sábado, 30 de novembro de 2024

A cena que demonstra bem, o quão bom é um diretor, em O Exterminador do Futuro 2

Hoje, depois de assistir a esta cena de "O Exterminador do Futuro 2" tantas vezes, ela pode não parecer tão surpreendente. É onde John Connor fica entre o T-800 e o T-1000 pela primeira vez, e, claro, todos nós sabemos que o T-800, o grande personagem icônico de Arnold Schwarzenegger, irá proteger John Connor, que, no futuro, se tornaria o líder da resistência humana e que mandou o T-800 para o passado para proteger a si mesmo e Sarah Connor. Todos nós estamos cansados de saber dessa história.
Mas não foi bem assim na época do lançamento do longa, principalmente para as pessoas que viram o filme no cinema, assim como eu. Toda a campanha de marketing e todos os trailers não demonstravam que Arnold Schwarzenegger/T-800 estaria do lado dos humanos dessa vez na história. Lembre-se de que o T-800 foi o grande vilão do primeiro filme, e todo o início de "Exterminador do Futuro 2" não dá nenhum indício de que o T-800 seria o protetor de John. Então, naquela cena magnífica do corredor, quando ele diz para John Connor abaixar, atira várias vezes no T-1000, e tudo é revelado, o cinema veio abaixo. Lembro que, na minha sessão, houve vários "caralhos", "huowww", gritos e muita vibração. Sem dúvidas, um dos melhores e mais tensos momentos da história do cinema.

sábado, 23 de novembro de 2024

Sobre Como Treinar Seu Dragão, Wagner Thomazoni, opiniões burras e preconceito nas redes sociais

Com a nova versão em live-action de Como Treinar o Seu Dragão, já vem gente em redes sociais falar besteira. E um deles é o Wagner Thomazoni. Que não apenas é o vocalista da banda Tragicômico, mas que já falou contra uma empresa por ter chamado um socialista para sua estande, e ele não foi. O cara só quer chamar atenção do modo errado!
Bem, vamos já tirar as desculpas esfarrapadas aqui: não existe racismo reverso! Não existe lacração como bolsonaristas falam e nem sequer agenda woke como republicanos e democratas falam. Só existe representatividade, em diferentes formas dentro de diferentes mídias, antes mesmo dessas pessoas existirem. Então, tirado isso da frente, vamos examinar esses textos dele. 
Ele fala sobre "as pessoas acharem absurdo um branco no papel no papel de um negro". Pois é sim absurdo. Não dá para comparar os sofrimentos de povos, etnias, religiões e minorias, um com o outro. Ele não sabe, por exemplo sobre Leopoldo II, rei belga matou dez milhões no Congo. Na virada do século 20, os africanos eram usados como escravos a serviço dos belgas. Castigos físicos e mutilações de pés e mãos eram usados para punir os trabalhadores que não alcançavam a meta de produção estipulada pelo rei. Então eu acho que não dá para comparar com os vikings. 
Mas então, por qual motivo poderíamos colocara uma atriz negra no papel de uma germânica? Nem vamos colocar aqui o texto da história fictícia. Vamos falar dos vikings mesmo, que pilhavam, roubavam e matavam, como bandoleiros, atacando vilas pouco protegidas e mosteiros. Em alguns pontos, especialmente por só responderem aos seus líderes, lembravam os cangaceiros nordestinos do Brasil. Onde víamos, em estudos, devido a esses ataques e aceitação desses povos bárbaros, fez eles terem traços miscigenados. A atriz, Nico Parker, tem uma cara muito próxima dessa mistura étnica. O que era comum demais no auge do povo citado.
A miscigenação existe por todo o mundo, e muito disso se deve ao escravismo (não de modo positivo, é claro). Dentro de um período histórico, famílias inteiras foram retiradas de seu continente e trazidas pelo mar, com a chance de não sobreviverem (tanto que os navios negreiros, também eram chamados de navios tumbeiros), para um local desconhecido. Então, ele acha que quem briga por isso, pela representatividade, está chorando muito no Twitter, sendo que ele está usando a rede social exatamente para isso.
Ele fala que identitarismo, segundo @EliVieiraJr, seria uma preferência estética. Mas está bem longe disso. Identitarismo, nasce de grupos sociais formados por pessoas que compartilham aspectos da sua identidade e, logo, possuem interesses, perspectivas e demandas em comum. E sabe o que é pior, nesse contexto que coloquei de identidade, encaixa melhor na defesa do Wagner do que a desse tal Eli, pois o que ele está defendendo seria uma "identidade viking", "identidade germânica". Pois ele mesmo fala sobre colocar atores brancos em papeis de personagens brancos apenas.
Sem contar que ele ignora a grande quantidade, até 2020, de atores escalados para papéis que deveriam ser de orientais, por exemplo. Ele que é um cantor de anime song, poderia saber da atriz Giovanna Antonelli que já fez papel de uma moça negra (novela Segundo Sol) e filha de um casal asíatico (novela Sol Nascente), em obras da Globo. Ou pra ficar na parte de animes, a atriz Scarlett Johansson que fez a japonesa Motoko Kusanagi, no filme live action de Ghost in the Shell.
Ele compara a figura da sereia feita por uma atriz negra, a um orixá ser feito por um ator branco. A figura de uma entidade, como Xangô, ainda é cultuada até os dias de hoje. Devido a resistência espiritual dos que eram escravizados. Em religiões como a umbanda e o candomblé, elas persistem como parte desse legado, misturando características de religiões africanas, não apenas uma. Diferente de cultos a deuses como Odin, Zeus ou Rá, que não tiveram esse problema. E mesmo que houvesse ou haja pessoas que cultuam esses deuses germânicos, gregos e egípcios, hoje em dia, eles nunca foram tratados pelas civilizações atuais como demônios.
Já no caso de uma lenda, ou mitologia, isso se torna mais livre.
O pior é que ele escreve "cultura que seja predominantemente branca". Nenhuma cultura é predominantemente branca! O croissant é islâmico, tanto que tem a forma de lua crescente, o ouro que pagou a Revolução Industrial Inglesa é do Brasil, os diamantes da coroa da Inglaterra tem origem na África. A gente não pode falar sobre uma cultura branca. Nem os judeus poderiam ser chamados apenas de brancos num deserto daqueles que viveram!
O pior é o palavrão que ele trata as pessoas quando quer dar ênfase ao seu preconceito. E pior, ele compara as tranças vikings as tranças africanas. Como se fossem muito parecidas. Tanto em estética quando em origem. Quem entende de cabelo, mais do que eu deve saber que isso não faz sentido.
Agora notem bem isso. Se no livro, que é a fonte da história para o filme, ele mesmo diz, que existiam pessoas negras, mesmo sendo uma obra com teor germânico, ele não tem que falar nada. 
Fãs podem reclamar, como ele mesmo diz. Mas opinião, sem fundamento, é apenas isso. Se ela tiver fundamento, se torna uma crítica, quase sempre construtiva. E ele não tem fundamento nenhum nisso.
E ele fala que a atriz ficou uma bosta na filmagem, sendo que nem viu ela atuar. O trailer se concentra no Soluço e no Banguela. 
Racismo é burro. Como de costume.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Rio 1710 – um jogo de interpretação

