segunda-feira, 24 de abril de 2023

Guerra dos Tronos RPG: Mate soldados em exércitos, trame contra senhores e de quebra, conheça dragões e mortos-vivos...

Muita gente é louca pra aprender a jogar RPG de Mesa, no entanto, muitas pessoas se sentem desestimuladas a experimentar essa modalidade de jogo, seja por acreditarem que tem um alto nível de dificuldade na hora de aprender as regras ou pelos altos preços dos livros de RPG. É nesse contexto que o "Guerra dos Tronos RPG"  surge como uma opção acessível e divertida para quem quer se aventurar no mundo do RPG de mesa.
O RPG de mesa é uma das atividades mais divertidas e imersivas que existem para quem se atrai por histórias, seja algo direto ao ponto, focado na aventura e ação, seja algo mais investigativo, cheio de reviravoltas e acontecimentos imprevisíveis até pelo narrador, que sempre tem que improvisar. Por meio dele, é possível se aventurar em mundos fantásticos, conhecer novas pessoas, criar histórias e viver experiências incríveis. Felizmente isso abre possibilidades para jogar em tudo quanto é universo, indo desde As Crônicas de Nárnia, até mesmo obras nacionais, como Noite na Taverna. Tudo pode virar RPG!
As Crônicas de Gelo e Fogo, do escritor George R. R. Martin, são conhecidas por sua riqueza de detalhes, tramas complexas e personagens marcantes. O sucesso dos livros se estendeu para as telas, com a aclamada série "Game of Thrones" da HBO Max, que conquistou milhões de fãs ao redor do mundo. Além disso, o universo criado por Martin se expandiu para spin-offs, quadrinhos, jogos eletrônicos e, é claro, RPGs de mesa. E o estouro de "A Casa do Dragão" foi uma amostra do quanto o sucesso foi um estouro.
O RPG de mesa é uma atividade que surgiu na década de 1970 e que consiste em um grupo de jogadores se reunir para criar e interpretar personagens em um universo fictício. Os jogadores seguem as regras estabelecidas pelo mestre do jogo (também conhecido como "Narrador", "Dungeon Master" ou "Game Master") e enfrentam desafios, lutas, intrigas e aventuras. Existem vários sistemas de regras, alguns bem complexos que fazem uma simulação super imersiva, já outros mais suaves e direto ao ponto.
O RPG de mesa de Guerra dos Tronos foi feito para ter regras simples, trazendo um sistema de regras desenvolvido para simular o clima de traição, guerras e reviravoltas do seriado. Guerra dos Tronos RPG cobre de duelos entre cavaleiros a política na corte, de batalhas de exércitos a disputas entre casas nobres, com mecânicas ágeis e fáceis de aprender. Com este livro, você poderá criar suas próprias histórias de aventura, guerra e intriga no mundo de Westeros.
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Nas 288 páginas do livro, o jogador vai encontrar uma obra lotada de detalhes sobre esse universo que vão ajudar a adaptar as aventuras nos mais variados lugares, indo desde algo mais interno, focado em um castelo, até uma verdadeira aventura pelo reino. Não é preciso ler o livro inteiro, as informações só estão lá para consulta, o que ajuda na exploração dos mais variados pontos do reino se por acaso a aventura for guiada pra lá. E com os suplementos lançados pela editora Jambô, tudo fica ainda mais profundo.
É impressionante como um livro tão robusto, que usa o nome de uma franquia famosa, conseguiu ser lançado por um valor tão acessível, tornando-se perfeito para quem quer começar a jogar RPG de mesa. Com ótimo custo-benefício e regras simples, o "Guerra dos Tronos RPG" é uma excelente porta de entrada para o universo do RPG de mesa, além de proporcionar aos fãs de George R. R. Martin uma forma única de se aventurar no mundo de Westeros. Vale muito a pena!

terça-feira, 18 de abril de 2023

Quem veio primeiro? 3


Homem-Aranha e Sideways:
O Sideways é um dos heróis mais recentes da DC Comics. E apesar do visual claramente inspirado no Homem-Aranha, possuí poderes bem diferentes.


Motoqueiro Fantasma e Caveira Atômica:
Um bem fácil agora. O Caveira Atômica, um vilão, surgiu na DC em 1976, quatro anos depois do Motoqueiro Fantasma. O primeiro mesmo.


