sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Seven nos faz entender o ato bolsonarista de um homem colocar fogo em seu corpo

Seven é um dos filmes que quebrou parâmetros de Hollywood, com relação a filmes de detetive. Em que não é interessante nele descobrir o assassino, mas acompanhar os protagonistas. Pois então compreendemos suas intenções e como ele termina sendo apoteótico para quem está acompanhado. E até mesmo sinistro para quem compreende aquilo.
Entretanto, isso nos faz compreender também até onde vai o fanatismo político, que esteve tão em alta nos últimos tempos do Brasil. Em especial, com relação ao bolsonarismo, que já deveria ser tratado como crime. Assim como nazi-fascismo.

Para que as pessoas nos ouçam, não basta dar um tapinhas nas costas, temos que usar uma marreta mesmo. Só assim obtemos sua total atenção. 
Dois policiais, um jovem e impetuoso (David Mills de Brad Pitt) e o outro maduro (William Somerset de Morgan Freeman) e prestes a se aposentar, são encarregados de uma perigosa investigação: encontrar um serial killer que mata as pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais.
Logo no início é possível prever que Seven não será um filme fácil. Em uma de suas primeiras cenas, por exemplo, Somerset é obrigado a usar um metrônomo para que os sons da violência que ocorre do lado de fora de sua casa sejam abafados e ele possa dormir, o que mostra o quão estressante é seu trabalho.
E dito isso, os crimes continuam ocorrendo, até que faltam dois (Inveja e Ira). Nesse meio tempo, o serial killer, claramente um terrivelmente cristão, se entrega a polícia. E diz que sabe onde estará sua próxima vítima. O assassino é interpretado por Kevin Spacey (que nessa época não estava envolvido com os escândalos sexuais nos tribunais, que atingiram sua carreira).
Quando chega aos minutos finais, é revelado que o serial killer tinha INVEJA de Mills. Da vida com sua esposa, grávida, que ele não sabia. E ela foi morta por ele.
Em seguida, a cabeça da mulher é entregue ao policial Somerset, que vê e quer impedir mais uma morte. O serial fala a Mills o que fez, e revela que a moça estava grávida. O que deixa o detetive em IRA atirando contra o assassino.
O filme termina com uma visão triste, mas ainda surge uma boa mensagem no final. Mas, no que ele se relaciona com o bolsonarismo? Vamos lá.

Se pegarmos John Dee... E ele for o Diabo, digo, o próprio Satã... Isso viria de encontro as nossas expectativas. Mas ele não é o Diabo. Ele é só um homem.
Nos últimos 4 anos (de 2019 até 2022) o bolsonarismo cresceu, devido a intenção dos políticos de direita em permitir os absurdos de Jair Messias Bolsonaro. Ele era o presidente nesse período citado. 
Dito isso, ocorreram coisas como as mortes de mais de 570 indígenas yanomamis, os gastos com leite condensado e itens sexuais para o exército brasileiro, citações e aparições de ministros (e do presidente também) com teor nazi-fascista, compra de mais de 100 imóveis, - sendo que cerca desses, mais de 50 foram comprados em dinheiro vivo - criminalidade aumentando, inflação gritante nos valores da gasolina e alimentos - mesmo sendo grandes produtores dos dois - e tantas outras coisas que não caberiam aqui. O mensalão e o petrolão, creditado aos governos do PT (Lula e Dilma) parecem brincadeira de criança. 
E com tudo isso, depois do encerramento do governo Jair Messias Bolsonaro ocorreu a pose de Lula em 1 de Janeiro de 2023. Só lembrando que a entrega de faixa ocorreu pelas mãos de populares. Já que Bolsonaro foi para os Estados Unidos da América, dias antes disso. Usando visto diplomático.
Depois, no dia 8 de Janeiro do mesmo ano, um grupo de mais de mil pessoas de diversos tipos, atacaram os prédios dos 3 poderes em Brasília. A destruição dos locais geraram agressões contra um policial e um cavalo por exemplo, e destruição de grande parte do patrimônio público e artístico do Brasil. Entre a destruição de itens importantes estão quadros de Candido Portinari e um relógio de um antigo rei da França, ao qual só existem dois no mundo.
Independente disso, não é disso que irei falar. Vejamos a seguir.

Eu invejo sua vida normal. A inveja é o meu pecado. Torne-se vingança... Torne-se... Ira.
"Um homem ateou fogo no próprio corpo nesta terça-feira, 31, no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi revelado pelo Portal Metrópoles e confirmado pelo Estadão. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), os policiais foram acionados às 16h30 para averiguar uma possível tentativa de suicídio. Ao chegarem ao local, constataram que o homem teria colocado fogo em si mesmo. Segundo testemunhas, o homem tem 58 anos, é natural da cidade de Botucatu, em São Paulo, e chegou a proferir gritos contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em que dizia 'Morte ao Xandão'. Conforme a polícia, pessoas que estavam no local conseguiram apagar as chamas e acionaram o SAMU. O homem foi hospitalizado. Seu estado de saúde não foi divulgado. Junto ao homem, foram encontrados papéis com fotos de Johann Georg Elser, conhecido por ter tentado matar o ditador nazista Adolf Hitler; do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela; e de Claus von Stauffenberg, conhecido por comandar a operação Valquíria, que também tentou assassinar Hitler. Todas vinham acompanhadas da frase 'Perdeu, mané', expressão que o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, usou ao ser abordado em Nova York por um manifestante bolsonarista."
Dito isso, não precisamos associar isso apenas a esfera religiosa. Mas a política e social. Vejamos: 

Ernest Hemingway certa vez escreveu: "O mundo é um lugar bom, e vale a pena lutar por ele". Eu concordo com a segunda parte.
Tanto o serial killer de Seven, quando o homem que ateou fogo em si mesmo, vem de um mesmo ponto. Uma formação religiosa fanática, e digo do segundo, mesmo sem conhecer seu passado pois é assim com muitas pessoas ligadas ao fenômeno do bolsonarismo. Mas as ações deles, também podem ser associadas da seguinte maneira, pois não resistiram a pressão da sociedade.
Nós, especialmente nessa porção do ocidente, seguimos regras e padrões de uma sociedade cristã judaica apostólica romana. O que significa isso? Que nós deveríamos falar e fazer coisas seguindo esse viés cristão, ao qual, nós não alcançamos. Não por sermos maus, mas por termos falhas. O ser humano vai errar, mas esses dogmas - tanto religiosos, quanto sociais - nos exigem as ações mais adequadas. Não matar, e isso não está ligado ao fato da valorização da vida, mas na necessidade de cumprir um mandamento religioso e social.
Ainda assim, muitos descumprem os mandamentos. Um exemplo, adultério e honrar pai e mãe. Então, com pessoas fanática, que se apegam a ideias religiosas como sua maior saída, transformar isso em algo que eles não podem quebrar (ou que outros não podem quebrar) se torna um crime.
Ou seja, o serial killer não queria se matar, pois ele queria completar os pecados. Mas sim por ter quebrado seu padrão de regras religiosas e sociais. Assim como o bolsonarista ateou fogo em si, não por achar estar errado. Mas acreditar que as eleições estavam erradas. E ambas podem ser associadas a atos de fé, mas sabemos que uma parcela da sociedade, mais fanática e interessada que não ocorram mudanças nas pessoas quer isso. E por incrível que pareça, isso acontece em ambos os casos.

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