quarta-feira, 5 de abril de 2017

Game of Thrones: as Crônicas de Gelo e Fogo


"O Inverno está chegando"
Lema da Casa Stark
Já começo explicando: o título original das obras de George R. Martin são As Crônicas de Gelo e Fogo. Game of Thrones (ou em português, A Guerra dos Tronos) é o nome do primeiro livro da saga. Contudo, quando passaram o conteúdo dos livros para uma série, puseram o nome de GoT. Ok? Dito isso, vamos ao que importa.
O escritor George Raymond Richard Martin sempre foi um grande fã desse gênero, sendo admirador de trabalhos como os de J. R. R. Tolkien. Nascido em 1948, sempre gostou de histórias fantásticas, incluindo também as de ficção científica. Ele também tinha nos quadrinhos da Marvel, um grande passatempo. Ele usou sua inspiração nessas obras, para então criar contos, romances e textos em geral. Até mesmo roteiros para televisão, como para a série The Twilight Zone.
Sua primeira grande obra foi Avalon, uma ficção científica, no qual um grupo de garotos encontra uma cabeça decapitada próxima de filhotes de lobo. Te lembra algo? 

Em um manto dourado Ou em um manto vermelho Um leão ainda tem garras E as minhas são longas e afiadas, meu senhor
Rains of Castamere
Ele começou a se focar naquilo que começou em Avalon, então começou criar uma outra história. Que seria bem maior e mais vasta. Usando elementos das fantasias medievais que gostava quando jovem, contudo, nelas uma dose cavalar de realidade existiria. Algo mais parecido com o que ocorria nas guerras medievais na Europa. E até mesmo pegando um pouco de fatos ligados a antiguidade. Além disso, ele não queria que tudo fosse extremamente claro, como nas histórias clássicas com "um herói e um vilão". Ele queria conceder mais complexidade aos seus personagens, com problemas mais reais e falhas de caráter plausíveis. 
Entre alguns dos conflitos estudados por Martin, para a elaboração da história, ele usou como referência a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Rosas. E leu séries de livros que tratavam sobre esse período como Os Reis Malditos.
O primeiro livro dessa série foi publicado em 1996. E foi um fracasso. Acreditam? Mas aqueles poucos que pegaram o primeiro volume, começaram a indicar para outros estes livros.
No Brasil, eles são publicados pela LeYa Editora.
David Benioff, influenciado pelo sucesso da trilogia de filmes O Senhor dos Anéis, mostrou o livro de GoT, para Daniel Brett Weiss. Viram que aquilo era bom. Só faltava convencer Martin a vender os direitos de adaptação para a televisão. Diz a lenda, que o escritor só iria permitir a adaptação para aqueles que soubessem responder quem é a mãe de Jon Snow. Dado confirmado pelos dois. 
Sem contar que eles convenceram a HBO a fazer o piloto da série. O que foi ótimo, pois Martin sabia que sua obra só seria bem feita se estivesse nas mãos de um canal que realmente não cortasse as partes mais pesadas da saga. Tais como as mortes, torturas, sexo, incesto, traição, chacinas, e toda a sorte de coisas não recomendadas para menores de idade assistirem.
No seu elenco ele possui nomes famosos como Sean Bean (Boromir em O Senhor dos Anéis) e Peter Dinklage (Nip/Tuck). E alavancou a fama de atores como Sophie Turner (que faz Jean Grey na atual franquia dos X-Men, nos cinemas), Maisie Williams (que já participou em Doctor Who), Pedro Pascal, Natalie Dormer, Jason Momoa (que já fez Conan e faz o Aquaman no universo cinematográfico da DC), Kit Harrington (que fez Pompeia), entre outros.
Mas com um piloto nunca exibido até os dias de hoje, os roteiristas e produtores puderam mudar algumas coisas. Pois estava muito ruim. Tanto que por exemplo, quem fazia Daenerys Targaryen não era Emlia Clarke e sim Tamzin Merchant. O que por sinal, é uma grata mudança visto seu talento para fazer essa personagem Targaryen. E enfim, em 2011, estreia a série! Com o custo em sua primeira temporada em cerca de 60 milhões de dólares.
Lembrando que existem sim grandes diferenças entre os livros e a série. Como as idades de certos personagens, personalidades de outros, partes do enredo que ocorreram só nos livros. Existem até mesmo aqueles que foram criados até mesmo só para a série, não existindo na saga original.