Máscara Negra e Caveira Vermelha:
O Máscara Negra, vilão gangster de Gotham, surgiu décadas depois do Caveira Vermelha. Mas as semelhanças não vão muito além de suas aparências.


domingo, 9 de abril de 2023

Pocah bomba na internet, imitando personagens femininas em GTA

Na quinta-feira, 6 de abril de 2023, a cantora Pocah voltou a viralizar nas redes sociais. Isso, porque ela publicou um vídeo imitando a forma que a personagem do jogo ‘GTA (Grand Theft Auto)‘ anda, arrancando risos dos mais de 15 milhões e 200 mil seguidores que possui.
“Vambora no pique GTA. Liga no @multishow #TVZPocah”, escreveu ela na legenda da postagem feita em seu perfil no Instagram. Até o momento, a gravação já conta com mais de 3 milhões e 900 visualizações.
Nos comentários, os admiradores de Pocah aproveitaram o espaço para elogiá-la pela performance. “Eu morro com a andadinhaaaa”, disse a drag queen Pabllo Vittar. “KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK”, riu a cantora Marian Sena. “A Barbie GTA TVZ tá com tudoooooo !!”, enalteceu a atriz Linn da Quebrada. “HAHAHAHAHH eu passo mal com essa habilidade”, digitou a bailarina Ramana Borba.




quarta-feira, 5 de abril de 2023

A arte no mundo pop: quando é arte e quando é entretenimento?

Eu recentemente, tive uma conversa muito desgastante, pois não quero saber dos filmes da DC e da Marvel.

O primeiro caso se deve a palhaçada feita por James Gunn com atores como Henry Cavill, Ben Affleck e outros, devido a mudança de todo os atores. Isso pode ter sido parte culpa do Dwayne Johnson, vulgo "The Rock", vulgo "ator de meio centavo"? Há essa possibilidade, mas as mudanças de elenco e produção da empresa com posse de Superman, Batman e Mulher Maravilha, já estão beirando o absurdo. Especialmente quando Cavill largou The Witcher (série de sucesso na streaming, Netflix) para reassumir seu posto como Superman. Algo que fez rapidamente em Adão Negro. 
O segundo caso se deve a dois problemas com a Casa das Ideias: eles estão fazendo TANTA coisa que depois que saiu Vingadores - Ultimato, eles priorizaram quantidade, ao invés de qualidade, algo que acontece sempre. Por isso, a Disney (detentora da Marvel e Lucas Films) diminuiu as produções de Star Wars, aumentando a qualidade dessas obras. O outro é que os efeitos especiais beiram o ridículo. Isso pode ser por pagarem as pessoas responsáveis por efeitos especiais, com um guaraná dolly e um pastel de queijo, sem o queijo.
Mas o problema nem é esse. Eu notei que ao envelhecer e notar algumas coisas, meu senso crítico se alinhava com o de Alan Moore. E como!

"Eu acredito que um artista ou escritor é o mais perto que você poderia chamar de um mago do mundo contemporâneo."
-Alan Moore
Vamos lá, primeiro devemos ter consciência de que o vem sendo produzido pelas grandes companhias não é arte. É entretenimento. 
Entretenimento é aquilo que distrai, entretém; distração, divertimento. Arte é a produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana como "arte literária", "arte da pintura" ou "arte cinematográfica";
habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional; conjunto de meios e procedimentos através dos quais é possível a obtenção de finalidades práticas ou a produção de objetos; técnica.
Falado tudo isso, não podemos comparar algumas obras a outras. Pois não foram criadas para fazer refletir, mas sim para apenas entreter. Quando aquilo nos traz reflexão, ai sim posso chamar de arte. Isso na minha concepção. 
Para ser mais concreto, poderia usar obras como filmes da Disney. Tem muitos que podemos debater, como Rei Leão, Lilo & Stitch, Soul, Procurando Nemo, Zootopia, entre tantos outros. Mas vamos comparar algo mais direto: A Baleia (2023) como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.

