sábado, 1 de abril de 2017

Spawn: O soldado infernal


Depois todos vão para casa Eu correrei diretamente ao inferno e voltarei
Metallica - Hell and back
Em 1992, o criador de Spawn, Todd McFarlane já era visto de uma forma complicada. Muitos adoravam seus trabalhos, outros odiavam. Ainda assim, ele ganhava cada vez mais espaço dentro da Marvel. E seu talento fez com que a Casa das Ideias alavancasse as vendas, assim como outros artistas. Só que eles não tinham a devida valorização. Contudo, isso fez com que um evento conhecido como X-Odus, no qual aqueles que estavam ligados principalmente as publicações dos X-Men deixassem a editora de quadrinhos. Esses que saíram criaram então a Image Comics. 
Rob Liefeld, Erik Larsen, Jim Valentino, Marc Silvestri, Jim Lee e Todd McFarlane fundaram a nova editora, cada um com sua própria divisão e liberdade total para trabalhar em seus personagens. Com menos de um ano de criação, a Image Comics conseguiu conquistar mais de 10% do mercado de quadrinhos americano e chegou a ultrapassar a DC Comics, em vendas, nos Anos 90. Ele com certeza mostrou que os quadrinhos não seriam mais como os das eras de ouro e prata

Apenas peões em seu jogo distorcido A forte dor pela mentira que eu estou vivendo Por um amor que eu nunca pude trair
Iced Earth - A question of heaven
Sua história começa em Nova Iorque com um Spawn desmemoriado. Ele sabe pouca coisa sobre si mesmo. Entre outras coisas, agora tem consciência sobre poderes que possuí. Sem contar estar sendo atormentado por um Palhaço e pesadelos de sua vida passada. Ao poucos ele descobre tudo: ele é Al Simmons, um soldado americano traído por seu chefe, Jason Wynn. Ele teria sido morto por saber demais. No Além, ele foi capturado por Malebolgia. Este lhe ofereceu voltar ao mundo mortal para ver sua mulher, desde que oferecesse sua alma. O homem faz isso e se torna mais uma das Crias do Inferno. O problema é que cinco anos se passaram. Wanda esta casada com Terry Fitzgerald, melhor amigo Al Simmons. Eles tem até uma filha, Cyan. Fazendo com que o personagem tenha que esconder de todos sua identidade.
Ele tem que enfrentar inimigos como o Chacina e Capela (mandados ou por Jason Wynn, ou pelo mafioso Tony Twist). Além das indiretas do Palhaço, que na verdade é o Violador, um ser que trabalha para Malebolgia e odeia Simmons. Contudo, ele tem a ajuda de vovó Blake, o misterioso Cagliostro e o mendigo Botas. Enquanto isso, os detetives Sam e Twitch, investigam os casos envolvendo esse ser misterioso.
Entre algumas curiosidades temos a disputa por Angela. A personagem não foi uma criação de McFarlane. No começo, ele era responsável por tudo, desde as ilustrações até o roteiro. Outros grandes nomes da indústria de quadrinhos como Frank Miller, Alan Moore e Neil Gaiman começaram a dividir isso com o autor, colocando novos aspectos na trama do personagem. E esse último criou a personagem angelical que caça demônios, em especial Spawns.  Portanto, Todd sempre repassava os royalties para o inglês quando sua personagem aparecia. Inclusive no fiasco do filme sobre o personagem. Só que em 2002, o autor de Spawn decidiu que não mandaria mais os lucros dela para Gaiman. Houve todo um processo judicial no qual cada um ficou com 50% dos lucros sobre a personagem, e Neil colocou a personagem na Marvel. Como irmã de Thor.
Muitos rascunhos são feitos antes de qualquer obra ganhar sua versão final – e isso vale para os quadrinhos. Antes de ter o visual clássico que todos conhecemos, o Spawn tinha sido planejado de uma forma muito mais... “tecnológica”.
Todd McFarlane começou trabalhar no Spawn quando ainda era muito jovem, então, sua primeira visão do personagem era algo que lembrava uma espécie de guerreiro de ficção científica – algo que caberia muito bem em algum filme do Ridley Scott ou em Star Wars.
Outro lance legal é que Todd McFarlane queria um personagem negro, pois não existia personagens desse estilo nos quadrinhos, ao menos com tamanha importância. Contudo, não queria que a cor da pele fosse o foco dos leitores. Então, decidiu que Spawn teria seu corpo todo carbonizado.
Certa vez, McFarlane anunciou que se afastaria das histórias e passaria o cargo para alguém chamado Will Carlton. Ninguém nunca tinha ouvido falar sobre tal autor. Acontece que Carlton nunca existiu e McFarlane assinou cerca de 20 edições de Spawn com um pseudônimo, aparentemente por achar divertida a ideia.
Suas edições foram publicadas fora de ordem – pelo menos nos EUA. Ninguém sabe ao certo o que rolou, mas, de alguma forma, as edições 19 e 20 da revista do Spawn foram puladas no lançamento. Algum tempo depois, entre a edição 24 e 25, saiu a 19, e entre a 25 e 26, surgiu a 20.

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