sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

HQs: A história - parte 4

A Marvel se renova e a bem-vinda década de 60
Em 1961, Stan Lee (que já estava consolidado na empresa) estava quase saindo da Marvel, pois não tinha vontade de ficar trabalhando com histórias de terror. A editora fez isso, pois rendia mais na época. Contudo, a mulher dele lhe deu a ideia que antes de sair de lá, fizesse uma história do modo que queria. Foi com esse ideal que deveria ser seu último roteiro que surgiu o Quarteto Fantástico.
Ele se uniu a Jack Kirby, ilustrador da Marvel na época. O desenhista mostrou os desenhos comuns dos personagens. Mas com um lado mais familiar e com poderes fantásticos. A primeira super equipe da Marvel (visto que a DC já tinha a Sociedade da Justiça nessa época). Mas o seu destaque era que agora eram personagem mais verossímeis, com problemas reais. Com cidades conhecidas como Nova Iorque, funcionando como um ponto de encontro dos heróis da editora. 
Outros personagens surgiriam da mente de Stan Lee com apoio de outros artistas da Casa das Idéias (como muitos chamam a Marvel), como o Hulk, Demolidor, Luke Cage entre outros. Eram personagens que muitas vezes não escolheram ter aqueles poderes, mas teriam que lidar com isso da melhor forma possível.
Mas seu maior sucesso foi o Homem-Aranha, o personagem mais famoso da Marvel. Peter Parker é um jovem adolescente criado por seus tios Ben e May. Ele é um típico rapaz maltratado por seus colegas de escola, como Flash Thompson e Kong, por ser mais voltado aos estudos e dedicado a família. Seus pais morreram quando ele era muito jovem, o obrigando a ficar aos cuidados dos parentes mais próximos.
Certo dia, após uma excursão, Peter é picado por uma aranha radioativa e ganhou super poderes. Entre eles super força, agilidade proporcional a uma aranha, conseguia aderir em paredes, sem contar um sexto sentido que o salva dos perigos iminentes. Só uma coisa que muitos confundem, é sobre as teias que ele solta. São um produto químico desenvolvido pelo próprio rapaz, e com isso, consegue se pendurar em prédios e até mesmo criar defesas dependendo da situação. Detalhe: ela se dissolve em uma hora. Com isso, ele usa um equipamento para poder guardar capsulas desse produto e recarregar seu lançador de teia. Assim, isso também impede que o rastreiem. Desenvolveu isso pois sempre foi um rapaz muito inteligente e especializado em química. 
Ao invés de usar suas habilidades contra o crime, ele começou a participar de competições de luta livre. Assim, ele obteria um dinheiro para si e ajudaria em casa. Como recebeu pouco, quando o dono do estádio foi roubado, ele deixou o ladrão fugir com toda a grana. Sendo que, com seus poderes, ele poderia muito bem impedir o crime.  Quando o jovem volta para casa descobre que seu tio Benjamin foi morto por um assaltante. Peter corre atrás do assassino, quando descobre ser ele, o mesmo que deixou escapar anteriormente. Ai a frase dita por seu tio Ben, faz mais sentido. Com grandes poderes vem grandes responsabilidade. Ele começa a notar os deveres que tem com seus novos dons. De ajudar os mais necessitados.
Para ocupar o lugar de seu tio, como provedor de sua casa, ele tenta arrumar um modo de obter dinheiro. Para isso começa a vender fotos como Homem-Aranha, enquanto combate ao crime, para o jornal Clarim Diário.
Um dos grandes detalhes sobre este personagem, assim como todos os outros da editora, são seus dramas mais realistas, para a época. Peter Parker era só um garoto sem o uniforme, pois tinha que ter responsabilidade com seus poderes. Além de cuidar de uma tia doente, enquanto tentava pagar as contas do mês.
Sem contar que podemos ver algo que seria mais explorado em outras obras da editora: o tratamento de questões sociais. Em X-Men, foi tratado sobre o preconceito. Temos uma parte da humanidade que tem o gene X, uma parte do DNA que concede poderes a pessoas. E para simbolizar isso, a editora usa as figuras de Charles Xavier e Erik Magnus. Também chamados de Professor X e Magneto. Ambos são mutantes poderosos com telepatia e controle sobre campos magnéticos, mas com visões de mundo diferentes. 
Antes amigos, os dois se viram com visões diferente sobre o uso dos poderes: enquanto Charles queria auxiliar os humanos com os poderes dos mutantes, assim conseguindo a aceitação deles de forma pacífica, Erik queria obter tudo através da força, se garantindo como raça superior e próximo nível na escala evolutiva. Esses dois personagens são inspirados em dois grandes da história norte-americana e mundial. Marthin Luther King (para o Professor X) e Malcom X (para Magneto).