“O que chamamos realidade é apenas o senso comum de nossa cultura. Ignorar outras culturas é estar cego para outras realidades.”
-Alan Moore
O primeiro é a volta de Brendan Frasser como um ator, não apenas de obras que são mais fantásticas (os filmes da saga A Múmia e a série Patrulha do Destino), mas depois de um longo tempo fora dos holofotes devido a um caso de abuso dentro de Hollywood. No filme seguimos um professor de inglês e seu relacionamento fragilizado com sua filha, Ellie. Charlie (Brendan Fraser) é um professor de inglês recluso, que vive com obesidade severa e luta contra um transtorno de compulsão alimentar. Ele dá aulas online, mas sempre deixa a webcam desligada, com medo de sua aparência. Apesar de viver sozinho, ele é cuidado pela sua amiga e enfermeira, Liz (Hong Chau). Mesmo assim, ele é sozinho, convivendo diariamente apenas com a culpa, por ter abandonado Ellie (Sadie Sink), sua filha hoje adolescente que ele deixou junto com a mãe Mary (Samantha Morton) ao se apaixonar por outro homem. Agora, ele irá buscar se reconectar com a filha adolescente e reparar seus erros do passado. Para isso, ele pede para que Ellie vá visitá-lo sem avisar sua mãe e ela aceita, com o única condição de que ele a ajuda a reescrever uma redação para a escola.
Vejam que isso aqui não foi apenas escrito. Foi elaborado de forma a tentar identificar o espectador com o protagonista. Pois Brendan Frasser, apesar de não estar tão perigosamente acima do peso, sabe como é a sensação de ser visto fora do padrão da sociedade. Isso sem contar o fator da homossexualidade, pouco tratada junto do excesso de peso. Trabalhar isso de modo a sensibilizar quem assiste, mesmo que não seja uma pessoa parecido com os personagens, demonstra a aproximação da arte. Usando sentimentos como empatia, temas polêmicos (mas não para chocar, mas sim gerar uma reflexão), isso demonstra uma elaboração bem clara de arte. Pois é isso que podemos sentir ao ler um livro, ver um quadro pintado com tintas acrílicas ou a óleo, ou até ler uma história em quadrinhos bem elaborada.

“Watchmen foi um dos livros responsáveis pela ridícula tempestade publicitária que as revistas em quadrinhos ou as graphic novels - como alguém no departamento de marketing decidiu que deveriam ser chamadas - se tornaram populares.”
-Alan Moore
Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de Vingadores: Ultimato, o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Joia do Tempo. Mas um velho amigo que virou inimigo coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. O longa se conecta com a série do Disney+ WandaVision e tem relação também com Loki. O longa pertence a fase 4 do MCU onde a realidade do universo pode entrar em colapso por causa do mesmo feitiço que trouxe os vilões do Teioso para o mundo dos Vingadores e o Mago Supremo precisará contar com a ajuda de Wanda (Elizabeth Olsen), que vive isolada desde os eventos de WandaVision.
Notem que isso é como uma franquia. Literalmente. Se pensarmos em franquias, nós podemos comparar com McDonald's, Burger King ou Subway da vida. Que nós dão lanches rápidos, drive-thrus até! Ou seja, algo rápido de se consumir. Que devoramos e nos dão satisfação. Uma vez, fiz uma comparação de Liga da Justiça de Zack Snyder com Stargate que faz todo o sentido aqui. Enquanto Liga era um x-tudo, o filme de viagem através de um portal estelar estaria mais para um prato bonito, como aquele que temos em um restaurante bom (não de rico, mas bom) ou o prato da mamãe. Você pode gostar do primeiro, mas o que faz bem mesmo é o segundo.
E as franquias servem apenas para isso, consumo em massa, sem a preocupação de quem irá assistir. Notem alguns detalhes sobre Multiverso da Loucura. Primeiro, seu diretor original seria Scott Derrickson (o mesmo de Exorcismo de Emily Rose) que queria um ar maior de terror no longa. Mas foi desmentindo em uma convenção, pelo homem forte da Marvel, Kevin Feige. Para não deixar de ser family friendly, assim, não diminuindo o capital final. Depois, colocaram cameos de personagens de outras franquias da Marvel, antes da compra da Fox (agora Star+). O apelo a nostalgia e o número maior de espectadores, tornam essa obra um entretenimento que um dia será esquecido.

"Ame sua raiva, não sua gaiola."
-Alan Moore
Mas por qual motivo é necessário dar mais valor a arte do que ao entretenimento? Pois a arte está compromissada a nos transmitir uma mensagem. Já o entretenimento pode transmitir uma mensagem, sem um compromisso com um cuidado e lapidação do mesmo. As vezes, nem sabe como transmitir isso. 

