quarta-feira, 5 de julho de 2017

As 5 maiores BURRADAS da DC

Da mesma maneira que fiz com a Marvel, aqui falo do que podemos chamar de burradas da DC. Focando somente nos quadrinhos e em nenhuma outra mídia relacionada com ela. Filmes, séries e músicas nem passaram pelo meu critério.

1 - Watchmen na DC: 
A saga Renascimento surgiu recentemente no universo DC com uma proposta de revitalizar certos personagens e corrigir falhas na história. Como no caso do Superman, do Kid Flash (Wally West), entre tantos outros. Beleza, Até compreendo isso. Contudo, não tratamos aqui só de personagens da Liga da Justiça, Titãs, da Wildstorm e Vertigo que estão se integrando a esse mundo. O problema esta em que recentemente, o Batman encontrou um botton de smile. De onde ele é? Do Comediante de Watchmen. E me dá certa revolta, pois lembro que o autor desses personagens, Alan Moore, pediu que usasse os personagens da editora (como Capitão Átomo e Questão) e lhe foi negada essa permissão. Mas usar personagens que estavam tão bem ali, no seu próprio universo de HQs não ligadas diretamente com os outros da DC... Por isso que concordo com Alan: muitas editoras não sabem escrever histórias.

2 - Frank Cho manda a DC a merda:
Capa desenhada por Frank Cho
Essa aqui é um tanto polêmica, não só pelo ilustrador, mas pelo motivo disso ocorrer. Frank Cho é um ilustrador coreano famoso por fazer desenhos muito bons, só que ele faz personagens quase sempre com um apelo bem mais sensual. Lógico que no caso personagens femininas. Colocando personagens famosas em poses eróticas, libidinosas e que muitas vezes podem remeter a uma ideia sexualizada mesmo, onde seios e bundas faziam alguma referência a piadas relativas a atos sexuais ou coisas do tipo. Complicado. Ainda assim, ele é talentoso, e quando pedem que ele faça um serviço mais contido ele o fará, com uma qualidade invejável. 
Porém, quiseram censurar a capa da Mulher-Maravilha que ele fez. E com exceção de um corpo mais sarado do que muitos desenhariam a personagem, a imagem não tem nada de questionável. Sinceramente a DC procura problemas onde não existem.




3 - Os Novos 52 em si:
Muita gente ama os Novos 52. Compreendo. Muita gente adora essa nova sequência de quadrinhos, visto que ela mostra como os personagens da editora surgiram para um novo público. Mesmo que isso me remeta a mudança de alguns personagens. Vemos isso, por exemplo, com uma Lois Lane extremamente descuidada que não mede as consequências para revelar quem é o Superman. E por incrível que pareça, eu gostei disso. Sério.
O que não gostei foram algumas mudanças tão bruscas que descaracterizaram os personagens, a um ponto que... Não eram mais os personagens! Exemplo: um John Constantine que rouba os poderes do Shazam (que atualmente não é mais chamado de Capitão Marvel), um Lobo que tem mais cara de personagem badass de animes e um Batman que deve mais Robins em um prazo de cinco anos que uma creche tem crianças! Falando em anime, até o Superman parece mais com o Goku de Dragon Ball aqui do que qualquer coisa relacionada a um herói de HQs americanas...

4 - Transformar a Mulher-Maravilha em uma "secretária":
Capa original da Ms.
Hoje em dia, a Mulher-Maravilha é um símbolo do feminismo. Mais que isso. Hoje em dia, Diana, filha de Hipólita, Rainha de Temiscira, é um símbolo de igualdade dos gêneros, contra as guerras sem sentido e a desigualdade social no mundo. Mas durante a década de 50, isso não era bem assim. O que acontece é que ela começa ter papel secundário em algumas histórias, quase como se fosse uma secretária (não desmerecendo a profissão, porém, a protagonista não parecia ser combativa) e vive caçando um marido. Tecnicamente falando, ela queria tanto casar. Isso era horrível, pois sabíamos que os editores realmente não sabiam o que fazer com ela! A verdade que isso se devia a dois fatores: o livro A Sedução dos Inocentes, que dizia ser culpa dos quadrinhos a delinquência juvenil e o macarthismo, um ideal contra as ameaças comunistas que censurava e barrava qualquer obra que parecesse ter teor "comunista". Isso fazia com que muitas vezes os roteiristas da personagem criassem histórias absurdas. Tinha um motivo, mesmo assim, não deixa de uma tremenda falha do grupo.
Isso só foi contornado anos depois quando a revista feminista Ms. foi publicada com uma capa contendo a Mulher-Maravilha.