Outro detalhe seria a queda parcial do maniqueísmo como o conhecemos desde a Era de Ouro. Nas histórias em quadrinhos nesse período, tínhamos obras que não mais tratavam o herói como um ser inabalável. Assim como muitas vezes vilões poderiam auxiliar os protagonistas. Um exemplo claro disso é o próprio Magneto que muitas vezes ajuda seu antigo amigo e seus pupilos. O próprio Gavião Arqueiro começa como um vilão contra os Vingadores (o time de heróis mais conhecido da Marvel atualmente).
Essas mudanças no modo de enredo foram tão importantes que se alteraram em outras editoras. Como na DC Comics.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Revistas da Trama Editora: U.F.O. Team - histórias de heróis com aliens!

Nos anos 90, uma revista de RPG existia como uma forte resistência nerd e um modo de ajudar os fãs desse hobby. A famosa Dragão Brasil. E era a única desse tipo por muito tempo (mais tarde falarei sobre outras revistas de RPG). Ao que parece ela tentou enveredar para a criação de jogos próprios. Criando um sistema original.
Então criaram o que viria a ser o sistema Daemon. Com ele, tivemos trabalhos baseados em algo que combinaria com Storyteller - estava mas na moda - mais voltado para a investigação, suspense e terror. Tanto que nesse período surgiram Arkanum e Trevas. Só que com eles, nós tínhamos histórias mais sobrenaturais. O pessoal da revista começou a criar histórias com teor mais do estilo Arquivos X. Era o começo de Invasão.
Várias aventuras foram criada para esse universo. Mas então, a Dragão Brasil e a Trama Editora começaram a publicar algumas histórias em quadrinhos. Para protagonizar elas, os caras desenterraram um personagem pouco conhecido. O Capitão Ninja.
O Capitão Ninja foi criado por Marcelo Cassaro (um dos criadores e principais membros da Dragão Brasil) e fez sua estréia na revista O Pequeno Ninja #3 (Editora Ninja, 1991), posteriormente foi publicado na revistas Pro Gamer (depois mudada para Gamers) em tirinhas que satirizavam diversos jogos de videogame.
Entre elas estão:
U.F.O. Team: É uma minissérie em quatro edições, que além de ser feita a partir de Invasão, também tem reminiscência do romance Espada da Galáxia. 
U.F.O Team é uma equipe meta-humana do Norad (North American Aerospace Defense Command), ele é especialmente treinado para missões envolvendo elementos alienígenas. Seus componentes são figuras estranhas e mantêm-se no grupo por motivos diversos – e nem todos por vontade própria.
Abigail Days, uma cirurgiã, é levada para a base da Norad por questões misteriosas. Lá ela encontra uma forma de vida alien extremamente estranha: um metaliano. Entre os outros personagens da história temos: Capitão Ninja, oficial da Força Aérea dos Estados Unidos da América, responsável pela divisão U.F.O. Team; Killbite, uma adolescente portadora de uma doença com caractéristicas vampíricas; Ogress, super-forte, é metade humana, metade metaliana (raça de aliens presente na história) que queria se tornar lutadora de wrestiling mas foi impedida por ser perigosa demais nos torneios; e Deadly Eye, exímio pistoleiro, cego de um olho, que parece saber bem mais que aparenta.
E eles terão que enfrentar a ameaça de uma simbiose diferente e talvez uma ameaça traktoriana.
Com desenho e arte-final de Joe Prado.
Killbite: Se centralizando na personagem Tatjana Bennet, uma garota com habilidades parecidas com as dos vampiros clássicos, ela tem uma doença rara. Que também lhe faz ser tomada por uma sede de sangue incontrolável. Mas detida por sangue artificial. Cansada das desculpas de seu tutor, ela tenta fugir da base da Norad. E consegue. Só que é pega por um sujeito que conheceu em uma boate. Sua fuga pode ser a última.
Em duas edições, desenhadas por Dino Gomes.
Capitão Ninja: O personagem esta sendo assombrado por alguém do seu passado. Um antigo amor, que literalmente, quer dilacerar o coração dele! O que será que esse personagem cheio de referências nerds pode ter feito?
Três edições foram lançadas.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Black Mirror: uma antologia distópica sobre tecnologia

"Isso é tão Black Mirror..."
-Frase comum dos fãs
Black Mirror impressiona muito até hoje. Sendo que ela começou em 2011, com origem britânica. Mas foi somente em 2016, na terceira temporada, que ela começou a engrenar. Chamando a atenção do grande público.
Seu nome Black Mirror (Espelho Negro, em uma tradução literal) se refere a tela dos PCs, celulares e tablets, aparelhos eletrônicos em geral. Pois a série em si, trata de tecnologias que podem ser utilizadas futuramente, ou como, podemos estar viciados em softwares e hardwares. Sempre sendo verossímil. Por mais incrível que pareça.
