Antes de tudo, devo explicar uma coisa: eu não quero defender o jornal em que a charge aparece, mas sim o autor da charge ao qual trata de um assunto sobre o Sul do Brasil. Então vamos por partes.
Primeiro eu vou tratar de assuntos que muitas pessoas entendem de forma errada nos dias de hoje, depois o contexto em que a charge foi criada e por último a minha defesa sobre o autor dela que foi tão atacada. Então começando sobre o que é comédia, auto e charge. As duas primeiras palavras vem de expressões teatrais específicas, enquanto a terceira é algo que surge com as histórias em quadrinhos.
Do latim comoedĭa, uma comédia é uma peça de teatro que apresenta cenas e situações maioritariamente humorísticas ou, no mínimo, divertidas. As comédias procuram entreter e divertir o público, dando-lhe vontade de rir, e em que os finais costumam ser felizes. A comédia é também o gênero que agrupa todas as obras com essas características. Por mais contraditório que possa parecer, é um gênero dramático, tendo em conta que se trata de um gênero literário ou artístico que apresenta vários episódios da vida através do diálogo dos personagens.
Esse ponto demonstra como a comédia não significa apenas algo engraçado, mas que pode simbolizar algo, significar alguma coisa mais profunda. Exemplos temos na literatura onde podemos encontrar uma visão do Inferno, Purgatório e Paraíso, na pena de Dante Alighieri, com a Divina Comédia. Podemos notar algo assim em alguns filmes de comédia do ator Adam Sandler como Click (que trata sobre o tempo que temos com nossas famílias) e Como Se Fosse A Primeira Vez (que trata de modo bem humorado sobre pessoas com perda de memória recente, ou até mais, com Alzheimer, caso do pai de Sandler). Então, a comédia é mais do que apenas algo engraçado de se ouvir ou falar.
Uma das formas mais populares do teatro medieval, o Auto é uma composição teatral que surgiu na Espanha em meados do século XII. Composto por um único ato que transita entre o religioso e o profano, suas personagens alegóricas simbolizam as virtudes, os pecados, anjos e demônios. Podemos nos lembrar, também de um escritor europeu que usa disso que é Gil Vicente com sua peça Auto da Barca do Inferno, que critica os modos feudais de sua época. Já no Brasil, assim como a obra de Vicente critica as maneiras dos membros da sociedade medieval, o Auto da Compadecida fala sobre como eram hipócritas as cidades nordestinas com seus grupos representados nos personagens: o padeiro, sua esposa, o padre, o bispo, o cangaceiro e os personagens principais, como Chicó e João Grilo. Tudo amarrado magistralmente por Ariano Suassuna.
Por último, temos a charge. E como vimos, esse tipo de história em quadrinhos, tem sua própria mecânica que deve ser bem analisada. Ela é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para expressar à coletividade o posicionamento editorial do veículo (como jornais). É uma crítica carregada de ironia e que reflete situações do cotidiano. O termo charge é oriundo do francês charger e que significa carga, exagero e ataque violento. As charges retratam situações da atualidade.
Por último, temos a charge. E como vimos, esse tipo de história em quadrinhos, tem sua própria mecânica que deve ser bem analisada. Ela é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para expressar à coletividade o posicionamento editorial do veículo (como jornais). É uma crítica carregada de ironia e que reflete situações do cotidiano. O termo charge é oriundo do francês charger e que significa carga, exagero e ataque violento. As charges retratam situações da atualidade.
Por meio da charge, o leitor tem a capacidade de compreender a dinâmica de acontecimentos ocorridos em todo o mundo. O chargista, como é chamado o profissional que desenha charges, precisa estar inteiramente familiarizado com os assuntos jornalísticos para conseguir retratar e transmitir a mensagem em um único quadro de elementos gráficos. Podemos falar de chargista no Brasil, caras como Laerte, Ziraldo (preste bem atenção nesse nome em especial), Glauco, Angeli, entre outros.
Dito isso, vejamos o caso da charge que está sendo defendida aqui nessa postagem. A charge de Jean Galvão é uma imagem, que mostra uma família composta por pai, mãe e duas crianças, um menino e uma menina. A garota, fala ao irmão, "Não chora, vai alagar ainda mais...". Ela foi colocada no jornal Folha de São Paulo.
Então, vamos refletir sobre isso. Podemos tratar a charge de Jean como uma piada de mau gosto? Se a analisarmos corretamente, não. Charges, como mostrado antes não precisam ter comédia! Veja, é uma crítica com ironia e reflete o dia a dia. Comentários visuais, notícias transformadas em imagens mais simples de compreender. Ao menos, pela visão mais crítica. E por muitas vezes incomodar.
E ai entra Ziraldo. Em uma de suas artes para O Pasquim, esse excelente artista só coloca em uma de suas charges, uma espada no corpo de um personagem. E escreve, só dói quando eu rio, enquanto aparece sorrindo. Com toda a certeza ele faz uma crítica ao regime totalitário de 64 a 85. De qualquer forma, ele sempre fez isso e sempre o fazia até sua morte. Seus trabalhos são cheios de uma referência única.
Dito isso, vejamos o caso da charge que está sendo defendida aqui nessa postagem. A charge de Jean Galvão é uma imagem, que mostra uma família composta por pai, mãe e duas crianças, um menino e uma menina. A garota, fala ao irmão, "Não chora, vai alagar ainda mais...". Ela foi colocada no jornal Folha de São Paulo.
Então, vamos refletir sobre isso. Podemos tratar a charge de Jean como uma piada de mau gosto? Se a analisarmos corretamente, não. Charges, como mostrado antes não precisam ter comédia! Veja, é uma crítica com ironia e reflete o dia a dia. Comentários visuais, notícias transformadas em imagens mais simples de compreender. Ao menos, pela visão mais crítica. E por muitas vezes incomodar.
E ai entra Ziraldo. Em uma de suas artes para O Pasquim, esse excelente artista só coloca em uma de suas charges, uma espada no corpo de um personagem. E escreve, só dói quando eu rio, enquanto aparece sorrindo. Com toda a certeza ele faz uma crítica ao regime totalitário de 64 a 85. De qualquer forma, ele sempre fez isso e sempre o fazia até sua morte. Seus trabalhos são cheios de uma referência única.
Dito isso, então podemos falar a charge não está errada. Talvez, apenas a interpretação esteja errada. Especialmente em um país onde a extrema-direita traz mentiras sobre paradas dos caminhões para o Rio Grande do Sul, por um coach ladrão e maníaco por mentiras.
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