"Você não sabe nada Jon Snow"
Ygritte
Os livros lançados até agora são estes cinco volumes: Guerra dos Tronos, A Fúria de Reis, A Tormenta de Espadas, O Festim dos Corvos e A Dança dos Dragões. O próximo livro deve se chamar Os Ventos do Inverno. E o último, deve ser Um Sonho de Primavera, mas sem nenhuma certeza... E o que foi escrito até agora (sem contar histórias paralelas, ou informativo sobre o universo de GoT) vendeu mais de 15 mil cópias pelo mundo em mais de vinte idiomas diferentes. 
O mundo onde se passa a história possui uma magia antiga em que as estações de ano podem durar anos. E a pior delas é o inverno, pois junto com ele, veem terrores antigos e perigosos de eras passadas. Contudo, isso é tratado por muitos como mitos antigos, sem fundamentos, assim como algumas religiões e tradições são esquecidas pelos homens. Os senhores daquelas terras estão mais preocupados com suas próprias intenções, quase sempre envolvendo obter mais poder dentro da política e força militar de Westeros. Não se recusando muitas vezes a usar de truques, trapaças, violência, fanatismo, entre outras coisas, para alcançar seus objetivos. Ignorando o que esta por vir, no norte frio. O Inverno está chegando...
No começo dos livros, Robert Baratheon, rei de Westeros, vem a Winterfell lar dos Stark. Ele pretende substituir seu antigo aliado, Jon Arryn, falecido, e colocar Ned Stark como Mão do Rei. Um dos maiores cargos da nobreza. Meio a contragosto, o líder daquela região aceita o cargo, para isso ele vai até Porto Real.
Ele tem vários filhos, e entre eles, um bastardo chamado Jon Snow. Este rapaz é levado para a Patrulha da Noite, um grupo de homens compostos por assassinos, estupradores e pessoas indesejadas (entenda, bastardos). Eles servem nesse grupo para proteger a Muralha, um imenso artefato antigo e secular que 
Enquanto isso, no outro lado desse mundo, temos Daenerys Targaryen. Viserys, o irmão mais velho de Daenerys, pretende retomar o poder sobre o Trono de Ferro. Para isso, ele casa sua irmã com o líder do grupo de bárbaros combatentes, especializados em combates montados. Seu nome é Khal Drogo. Ela também é auxiliada por Sor Jorah Mormont, um exilado de Westeros, por culpa de Ned Stark.
A jovem é filha do antigo rei de Westeros. Fugiram exilados, e depois de tanto tempo, ela pretende voltar para obter aquilo que por direito é seu. Mas antes, talvez ela tenha alguns percalços no caminho. Contudo, o sangue de dragões flui em suas veias. E uma magia antiga pode despertar dela.