Alan Moore em entrevista ao Deadline disse “Não vejo filmes de super-heróis desde o primeiro Batman do Tim Burton. Eles arruinaram o cinema e até a própria cultura, de certo modo. Há muitos anos, eu disse achar preocupante que centenas de milhares de adultos fizessem fila para ver personagens que criados meio século atrás para entreter garotinhos de 12 anos. Para mim, isso vem de uma grande tentativa de fuga das complexidades do mundo moderno, de volta para (um mundo de) nostalgia, que lembra a infância. Parecia perigoso e infantiliza a população”.
“Pode ser uma grande coincidência, mas em 2016, quando o povo americano elegeu um “laranja” Nacional-Socialista e o Reino Unido votou para deixar a União Europeia, seis dos 12 filmes mais vistos foram de super-heróis. Não digo que um causou o outro, mas creio que são sintomas de um mesmo problema — uma negação crônica da realidade e uma busca tola por soluções simplistas e sensacionalistas”. E ele está certo.
Notem como um país que fez algo parecido foi o Brasil, em 2019, ao eleger Jair Messias Bolsonaro. Muitas pessoas comparavam Bolsonaro com personagens de quadrinhos. Ele com o Capitão América (já que ele também foi militar) e Sérgio Moro, juiz que julgou Lula como Superman. Noção? Nenhuma. Há uma glorificação, que faz os quadrinhos perderem sua utilidade. Pois é engraçado imaginar que Batman e Superman estão quase chegando aos 100 anos!
Não são como obras como Persépolis, também baseado em HQs, mas com uma profundidade TREMENDA. Mas tem muita gente que só aceita "vamos ver heróis estereotipados e marombados, destruir forças ancestrais ou alienígenas e falar que isso representa algo", quando na verdade isso são metas dos estúdios, que ignoram as coisas que realmente são boas.
Estou falando para pararem de ler/assistir/consumir DC e Marvel? Não. Estou falando para criarem mais critérios, como quando assisti Pantera Negra e notei o quão bom ele é. Não por ser uma parte da franquia Marvel, mas por demonstrar o quão bonita é a cultura africana e como o mundo ocidental (em especial as Américas) desmembrou ela com a colonização. Aliás, colonizador é o nome pejorativo que é dado aos brancos, o que é uma sacada de mestre. Só notam isso, quando se desligam de algo apenas como entretenimento.