Seu criador é Charlie Brooker, um roteirista, satirista e comentarista britânico.

"Se a tecnologia é uma droga, Black Mirror conta sobre seus efeitos colaterais."
-Charlie Brooker
Suas temporadas são formadas por poucos episódios, cada um com sua própria história, sem ligação entre si (ou nem tanto...), com um enredo distópico. Algo que muitos podem ver que é parecido com Twilight Zone, ou como ficou conhecido no Brasil, Além da Imaginação. O motivo de se parecer tanto é que mesmo muitas vezes contando histórias sombrias, assim como TZ, nem sempre tem um final tão escuro. Mas que faz a audiência refletir sobre determinados assuntos citados na obra.
Nem todos os episódios se passam no futuro, mas muitos usam tecnologia avançada demais. Ainda assim, não fica tão longe de nossa realidade. 
Existe uma teoria que todos os episódios se passam no mesmo universo. Basta colocar os episódios em ordem. E faz muito sentido, devido a easter eggs por cada um deles. Mas o autor diz que isso não é algo real, só um modo te fazer a audiência se focar em detalhes. Bem, ele fez isso com talento.
Vejamos um pouco de alguns dos episódios que mais gostei.
Hino Nacional: A princesa Susannah, membro da família real britânica e queridinha da população (inclusive mídia), é sequestrada. Para recuperar a princesa, o sequestrador exige que o primeiro-ministro do país, Michael Callow, tenha relações sexuais com um porco na televisão ao vivo, caso contrário, ele a matará. Callow se recusa a ser chantageado, mas a opinião pública está gradualmente se voltando contra ele.
Toda a sua história: As pessoas implantaram um "chip" atrás da orelha, que lhes permite gravar tudo o que vêem e ouvem. Usando um controle remoto, os usuários podem executar uma "redemonstração", reproduzindo suas memórias diretamente nos olhos ou em um monitor de vídeo. Em um jantar, Liam desconfia do comportamento de sua esposa, Ffion, em relação a um homem chamado Jonas. 
Volto já: Ash mora com sua namorada Martha, e passa muito tempo nas redes sociais, até que um dia ele morre em um acidente de trânsito. Alguns dias depois, Martha descobre que está grávida e decide usar uma nova tecnologia capaz de simular a voz e a personalidade de Ash no celular, com base em seu perfil nas redes sociais e outros materiais audiovisuais. Este serviço a ajuda a superar seu desespero, até que um dia ela acidentalmente deixa seu celular cair no chão e entra em pânico. O Ash artificial lhe conta sobre o estágio experimental do serviço, no qual ela concorda em fazer com que a réplica seja transferida para um corpo sintético, quase idêntico a Ash. 
Manda quem pode: Um jovem é chantageado por hackers invisíveis para que siga um conjunto de diretrizes ou, caso contrário, imagens incriminadoras dele serão vazadas para o mundo.
USS Callister: Uma mulher acorda em uma nave espacial onde a tripulação enaltece o esperto e corajoso comandante, que usou coletas de DNA para simular pessoas reais dentro de seu jogo.

"A sinceridade é impiedosa."
-Frase que aparece em um episódio de Black Mirror
O próprio Charlie diz que a série é uma mistura de Twilight Zone com Tales of the Unexpected
Robert Downey Jr. gostou tanto de um certo episódio, que quer fazer um filme sobre ele. É o Toda sua história, onde as pessoas vivem em um mundo onde todos possuem um implante que grava suas memórias. O próprio Stephen King falou que é fã da série. Charlie Brooker disse que não se pode receber um elogio melhor que esse.
Em 2012 a série ganhou um Emmy de Melhor Filme para TV ou Mini-Série. 
Foi só depois que a Netflix colocou a série em seu catálogo que ela bombou. Por isso, ela viu seu potencial, e comprou os direitos sobre ela. Por 40 milhões de dólares. 
Muitos episódios podem parecer piadas, mas por exemplo, existe uma proposta na China para "rankear seus cidadãos". Atos errados, farão cair sua "nota". Parecido com o episódio Queda Livre. Lembrando que a China é um país conhecido por sua política que incentiva casais a terem só um filho, já que esse terá suas contas pagas até a velhice. Não é algo tão totalitário, mas cria certo sentido.
A música Anyone Who Knows What Love Is, da cantora Irma Thomas, é cantada ao menos uma vez por temporada. 
E como uma série britânica, eles tem também episódios especiais de Natal... Daquele jeito... Tudo em um só especial.