5 - O Superman é overpower:
O Azulão tem esse termo estampado na cara, overpower. Significa que ninguém pode com ele. E isso é a mais pura verdade. Me diga quem pode bater nele, NA PORRADA (Batman não vale)? Dá quase que para contar na mão quem pode fazer isso na DC, quase sempre passando por seres com poder quase divino. Lembrando que muitas vezes Kal-El se se segura! Notamos isso quando vemos a HQ em que ele enfrenta a Elite. Ele é odiado pelo simples fato de ser extremamente forte. O personagem é tão forte que pode ser praticamente impossível que exista uma ameaça que não seja simples de ser resolvida.
Nos últimos anos, ele recebeu toda uma atenção para se tornar menos forte, mas sua fama de ser um herói tão forte que chega a ser sem graça, prevalece. Literalmente, escrever as histórias do Homem de Aço devem ser difícil, já que você tem te ter cuidado para não exagerar nem reduzir sua força demais. Complicado.

terça-feira, 4 de julho de 2017

A polêmica do bromance entre Pinguim e Charada em Gotham

Tem muita gente reclamando do novo "casal" da série Gotham. Esse é formado por Pinguim e Charada. Que não se parece com a HQ e outras coisas normais do nosso mundo hipócrita. Bem vamos ao meu argumento.
Uma das coisas mais engraçadas da nossa sociedade (até mesmo dos fãs de quadrinhos): se fosse duas garotas, o pessoal aceitaria. É visível isso com os casais como Arlequina e Hera Venenosa, ou as cenas de Orange Is The New Black. Parece que o pessoal, até mesmo entre os fãs de HQS, tem um preconceito chato que ignora o fato de a série ter um bom enredo. Conseguem ser fetichista com duas moças, mas quando tratam de dois caras são extremamente machista. 
O que define dois personagens para fazer um casal? Quando assisti Batman desenhando por Paul Dini e Bruce Timm na versão animada, eu nunca pensei que a Hera e Arlequina se uniriam. E saiu algo legal nas HQs com essa química.
O problema esta em forçar romances em obras como as de Arrow (eu gostava da Felicity... Até forçarem um romance dela com o Oliver!) para chamar a atenção. Não para contar uma boa história.
Se os caras conseguirem montar um bom enredo para esse envolvimento, e pelo jeito estão fazendo isso direito, não vejo problema nenhum.
Ai que esta. História reais de pessoas que tiveram um "enlace" amoroso ou só sexual, depois ficaram extremamente machistas ou cruéis são extremamente plausíveis. Só ver que muitas vezes, casos de homens casados a anos podem procurar amor ou sexo em outro (vide os casos de homossexuais mortos em São Paulo por seus parceiros. Acredite, é grande o número). O mesmo pode ocorrer com mulheres. Mas o melhor é:
Isso é canônico? Não. O Pinguim dificilmente faria isso nas HQs.
Mas foi uma surpresa? Sim. A prova esta nesse post. E nem foi tão forçado quando muitos imaginam. Deixando um ar mais real para personagens extremamente conhecidos..
O fato dele ser diferente das HQs faz muito sentido. Mas é como disse um certo amigo meu, não há como agradar a todos. Mas é como eu digo sobre Doctor Who: o ator pode mudar, mas desde de que seja sempre o "mesmo Doutor", ou seja, a alma do personagem continue lá é o que importa. O mesmo pode ser falado do Pinguim e do Nigma.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Estranhos no Paraíso: sem amor, somos estranhos no Paraíso



Estranhos no Paraíso foi uma história publicada entre 1993 e 2007. Seu criador era Terry Moore. Ele era desenhista, roteirista e ele mesmo desembolsava grana para financiar o projeto. A história saia por um estúdio que era dele mesmo, Abstract Studio Comics, antes chamado de Antartic Press. O que lhe deixava livre para contar sua história do modo que ele queria.
Por um certo tempo, Estranhos no Paraíso foi publicado na Image Comics, pelo selo WildStorm de Jim Lee. Contudo, esse acordo não foi tão benéfico para Moore, que preferiu sua série sendo independente como antes.
A história se concentra em um triângulo amoroso. Só que não é tão simples quanto pensa: a protagonista é Katina Marie (que muitos só a chamam de Katchoo), uma artista com passado misterioso, um tanto violento e conturbado. Ela é apaixonada por sua colega dos tempos da escola, Francine. Ela é uma mulher super tradicional, sendo heterossexual, nasceu em uma família tradicional, sonha em casar e ter filhos. Esta sempre um tanto que complexada com sua auto estima pois ela esta acima do peso. Sem contar que ela tem sentimento confusos quanto a sua amiga.
Francine não quer perder sua grande amiga, mas não sabe se quer retribuir os sentimentos amorosos de Katchoo.