"Dracarys!"
Daenerys Targaryen
Agora algumas curiosidades: mais de 150 bebês foram batizados com o nome de Khaleesi! O título é dado as mulheres dos Khals, líderes bárbaros. E um dos diversos títulos de Daenerys Targaryen.
O ator que interpreta Jojeen Reed tem 23 anos de idade! O cara nasceu em 1990!
Son Patrick, um dos personagens da obra, é um resultado de uma aposta. Explico: ele e um amigo apostaram que o Dallas Cowboy iria perder para o New York Giants (time do coração de Martin). Mas como Martin perdeu essa aposta, então ele deve que colocar um personagem com o nome de seu amigo. Que usa como símbolo uma estrela roxa (símbolo do Dallas Cowboy) morto por um gigante de gelo.
Sophie Turner adotou o cachorro que contracena com ela como um lobo gigante, raça do mundo de GoT. Lembrando que na história ela é a culpada pela morte de um desses animais. Para ver como podem ser contrastantes as personalidades do ator e do que se esta interpretando XP.
George Martin, se sente culpado por matar os personagens e por isso sempre passa nos sets de gravação. Não por piedade de sua criação, mas sim pois, por conta dele, o ator não estará na próxima temporada. Tanto que ele se sentiu extremamente mal com a cena do Casamento Vermelho. Se leu o livro em que isso ocorre ou assistiu esse episódio, você já deve entender o motivo.
O idioma dothraki foi criado para a série (não para os livros) e contêm mais de 3 mil palavras. Martin apesar de ser fã de Tolkien não é um filólogo, ou seja, não é um especializado em línguas. Eles correram atrás de David Peterson por indicação de um grupo especializado. Então, ele criou o idioma. Tanto que, por exemplo, Khal Drogo só tem duas falas na série em inglês (que seria como o idioma comum de Westeros), o resto é tudo em dothraki.
Existem várias versões da abertura da série, como a feita pelos atores que interpretam as crianças Stark (Samsa, Arya e Bran), assim como por Hodor. Sem contar as homenagens como uma abertura de Os Simpsons.
Sibel Kekilli, a amante de Tyrion começou sua carreira como atriz pornô. Lembrando que ela era uma prostituta na história. Jack Gleeson, que fez Joffrey Baratheon, recebeu uma carta do próprio Martin dizendo "todo mundo te odeia". Isso era uma confirmação de que realmente ele foi muito bom no papel. Lino Facioli, que interpreta Rob Arryn é brasileiro! O pior é que as cenas em que ele participa podem ser consideradas um tanto fortes no começo, visto que ele era um garoto de seis anos (Lino tinha treze quando começou) que ainda se amamentava na mãe.
O coração que Daenerys tem de comer na frente de Khal Drogo e seus homens era feito de gumberrys, balas de gelatina. Mas Emilia admite que não se sentiu bem e quase vomitou. E lógico, aquele cabelo nas cenas como uma Targaryen é uma peruca.
O próprio George pede que mudem algumas coisas na série, pois no livro, ele acreditou não ter ficado bom. Pequenas coisas, já que nem teria como alterar bastante da história agora. Aliás, quando Martin casou um amigo lhe fez ovos de dragão para ele. E ele incorporou aquilo na série. Tanto que são eles os usados no seriado.
Talysa Maegyr, o par amoroso de Robb Stark (na série somente, ela não existe nos livros), é interpretada por Oon Chaplin. É neta do grande Charles Chaplin!
Só George Martin e os produtores sabem o final da saga/série! Então, se o autor por algum acaso morrer (ele já esta velhinho e deve mais de um ataque cardíaco!), só Daniel e David saberão o final da história.
"Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo."
Cersei Lannister

terça-feira, 4 de abril de 2017

A cena musical inspirada por Tolkien

A escuridão chegou Acredite E você encontrará seu caminho A escuridão caiu uma promessa vive Dentro de você agora
Enya - May it be
Quando lemos O Silmarillion notamos que um fator importante é a música. Visto que em Ainulindalë é dito que toda Arda teria surgido de uma canção, uma harmonia, uma Música Magnífica. A Música dos Ainur. Isso demonstra como Tolkien, que tinha um grande conhecimento de seu idioma natal, literalmente brincava com certos aspectos dele. E várias canções são vistas nas obras desse mestre.
Temos a canção dos anões na casa de Bilbo (conhecida pelo filme O Hobbit: Uma jornada inesperada como Over the misty mountains cloud), as proferidas por Tom Bombadill em A Sociedade do Anel e verdadeiras pérolas como a Balada de Leithian, demonstrando o combate entre Sauron e o rei Felagund.
No mundo real nós temos também a influência da Terra-Média em músicos famosos. Nos anos 70, a banda Led Zeppelin se mostrou fã da obra. Algumas vezes não de forma tão clara, mas as referências estão lá. Tanto que podemos ver isso em canções como Ramble on, Battle of evermore e Misty mountain hop. Veja um trecho dessa última:

So I’ve decided what I’m gonna do now
So I’m packing my bags for the Misty Mountains
Where the spirits go now
Over the hills where the spirits fly

E o que falar de uma banda como o Rush, que criou uma música com o nome de Rivendell. Quem já leu os livros, sabe que essa é a forma em inglês de se escrever e falar Valfenda, a Última Casa Amiga. E até bandas como Marillion de rock progressivo tem seu nome tirado de O Silmariliion. Lembrando que uma música deles chamada Beautiful, mesmo não possuindo nada a ver com esse universo possui uma letra que nos faz refletir sobre as coisas simples da vida. Sinceramente, algo bem próximo do que algumas obras citadas tratam. E até faz lembrar a conversa entre Bilbo e Thorin no capítulo A Viagem de Volta em O Hobbit.

