, pois ele não podia. Antes ele fazia série para a CW, mas agora tem uma maior liberdade, pela Prime Video! Onde tem uma abertura maior.
Então, se você curte o Capitão Pátria, pois como ele pode ser complexo, beleza. Mas se tu acha que ele está certo, você não entendeu nada do que Kripke sempre mostrou.