quarta-feira, 1 de maio de 2024

A hipocrisia nerd


No Twitter (também chamado de X, pelo "bilionário não filantropo e não gênio", Elon Musk), recentemente, a Beiçola do Privacy (nome real, Martina Oliveira) pediu ingressos para o CBLOL. Para quem não sabe, é um evento de League of Legend. A Pain Gaming concedeu isso a ela, mas isso fez as comunidades de nerdolas ficarem loucas com isso. Inicialmente, você pode imaginar que isso se deve mais pela questão de muitos deles, devem ser conservadores, que seriam contra alguém que flerta com assédio sexual, racismo ou outra coisa assim. Mas eles ficaram putos, pois tinha uma "puta" no espaço deles. E ai já entra a hipocrisia.
Os comentários vem desde, o quanto a moça era fã de LOL (me lembra, os tiozãos da Galeria do Rock, que queriam ver o quanto a pessoa entendia de banda, quando aparecia um jovem com camiseta de determinado grupo ou som), até desmoralização, fazendo uma relação entre o conteúdo da Beiçola e o ambiente de games. 
O que torna isso mais complexo, é o relato de ero cosplayers que tiveram suas credenciais revogadas, mesmo que elas trabalhem com COSPLAY. Independente do tipo de cosplay, deveriam ser permitidas, já que ninguém iria no evento apenas por gostar da Beiçola como pessoa, isso fica claro. Ainda mais, quando ao menos as cosplayers, não trabalham com sexo (que eu saiba).
Tanto a Beiçola, quanto a Pain, se dão mal por conta disso, mas é um impacto negativo que é premeditado.
Há um relatório do próprio site Pornhub, sobre o tráfego em 2023, na plataforma digital. Termos como hentai, cosplay e anime, podem subir de vez enquanto, mas se mantem em posição de destaque entre os preferidos. O termo cosplay em si, subiu 46%.
A cultura geek está muito relacionada ao pornográfico, devido a estrutura de conservadorismo, que se negam a admitir, ser problemática. Em pesquisas é demonstrado que buscas nas redes pornos, são enormes nos termos de games e personagens relacionados a isso. Com seus maiores consumidores da Geração Z (18 a 24 anos), e em seguida a Geração Y (25 a 35 anos). Sendo que a idade média de um jogador é de 24 anos.
Devemos compreender que aqui, o problema não é o que a Beiçola faz para sobreviver e trabalhar. Está na questão de hipocrisia do evento dela. E obviamente, a questão sexual nem é a pior parte dela.
Mas vamos entrar mais nesse problema aqui.
Também, não faz muito tempo, saiu o game Stellar Blade. Ele se tornou polêmico devido a sua protagonista, com pouco tecido, cortes de roupas mais provocantes, ângulos de câmera bem ousados e foco em suas área glúteas. Não é incomum isso em games, vemos isso de montes em obras como Resident Evil. E como é chamada de hipersensualização, isso causou uma divisão entre os fãs do gênero desse estilo de jogo. 

Stellar Blade é um jogo asiático, de origem específica, coreana. E isso é bem comum nesse gênero, como comentado antes. O que é engraçado: há gente criticando a sensualidade, mas não a violência. Isso deu tanto o que falar, foi por ter vindo por uma publisher grande, a Sony. Mesmo na parte da sensualidade, nem é tudo isso que falavam. 
Então ocorreu um patch, que colocaram, pela Sony para o game. Inicialmente, em determinado ponto do game, há uma palavra que seria ofensiva nos EUA. Por conta de uma palavra que lembra a escrita de "hard". E também ocorreu uma mudança nas roupas, com maiô cavado, e um decote maior.
Mas em vários pontos isso ocorreu: certos maiôs e roupas aumentaram, aréas descobertas ficaram cobertas com rendinhas, calçolas em certas partes da personagem. Algumas outras roupas tiveram uma meia calça, entre outros pontos. Até o gore, a violência, foi reduzida. Mas noto que isso se deve a hipersensualização, talvez por acreditar que o sangue em cima da personagem significaria outra coisa... Pois o sangue de monstros permanece, mas não caem mais na protagonista. É o que imaginei, para haver essa mudança nesse aspecto.
Observação: em um vídeo, o youtuber Velberan trata sobre cenas de sexo que aparecem pela Sony como The Last of Us - Part 2 e Baldur's Gate 3. Baldur's ele até falou algo com sentido, pois tem umas coisas que podem ir para fetiches, pelo que sei. Mas The Last of Us, é um conteúdo mais forte, em sua história, não apenas pela cena de sexo, mas também pela trama e violência. Ou seja, não é voltado para público mais novo, e na verdade, não é para qualquer um. Então, nesse ponto, acho que ele ficou meio "conservador" no seu comentário. Mas fazer o que...
Por último, nós devemos saber sobre algo que aconteceu recentemente. Devido ao sucesso da animação X-Men '97, um nome novo surgiu. Se trata de Beau DeMayo, um rapaz negro, latino e homossexual, que literalmente fez uma das melhores histórias para uma animação até então. Seja na Marvel ou DC, e sem apelar para a violência gratuita, se compararmos a Invencível (que apesar de bom, não se compara aos cuidados tomados por Beau nessa obra). Há amor pela obra, sendo atencioso ao roteiro original, assim como coisas que vemos apenas nas HQs. A prova é a colocação de Bastion, do arco Operação Tolerância Zero, dentro da animação.
Estranhamente, Beau foi despedido após seu trabalho primoroso na animação. O que é estranho: ele foi muito bem querido desde que apresentou o projeto, com episódios tão bons que quebraram muita gente. O desenho animado foi amado, tanto pelos nostálgicos, como pelas novidades colocadas na arte, então por que diabos a Disney+ e a Marvel despediram alguém assim?! Simples, a resposta mais provável é que foi por conta do OnlyFans.
Beau DeMayo usa uma conta do OnlyFans, que disponibiliza conteúdo adulto. 
De qualquer forma, isso demonstra algo que bato na tecla faz certo tempo: usando uma versão alterada da frase, pau que dá em Chico, não está dando em Francisco. 

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