Everybody knows, we live in a world
Where they give bad names to beautiful things.
Everybody knows, we live in a world
Where we don’t give beautiful things a second glance.
Heaven only knows, we live in a world
Where what we call beautiful is just something on sale.
People laughing behind their hands,
While the fragile and the sensitive are given no chance.
And leafs turn
From red to brown,
To trodden down,
To trodden down.

Já a finlandesa Nightwish, em especial quando tinha como vocal Tarja Turunen, já demonstrou seu amor pelos universos fantásticos com Elvenpath. Em um trecho é citado o nome de Bilbo. Em outros, falasse sobre a criação dos Anéis de Poder.

At the grove I met the rest – the folk of my fantasies
Bilbo, Sparhawk, goblins and pixies
Snowman, Willow, trolls and the seven dwarves
The path goes forever on
(“Long ago, in the early years of the Second Age the great Elven-smiths forged rings of power”)
(“But then Dark Lord learned the crafof rink-making, and made the Master Ring”)

Esses dois últimos trechos foram retirados diretamente da animação de O Senhor dos Anéis, de Ralph Bakshi. É bem antiga até.
Até a banda Running Wild escreveu uma canção com uma temática dessas em Mordor. Nela, podemos ver uma parte que trata de cavaleiros negros. O mais correto é que isso seja uma citação aos Nazgul.

Black knights are controlling the land
They save and protégés from torment
They flight to defend

Ainda podemos notar que foram claramente inspiradas em textos de Tolkien como Summoning, banda de Black metal austríaca. Ao que parece todo o seu repertório é baseado nesse universo literário. Podemos notar isso, por exemplo, em seu álbum Minas Morgul. Entre os nomes das faixas vemos nomes comuns para um fã de O Senhor dos Anéis como Orthanc, Ungoliath, Through the Forest of  Dol Guldur e The legend of Master-Ring. E nessa linha de grupos mais pesados de músicas temos nomes claramente tirados das linhas escritas por Tolkien. Como Isengard, Cirith Ungol, Gorgoroth e Amon Amarth são só alguns exemplos.
Porém sem dúvida nenhuma a banda com maior fanatismo pelas obras e personagens criados por Tolkien é a alemã Blind Guardian. Com uma música como Lord of the Rings já se imaginaria isso.

There are signs on the ring
Which make me feel so down
There’s one to enslave
To find them all in time
And drive them into darkness
Forever they’ll be bound
Three for the kings
Of the elves high in light
Nine to the mortals
Which cry

Isso sem contar um álbum todo cantando a saga de O Silmarillion. Nightfall in Middle-Earth. Cito aqui uma música em especial dessa obra, a The Curse of Feanor.
Indo um pouco para a vertente mais alternativa pode ver os suecos, Par Lindh e Bjor Johansson em um projeto chamado Bilbo. Em um CD praticamente instrumental, eles tentam contar a história de Bilbo Bolseiro em sua grande aventura na Terra-Média. Serviria como prelúdio para um projeto de Bo Hansson chamado Music Inspired in The Lord of the Rings.
Talvez uma das homenagens mais fortes seja algo que veio da banda The Gathering. Na música intitulada Sand and Mercury, eles usam um diálogo retirado de uma entrevista de Tolkien a BBC. Ambos os textos tratam sobre algo muito pesado: o grupo trata da morte de um amigo. Já Tolkien fala sobre a relação de sua obra com a morte.
Podemos ainda citar grupos como Morgana LeFay, Stratovarius que quase sempre nomeiam uma de suas músicas como Lord of the Rings.
E até no Brasil vemos grandes inspirações. Um exemplo é a banda Lothloryen, claramente inspirada por toda essa mitologia. Temos com eles a Hobbit’s song, My mind in Mordor, entre outras. Essa banda foi fundada em Machado, cidade de Minas Gerais. O nome é uma clara homenagem a floresta de Lorien, além do nome dos jardins do valar Irmo.
Ainda que muitas bandas de metal melódico, black metal ou outros estilos não escrevam sobre Arda e seus personagens, podemos ver que de qualquer forma elas se inspiraram nesse mundo. Rhapsody é um dos maiores exemplos disso. Mesmo que não trate diretamente sobre isso, notamos que nada disso seria possível sem uma literatura fantástica como a que vemos em O Senhor dos Anéis, O Hobbit e o Silmarillion.
Podemos notar algo aqui: que o grande mestre Tolkien escreveu textos, canções e poemas que atingiram pessoas de diversas etnias. Só nesse artigo citei bandas de origem americana, inglesa, finlandesa, austríaca, alemãs e suecas. Obviamente existe bem mais que isso.
Além disso, é necessária uma menção honrosa para Sir Christopher Lee. Que ele conheceu J.R.R. Tolkien alguns até sabem, assim como ter criado uma banda de metal também. Poucos têm conhecimento que ele teria participado de um projeto chamado The Tolkien Ensemble no qual ele declama músicas e poemas de O Senhor dos Anéis.
Para além das montanhas nebulosas, frias, Adentrando cavernas, calabouços cravados, (...) O fogo vermelho queimava parelho, As árvores-tochas e fachos de luz
Misty mountains - Tolkien, cantada pelos anões da comitiva de Thorin

