domingo, 20 de julho de 2025

Quem é Mark Rein-Hagen?

Mark Rein-Hagen é um designer norte-americano de jogos de RPG, cartas, videogames e tabuleiros, mais conhecido por ARS Magica e por criar Vampiro: A Máscara (Vampire: The Masquerad) e o universo Mundo das Trevas (World of Darkness), que incluí títulos como Lobisomem: O Apocalipse (Werewolf: The Apocalyspe), Changelling: O Sonhar (Changelling: The Dreaming) e Aparicão: O Oblívio (Wraith: The Oblivion).
Também é co-criador de ARS Magica, junto com Jonathan Tweet. Foi fundador e coproprietário da White Wolf Game Studio, e atuou como roteiristas e produtor da série de TV, Kindred: The Embraced, baseada em Vampire, exibida pela Fox. Em 2007, Rein-Hagen vendeu sua parte na White Wolf e se dedica a projetos novos









sexta-feira, 18 de julho de 2025

Hector Oesterheld


Héctor Gemán Oesterheld em 23 de julho de 1919 foi um escritor de histórias em quadrinhos argentino.
Geólogo de profissão, Héctor enveredou pela literatura desde a juventude. Seu primeiro conto foi publicado no jornal La Prensa, em 1943. Nos anos seguintes, foi um constante colaborador da Editora Abril argentina, pela qual publicou muitos contos infantis na revista Gatito e relatos de ficção científica em Más Allá, até começar a criar roteiros de quadrinhos.
Em 1951, ele publicou sua primeira HQ, Ray Kitt, junto com Hugo Pratt, que marcou início dessa mítica dupla, que logo apresentaram Sargento Kirk, o inovador faroeste lançado em Misterix, em 1952. Nesse mesmo ano, apareceu Bull Rocket, um de seus personagens mais populares, desenhado por nomes como Campani e Solano López, que marcou a primeira etapa de sua vida como roteirista.
Em 1957, em companhia de seu irmão, fundou a editora Frontera, em que se destacaram as revistas Frontera e Hora Cero. Nesses títulos, apareceram numerosas e importantes obras, como Randal, the Killer, com desenhos de Arturo del Castillo; Ernie Pike e Ticonderoga, com Hugo Pratt; e a saga de ficção científica O Eternauta, parceria com Solano López, que se tornou um clássico da HQ mundial.
A obra de Oesterheld é extensa, e nela sempre esteve presente o espírito humanista e combativo do autor. No início da década de 1960, publicou Mort Cinder, com Alberto Breccia. No final da mesma década, seu posicionamento político tornou-se cada vez mais presente em suas criações. Também com Breccia, fez as biografias em quadrinhos de Che Guevara e Evita Perón, em 1968, e uma segunda versão mais politicamente carregada de O Eternauta em 1969.
Seu ativismo se converteu em militância quando passou a fazer parte do movimento guerrilheiro Montoneros, ao qual aderiu junto e por influência de suas quatro filhas, todas na faixa dos 20 anos de idade. Durante o golpe militar na Argentina, em 1976, Oesterheld passou à clandestinidade, e em 1977 foi sequestrado pelas Forças Armadas da ditadura. Suas filhas tiveram o mesmo destino, junto a três de seus genros. Estima-se que o autor foi assassinado pelos militares em 1978, aos 59 anos. Seu corpo nunca foi encontrado. Da família Oesterheld, ficaram apenas sua esposa Elsa (que morreu em 2015) e dois netos. Fonte: Editora Figura (dezembro 2020).
O Eternauta é ambientada em Buenos Aires, a trama começa com uma misteriosa nevasca tóxica que mata instantaneamente qualquer um que entre em contato com ela. O protagonista, Juan Salvo (na série, Ricardo Darin), sobrevive ao lado de sua família e um grupo de amigos, ao se isolar dentro de casa.
Ninguém se salva sozinho. Essa talvez seja a principal premissa da série O Eternauta, adaptação recente da Netflix para a famosa HQ argentina publicada posteriormente, ao longo da Ditadura Militar, nos anos 1970.
Algumas das consequências da série, para se der uma ideia, é a ampliação da busca por desaparecidos da época da Ditadura Militar, dentro da Argentina. Além da procura pelas netas do autor. Relembrando que o país, teve cerca de 340 campos de concentração. E compreendemos que O Eternauta transforma horror cósmico em alegoria ao fascismo latino-americano.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