A história fica mais complexa quando entra em cena David Qin. Ele é um estudante de arte que se apaixona pela Katchoo. 
Mas além do triângulo amoroso, muitas coisas acontecem nessa história. O passado da Katchoo surge na forma de um trama policial, quando partes de sua vida veem a tona. Envolvendo a máfia, um cartel de prostituição de alto nível, políticos americanos, entre outras coisas. E mesmo com esses elementos mais conspiracionais e até mesmo fantasiosos, a história mostra um desenvolvimento bem atraente de jovens adultos, sempre lidando com sentimentos e acontecimentos que ainda não tem a maturidade de lidar.
Katchoo é desbocada, violenta, mal humorada. ainda assim, uma artista bem culta. Já Francine é bem insegura, sempre complexada por seu peso, com paixões que terminam em seu coração sendo partido. Para terminar esse triângulo (que se torna uma forma geométrica com mais ângulo mais para frente, se é que me entende) David, um rapaz extremamente gentil e bondoso que personagem principal se nega a ter um relacionamento. 
Mesmo com todos os elementos aqui citados, a história é tratada como comédia romântica. A série conquistou o prêmio Eisner e uma premiação de Best Comic Book pela GLAAD Media Awards (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation) que homenageou a inserção e bom senso na trama ao tratar do tema através da personagem Katchoo. Foram 90 edições nos Estados Unidos que duraram cerca de 14 anos.

domingo, 2 de julho de 2017

Mulher-Maravilha: o grande trunfo da DC no universo cinematográfico

“Agora eu sei que só o amor pode salvar de verdade o mundo.”
Diana

Ao assistir o filme da Mulher-Maravilha (Wonder Woman, no original) notamos como o filme cala a boca de muitos críticos. Depois de Batman V Superman (que foi odiado por alguns) e Esquadrão Suicida (criticado negativamente por uma grande parte e uma decepção para muitos), esse filme é a aposta da DC e da Warner Bros para continuar seu universo cinematográfico. E sinceramente? Ganharam e com lucros essa. Ele introduz a história da personagem, com isso mostrando como ela observou a humanidade desde seu surgimento entre eles. 


“Se você vê algo errado acontecendo no mundo você pode ficar sem fazer nada, ou ir e fazer algo.”
Steve Trevor
A história é bem simples, seguindo bem os parâmetros de boa parte das histórias de origem dessa heroína: Diana Prince esta no Museu do Louvre, em Paris, na França. Lá, ela recebe uma encomenda de Bruce Wayne. Era a imagem original que Lex obteve de Diana na qual ela estava na Primeira Grande Guerra Mundial. 
Isso a faz lembrar de seu passado, em Temiscira, terra das Amazonas. Desde sua infância, até a idade adulta. Nesse meio tempo sabemos de duas lendas: uma de como Hipólita, rainha das amazonas criou Diana do barro, por um pedido a Zeus e outra de como o Olimpo teria sido derrotado. Ares, invejoso da criação de seu pai - a humanidade - colocou neles um mal que os corrompeu. Para livrar eles disso, o Senhor do Olimpo criou as amazonas com a finalidade de guiar os homens. Isso não funcionou perfeitamente, mas as guerreiras conseguiram lidar com pela liderança da rainha delas. 
Enquanto isso, os deuses tentaram lidar com Ares, mas foram derrotados um por um. Sobrando apenas Zeus, este depositou o que restava de seu poder em uma ilha, onde as amazonas estariam protegidas. Lá, ele colocou a Matadora de Deuses, uma arma que acabaria com o Deus da Guerra.
A jovem cresce sobre a tutela de sua mãe e sua tia, Antíope. A segunda quer treinar Diana para um dia enfrentar o próprio Ares, pois a jovem seria a peça chave para esse confronto antigo.
Eis que cai na ilha - que ficava escondida por magia - o espião Steve Trevor. Ele estava sendo perseguido pelos alemães, pois roubou dados da Doutora Veneno, cientista que esta projetando uma nova arma. Ocorre um confronto, Trevor, Diana e as amazonas lidam com os soldados inimigos. Mas não sem uma baixa, pois Antíope foi baleada. 
Após um interrogatório - bem simples se você tem um laço da verdade! - as amazonas descobrem um confronto no mundo dos homens. Diana quer ir com Steve até o mundo mortal, mas é reprovada por sua mãe. Mas após fugir com o espião, pegar alguns itens mágicos, entre eles a espada Matadora de Deuses, Hipólita não vê outra alternativa se não deixar ela ir na direção do confronto.
Agora, Diana vai em direção ao combate, acreditando que se aquela era a maior guerra de todas, talvez encontre Ares. E assim, libertando a humanidade de sua corrupção.