terça-feira, 21 de março de 2023

Os 3 problemas de Maurício de Sousa

Não dá crédito a autores:
Ele é uma figura importante para a leitura. Porém, tem aí a questão da autoria. Há décadas as histórias da turminha são feitas por artistas que sequer eram creditados.
Sim, Mauricio criou os personagens. Mas todos? Nem isso sabemos com certeza. É preciso entender que Mauricio de Sousa é mais uma empresa do que uma pessoa. E obviamente, não existe empresa que queira informações inconvenientes para a marca circulando por aí. Inclusive empresas poderosas podem pagar pessoas por seu silêncio. Algo que lança dúvidas sobre os personagens e suas histórias.
Ou seja, muito da história da vida e da obra de Mauricio de Sousa simplesmente não é contada. Sequer existem biografias do Mauricio que não sejam propagandas mitificadas feitas pela própria empresa.
Em resumo, na ausência de dados concretos sobre a vida e a obra do Mauricio, caso ele se torne um imortal, estará lá mais como empresário do mercado editorial do que como um autor. Dizer "ele me alfabetizou" é uma resposta afetiva tola. Foi ele mesmo? Ou foi um artista fantasma?
Só lembrando que esse detalhe, já aconteceu na Marvel. Quando autores como Todd McFarlane, Robert Liefeld e Stan Lee não eram creditados. O que causou o EXodus, que foi quando artistas da editora saíram dela, para gerar a Image Comics.
Nico Demo, o personagem politicamente incorreto do Maurício:
Nico Demo era um personagem solo da Turma da Mônica, que atuava em tiras mudas politicamente incorretas de jornal. Fez, e ainda faz, muito sucesso e polêmica.
Nico Demo foi lançado no "Jornal da Tarde" em 1966, a pedido do impresso. Ele era, nas palavras de Mauricio, "aquele amigo que quer ajudar e provoca as maiores confusões com suas tentativas". Por ser um personagem politicamente incorreto, Mauricio foi chamado para suavizar o teor de humor negro das tiras, mas recusou. Dessa forma, Nico Demo saiu do antigo jornal e foi pra "Folha da Tarde". Novamente, após várias cartas reclamando do humor do personagem, ele foi censurado.
Considerando que seu personagem veio "antes de seu tempo", Mauricio deixou-o de lado. Atualmente, suas histórias ficaram mais singelas, deixando o humor negro de lado.
O uso de seus personagens não pode, mas os de outros sim:
Um ponto que podemos citar sobre Maurício de Sousa é que ele, assim como aqueles que trabalham para o mesmo, entendem sobre histórias em quadrinhos. Não há como negar. Se uma história trata de alienígenas, há um quadro inteiro com figuras da DC, Marvel, Image, filmes que tratem sobre esse tema como Alien, E.T., entre tantos outros. Se trata sobre super-heróis, além das editoras já faladas, podemos ver personagens pouco conhecidas como Flash Gordon, Mandrake, Tex, Dylan Dog, Dick Tracy, entre tantos outros personagens que são a base dos quadrinhos.
Mas quando se trata de fazer referência sobre a obra dele, não. Tanto que foi só recente o uso de personagens dele, com outros artistas. Para um projeto de que comemoraria os tantos anos dessa empresa/autor. Entretanto, Maurício de Sousa é como a Disney, e nesse ponto a comparação a uma "indústria" faz muito sentido. Não é permitido fazer referências a sua obra sem o seu alvará. Não com coisas simples e óbvias, como trabalhos escolares. Estou falando de personagens sendo usados como algo direto. Porém, esse culto a Maurício, ignora tais atitudes até hoje

quarta-feira, 15 de março de 2023

O misoginia idiota dos alfas, usando uma metáfora trans

Nos últimos tempos, graças a tendência de coachs - que por si só, para mim, são prejudiciais - nós tivemos o surgimento de um grupo bem patético de homens. Criando um misto de misoginia e fobia de mulheres, eles criam "técnicas" para lidar com elas, pois elas teriam se tornado muito independentes. Segundo esses rascunhos de pessoas, pois não quero xingar ninguém, eles teriam que voltar ao seu estado natural de predominância masculina. Como eram todos antes de a modernidade transformar aqueles que eram o topo da força humana, na visão deles, em animais adestrados.
Ironicamente, essa ideia parece até algo que se aproxime dos estudos do comunismo. Com uma diferença: na história, sabemos que as comunas realmente sempre estiveram envolvidas nas primeiras civilizações. Entretanto, nem sempre nelas, os homens mandavam. A figura da mulher, em tribos africanas e na sociedade dos grupos celtas, as mulheres tinham o simbolismo maior, representando - literalmente - a divindade. Como Ceridween, deusa celta e da cultura irlandesa.
Dito isso, esses coachs, usam termos como "alfa" e "beta", "red pill" e "blue pill". As duas primeiras palavras surgem da necessidade de usar termos emprestados de outras cultura, para afirma sua bravura e masculinidade, o que na verdade não tem. Um exemplo recente de como isso é patético e sem sentido, foi o caso do Calvo do Campari. Sem contar, que como dito antes, eles usam muito os termos da antiguidade, como se fosse natural deles. Me lembrou certos regimes nazi-fascistas no período da Segunda Guerra Mundial, que tomavam essa atitude. Usar um símbolo antigo, como seu.
Dito isso, que foi só para mostrar o quão patético isso é, vejamos a patética ideia das pílulas vermelhas e azuis.