White Wolf contrata nova diretora

A White Wolf anunciou a contratação de Jess Lanzillo, ex-Vice-Presidente de Franquia e Produto de D&D, como nova Diretora Criativa para o Mundo das Trevas.
Jess Lanzillo deixou recentemente seu cargo na Wizard of the Coast. Lanzillo ocupou vários cargos executivos na WotC, incluindo Chefe de Gabinete e Vice-Presidente de Criação para Magic: The Gathering. E agora, ela está a caminho da recém-revivida White Wolf, para liderar a visão e o desenvolvimento da propriedade intelectual do Mundo das Trevas.
“World of Darkness tem sido minha estrela-guia criativa desde os anos 90, e eu vi em primeira mão como esses jogos criam comunidades e inspiram contadores de histórias”, disse Lanzillo.
“Meu foco é apoiar e amplificar o que torna esses mundos especiais — a rica história, a autonomia dos jogadores, os temas maduros —, garantindo que eles alcancem todos que os adorem. World of Darkness é muito mais do que apenas jogos; é uma referência cultural com uma comunidade apaixonada e um incrível potencial inexplorado.” - completa, a nova Diretora Criativa para o World of Darkness.

FONTES:
EN World - https://www.enworld.org/.../jess-lanzillo-joins-white.../
ICV2 - https://icv2.com/.../people-move-former-d-d-vp-jess...

terça-feira, 8 de julho de 2025

Leis dos vampiros de Anne Rice

  1. Cada congregação deve ter seu líder e só ele pode autorizar a concessão do Dom das Trevas a um mortal, cuidando para que os métodos e os rituais sejam observados de maneira adequada;
  2. O Dom das Trevas jamais deve ser concedido aos aleijados, aos mutilados ou às crianças, ou para aqueles que, mesmo dotados com os Poderes das Trevas, não possam sobreviver por conta própria. Que fique entendido também que todos os mortais que receberam o Dom das Trevas devem possuir grande beleza física, tornando assim maior o insulto a Deus. 
  3. Um vampiro antigo jamais deve transmitir o seu dom, a fim de que o sangue iniciado não fique forte demais. Pois todos os nosso dons aumentam naturalmente com a idade, e os vampiros mais antigos têm força demais para ser repassada. Ferimentos, queimaduras - tais catástrofes, caso não destruam o Filho de Satã, apenas irão aumentar seus poderes depois que ele estiver cercado. No entanto, Satã protege o rebanho contra o poder dos mais velhos, pois quase todos, sem exceção, enlouquecem. Não havia conhecimento de nenhum vampiros vivo que tivesse mais de 300 anos. Nenhum dos que estavam vivos ali podia recordar da primeira congregação romana. O diabo chamava, com frequência, seus vampiros de volta ao lar. É por isto que os mortais devem ser escolhidos com habilidade. Os mortais que se deixavam dominar por paixões e uma vontade indômita deveriam ser evitados, assim como também os desprovidos dessas qualidades.
  4. Nenhum vampiro jamais pode destruir outro vampiro, só o mestre da congregação tem poder de vida e morte sobre todo o seu rebanho. E, além disso, é sua obrigação conduzir os velhos e loucos para o fogo quando não mais puderem servir a Satã como deveriam. É sua obrigação destruir todos os vampiros que não tenham sido criados de maneira adequada.  É sua obrigação destruir aqueles que tiverem sido feridos com tanta gravidade a ponto de não conseguirem sobreviver por conta própria. E, por fim, é sua obrigação procurar destruir todos os proscritos e todos aqueles que tenham violado estas leis.
  5. Nenhum vampiro jamais revelará sua verdadeira natureza para um mortal e permitir que este continue vivo. Nenhum vampiro jamais deve revelar a história dos vampiros para um mortal e deixar o mortal vivo. Nenhum vampiro poderá escrever a história dos vampiros ou deixar por escrito alguma informação verdadeira a respeito dos vampiros, de modo a evitar que esses escritos sejam encontrados tomados como legítimos por mortais. E o nome de um vampiro jamais deve ser conhecido pelos mortais, a não ser através de sua lápide, e jamais um vampiro deve revelar aos mortais a localização de seu refúgio ou o de algum outro vampiro

sábado, 5 de julho de 2025

Pecadores: terror com um toque do sobrenatural afro, e que se fodam os racistas!

