quarta-feira, 15 de maio de 2024

Pablo Marçal, Allison Mack, NXIVM e o perigo de discursos inconsistentes, mas atrativos...


Recentemente, devido aos desastres naturais no Rio Grande do Sul e em toda aquela região do Brasil, várias fake news surgiram. E muitas delas foram perpetradas por bolsonaristas, incluindo influenciadores e "coachs". Um deles, dos mais  famosos, é Pablo Marçal, que é conhecido por ser um mentiroso tremendo. Só para ter uma ideia, ele quis diminuir o piloto Ayrton Senna (que já morreu faz anos!) falando que ele não sabia pilotar avião ou helicóptero. Que nem faz sentido, pois Senna, além de ser um campeão de F1, sabia sim manobrar esses instrumentos aéreos. Ou deixou, até mesmo, um de seus seguidores morrer em uma caminhada a uma montanha! No caso de RS, ele falou que as entregas estavam sendo paradas no meio da estrada, pois a polícia estava as impedindo. E que não conseguiria entregar sua ajuda, pois estava sendo impedido de pousar. O que na verdade, acontecia pois só tem UM aeroporto na região realmente funcionando!
Mas para dar uma ideia de quão perigoso está esse discurso mitomaníaco, falemos da seita NXIVM e o aliciamento de uma atriz famosa.
Já faz alguns anos a atriz Alisson Mack se declarou culpada pelo crime de tráfico sexual, por ser uma das líderes do culto ou seita, NXIVM. A seita de infiltrou em setores e círculos de Hollywood, inicialmente como uma empresa de marketing multinível, e até então, não tinha nada demais em comparação a qualquer outro tipo de picaretagem de sua época. 
Alisson era uma atriz que foi amada e querida, especialmente depois de sua personagem na série Smallville, ter ganho certa relevância. Chloe, prima de Lois Lane, é uma das melhores amigas de Clark Kent. Ao ponto de ela ficar até o final da série, depois de mais de dez temporadas. De qualquer modo, isso não poupou a atriz de ser presa.
O NXIVM era uma seita sexual, onde mulheres eram feitas de escravas e tinham um símbolo marcado em ferro quente na pele, como forma de identificar quem eram seus donos. 
Tudo teria começado no ano de 1998, quando Keith Reniere e Nancy Salzman, lançaram o NXIVM como uma organização de autoajuda e marketing multinível em Nova Iorque. Começaram a lançar diversos workshops sobre neolinguística, hipnose, mudança de vida e afins. Naquele começo da seita, eles tinham um método de controle que se chamava investigação racional. Seria uma hipnose tão forte que seria capaz de mudar os arredores de sua vida. E daí surgiam os primeiros problemas judiciais. Pois isso, claramente, beira a lavagem cerebral.
Em 2006 a atriz Kristen Krook, se juntou a NXIVM e conseguiu trazer a Alisson para o grupo. Lá dentro, ela descobriu que Keith Reniere tinha um harém, onde vinte mulheres eram suas escravas sexuais. Sendo que a mais nova tinha apenas quinze anos de idade. 
Ser uma escrava sexual significava ter um alto nível dentro do grupo. Pois estaria mais perto da ascensão, mais próximo do criador supremo. As moças tinham as iniciais de Keith marcadas em sua pele, sua alimentação controlada pela seita, eram também exploradas financeiramente e não poderiam ir embora, pois tinham assinado diversos contratos e entregado diversas fotos de si mesmas nuas, como garantia para o culto. Assim, não poderiam sair, devido a chantagens que poderiam sofrer. 
Segundo Keith, na sua justificativa, as mulheres teriam que ser submissas, pois então se libertariam das amarras sociais criadas pela sociedade. E então, serem as vítimas, que nasceram para ser. 
Cada mestre, após Keith, teria que recrutar seis escravas. Gerando uma pirâmide de submissão. Sendo que a própria Alisson era uma dessas mestres.
O ritual de iniciação, consistia em uma dieta de oitocentas calorias por dia, e 60 kms de corrida por semana. Para manter o corpo que seus mestres queriam. E necessitavam recrutar outras escravas. Com isso, a seita dominaria Hollywood, sendo Alisson, que comandaria essa parte da seita. 
As escravas que fossem pegas desobedecendo seriam torturadas com castigos físicos, isolamento do mundo e até coisas mais graves. Comer demais ou até demorar para responder o líder em uma mensagem de texto, já eram crimes graves dentro do grupo.
O plano deles caiu, quando em 2018, uma fonte denunciou Keith a polícia e aos poucos o esquema foi desbaratado. Inclusive Alisson, que em 2019, se declarou culpada. Ela foi sentenciada, apenas, a três anos de prisão, por ter delatado seus antigos companheiros. Mas o líder foi condenado a cento e vinte anos de prisão e uma multa de três milhões de dólares de indenização as vítimas.
Essa história nos faz pensar o quão cruel uma pessoa pode chegar apenas com um discurso manipulador. Passando pelos textos de autoajuda, até os coach da prosperidade, esse tipo de perigo está mais próximo da sociedade atual do que nunca.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Por que o anime de One Piece, dublado, na Netflix, está repetindo suas músicas?