"Tenha cuidado no mundo dos homens, Diana. Eles não merecem alguém como você.”
Hipólita
O filme é bom do começo ao fim. A sonoridade é linda. Os atores estão ótimos. E tem até plot twist!
Primeiro, vemos que o som esta usando a mesma música que tocou em BvS quando a personagem apareceu em sua forma plena (a eletrizante Is she with you?), além de outras músicas novas. Todas com ares de combate para cada cena, mas mais voltados para temáticas antigas. Lembrando teria origem nos mitos gregos. Incluindo a cantora Sia, junto com Labirinth cantando a música que encerra o filme To be human.
Gal Gadot, assim como fez em BvS rouba a cena mais uma vez. Não me entendam mal. Os outros atores fizeram sua parte sim, mas ela esta ótima. Além de todo o ar de superioridade do primeiro filme, vemos uma Diana ainda aprendendo a ser uma heroína. E como é lindo quando ela se mostra curiosa e brava com os humanos. É perfeita a cena de surpresa com o sorvete, ou quando ela entra e interrompe uma conversa entre os políticos e generais ingleses. Ainda por cima quando fica brava, em especial quando Steve Trevor finge desistir de seus planos, mas vai acompanhar a jovem por conta própria.
Voltando a cena em que ela interrompe a conversa sobre guerra, naquele período, uma mulher não poderia entrar nas reuniões assim. Por qual motivo? Simples machismo mesmo. Em um conflito como aquele, os britânicos mantinham esses costumes retrógrados. Mostrando assim de modo sutil e bacana coisas como, igualdade dos gêneros e feminismo. Sem precisar esfregar no rosto do espectador. Patty Jenkins é maravilhosa nisso!
E Chris Pine formou uma química perfeita com a moça! Novamente, não me entendam mal. Eu sei que a Gal é casada, mas eles formaram um casal tão bonito que a internet pipocou de gente shippando eles. Mas falando sobre o Steve Trevor dele, ele foi perfeito. Como um espião, ele esconde segredos e sua relação com o laço da verdade é perfeita. Afinal, quem mais poderia ter tantos segredos? Mesmo assim, ele é nobre. Tentando lidar com uma guerra terrível, ele faz o que pode para deter ela. Assim como tenta lidar com Diana, e mesmo possuindo sentimentos por ela, não sabe se acredita na moça.
Connie Nelsen e Robin Wright encarnaram bem, respectivamente, Hipólita e Antíope.
A primeira faz bem seu papel como uma mãe preocupada, que mesmo sabendo do potencial de sua filha, ainda se preocupa com sua pequena fração de uma família. Mesmo que para isso ela mantenha seu segredo. A segunda é destemida, guerreira e crê que Ares espreita fora da terra de Temiscira. Sabendo que sua sobrinha pode ser a única chave para uma solução dos problemas, quer que ela esteja pronta para o futuro.
Aliás, outro elogio ao roteiro. O uso de Antíope como uma mentora, visto que Hipólita não quer que sua filha seja uma guerreira. Nos quadrinhos, Antíope é uma personagem bem diferente, sendo até mesmo exilada da ilha com outras amazonas. Aqui, eles preferiram não seguir o óbvio, no qual vemos um final bom para a personagem.
Quem escreveu o roteiro? Só poderia ser Zack Snyder... O mestre esta ótimo em seu roteiro.
Por exemplo, a Mulher Maravilha surgiu nos quadrinhos enfrentando os nazistas da Segunda Guerra Mundial. E me perguntava o motivo de colocarem a história na Primeira Guerra. Então me toquei. Temos um Chris Pine, fazendo um Steve Trevor em um período da Primeira Grande Guerra Mundial. Sendo que na Marvel temos um Chris Evans, fazendo um Steve Rogers em um período da Segunda Grande Guerra Mundial. Ainda assim, creio que fizeram uma referência a Capitão América em uma das cenas mais dramáticas do filme. Assim, como também fazem uma referência ao problema dos óculos no Superman clássico.
E acredite, mesmo sendo um filme de super-herói, ele te trará uns plot twists
Em resumo, ele faz o que prometeu e BEM MAIS. É um filme com uma super heroína, que não deve nada aos grandes como Superman e Batman. Agora, será que o filme da Capitã Marvel será tão bom quanto esse? Sabemos que ela vai ter um árduo caminho se quer se equiparar a esse filme. Mas ao menos, agora, temos uma abertura as mulheres como super heroínas no universo cinematográfico. E com dois pés no peito da crítica que não se poderia fazer filmes com uma personagem feminina como única protagonista.
"Sou Diana. Filha de Hipólita. Rainha de Temiscira."
Diana