Os autores nunca consultam especialistas em tecnologia. Mas será que precisam? Sua ideia não é comentar algo real, mas chocar através de uma realidade próxima.
Por isso que muitas pessoas dizem coisas como "Onde Está Segunda? é tão Black Mirror" ou "Westworld é um episódio longo de Black Mirror". Pois Brooker criou não uma, mas várias formas de criticar o uso de tecnologias. Aliás, por onde você esta lendo esse texto?

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O que esta por de trás dos contos de fadas da Disney

Muitas histórias parecem bonitas, mas acredite, Walt Disney suavizava muitas animações desde os primórdios de suas obras. O motivo? Pois muitos contos, lendas e histórias, no original são completamente diferentes. Ou no mínimo, tem uma grande diferença com o original. É bem mais complicado, pois isso vem desde Branca de Neve. Mas vamos focar aqui.
Moana: Em A História da Mitologia para Quem tem Pressa, nós podemos ver um pouco sobre a mitologia maori. E vemos a trajetória de vida e morte de certo semideus. Maui sabia que morreria, então ele vai atrás da deusa da morte, Hine-Nui-Te-Po.
Para que eles entrassem no submundo ele teria que entrar no corpo de Hine-Nui-Te-Po. Não através do corpo dela por cima, mas sim nas partes baixas dela. Farpas afiadas de cristal e rochas vulcânicas perigosas compunham ela. Pássaros que o acompanhavam ficaram quietos por bastante tempo. Só que ao ver que Maui entraria na vagina da deusa e sairia pela boca ele fez barulho. Por achar graça na cena.
Maui que tinha colocado só a cabeça na vagina de Hine, deve sua cabeça decapitada. Sendo o primeiro ser vivo a morrer. E é por conta dele, que todo os maori tem que experimentar a morte.
Frozen: Esse conto foi escrito por Hans Christian Andersen
Um duende malvado chamado Velho Nick que morava no espaço, com seu laboratório. Certo dia ele desejou fazer uma travessura com alguém da Terra, e avistou no seu binóculos duas crianças na sacada de uma casa brincando com a neve que caia naquele momento. Então o duende decidiu criar um espelho maléfico, que distorcia as imagens ou seja a pessoa passaria a ser malvada na visão da pessoa que possuia o pedaço de vidro.
A malvada Rainha da Neve aparece, faz com que Kai se esqueça da irmã e leva-o com ela. Gerda procura pelo irmão: uma moita nasce de suas lágrimas, e investiga todos os cadáveres enterrados no chão, mas nenhum deles é de Kai, ou seja, ele ainda está vivo! Com a ajuda de uma garota ladra, eles retiram as farpas de Kai, combatem a bruxa e voltam para casa.
Pocahontas: Pocahontas significa algo como ousada e metida (já entendem parte da personalidade dela agora?) foi uma índia da tribo Powhatans que lutou pela paz entre colonos e índios durante a colonização inglesa nos Estados Unidos.
Quando tinha dez ou onze anos ela interveio quando seu pai, o líder dos Powhatans, sequestrou o líder dos colonos, John Smith. Ela interveio pelo menos mais duas vezes entre os indígenas e ingleses.
Pocahontas e John Smith nunca tiveram uma relação amorosa. Na verdade, ele era só alguém que funcionava como mentor para a jovem. 
Em 1612, a jovem foi capturada e presa pelos ingleses (enquanto fazia uma visita social). Ela foi presa por um ano e conheceria ali seu futuro marido, John Rolfe. Ela mudaria seu nome para Rebeca e se converteria para o cristianismo.
O casamento de Rolfe e Pocahontas, serviu muito bem para criar uma boa relação dos colonos com os indígenas. Sem contar, que isso mostrava que os índios poderiam ser "domesticados", por assim dizer. 
O rei James não queria receber Pocahontas formalmente. John Smith interveio, falando como a índia o salvou anos antes. Assim, ela foi recebida como parte da nobreza finalmente.
Depois de certo tempo, Pocahontas ficou doente. Talvez o diagnóstico tenha sido varíola, pneumonia ou tuberculose. 
Mulan: Mulan talvez seja um conto do Século VII, ao qual não se sabe se é baseado em fatos ou pura especulação. Mas se sabe que era a frente do seu tempo. Visto que ele trata sobre igualdade entre os sexos. 
O nome original da obra seria Hua Mulan. No poema, Fa Mulan, fica doze anos lutando no exército chinês. Só revelando sua verdadeira identidade quando volta para sua casa. Há citações que dizem que a personagem tem um irmão mais novo. E por isso, ela toma o lugar dele.
Dizem que a personagem usou sim roupas femininas antes de voltar para casa, mas isso foi necessário por conta de uma missão. Ou algo assim.
A história teria acontecido na dinastia Tang.