Por qual motivo as músicas de de One Piece estão repetindo na versãi dublada? Bem, eu vi um vídeo do próprio Glauco Marques, que explica bem sobre isso. Para quem não sabe, além de dublador de Roronoa Zoro, Glauco é o responsável pelas dublagens no anime. Então, ele sabe mais sobre o assunto.
Em Sabaody, no arco em questão, eles repetiram as músicas, e não deram sequências as animes songs correspondentes. Isso, ainda por cima, próximo da abertura de uma nova temporada pela Netflix. E isso pode se estender por mais tempo.
E a resposta dele é simples e faz muito sentido: direitos autorais. Na sequência das aberturas de One Piece, nota-se algumas bandas coreanas fazendo as músicas. Ou uma banda de outro ponto. Ou até uma banda japonesa que tinha um determinado contrato, que impede a veiculação para outros lugares. Ou até, simplesmente, uma música com tempo de uso determinado. 
A UniDub recebeu a informação do cliente e manteve a música adequada para não causar problemas maiores. E assim manter a obra intacta.
Só lembrando que, recentemente, o próprio TikTok deve parte de músicas retiradas de vídeos por conta disso.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Eventos de animes nem são tão comuns no Japão!

Por mais incrível que pareça, eventos como o Anime Friends não são tão comuns no Japão. Eles tem até a Comiket, mas é mais para pré-venda de material independente. A galera até vai de cosplay lá fora, desse evento, já que está cheio de fotógrafos na parte de fora. Lá, eles tem uma área específica apenas para isso. Como a área cosplay, apenas para isso, pois se é para cosplayers só tem essa serventia. 
Os próprios cosplayers só querem comprar seus mangás e mostrar seu trabalho com os costumes. Assim, não atrapalha o trânsito de quem vai trabalha com os produtos internos, sendo que a pessoa vai estar com uma credencial como profissional cosplay. Os eventos de animes lá fora não são tão simples. 
Ou seja, tem graças ao Brasil ser tão abrangente.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

O Doutor Abobrinha é o Silvio Santos? Que ideia é essa?

Muitos não devem saber que as cenas dos episódios para a derrubada do Castelo Ra-Tim-Bum, na verdade eram inspirados na briga judicial entre Silvio Santos e Zé Celso. Tudo isso pelo terreno ao lado do Teatro Oficina. 
Em entrevista para a Globo News, o ator Pascoal da Conceição, contou que o personagem foi baseado nessa briga. E todo esse embrolho acontece desde os idos dos anos oitenta. 
É que o terreno, ao lado do Teatro Oficina pertence ao grupo Silvio Santos. Que quer construir três torres residenciais de, mais ou menos, 100 metros de altura. O que descaracterizaria o teatro, projetado por Lina Bo Bardi, e que tem toda sua lateral feita em vidro. Assim se torna uma abertura da cidade pras artes (e vice-versa). 
Além disso, o subsolo do terreno tem o Rio Bixiga, o que caracterizaria também um dano ambiental pra cidade. Caso as torres fossem construídas, obviamente. Desde 2021, a justiça proibiu o Grupo Silvio Santos de seguir com essa ideia de construção. 
Na sentença, há alegação que a construção das torres poderia causar danos ambientais e ao patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade. Diante de áreas tombadas, como o bairro da Bixiga, o Castelinho da Brigadeiro, o Teatro Oficina, o Teatro Brasileiro de Comédia, a Casa de Dona Yayá, a Escola de Primeiras Letras e os Arcos da Rua Jandaia. 
Mas falando sobre o Doutor Abobrinha, é que o seu nome verdadeiro lembra muito o do Silvio Santos. Pompeo Pompílio Pomposo. Até mesmo na história do filme de Castelo Ra-Tim-Bum, o Dr. Abobrinha se tornava prefeito da cidade de São Paulo, e desapropriava o terreno do castelo. Mas o plano, dava errado e o castelo permanecia intacto.
Muitos preferem que o terreno seja destinado - ao menos aqueles a favor do já falecido Zé Celso - para a construção do Parque do Bixiga. Um respiro necessário a cidade de São Paulo, que sempre foi e é engolida por prédios.