"Pecadores" é um thriller no auge que entrega tudo que promete e vai sendo construído sem a menor pressa. Eu acho que os trailers tem estragado muito as experiências proporcionadas pelos filmes, então não assista nada, só vai!
Dois irmãos, "Fuligem" e "Fumaça", ambos magistralmente interpretados por B. Jordan, estão tentando recomeçar a vida no local onde cresceram, mas algo muito sinistro está no caminho deles.
No meio do terror, nasce a resistência. Através do blues. Essa música, que já foi chamada de "música do diabo", aqui vira arma de libertação. O clube musical dos protagonistas é um refúgio. Ali, o povo canta, dança, sonha e resiste. É um escudo contra o medo e a opressão. Não apenas dos povos negros, mas dos chineses também. Pecadores não é só um filme de terror, é um grito ancestral, embalado por música e marcado por luta. Uma obra que transforma dor em arte - e arte em revolução. 
Em Pecadores, os verdadeiros monstros não usam só capas, mas capuzes. Os vampiros da história são membros da KKK (Klu Klux Klan). A fome por sangue simboliza a violência estrutural contra os corpos negros.
O diretor Ryan Coogler usa o horror para retratar algo real e pessoal. "As melhores histórias de terror falam do que nos assombra de verdade." Nesse filme, o monstro é o racismo travestido de tradição.
O filme evidencia a vivência negra com thriller envolvente e aterrorizante. Existe um ditado no movimento cinematográfico negro: "Filmes feitos por nós, para nós, sobre nós". Trata-se do quanto é importante e significativo que existam produções que retratem a experiência negra a partir de cineastas negros. Em última instância, Coogler cria um filme complexo e intenso - mas também profundamente honesto, à medida que não impõe o que as pessoas precisam pensar sobre. Pecadores deixa os espectadores livres para se horroriza ou se compadecer.
A escolha pelos monstros sugadores de sangue, evidencia os predadores que a comunidade negra pode enfrentar, seja em qualquer época. Por isso, Pecadores, um filme que se passa em meio as leis segregacionistas, continua tão contemporâneo.
Uma coisa que me fez gostar muito de Pecadores foi a maneira como o Ryan Coogler decidiu filmar em filme ao invés de usar digital, ele conseguiu capturar muito bem a essência dessa história. Filmar com filme demanda um trabalho mais cuidadoso, porque assim o diretor não pode confiar totalmente no CGI, é preciso se jogar dentro do próprio filme. Então você sente a poeira, o sol escaldante, o suor desses personagens, parece que o filme te joga pra dentro dessa história.
Em Pecadores de Ryan Coogler foi apresentado a Halo, uma inovadora tecnologia de câmera desenvolvida especificamente para as gravações do filme.
Esta nova plataforma de captura possui entre 10 e 12 câmeras estrategicamente posicionadas para envolver completamente o rosto de um ator. A principal aplicação dessa tecnologia foi a captação de dados faciais de Michael B. Jordan, que foram posteriormente utilizados para aplicar digitalmente seu rosto em seu dublê.
A Halo foi crucial para a produção, sendo empregada em aproximadamente 50% das cenas onde ambos os gêmeos aparecem, garantindo uma transição fluida e realista entre os personagens.
A trilha sonora de Pecadores foi criada por Ludwig Göransson e Serena Göransson, com 29 momentos musicais distintos ao longo do filme. Participações de Brittany Howard, Raphael Saadiq, Don Toliver, Rhiannon Giddens e Bobby Rush, que aparece em cena tocando gaita ao vivo. Miles Caton aprendeu slide guitar em um Dobro Cyclops de 1932.A maquiagem é assinada por Mike Fontaine, que criou próteses e efeitos práticos inspirados em Green Room e O Enigma de Outro Mundo. As peças foram moldadas por sua equipe em Nova York e aplicadas no set em Nova Orleans. Tudo sob a direção de Ryan Coogler.
Um detalhe sobre Pecadores, é que o personagem Sammy, em seu final, não tem um reflexo no espelho. Mas como, se ele não é um vampiro? Sendo que as almas desses sugadores de sangue estão presas em seus corpos. A verdade é que o guitarrista de blues, é inspirado no cantor verdadeiro, Robert Johnson, que teria feito um pacto em uma encruzilhada. E essa tradição foi endemoniada por missionários e colonizadores, o que faria Johnson ser tratado como alguém que fez um trato com o diabo.
A sombra que aparece para o jovem Sammy, pode ser Papa Legba, esse espírito, entidade, que surge como parte das tradições africanas e haitianas. E por isso, Sammy não teria reflexo, devido a parte desse acordo. Mas nada com conotação maligna.