“Rio 1710 – um jogo de interpretação” é um livro-jogo de RPG de mesa, produzido pela Prefeitura do Rio, por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). O livro transporta os leitores e jogadores para o início do século XVIII na cidade do Rio de Janeiro, proporcionando uma imersão em um cenário rico em história e cultura.

Baseado em intensas pesquisas e em iconografia histórica, a obra recria aspectos da sociedade, paisagem e cultura carioca da época. Os leitores poderão explorar construções e locais históricos, se aventurar nos primórdios da colonização portuguesa na cidade, interagir com personagens da época e, com liberdade total de imaginação, criar novas aventuras em um Rio de Janeiro de mais de 300 anos atrás.

O Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) lançou, em 8 de Novembro de 2024, o livro “Rio 1710 – Um jogo de interpretação”, uma obra que convida leitores e gamers a explorarem o Rio de Janeiro Colonial em um RPG de mesa que transporta o jogador para o início do século XVIII na cidade, proporcionando uma imersão em um cenário rico em história e cultura. O lançamento foi aberto ao público no Espaço Urbana Carioca, (Praça XV, 34 – ao lado do Arco do Telles, no Centro), às 15h.

A ideia para o livro surgiu de uma campanha de RPG – que é o período que dura uma jornada do jogo – da qual o servidor do IRPH, Rafael Koury, participou durante a pandemia. A experiência, que durou um ano e meio e girou em torno dessa temática, foi tão imersiva que acabou inspirando a criação do livro, com narrativa mais detalhada e ampliação do uso na área de educação.

Para a presidente do IRPH, Laura Di Blasi, o livro inova na forma de aprender um pouco mais sobre a história do Rio.

https://irph.prefeitura.rio/livro-1710-um-jogo-de-interpretacao/