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Sensualização da Arlequina? Mas ela já não era sensualizada?


Muito se fala sobre sensualização de personagens das histórias em quadrinhos, nos filmes da nova geração. Muitas vezes eles estão certos nisso. Aproveitam de personagens femininas belas com decotes generosos, ou poses únicas. Porém, as pessoas me falaram que a Arlequina esta sensual demais. Mas ela é sensual! Bem mas vamos por partes:
O nome completo dela é Harley Francis Quinzel. Ela seria quase como uma auxiliar do Coringa no começo de sua carreira, mas com o sucesso da personagem ela ganhou muita repercussão. Fato esse que a fez ser inserida em equipes como o Esquadrão Suicida, entre outros.
Tendo surgido primeiramente nos desenhos animados (mais precisamente em Batman: A Série Animada, criação de Paul Dini e Bruce Timm, no ano de 1992). O sucesso da personagem no desenho levou aos seus aparecimentos também nas histórias do Batman em quadrinhos. Entretanto, assim como as histórias em quadrinhos do Coringa, as de Arlequina são mais psicóticas e com menos humor excêntrico do que as da série animada.
Harleen Quinzel destacou-se durante o período escolar como uma ágil ginasta, o que lhe permitiu obter uma bolsa de estudos para estudar Psiquiatria na Universidade de Arkham. Para conseguir boas notas, usou por diversas vezes de artifícios censuráveis, como paquerar seus professores.
Posteriormente, trabalhou como psiquiatra no Asilo Arkham, onde conheceu Coringa, seu paciente. Enganada pela história de que ele havia tido uma infância infeliz, Quinzel apaixona-se profundamente. Isso é visto no episódio "Mad Love" e depois retratado nas HQs da DC. Um detalhe é que as histórias contadas pelo Palhaço do Crime eram sempre modificadas por ele, a modo de parecer um herói para a jovem. As autoridades suspeitaram que ela tenha sido a responsável por ajudar o Coringa a escapar por diversas vezes do asilo e, por isso, a aprisionaram. Durante um terremoto em Gotham City, Quinzel escapa da prisão e transforma-se na Arlequina, parceira de Coringa no crime. O relacionamento entre Coringa e Arlequina é um dos mais complexos do Universo DC. Todos acreditam que ela é a única pessoa nesse mundo ao qual ele criou sentimentos de amor. Coringa já demonstrou certas vezes ter amor por ela, apesar de sempre ter um episódio onde ele abusa dela, verbal ou fisicamente.
No episódio "Harley and Ivy" do desenho animado Batman: A Série Animada, Arlequina está frustrada e, então, resolve roubar o Diamante Arlequim do museu de Gotham City para provar o seu valor. No mesmo instante, Hera Venenosa rouba plantas tóxicas do museu. As duas rapidamente tornam-se amigas e Hera Venenosa a leva para o seu lar, em um local de despejo de lixo tóxico. Hera Venenosa aplica-lhe uma injeção de soro que torna Arlequina imune a todas as toxinas e venenos. Juntas, praticam diversos delitos, ficando conhecidas como as "Rainhas do Crime" de Gotham City. A amizade é várias vezes abalada pela reprovação de Hera ao relacionamento entre Arlequina e Coringa, pois sente que o Coringa não dá o devido valor a sua companheira, sabendo que ele a maltrata quase constantemente. Por isso, Hera está sempre tentando persuadir Arlequina a desistir de sua paixão, sem sucesso. Ao que parece nas HQs elas teriam um caso amoroso, em especial, por parte de Hera.