Tarzan: Ele foi criado pelo escritor americano Edgar Rice Burroughs. Uma das inspirações para o livro desse personagem foi Mogli, o Menino Lobo. O que é engraçado lembrar é que até na animação, Mogli veio primeiro.
O nome do Tarzan, na verdade, é John Clayton III. E ele é filho de aristocratas ingleses. A mãe dele morreu de causas naturais, e o pai dele... Foi morto pelo líder da tribos dos macacos que adotou o menino.
Ele conhece Jane, se apaixona, mas vai e volta da África (e da Inglaterra). E o Tarzan é podre de rico. Tanto na África e na Inglaterra. Além de ser poliglota. Diferente da animação, onde ele mal fala seu nome direito.
Cinderela: Esse aqui vem dos irmãos Grimm. Para seus pés caberem no sapatinho de cristal, uma irmã malvada corta os dedos do pé, e a outra corta o próprio calcanhar. Mas o príncipe é avisado de o sapatinho está repleto de sangue, e não aceita nenhuma das duas como esposa. Quando elas tentam comparecer à festa de casamento entre Cinderela e o príncipe, as irmãs têm os olhos furados por pássaros. Mais tarde, Cinderela quebra o pescoço da Madrasta Má com a tampa de um baú, matando a vilã. Ah, mais um detalhe: não existia fada madrinha na história dos irmãos Grimm.
A Bela Adormecida: Aurora espeta o dedo e dorme. O príncipe chega, estupra a garota e vai embora. Ela engravida e dá à luz, enquanto dorme. Na história de Giambattista Basile, a personagem acorda apenas quando os bebês, famintos, chupam o seu dedo e retiram o linho enfiado na carne. Outra versão mais antiga da mesma história (contada por Robert Darnton) diz que Aurora acorda com os recém-nascidos comendo o corpo da própria mãe, de tanta fome.
Ela tenta retomar a vida com os dois filhos, até que um dia o rei retorna e decide manter uma vida paralela com a moça, visitando a esposa de vez em quando. Mas a mulher começa a desconfiar da traição e manda um criado segui-lo, descobrindo tudo. Furiosa, ela dá um jeito de trazer as crianças até o castelo para fazer um jantar com os órgãos deles. A ideia não dá muito certo, e não contente, ela exige que Bela Adormecida seja jogada na fogueira. Ao descobrir toda a trama, o rei aparece, salva a jovem e os filhos e manda jogar a rainha na fogueira. Tenso!
Só para curiosidade: existe uma versão com teor bem mais sexual, escrita por Anne Rice. Aqui, o príncipe desperta a princesa, não com um beijo, mas com a iniciação sexual. Sua recompensa para acabar com os cem anos de encantamento é a escravidão total e completa de Bela a seu prazer. A heroína é levada para o castelo do príncipe onde terá de se submeter a provações inimagináveis como prova da sua entrega e dedicação.
A Pequena Sereia: Mais um livro creditado a Hans Christian Andersen. Ao invés de conceder a sua voz, Ariel tem a língua cortada, e por isso não pode falar. As pernas novas doem terrivelmente, como se ela andasse sobre cacos de vidro. Caso ela não consiga o beijo verdadeiro, ela morre. O príncipe se casa com outra (que acredita ter sido a sua salvadora no acidente), e Ariel quer voltar para o fundo do mar. Para se tornar sereia, basta assassinar o príncipe e deixar o sangue dele cair sobre seus pés. Mas Ariel não consegue matá-lo. Ela se joga no mar, e se transforma em espuma.
A Bela e a Fera: Em uma das primeiras versões, de Gabrielle-Suzanne Barbot de Villeneuve, Bela tem algo em comum com Cinderela: duas irmãs malvadas e invejosas. A trama original continua: após conquistar o amor da Fera, as irmãs tentam reter Bela fora de sua casa durante muito tempo. A ideia é irritar o Fera, fazendo com que ele devore sua amada quando ela retornar.
Isso aparece em uma animação de qualidade bem inferior ao da Disney.
Pinóquio: O personagem é muito mais manipulador na história As Aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi. Assim que aprende a falar, ele foge de casa. Quando o grilo falante tenta dar bons conselhos, Pinóquio se irrita e mata o amigo com uma martelada na cabeça. Depois, ele fala com mortos e fica agonizando quando dois perseguidores o enforcam. Ele escapa. Gepeto é engolido por um tubarão, ao invés de uma baleia. No fim da história, Pinóquio está à beira da morte.
