sábado, 27 de fevereiro de 2021

Defendendo o Martha


Talvez um dos momentos mais criticados da tentativa de Zack Snyder até hoje de criar o Universo Cinematográfico DC, foi e é, o Marta em Batman v Superman: O Despertar da Justiça.

-Salve... A Marta!
Superman ou Clark Kent
Vamos entender o contexto. Após maquinações de Lex Luthor, com interesse em compreender mais sobre a tecnologia alien, Superman e Batman entram em conflito. Clark não quer brigar, mas o Cruzado Encapuzado quer. A briga se estende, com o Morcegão usando da fraqueza a kryptonita do Último Filho de Krypton, para o vencer. E consegue.
Quando Bruce iria matar o, até então para ele, alien com uma lança de ponta com kryptonita... Ele escuta "Salve Marta!". E é explicado por Lois Lane que aquele é o nome da mãe "terráquea" do Super.
E a internet vive criticando o filme, em especial por essa cena. Entretanto, ela tem muito mais do que podemos ver em uma primeira instância.

-Porque você disse esse NOME!?
Batman ou Bruce Wayne
Uma das coisas mais importantes em histórias em quadrinhos, e por consequência em filmes, é o uso de nomes a nos remeter a algo. Um exemplo é o próprio personagem Bruce Wayne. Seu primeiro nome é referente ao líder escocês Robert De Bruce, que comandou seus exércitos contra a Inglaterra. Querendo remeter ao Batman, a personalidade de alguém justo e um exemplo a seguir.
Mas uma coisa até engraçada é que muitas vezes um nome tem maior significado, em especial, quando ligamos eles a questões religiosas. Peter Parker é um exemplo disso.
Peter, seria a pronúncia inglesa para Pedro, o principal apóstolo de Cristo. Tanto que temos a basílica de St' Peter (de São Pedro). Só que essa personagem bíblica renega Jesus, ao menos três vezes, antes que o galo cantasse pela manhã e antes da morte do Messias. Isso demonstra no personagem um lado de sofrimento causado por não seguir os ensinamentos de seu mentor.
Podemos ver isso em Peter Parker, quando esse ignora a frase de Ben Parker, "com grandes poderes, vem grandes responsabilidades", se fixando em só obter lucro. E tempos depois, o seu tio morre devido a um ladrão que o Homem-Aranha poderia ter detido. Não sei se isso foi intencional, mas notam o quão parecido são o personagem bíblico e da HQ? Ambos tinha pessoas que as guiavam e as "traíram", indo contra sua confiança.

-Marta! Porque disse esse nome?
Batman ou Bruce Wayne

Ai você vem e solta, "isso é nas HQs, não nos filmes". Errou. Errou feio. Errou rude.
Já assistiu Corpo Fechado? O primeiro filme da trilogia de Shyamalan é na verdade um ode as histórias em quadrinhos. Prova está no seguinte: o personagem principal (interpretado por Bruce Willis) desse filme se chama David, que provém do Rei Davi, líder guerreiro do povo de Israel. Assim como Samuel L. Jackson que interpreta Elijah (que provém de Elias, que foi um profeta da fé judaica). O filme faz diversas referências a essas histórias em quadrinhos clássicos, de uma forma bem bacana.
Então temos um filme de herói, com nomes inspirados em HQs. Mas com o que ele colabora com minha teoria? Simples, pois ele deve uma sequência: Fragmentado.
A sequência é um filme bom, mas que demorou para sair pela falta de confiança dos estúdios no diretor. Entretanto, Shyamalan fez o que pode e não criou alarde para a sequência, deixando isso para ser revelado com o final do filme. Mas o que importa aqui não é isso. É a fraqueza do personagem que James McAvoy interpreta.
James interpreta um jovem com múltiplas personalidades. Mas são várias mesmo. Inclusive uma que estava para nascer, que talvez tenha habilidades únicas. Algo parecido com o que David, de Corpo Fechado, tinha. Ainda assim, cada um de seu modo. De qualquer forma, uma coisa presente nessa história é a questão de como o jovem era psicologicamente afetado.
Essa nova personalidade que irá nascer é a Besta. Que seu poder seria afetado pelo transtorno do jovem. Afetando seu físico de uma forma grotesca! Cada personalidade, é na verdade uma área nova de seu cérebro que abre novas habilidades.
Ao ponto de que essa Besta devora jovens que ele tinha sequestrado. Mas como em HQs, este ser tem uma fraqueza, descoberto por uma psicóloga que o jovem consultava. Que deixou em um bilhete encontrado por uma das jovens, esse ponto fraco: ouvir seu verdadeiro nome completo, Kevin Wendell Crumb.
O filme que se mostra como uma sequência, termina falando que Kevin foi chamado como a Horda (devido ter diversas personalidades), mostrando David assistindo um jornal que falava daquele crime.
Notem como um homem foi quase vencido por conta de seu nome! Há mais coisas aqui, mas eu condensei tudo. Além disso, notem o quão psicologicamente o rapaz estava para criar personalidades ao ponto de cada um desenvolver habilidades únicas. E a película foi tão boa que rendeu outra sequência, Vidro.
Então notemos como o nome é algo extremamente importante para personagens. Em especial, para aqueles que de alguma forma psicológica foram afetados pela vida. Seja lá de que modo isso acontecer.