Sobre a sua personalidade existem alguns fatores meio complicados. Em alguns pontos, a maioria fala dela ter sido ingênua por acreditar em um Coringa claramente chamado de homicida. O outro lado fala que, mesmo ele sendo um personagem perturbado, ela é única que consegue ser bem tratada pelo palhaço. Além de que muitas vezes ela usa de sedução para obter seus objetivos. Tanto no passado quando na época atual. Podemos concluir que ela é altamente instável. Isso não significa que ela seja burra! Longe disso! Tanto que muitas vezes ela consegue fazer seus próprios planos para seu intentos.
A revista Batman: Harley Quinn apresenta outra versão sobre a origem da amizade entre Arlequina e Hera Venenosa. Em dúvidas se realmente sente algo por Arlequina ou não, Coringa deixa o seu lado mau prevalecer. Ele a amarra em um foguete, que aterrissa em Robinson Park. Hera Venenosa a encontra e a salva, quando reconhece que se trata da Dra. Harleen Quinzel, que ela conheceu no Asilo Arkham. O plano inicial de Hera Venenosa é matá-la, porém tal ideia foi vencida pela curiosidade. Hera convence Arlequina a contar toda sua história e acaba notando alguma semelhança na história de Arlequina com a sua. Ela oferece ajuda à Arlequina para vingar-se de Batman e do Coringa. 
O escritor, Adam Glass repaginou a guria para o universo DC. Tanto que você pode notar como ela ficou diferente nas diversas mídias em que aparece. Agora sobre as algumas imagens acima em especial: ambas não tem um teor sensual? Ou eu estou vendo coisas? Oooook... E se eu falar que já saiu de um bolo para tentar... "divertir"... o seu pundizinho...
A primeira vez que Arlequina é retratada nos quadrinhos foi em Batman: Harley Quinn, lançada em outubro de 1999. Depois ganhando sua própria série de quadrinhos e participações em outras histórias da DC, nos Novos 52. Além do filme que estreou ainda ano passado, Harley já apareceu em outras mídias que não fossem HQs e desenhos animados. Ela já apareceu na série Birds of Prey, que contaria sobre uma Gotham, após a morte de Batman e do Coringa. Era uma psiquiatra!... Também aparece rapidamente em um episódio de Arrow, no complexo da Argus. Sem contar com suas participações em jogos como os da série Arkham (Arkham Asylum, Arkham City, Arkham Origins e Arkham Knight) e até DLCs.
Ou seja, Arlequina é uma personagem que se popularizou devido ao desenho animado do Batman criado por Bruce Timm. Ela tinha mesmo um lado sensual. Lógico, para uma visão de sensualização dos anos 60 ou 80... Ela tinha uma relação com o Coringa abusiva. Mas lembre-se: ambos são doentes mentais! Se eu estiver certo, o Palhaço do Crime ou é psicopata ou sociopata. Só que ela não esta sendo trazida por esse caminho contra a vontade. Se submete ao seu parceiro pois ela esta doente. Precisa de tratamento. Mas bem que ela usa suas habilidades para chamar a atenção de homens, quase sempre para auxiliar seu "pudinzinho". Não por ser cruel, mas sim por querer auxiliar quem ama.
Agora enfatizando sobre ser sensual... Olha eu sempre achei ela sensual. Afinal, todas as personagens que apareciam na série de Bruce Timm eram. Lembrando ela foi uma criação dele e Paul Dini.

domingo, 2 de abril de 2017

Logan: O fim de um ciclo para Hugh Jackman (crítica com spoilers)