sábado, 1 de julho de 2017

A filmografia de O Senhor dos Anéis

Ainda há alguns de nós. O Reino do Norte foi destruído há muito tempo.
-Aragorn
Antes te falarmos sobre os filmes, temos que ver a odisseia que foi o surgimento deles.
Há controvérsias se Tolkien iria gostar de assistir suas obras ou não. Ele e Stanley Unwin, seu editor, combinaram um esquema de art or cash: ou o projeto era muito bom ou renderia muito dinheiro. Quando o autor viu a primeira versão do roteiro chegou as mãos de Tolkien, graças ao agente americano Forest Ackerman, ele odiou. E não era a toa pois os hobbits viajavam de lá para cá no lombo das águias e os orcs tinham penas e bicos! Claro que essa primeira versão foi vetada!
E ainda podemos nos lembrar que os Beatles queriam fazer um filme sobre O Senhor dos Anéis, que contaria com a direção de Stanley Kubrick. Bizarro, eu imagino que ficaria.
Mas eis que um diretor que era fã dos livros conseguiu ter em suas mãos o direito te fazer essa saga: Peter Jackson. Ele já tinha dirigido obras como Bad Taste, Braindead, The Lovely Bones, e surpreendeu a crítica com Heavenly Creatures (Almas Gêmeas, baseado em uma história real). E em 2001 nos presenteia com O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel.

Pedi um fio de cabelo de sua cabeça dourada... Ela me deu três...
-Gimli
Mas muitas coisas aconteceriam até obtermos essa obra-prima. O filme quase foi dividido em duas partes somente. É que Peter negociou com a produtora Miramax e estes só queriam fazer dois filmes. Sem contar ideias como retirar alguns hobbits, entre outras coisas. E então, o diretor foi falar com a New Line, subsidiária da Warner. Então eles optaram pelo lógico: três filmes.
A história do filme não difere da dos livros, com algumas exceções: ao jovem hobbit Frodo Bolseiro é deixado um item que se descobre sendo o Um Anel. Este item foi criado pelo Senhor do Escuro, Sauron.  E através da posse dele, este ser antigo pode ter controle sobre todas as raças livres, nas quais se constituem os humanos, elfos e anões. E por consequência, ele vai obter domínio sobre a Terra-Média.
Por conselho de Gandalf, o Cinzento, Frodo sai do Condado, assim como seu tio tinha feito muitos anos antes. Então, com o auxílio de Samwise Gamgi, seu empregado, Meriadoc e Pippin, seus amigos, eles começam a jornada com o pequeno Bolseiro. Tempos depois, eles encontram Passolargo, que era a alcunha assumida por Aragorn, herdeiro legítimo de Gondor. Ele os leva até Valfenda, lar dos elfos, onde é dito que o único modo de destruir o item é joga-lo nos poços de lava da Montanha da Perdição.
Para auxiliar nessa empreitada, além de Aragorn, Gandalf e os quatro hobbits, se unem nessa empreitada: Boromir, filho do regente de Gondor; Legolas, filho do rei elfo da Floresta das Trevas; e Gimli, filho do anão Glóin. Assim esta formada A Sociedade do Anel. 
Duas sequências surgiram, respeitando os títulos originais: As Duas Torres e O Retorno do Rei.