-Clark! Pare! Por Favor! Pare!
Lois Lane
Em HQs, existem heróis e vilões com fraquezas. Alguns deles normalmente tem algo externo, como Mr Mxyzptlk, que precisa ter seu nome pronunciado de alguma forma para ser derrotado, ou a kryptonita que afeta o Superman. Mas e quando a pessoa é mais comum, como o Batman? O psicológico. 
Certa vez, foi dito que o único jeito de derrotar o Batman é ameaçar as pessoas que ele ama. E faz sentido! Afinal, como afetar alguém que se prepara para tudo?
Batman nasceu da perda de uma criança de oitos anos, que viu seus pais morrerem diante de seus olhos. Então a perda é algo que o afeta psicologicamente sempre.
Podemos ir para um personagem claramente sociopata, como foi Rorschach de Watchmen. Ele não se via como sua forma civil. Tanto que exigia que entregassem seu "rosto". Ele não era o homem, ele era o vigilante. Esquecendo o significado de seu nome. 
Podemos até citar mitos e lendas que falam sobre a força de um nome. Em que saber o nome verdadeiro de uma pessoa ou entidade, lhe dá poder sobre a pessoa.

Batman: Porque você disse esse nome?
Lois Lane: É o nome da mãe dele! É o nome da mãe dele...
Mas e ai? No que isso ajuda em Batman v Superman? Em tudo!
Batman é uma pessoa traumatizada. E toda a cena da morte de Marta e Thomas Wayne sempre o afeta de uma forma que ele jamais tratou de forma psicológica de forma correta.
Quando ele enfrenta o Superman, ele trata o kryptoniano como um monstro, um ser que "trouxe a guerra até eles". Mas quando ele escuta Marta, aquele vigilante afetado psicologicamente não compreende aquilo e fica confuso. É quando Lois explica, que assim como Bruce, Clark tem uma mãe. 
E uma coisa que meu amigo Jack falou certa vez, antes do filme estrear, ressoa até hoje na minha mente. Ele disse, espero que explorem o fato de que ambos os personagens tem mães com nomes iguais. Era óbvio que isso seria explorado. E como foi. De uma forma clara! Mas o povo não compreendeu...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Crossovers antes da onda de crossovers

A Casa do Drácula:
Talvez o primeiro crossover dessa história seja o mais bizarro. Ele une personagens como o Drácula, o Lobisomem e o Frankenstein. Talvez por isso temos esse título de A Casa do Drácula, quase como uma casa da Mãe Joana. Mas o bom era que nessa época, muitas coisas poderiam ser reunidas sem grandes problemas. Ou seja, esses personagens icônicos poderiam se reunir sem grandes problemas, ainda.
Na história, o Drácula encontra um médico, o Doutor Edelman, pois queria ajuda. Pois estava procurando a maldição do vampirismo. Um outro homem procurava Edelman, pois um homem chamado Talbot afirmava um lobisomem, e era mesmo. Todos queriam a ajuda do médico, para se curarem. Após algumas brigas, eles encontram o monstro de Frankenstein. 
Isso dá problemas, pois Drácula, iria causar muitos problemas.
Esse é um daqueles clássicos dos filmes da Universal. Que teria só três personagens. Mas como veremos mais a frente que terá ainda mais monstros em outro filme dessa lista.
King Kong Vs Godzilla:
Se você acha que há exclusividade nesse crossover entre King Kong e Godzilla, pense de novo. A Toho, muitos anos antes, conseguiu fazer um baita crossover de monstros gigantes, os famosos kaijus.
A história é bem simples: Godzilla é despertado de seu sono, depois de ter sido preso pela humanidade em um bloco de gelo. Então, para combater essa monstruosidade nuclear, os humanos vão usar um outro monstro. Um que vive em uma ilha isolada, onde vive uma comunidade que venera um gorila enorme.
A verdade é que o filme foi comprado pela Toho, pois ninguém nos EUA queria fazer um filme com King Kong e Frankenstein (oh ideia maluca, mas que eu gostaria te ver). E essa era a ideia original. E pense bem, quando que alguém, naquela época, iria pensar em ver uma personagem asiática e americana em combate tão ferrenho antes? 
Ao que parece, mesmo sendo um filme para ver mais uma briga de monstros, parecia ter sim um fundo de história. Como o degelo das capotas polares, causado pelas ações humanas, o que libertou Godzilla. Aliás, o lagartão do Japão, ainda não era o herói nesse filme. Quem era o nosso protetor era o King Kong. Que foi levado com helicópteros... E balões gigantes.
Uma Cilada para Roger Rabbit:
Muita gente acha difícil terem unido Final Fantasy com Disney. Difícil mesmo foi reunir Disney com Warner Bros. Especialmente, quando pegariam personagens reais com desenhos animados. Ainda assim, conseguimos algo MAIOR que tudo isso. Mas vão entender quando comentar alguma curiosidades.
Na história, acompanhamos Ed Valiant, um detetive particular, que está investigando Jessica Rabbit, esposa de Roger Rabbit. Ela o estaria traindo. Entretanto, um magnata dos filmes morre misteriosamente, de um modo cartunesco, e Roger é o principal suspeito. Tudo se complica quando um personagem aparece querendo matar o coelho paranóico.
Com direção de Robert Zesmecks e produção de Steven Spielberg, não teria como falhar uma obra dessas. Além de trilha sonora de Alan Silvestri.
Você personagens, juntos da Disney com os da Warner Bros. Mickey com o Pernalonga, Pato Donald com o Patolino, entre outros. Aparecendo o mesmo tanto de tempo de cada uma das duas companhias. Mas não só das grandes produtoras aparecem os desenhos animados, mas de outras que sumiram, como Betty Boop. Possuindo um dos maiores gastos de produção em um filme dos anos 80.
Na história original, o Juiz Doom, seria tão terrível, que teria sido ele quem matou a mãe do Bambi! Monstro!
Deu a Louca nos Monstros:
Já falei aqui da união de monstros, mas ainda não era com um tom de comédia, nos anos 80 com um estilo de Goonies. Pois esse é basicamente o clima de Deu a Louca nos Monstros (o Monster Squad).
Nele, acompanhamos um grupo de garotos, pré-adolescentes, que querem desafiar perigos, mas que acreditam os monstros. E eles descobrem que o Drácula, o Frankenstein, o Monstro da Lagoa Negra, o Lobisomem e a Múmia, querem encontrar um amuleto para abrir um portal para as forças das trevas. Para os deter, eles devem encontrar um diário com uma magia para prender os monstros, que foi escrito por Van Hellsing. E uma virgem para o ler. Ok...
O filme nunca foi um grande sucesso, não arrecadando tanto quanto custou. Entretanto, hoje ele é um filme cult. Um personagem que se acreditava ser um alemão (tanto que ele é chamado em boa parte do filme de "alemão assustador") fala que já viu monstros piores. E a câmera se aproxima de uma marca em seu braço, com números. Ele seria uma vítima judia do regime nazista.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