"Não seja aquilo que te fizeram"
Logan
Ao assistir esse filme, saiba que esta terminando um ciclo. Seu começo foi em X-Men. Podemos contar além desse suas participações em X2, X-Men: The Last Stand, X-Men Origins: Wolverine, The Wolverine, X-Men: Days of Future Past, além de participações especiais em filmes como X-Men: First Class e X-Men: Apocalipse. E toda vez que Hugh Jackman fez o personagem, ele incorporou tudo que tinha no famoso canadense. Terminando com chave de ouro esse círculo com um final mais digno que dos quadrinhos, se me permitem disser! Mas confiram o filme antes de tudo.
Vamos a sinopse. No futuro de 2029, Logan se torna um motorista na região do Novo México. Os mutantes quase não existem mais no mundo. Ele pretende conseguir dinheiro para levar Charles Xavier para o mar, em um navio. Ao que parece, ele esta com uma doença degenerativa que pode ter sido causador de um grande acidente anos atrás. Os mutantes quase não existem, sendo que os únicos conhecidos pelo protagonista são ele, o Professor X e Caliban, um rastreador de mutantes que lhe auxilia. Contudo, sua vida muda quando, além de uma equipe de mercenários chamada Carniceiros lhe procura, uma suposta enfermeira com uma criança chamada Laura Kinney. Na verdade, essa garota já tinha entrado em contato psíquico com Charles... E ela é uma mutante! Pior: tem poderes muito parecidos com os do eterno carcaju. E ai ele tem que decidir o que fazer enquanto é caçado por um verdadeiro exército em seu encalço! Lembrando que seus poderes mutantes não são como antes, pois sua regeneração não funciona como antes e o adamantium esta matando! É uma corrida contra o tempo.

"Papai..."
Laura/X-23
Bem primeiro, POR FAVOR DEIXEM AS CRIANÇAS EM CASA. Ele é um filme baseado em quadrinhos, não significa que é uma coisa fofa como os filmes da Marvel! Tem cabeças sendo cortadas ali. HQ não é só feita de coisas coloridas e bonitas. Tem sangue, tripas, e muitas coisas que não são recomendadas para menores de idade.
A direção é ótima. Cenas nada forçadas. E um roteiro impecável. Tava para acreditar que aquilo poderia ser real. Tudo dirigido pelo grande James Mangold. Sem contar as referências a outros filmes da série, e de como eles conseguem lidar bem com aquele mundo, onde antes existia mutantes. Na verdade, de todos os filmes tratando sobre Logan, esse foi o mais fiel ao ambiente das HQs Marvel, visto que ele sempre destoava das demais. Enquanto os X-Men iriam mais para um lado heroico e protetor, o enredo das histórias de Wolverine iriam mais para algo mais pessoal ao "carcaju".
Falemos sobre Hugh Jackman. Eu estava colocando em contas (juntando as participações especiais em filmes dos X-Men) e ele talvez seja o ator com mais tempo fazendo o mesmo personagem em filmes de heróis. Ganhando ou empatando com Robert Downey Jr. Além de ser um poço de carisma e boa vontade quando veio ao Brasil ao conhecer o dublador de seu personagem mais conhecido, Isaac Bardavid. Mas lógico, isso não é só por conta da atuação de Hugh.
Logan também conta com um Patrick Stewart estupendo, que faz os últimos dias do Professor X maravilhosos (no caso, trágicos). Com remorsos que nos fazem ter muita dó daquele que um dia fundou a Escola para Jovens Super Dotados do Professor Xavier. Dafne Keen que interpreta Laura, mais conhecida por nós como X-23 devido a animação de onde surgiu (um caso parecido com a Arlequina). Uma grata surpresa. Reagindo de modo parecido com um bicho que foi muitas vezes maltratado pelo dono, ela cativou as pessoas a pensarem "essa garota tem que ser protegida pelo protagonista". Criando um laço perfeito.
Por último, muitos fizeram comparações com The Last of Us e O Velho Logan. A segunda faz sentido mesmo, visto que a produção realmente possuiu grande inspiração na HQ. Contudo a primeira não faz sentido, em especial se compararmos o final de ambos. Laura é uma criança arredia, diferente da personagem do game. Os protagonistas tem sua similaridade, mas cada um com sua carga emocional que nós conhecemos bem.

sábado, 1 de abril de 2017

Spawn: O soldado infernal


Depois todos vão para casa Eu correrei diretamente ao inferno e voltarei
Metallica - Hell and back
Em 1992, o criador de Spawn, Todd McFarlane já era visto de uma forma complicada. Muitos adoravam seus trabalhos, outros odiavam. Ainda assim, ele ganhava cada vez mais espaço dentro da Marvel. E seu talento fez com que a Casa das Ideias alavancasse as vendas, assim como outros artistas. Só que eles não tinham a devida valorização. Contudo, isso fez com que um evento conhecido como X-Odus, no qual aqueles que estavam ligados principalmente as publicações dos X-Men deixassem a editora de quadrinhos. Esses que saíram criaram então a Image Comics. 
Rob Liefeld, Erik Larsen, Jim Valentino, Marc Silvestri, Jim Lee e Todd McFarlane fundaram a nova editora, cada um com sua própria divisão e liberdade total para trabalhar em seus personagens. Com menos de um ano de criação, a Image Comics conseguiu conquistar mais de 10% do mercado de quadrinhos americano e chegou a ultrapassar a DC Comics, em vendas, nos Anos 90. Ele com certeza mostrou que os quadrinhos não seriam mais como os das eras de ouro e prata