domingo, 5 de maio de 2024

Uma lei pode causar problemas aos diversos mangákas do Japão

O Japão pode acabar com a indústria dos mangás. Pois eles estão criando uma lei que faz parte de uma nova meta da fatura qualificada: que vai exigir registros em agências para cobrança de impostos. E o que tem isso? Pois eles vão ter de usar seus nomes reais e proibindo o uso de pseudônimos.
O que fará com que mangákas que não querem suas identidades reveladas, não consigam se manter anônimos. E mesmo que nós como fãs queiramos saber quem são e como são esses autores, isso pode ser extremamente problemático e perigoso. 
A cultura japonesa, mesmo de pessoas a frente de seu tempo por lá, é formada por pessoas muito discretas. Um exemplo é a autora de Silver Spoon e Fullmetal Alchemist, Hiromu Arakawa, ao qual seu rosto nunca foi revelado. 
A verdade é que muitos pensam ter tirado foto da autora, mas são fotos de uma cantora que fez algumas aparições em nome de Arakawa. 
Há uma relação de separação da vida comum daqueles autores, para a de mangákas.

Além disso, quando uma obra é famosa (ou nem precisar ter fama) podem receber cartas de fãs que não concordam com algo dentro da trama. Vide que muitas pessoas ficaram revoltadas com o final de Bleach no mangá, ao qual, só agora, voltou a exibir no anime partes da luta contra os quincys (inimigos finais, até então). Tanto que queimaram o impresso. 
E isso tem também a relação de gêneros: shounen (meninos), shoujo (meninas) e tudo mais. E com isso, a maioria dos criadores de obras shounens serem obrigatoriamente homens e vice-versa. Pois se uma mulher quiser escrever shounen, ela será boicotada, o que não acontece no inverso.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Invisible Harvey em Os Simpsons e o alcoolismo

"Nesta cena dos Simpsons, onde o coelho diz a Barney "Beba, ou então eu morrerei", é uma referência ao filme, 'Invisible Harvey', de 1950, que é sobre um bêbado que tem um amigo coelho que o induz ao alcoolismo. Tudo isso é uma invenção de sua imaginação, que indica que ele é quem se destrói.
A produção é baseada em casos reais, inspirada em depoimentos de alcoólatras sem-teto que começam a perder a sanidade. A maioria deles alucina e cria seus próprios amigos imaginários, que geralmente são animais gigantes, que segundo suas histórias, o induzem a beber para não deixá-los sozinhos."

quarta-feira, 1 de maio de 2024

A hipocrisia nerd


No Twitter (também chamado de X, pelo "bilionário não filantropo e não gênio", Elon Musk), recentemente, a Beiçola do Privacy (nome real, Martina Oliveira) pediu ingressos para o CBLOL. Para quem não sabe, é um evento de League of Legend. A Pain Gaming concedeu isso a ela, mas isso fez as comunidades de nerdolas ficarem loucas com isso. Inicialmente, você pode imaginar que isso se deve mais pela questão de muitos deles, devem ser conservadores, que seriam contra alguém que flerta com assédio sexual, racismo ou outra coisa assim. Mas eles ficaram putos, pois tinha uma "puta" no espaço deles. E ai já entra a hipocrisia.
Os comentários vem desde, o quanto a moça era fã de LOL (me lembra, os tiozãos da Galeria do Rock, que queriam ver o quanto a pessoa entendia de banda, quando aparecia um jovem com camiseta de determinado grupo ou som), até desmoralização, fazendo uma relação entre o conteúdo da Beiçola e o ambiente de games. 
O que torna isso mais complexo, é o relato de ero cosplayers que tiveram suas credenciais revogadas, mesmo que elas trabalhem com COSPLAY. Independente do tipo de cosplay, deveriam ser permitidas, já que ninguém iria no evento apenas por gostar da Beiçola como pessoa, isso fica claro. Ainda mais, quando ao menos as cosplayers, não trabalham com sexo (que eu saiba).
Tanto a Beiçola, quanto a Pain, se dão mal por conta disso, mas é um impacto negativo que é premeditado.
Há um relatório do próprio site Pornhub, sobre o tráfego em 2023, na plataforma digital. Termos como hentai, cosplay e anime, podem subir de vez enquanto, mas se mantem em posição de destaque entre os preferidos. O termo cosplay em si, subiu 46%.
A cultura geek está muito relacionada ao pornográfico, devido a estrutura de conservadorismo, que se negam a admitir, ser problemática. Em pesquisas é demonstrado que buscas nas redes pornos, são enormes nos termos de games e personagens relacionados a isso. Com seus maiores consumidores da Geração Z (18 a 24 anos), e em seguida a Geração Y (25 a 35 anos). Sendo que a idade média de um jogador é de 24 anos.
Devemos compreender que aqui, o problema não é o que a Beiçola faz para sobreviver e trabalhar. Está na questão de hipocrisia do evento dela. E obviamente, a questão sexual nem é a pior parte dela.
Mas vamos entrar mais nesse problema aqui.
Também, não faz muito tempo, saiu o game Stellar Blade. Ele se tornou polêmico devido a sua protagonista, com pouco tecido, cortes de roupas mais provocantes, ângulos de câmera bem ousados e foco em suas área glúteas. Não é incomum isso em games, vemos isso de montes em obras como Resident Evil. E como é chamada de hipersensualização, isso causou uma divisão entre os fãs do gênero desse estilo de jogo. 