Não peço seu perdão, Mestre Elrond. Pois a língua negra de Mordor ainda pode ser ouvida em todo o canto do Oeste. 
-Gandalf
O primeiro filme da trilogia faturou quatro Oscars (direção de fotografia, maquiagem, efeitos visuais e trilha sonora. Já o segundo conseguiu só (efeitos visuais e edição de som). Por último, o terceiro e último longa tiveram onze estatuetas (filme, diretor, roteiro adaptado, edição, direção de arte, figurino, maquiagem, mixagem de som e efeitos visuais). E só uma atuação foi indicada ao prêmio, Sir Ian McKellen, como Gandalf. Lembrando que Ben-Hur recebeu doze dessa premiação. Lembrando que ele também é o primeiro filme de ficção fantasia da história a ganhar esse troféu!
O faturamento foi imenso. A soma deles é 2,916 bilhões de dólares, para mais. Os três longas, seguindo uma ordem respectiva, correspondem a segunda, quarta e oitava maior bilheterias no mundo. Maior que ele, só Titanic de James Cameron.

Foi usado como cenário de filmagem vários lugares na Nova Zelândia. Foram feitas as filmagens em planícies, montanhas, áreas rurais, até mesmo um vulcão. Sim, a cena onde Frodo alcança os poços da Montanha da Perdição é uma vulcânica.
Se você é fã de Vikings, Game of Thrones, ou outras obras com temática medieval nos últimos anos, deve dar graças a O Senhor dos Anéis por isso! Podemos ver a clara reverência de A Batalha dos Bastardos em GoT, foi inspirada na batalha do Abismo de Helm. Lembrando que Martin é fã de Tolkien. A referência fica mais clara quando Jon fica em pose de batalha igualzinha a SdA.
Os membros da Sociedade do Anel eram nove, e foi esse número que alguns atores do filme decidiram tatuar em seus corpos. Esta na língua tengwar, mas é nove em inglês a tradução perfeita.
Depois que encontraram o local para as filmagens do Condado, a produção deve que fazer muito para deixar o local perfeito. Drenaram o pântano, encheram e organizaram um arrozal, construir a árvore de carvalho no lugar que seria o Bolsão e criar os corredores nas casas. Tanto que até hoje você pode ir lá e visitar na Nova Zelândia! Existem propagandas turísticas no país usando isso como referência.

É só uma sensação... Acho que não vou mais voltar...
-Frodo Bolseiro
No número de figurantes, 26 mil pessoas participaram dele e 380 cavalos. Muitos dos que faziam cenas de guerra eram na verdade soldados do exército neozelandês e aqueles que faziam orcs, na verdade eram lutadores lutadores de artes marciais em busca de diversão. Já os equinos foram cedidos por agricultores locais.
Como qualquer bom filme, existem erros nele. Por exemplo, na morte de Boromir, a mão dele desaparece na mudança de planos focando ele e Aragorn. Quando Sam e Frodo são detidos por Faramir, logo depois dele chegar na cena, o cenário muda quase que completamente. Frodo, interpretado por Elijah Wood, tem uma cicatriz debaixo da bochecha que muda de tamanho e até muda de posição. Indo da direita para a esquerda.