Apenas peões em seu jogo distorcido A forte dor pela mentira que eu estou vivendo Por um amor que eu nunca pude trair
Iced Earth - A question of heaven
Sua história começa em Nova Iorque com um Spawn desmemoriado. Ele sabe pouca coisa sobre si mesmo. Entre outras coisas, agora tem consciência sobre poderes que possuí. Sem contar estar sendo atormentado por um Palhaço e pesadelos de sua vida passada. Ao poucos ele descobre tudo: ele é Al Simmons, um soldado americano traído por seu chefe, Jason Wynn. Ele teria sido morto por saber demais. No Além, ele foi capturado por Malebolgia. Este lhe ofereceu voltar ao mundo mortal para ver sua mulher, desde que oferecesse sua alma. O homem faz isso e se torna mais uma das Crias do Inferno. O problema é que cinco anos se passaram. Wanda esta casada com Terry Fitzgerald, melhor amigo Al Simmons. Eles tem até uma filha, Cyan. Fazendo com que o personagem tenha que esconder de todos sua identidade.
Ele tem que enfrentar inimigos como o Chacina e Capela (mandados ou por Jason Wynn, ou pelo mafioso Tony Twist). Além das indiretas do Palhaço, que na verdade é o Violador, um ser que trabalha para Malebolgia e odeia Simmons. Contudo, ele tem a ajuda de vovó Blake, o misterioso Cagliostro e o mendigo Botas. Enquanto isso, os detetives Sam e Twitch, investigam os casos envolvendo esse ser misterioso.
Entre algumas curiosidades temos a disputa por Angela. A personagem não foi uma criação de McFarlane. No começo, ele era responsável por tudo, desde as ilustrações até o roteiro. Outros grandes nomes da indústria de quadrinhos como Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman começaram a dividir isso com o autor, colocando novos aspectos na trama do personagem. E esse último criou a personagem angelical que caça demônios, em especial Spawns.  Portanto, Todd sempre repassava os royalties para o inglês quando sua personagem aparecia. Inclusive no fiasco do filme sobre o personagem. Só que em 2002, o autor de Spawn decidiu que não mandaria mais os lucros dela para Gaiman. Houve todo um processo judicial no qual cada um ficou com 50% dos lucros sobre a personagem, e Neil colocou a personagem na Marvel. Como irmã de Thor.
Muitos rascunhos são feitos antes de qualquer obra ganhar sua versão final – e isso vale para os quadrinhos. Antes de ter o visual clássico que todos conhecemos, o Spawn tinha sido planejado de uma forma muito mais... “tecnológica”.
Todd McFarlane começou trabalhar no Spawn quando ainda era muito jovem, então, sua primeira visão do personagem era algo que lembrava uma espécie de guerreiro de ficção científica – algo que caberia muito bem em algum filme do Ridley Scott ou em Star Wars.
Outro lance legal é que Todd McFarlane queria um personagem negro, pois não existia personagens desse estilo nos quadrinhos, ao menos com tamanha importância. Contudo, não queria que a cor da pele fosse o foco dos leitores. Então, decidiu que Spawn teria seu corpo todo carbonizado.
Certa vez, McFarlane anunciou que se afastaria das histórias e passaria o cargo para alguém chamado Will Carlton. Ninguém nunca tinha ouvido falar sobre tal autor. Acontece que Carlton nunca existiu e McFarlane assinou cerca de 20 edições de Spawn com um pseudônimo, aparentemente por achar divertida a ideia.
Suas edições foram publicadas fora de ordem – pelo menos nos EUA. Ninguém sabe ao certo o que rolou, mas, de alguma forma, as edições 19 e 20 da revista do Spawn foram puladas no lançamento. Algum tempo depois, entre a edição 24 e 25, saiu a 19, e entre a 25 e 26, surgiu a 20.