A Branca de Neve e os Sete Anões: Mais um para a conta dos Irmãos Grimm. A Rainha não apenas manda matar Branca de Neve, ela também exige que o coração e o fígado da garota sejam trazidos de volta. Ela come os órgãos. O príncipe tenta levar o corpo da Branca de Neve com ele, mesmo achando que ela está morta. A garota não acorda com um beijo: o príncipe deixa o caixão cair, e o pedaço de maçã em sua garganta se desloca e sai da boca, fazendo com que ela acorde. O príncipe e Branca de Neve se casam, e convidam a Rainha para a cerimônia. Os dois forçam a vilã a usar sapatos incandescentes, e dançar até morrer.
Peter Pan: Esse já é bem forte sem nem vermos os "podres" de sua história verdadeira. Visto que Peter é na verdade, um anti-herói. A história de J.M. Barrie não foi tão modificada... com algumas exceções sórdidas. Quando os Garotos Perdidos envelheciam, o próprio Peter Pan se encarregava de matá-los, para evitar a superpopulação na Terra do Nunca. Outra história, Peter Pan in Kensington Gardens, sugere que o garoto enterrava cadáveres diariamente, incluindo bebês que se perdiam e eram assassinados.
A Princesa e o Sapo: A lenda do beijo que transforma sapo em príncipe já ganhou várias versões, mas nos primeiros textos conhecidos do "Príncipe Sapo", o feitiço do príncipe não é quebrado através de um beijo. A solução é maltratar o sapo, batendo-o na parede com a maior força possível. Outras versões dizem que o feitiço seria quebrado se o animal fosse queimado em uma fogueira, ou decapitado.
Enrolados: Bom, neste caso a coisa é muito diferente. Logo nos primeiros encontros entre Rapunzel e o príncipe, ela fica grávida, algo descoberto pela feiticeira ao ver a barriga da prisioneira. Quando o príncipe se depara com os cabelos cortados de Rapunzel, acredita que ela está morta, e se joga da janela, ficando cego com os espinhos no solo. Ele vaga sem rumo, chorando. Rapunzel dá à luz a gêmeos, e as suas lágrimas fazem com que o príncipe enxergue novamente.
Existe uma versão um pouco parecida com essa na HQ, Fábulas da Vertigo.
Alladin: Existem dois gênios na lâmpada: um mais fraco, que leva Aladdin de volta à sua mãe, e um segundo, mais forte, que concede os três desejos. Ele pede riqueza, um castelo e se casa com a princesa. O feiticeiro tenta roubar a lâmpada da esposa de Aladdin, mas ele usa um anel mágico (e não um tapete) para recuperar o objeto. Aladdin nunca liberta o gênio da lâmpada, pensando apenas em si mesmo. Ele batalha com o feiticeiro e mata-o. Mas o irmão do feiticeiro tenta matar Aladdin. Novamente, o herói escapa e mata o segundo adversário, vivendo rico para sempre.
É possível ver o conto original no livro Mil e Uma Noites.
O Cão e a Raposa: Quando Cooper e Tod passam a se perseguir, sem se reconhecer, o cachorro é atropelado por um trem. O dono do cão fica inconsolado, e promete vingança contra a raposa. Ele assassina toda a família de Tod, mas não consegue matá-lo. Mesmo assim, a raposa morre de cansaço, de tanto ser perseguida. Outra versão da história de Daniel P. Mannix sugere que o próprio caçador dá um tiro fatal em Cooper. Mesmo assim, a versão da Disney é boa demais!
Alice no País das Maravilhas: Ela existiu! Algumas versões apontam que a menina era uma das crianças preferidas de Lewis Carroll. Filha do também professor Henry George Liddell, foi numa viagem de barco junto com as irmãs — cuja faixa etária era entre sete e doze anos — que Alice Lideell despertou o interesse do estudioso de Oxford. 
Carroll tinha fascínio por crianças, especialmente meninas, e um de seus hábitos era guardar fotos de garotas nuas ou seminuas. Imagens da própria Alice já foram encontradas em seus arquivos. Há ainda especulações que Carroll tenha tido vontade de desenvolver um relacionamento amoroso com Alice, mas essa possibilidade foi descartada várias vezes.
Há uma forte especulação de que o autor escreveu toda a obra à base de drogas! As evidências? O longo narguilé baforado pela lagarta no capítulo 5, ou o cogumelo que ela oferece para Alice comer e crescer de tamanho – que seria uma clara referência aos alucinógenos.
Hércules: Segundo, mais uma vez, A História da Mitologia Para quem tem Pressa, Hércules era filho de Zeus com uma mortal, Alcmena. Na verdade, o líder do Olimpo era um grande galinha. E Hera o odiava.
Depois que Hera o enlouqueceu, Hércules matou seus filhos sem querer. Contudo, para expiar seus crimes, deve que cumprir os famosos doze trabalhos. Hades nunca teria sido seu inimigo. Pelo contrário, foi graças a ele que Cérbero voltou ao submundo.