"Legal, mas você sabe que ele é o vilão?" - Parte 4: Quando o vilão sabe que é O VILÃO!

Bem, chegamos ao personagem que mais gosto dessa leva de "protagonistas vilões". Lelouch de Code Geass. Ele é o protagonista e você até simpatiza com ele. Mas há um problema. Ele quer vingança!
Para situar você, assim como Death Note se passa na época atual e Attack on Titan se passa em uma terra diferente com ares do período de Segunda Guerra Mundial, aqui vemos um mundo (como a Terra) mas que usam mechas com ares do neo-colonialismo. E o que seria isso? Para resumir, ocorreu um período na Europa que, após a colonização que conhecemos, o continente dividiu territórios. Na África e na Ásia. Isso seria um dos fatores que geraria a Primeira e Segunda Guerra, mas isso não importa. Só note como é bem parecido nesse ponto ao anime.
Temos um personagem brilhante, chamado Lelouch. Um estudante do Japão, que devido a conquista de um império, se chama Area 11. Ele é filho do imperador do Sagrado Império da Bretanha, que após ver sua mãe morrer é deserdado junto com sua irmão para o país do Sol Nascente.
Ele e sua irmã, passam a viver na casa do Primeiro Ministro do Japão até então. E ele conhece o jovem Suzaku. E isso seria complicado, pois Lelouch seria atacado por Suzaku, devido ele assumir o alter-ego de Zero.
Tempos depois, vivendo com a família Lamperouge, ainda é um jovem brilhante. E conhece uma personagem chamada C.C. que lhe concede o Geass, o poder do rei. Uma habilidade visual que faz com quem ele mandar, acionando esse atributo novo, fará o que ele mandar.
Ele se transforma muitas vezes, mas notamos que ele quer fazer o bem. Entretanto, para alcançar a sua vingança ele cometerá crimes. E não me refiro as ações dele como Zero. Mas o simples uso do Geass demonstra isso: um poder que retira a escolha das pessoas, parece o que um ditador faria. Vide qualquer filme onde a trama se centra nisso.
Lelouch começa ajudando o grupo de resistência do Japão. Criando uma organização para recuperar o Japão, é o que ele diz. Mas isso é só um passo de sua vingança. E Zero se torna um símbolo de revolução. Ele não liga para seus companheiros. E a prova disso é o Geass.
Essa habilidade se adapta ao usuário! Ou seja, como ele é influencia o poder. O quão anti-ético é esse poder, ao forçar as pessoas a cumprirem o que queremos.
Apesar disso, sua atitude egoísta, vai se tornando altruísta até o final da história. Mas já era tarde demais a Lelouch. Pois a vingança o cegou, para notar o quão violente e perigoso ele foi. Apesar disso, ele conseguia enxergar além e pode remediar seus atos. Ele vai crescendo.
Então notamos que tanto Zero quanto Lelouch são ideologias, que devido ao crescimento dos dois, são imensas. E diferentes. O primeiro é o herói. E o segundo um vilão. E o segundo não precisava mais existir no mundo.