Stellar Blade é um jogo asiático, de origem específica, coreana. E isso é bem comum nesse gênero, como comentado antes. O que é engraçado: há gente criticando a sensualidade, mas não a violência. Isso deu tanto o que falar, foi por ter vindo por uma publisher grande, a Sony. Mesmo na parte da sensualidade, nem é tudo isso que falavam. 
Então ocorreu um patch, que colocaram, pela Sony para o game. Inicialmente, em determinado ponto do game, há uma palavra que seria ofensiva nos EUA. Por conta de uma palavra que lembra a escrita de "hard". E também ocorreu uma mudança nas roupas, com maiô cavado, e um decote maior.
Mas em vários pontos isso ocorreu: certos maiôs e roupas aumentaram, aréas descobertas ficaram cobertas com rendinhas, calçolas em certas partes da personagem. Algumas outras roupas tiveram uma meia calça, entre outros pontos. Até o gore, a violência, foi reduzida. Mas noto que isso se deve a hipersensualização, talvez por acreditar que o sangue em cima da personagem significaria outra coisa... Pois o sangue de monstros permanece, mas não caem mais na protagonista. É o que imaginei, para haver essa mudança nesse aspecto.
Observação: em um vídeo, o youtuber Velberan trata sobre cenas de sexo que aparecem pela Sony como The Last of Us - Part 2 e Baldur's Gate 3. Baldur's ele até falou algo com sentido, pois tem umas coisas que podem ir para fetiches, pelo que sei. Mas The Last of Us, é um conteúdo mais forte, em sua história, não apenas pela cena de sexo, mas também pela trama e violência. Ou seja, não é voltado para público mais novo, e na verdade, não é para qualquer um. Então, nesse ponto, acho que ele ficou meio "conservador" no seu comentário. Mas fazer o que...
Por último, nós devemos saber sobre algo que aconteceu recentemente. Devido ao sucesso da animação X-Men '97, um nome novo surgiu. Se trata de Beau DeMayo, um rapaz negro, latino e homossexual, que literalmente fez uma das melhores histórias para uma animação até então. Seja na Marvel ou DC, e sem apelar para a violência gratuita, se compararmos a Invencível (que apesar de bom, não se compara aos cuidados tomados por Beau nessa obra). Há amor pela obra, sendo atencioso ao roteiro original, assim como coisas que vemos apenas nas HQs. A prova é a colocação de Bastion, do arco Operação Tolerância Zero, dentro da animação.
Estranhamente, Beau foi despedido após seu trabalho primoroso na animação. O que é estranho: ele foi muito bem querido desde que apresentou o projeto, com episódios tão bons que quebraram muita gente. O desenho animado foi amado, tanto pelos nostálgicos, como pelas novidades colocadas na arte, então por que diabos a Disney+ e a Marvel despediram alguém assim?! Simples, a resposta mais provável é que foi por conta do OnlyFans.
Beau DeMayo usa uma conta do OnlyFans, que disponibiliza conteúdo adulto. 
De qualquer forma, isso demonstra algo que bato na tecla faz certo tempo: usando uma versão alterada da frase, pau que dá em Chico, não está dando em Francisco.