Mas nem só de falhas é feito um filme. E esses longas aqui são feitos por pessoas que aprenderam a amar essa obra, ou já gostavam dele. Prova disso é Viggo Mortensen. Em uma parte de As Duas Torres, ele chuta um capacete pois acredite que os hobbits que procuravam morreram. E ele chuta um capacete. Ele tinha sido instruído a mandar aquele item o mais próximo da lente da câmera. Tiveram que repetir ela várias e várias vezes pois não ficava do jeito que queria Peter Jackson. Isso ocorreu quatro vezes para ser preciso. Só que do nada ele quebra dois dedos do pé dando aquele chute! Ele ao invés de chamar o médico, usa sua dor para fazer uma cena memorável mostrando toda a dor que sentia, passando para sua personagem aquela sensação.
Ah e enquanto estava tomando instruções de como manejar uma espada, ele recebeu um golpe e quebrou o dente. Ele ao invés de ir ao dentista, usou um tubo de super cola E COLOU O DENTE!
As espadas usadas pelo ator encarnar Aragorn foram as únicas feitas de aço de verdade! O que fazia que elas pesassem 4 quilos! Sendo que o tipo de espada que ele usa é considerada de duas mãos, sendo que ele usa com uma!
Viggo chegou a gastar dias andando até algumas locações remotas na Nova Zelândia, o detalhe é que ele fazia os trajetos devidamente vestido de Aragorn e carregando a sua espada, que como dito antes era de 4 quilos! Tais andanças tinham o objetivo de deixá-lo com uma aparência autêntica de um andarilho, ou seja, um guardião, o que seu personagem era.
Por pouco O Senhor dos Anéis não foi o último filme de Viggo, durante as gravações ele quase morreu. Não uma, mas duas vezes! A primeira foi nas gravações da cena após a batalha contra os Wargs, onde Aragorn cai no rio. Em uma situação normal já seria difícil ficar no rio devido ao peso da cota de malha, mas no dia em específico a correnteza estava muito mais forte do que o normal, e por isso Viggo quase se afogou. A segunda “quase morte” ocorreu na luta contra Lurks, o Uruk-Hai que matou Boromir, onde o dublê deveria arremessar uma adaga na direção de Aragorn, mas acertando uma árvore próxima, porém, devido a difícil mobilidade das próteses usadas pelo dublê o arremesso saiu errado e foi na direção de Viggo, que conseguiu se proteger da adaga voadora usando sua espada.
As cenas em que o personagem de Orlando Bloom, Legolas, não são feitas por computação gráfica, o próprio ator é quem faz. Mas isso lhe rendeu uma costela quebrada também. Ele caiu do cavalo em uma certa cena e o dublê do personagem Gimli caiu em cima dele. E o cara já estava no set no dia seguinte. Isso é dedicação.
Um ator foi mais conhecido por suas atuações por de trás das câmeras. Mais exatamente, na frente e por trás. Se tratava de Andy Serkis, ao qual usaram uma técnica de captação de movimentos precisa para dar vida a Gollum/Sméagol, aonde ele usava uma roupa especial. Mesmo ele se machucando muito em várias cenas externas, fez tudo de maneira perfeita. Esse ator também participou e participaria de filmes do calibre de Star Wars (Snoke em Star Wars VII, VIII e IX), em O Planeta dos Macacos (como Caesar), como Kong (em King Kong dirigido por Peter Jackson também), entre outros. Sua atuação mais conhecida na "frente das câmeras" - por assim disser - foi Ulysses Klaw, vilão da Marvel ligado ao personagem Pantera Negra.

Eu não usaria o anel. Nem se Minas Tirith estivesse sendo destruída e eu sozinho pudesse salva-la.
-Faramir
Trechos do livro entraram em letras da trilha sonora. Lembrando que é mais no último filme que vemos os atores participando como cantores: Pippin canta Edge of Night para o regente de Gondor. Aragorn recita em sua coroação a bela Elendil's Oath. Mas logo no primeiro filme ele também canta The Song of Luthien. A soundtrack é composta por Howard Shore, que se mostrou muito preocupado com a temática e leitura de algumas de suas composições no "idioma original" de algumas personagens. Até a linda May it be, cantada por Enya, tem partes em élfico e inglês.
As filmagens começaram em 11 de outubro de 1999 e duraram até 22 de setembro de 2000. Ainda assim muitos atores tiveram que voltar e refilmar cenas, o que fez pessoas como Elijah Wood a ficar na Nova Zelândia de 2001 a 2003. Esse último ano, quando finalmente O Retorno do Rei foi exibido nos cinemas.

O Um Anel! A Ruína de Isildur!
-Boromir


Opinião particular: Agora, muitas pessoas dizem que o filme dá sono. E que a história é ruim. Não compreendo como alguém pode pensar isso. O filme é grandioso em todos os detalhes. E essa é a palavra-chave: detalhes! Tolkien é detalhista! Quando se lê os livros de O Senhor dos Anéis ele descreve cada centímetro de minucia que nós faz estar ali! E é isso que Peter Jackson consegue nos passar, não tão perfeitamente, ainda assim, de forma convincente. Como muitos já sabem, não há como passar 100% de uma obra ou lenda para um longa metragem (Game of Thrones e Vikings estão ai para provar). Disser que o filme dá sono me faz pensar que a pessoa deve ser fã de Velozes e Furiosos no mínimo, em especial, os últimos que são uma merda!