O Corcunda de Notre Dame: Quasimodo foi mandado por Frolo para que raptasse Esmeralda, que tinha apenas quinze anos. Aliás, o soldado que tenta a salvar fica apaixonado por ela e vice-versa. Mas ele morre.
Depois de Esmeralda ser torturada pelos soldados e salva por Quasimodo, ela fica na catedral. Até ai tudo igual ao filme da Disney. Mas, quando Frolo consegue ficar a sós com ela, tenta a estuprar. Salva mais uma vez pelo corcunda. Mesmo assim, o sacerdote é maligno o bastante para matar a cigana.
Em resposta, Quasimodo joga seu antigo pai adotivo da catedral.
Ele, tempos depois de estar muito ferido devido os combates com soldados e Frolo, vai até uma cripta de ladrões. Lá esta o corpo de Esmeralda. Lá, ele a abraça e morre junto dela.
Fantasia: Na verdade, não é bem o filme inteiro em que ele aparece, visto que esse foi usado só como uma parte do longa... Mas o que significa? Simples.  Czernobog, que também pode ser lido como Deus Negro. Ele seria o responsável por todas as desgraças e mazelas do mundo. Na mitologia eslava ao menos era assim. E o demônio que aparece na animação é bem próximo do mal ao qual representavam ele. Só que ele, no longa, representa um ser que atormenta as almas de um vilarejo. Muitos consideram ele um demônio, mas é um deus do mal. Aparece no segmento Uma Noite no Monte Calvo.
O Caldeirão Mágico: Esse que é considerado o maior fracasso da Disney, e quase fez com que acabasse o departamento de animação da empresa. Ele surgiu quando compraram os direitos de The Prydain Chronicles criado por Lloyd Alexander. Eles tentaram colocar TODA a série de livros em um filme só. Sendo que a série esta em cinco livros.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Bright: quando o conto de fadas encontra uma trama policial?

Levanta sua bunda de Shrek e volta para sua Fiona!
-Daryl Ward
Orcs como marginais? Elfos como o topo da sociedade? Marginalização de alguns dos seres mágicos e outros não? E tudo isso não é um jogo de RPG, como Dungeons & Dragons... Ou Shadowrun. É um filme da Netflix. E pelo que tudo indica muito bom. Com as atuações de Will Smith e Joel Edgerton, ele conseguiu me encantar logo de começo. Pois eu amo Dia de Treinamento... E queria uma retratação do David Ayers depois do fiasco de Esquadrão Suicida.

Esse cara está no carro comigo e o mundo inteiro esta de olho.
-Daryl Ward
O filme trata sobre, em especial, sobre dois policiais: um humano e um orc, raça criada por Tolkien em O Hobbit. Que foi incorporado aos contos de fadas e fantasias modernas por muitos. Lá temos além de homens, as fadas, elfos, orcs, centauros, entre tantos outros. Ambientado em um presente alternativo onde humanos, orcs, elfos e fadas coexistem desde o início dos tempos acompanhamos trama de dois tiras. Daryl Ward (humano, interpretado por Will Smith) e Nick Jakoby (orc interpretado por Joel Edgerton). No entanto, essa parceria dos policiais é complicada devido ao fato de Jakoby ser um orc, uma raça que sofre preconceito dos humanos por ter optado em uma guerra que aconteceu há dois mil anos estar do lado do Senhor das Trevas. Daí em diante, eles se tornaram as criaturas mais discriminadas dessa sociedade, que tem os elfos no topo da cadeia e os orcs na escala mais baixa desse mundo. E isso piora, pois muitos acham que eles se apegam a uma lei dos clãs sempre citada.
Para complicar, Daryl levou um tiro por vacilo de Jakoby. Por isso, nem o tira humano sabe se pode confiar em seu parceiro. Por conta do estigma que os orcs sempre sofreram. E isso vai só piorar. 
Eles seguem sua rotina como tiras. Quando em uma patrulha noturna de rotina esbarram com uma força maligna que mudará definitivamente o futuro e o mundo. Ao chegar a um local de crime, eles encontram uma varinha mágica (varinha de condão como chamam), artefato dado como desaparecido do planeta desde que o uso da magia foi abolido na Terra. A partir daí, orcs, humanos e elfos travam uma disputa de perseguição pelo artefato e, consequentemente, pelo poder proveniente dele, que é capaz de destruir o planeta.

Por que são sempre os orcs que levam a fama de mau?
-Nick Jakoby
Will Smith esta brilhante nesse papel. Ele é um policial honesto dentro de uma cidade extremamente corrupta. Ele não tem que lidar só com criminosos. Mas também com a corregedoria, policiais corruptos, agentes relativos a magia e toda a sorte de gente doida por poder. Sem contar que lhe jogaram a bomba de ter um parceiro orc. Basicamente, ele é uma luz de lampião que esta se apagando na corrupção da cidade grande. Ainda ele resiste bravamente contra aqueles que querem usar a varinha para fins malignos. Não como um herói de capa e espada clássico. Existe razão no que faz.
Já Joel Edgerton é o orc. Só que ele é um bom policial, como Ward. Talvez até bem mais ingênuo. as vezes até mais engraçado. Querendo mudar a visão que a sociedade inteira tem sobre sua raça. Ele se inspira em Ward. Mesmo esse não confiando plenamente em Jakoby. A maquiagem é bem feita, não deixando que as expressões mesmo debaixo da máscara sejam perdidas. Sem contar o detalhe dos dentes dele lixado, um orgulho entre os dessa raça. Ele o fez para se parecer mais com os humanos que tanto o odeiam. Ao menos, entre a polícia.
A sociedade esta dividida em espécies de castas, sendo que a menor e mais odiada é a dos orcs. A magia estava se perdendo. Uma chama de esperança se acende e mesmo assim, ele não caí na mesmice. Só que eles não acreditam nisso, não muito. Se pegam a esperanças pequenas. Que todas as pessoas fazem.
Talvez, o maior problema seja seu lado um pouco mais caricato no final do filme. Tudo bem que você transformou um filme policial em uma história de fantasia. Só que ela se perde exatamente nisso. Se no final fosse mais policial e menos uma mistura de Maquina Mortífera com O Senhor dos Anéis, creio que muita mais gente teria gostado.
Sem contar a crítica social subentendida no contexto da obra. Muitas vezes, nós humanos, só nos unimos por duas questões: o ódio incomum por motivos torpes ou quando um inimigo maior e mais perigoso surge na nossa vida. Exemplo disso? Os orcs ajudaram ao Senhor das Trevas séculos atrás, milênios. E mesmo assim, os humanos os segregam. Parecido com a desculpa que pessoas normalmente dão para o ódio a judeus. Pois eles teriam crucificado o Messias, Jesus. Sendo que as religiões cristão são a maioria é meio injusto esse ponto de vista. Sem contar que a união entre Ward e Jakoby me parece quando alguns povos em guerras medievais se uniram para combater um inimigo em comum. Por exemplo, algo que aparece em Coração Valente.
Além da crítica sobre como o pessoal trata o pessoal das periferias. Pois é assim que os orcs são vistos por nós, os humanos.
Eu sinceramente curti. Não sei de onde eles se inspiraram mais nas raças, mas é um misto pequeno de folclore, livros de fantasia com filmes épicos atuais. Eu acho meio besta as pessoas enchendo a paciência, falando que "deviam falar o que é esse Senhor das Trevas" ou "a Guerra das Nove Raças". Isso esta subentendido na história. Sem precisar de mais efeitos especiais que a trama já tem.

Você é policial primeiro, ou um orc primeiro?
-Daryl Ward
Uma frase que não entendi de um conhecido foi "tirando que um elfo é mais forte que um orc é legalzinho". Aliás, ele escreveu isso errado. Mas... O problema não esta nisso. E sim em sua afirmação. Usando a obra de Tolkien como base para o que é um orc, lembrando que é dessa literatura que ele surgiu, nós vemos que o filme... ESTÁ CERTO.
Vamos por partes: quando lemos O Hobbit e outros livros que tratam do passado da Terra-Média, mundo criado por Tolkien e "berço dos orcs", nós descobrimos que eles são fortes, bestiais e perigosos. Nada além disso. Eles são perigosos, em especial, para os humanos. Agora falemos dos elfos.
Eles não deixam pegadas por onde andam, são sempre belos, qualquer coisa que criem é mágica, detectam o mal, são imortais... Em resumo, elfos são fodas desde que nasceram! E nos livros de Tolkien, o grande fator do orcs muitas vezes ganharem dos elfos não é qualidade, mesmo sendo fortes. Eles vencem devido ao grande número de seus exércitos. Pois esses seres não nasceram, mas foram criados por Melkor e Sauron. Tropas manufaturadas e perigosas, mas que eram mais poderosas pelos seus números.
Mas se quer ter uma maior certeza sobre isso, pense em uma coisa que acontece em obras de Star Wars, O Senhor dos Anéis, entre tantas outras obras. O mal torna as pessoas em perigosas. Veja Darth Vader, Lorde Sidious, Saruman, entre tantos outros personagens de fantasia. A vilã e seus comparsas são perigosos, pois servem ao Senhor das Trevas. Talvez eles tenham ficado poderosos pois usam dos poderes que esse ser lhes concedeu. Assim como as forças do mal fizeram com diversos vilões em contos clássicos.