'Mete bala', 'mete marcha', 'soca o pau', 'vamos embora' no sentido de vamos resolver essa questão.
-Thiago Schutz, o "Calvo da Campari
Bem a ideia desses itens surge com Matrix. Filme, dos até então, Irmão Wachowski.
Na trama, o personagem Neo, vive em uma realidade estagnada, ao qual quer fugir. Ao receber o chamado de um misterioso homem chamado Morpheus, para uma reunião. Mesmo porque, parece que ele estava sendo vigiado e controlado por algum inimigo maior. Nesse momento, é oferecido ao protagonista duas alternativas para enfrentar esses problemas: tomar uma pílula azul ou uma pílula vermelha. Com a primeira, ele voltaria para seu mundo pacato e calmo, como de costume, vivendo uma vida medíocre. Já com a segunda, ele seria libertado das amarradas daquela realidade que conhecia até então.
Ao escolher a vermelha, dentro da trama, ele se descobre sendo parte de um mundo pós-apocalíptico em que as máquinas tomaram o controle do mundo. Para continuarem vivas, elas usam os corpos humanos como baterias vivas que dariam energias a elas, e ao sistema principal desse mundo novo e sombrio, a Matrix. Neo, seria o Escolhido, um ser que foi profetizado como um meio de combater essa tecnologia, para enfim, obter a paz. De que modo e como? Ninguém imagina.
E acho que é aí que os defensores dos valores masculinos erram FEIO. Vamos por partes.
A figura de Neo é baseada em figuras poderosas de religiões e culturas diferentes. O Escolhido faz uma referência a Jesus e Buda, por exemplo. Alguém que iria mudar aquele status quo, onde pessoas mais fracas são controladas e torturadas por pessoas mais fortes, as libertando das dores mundanas e físicas. Com relação a Cristo, podemos nos lembrar do domínio romano sobre o povo judeu e a corrupção dos homens de leis em Jerusalém. Assim como Sidarta quer libertar as pessoas das tentações do mundo físico e espiritual, para alcançar o Nirvana.

Um dos maiores erros dessa galera, é a mesma dos religiosos fanáticos cristãos (quase sempre). Dar mais valores aos milagres e não a mensagem. Remonto aqui uma passagem de Jesus:
Quando um homem é levado, e este não consegue mexer as pernas, Cristo diz que ele está perdoado e juízes veem isso como sacrilégio. Pois segundo eles, apenas Deus pode perdoar os pecados. Então Jesus questiona, o que seria mais complicado: perdoar os pecados ou pedir que esse homem levante-se e anda-se. Eles dizem que o mais difícil seria que o homem anda-se. Quando o Messias o faz levantar, eles entendem, mas muitos religiosos hoje em dia, as vezes não. O perdão era mais importante que o milagre, do que a cura. Pois através do perdão, era possível curar.
Existe uma mensagem também em Matrix. Sim. Mas não é igual no seu motivo.

Porque Sr. Anderson?
-Agente Smith
Para entender tudo isso, devemos ter consciência sobre seus criadores. Ou melhor, atualmente, criadoras.
Como dito, quem criou Matrix foram os irmãos Wachowski. Que queriam soltar uma mensagem. Nós estamos tão presos nessa realidade, que ignoramos como ela nos detêm. Impede diversos sonhos que temos. As nossas convicções religiosas que vão contra a maioria, nossas visões políticas que se guiam por opiniões elaboradas, nossas escolhas de vida profissional e nossa questão sexual que vai contra a maioria. Daí vem a minoria, que sempre vem sendo oprimida.
E no caso, sempre existiu um desejo nos dois irmãos, Andy e Larry, de se transformar em mulheres. Ou seja, elas se tornaram transgênero. Por fim, em 2016, ambas já eram Lilly e Lana Wachowsky. Ou seja, as pílulas, em análise bem grosseira, seriam metáforas para a mudança. Tanto física, quanto mental delas. Ou seja, quando um "alfa" fala sobre assumir a "pílula vermelha" ou "pílula azul, mas que seja de preferência uma, ele está usando uma metáfora LGBTQIA+. E é bizarro, o quão frágil são essas masculinidades, ao ponto de analisarem o que consomem. Eles se fixam tanto na virilidade, nos combates, que perdem a mensagem de um filme. Assim como muitos fazem com a Bíblia.
Porque eu escolhi.
-Neo, o Escolhido

sábado, 11 de março de 2023

Vampiro A Máscara e uma metáfora para o capitalismo


Eu fiquei conjecturando, que textos poderia escrever sobre o Mundo das Trevas. O que eu poderia extrair de útil, para que as pessoas que viessem a jogar esse RPG, não se focassem apenas em poder? Caso não saibam, muitos jogadores iniciantes (e depois veteranos) transforma as sessões desse tipo de entretenimento, uma forma de ter muito poder. Apenas isso. O que não conseguem ou não tem, no mundo real, transferem para esse universo fictício. Transformando sessões de Vampiro A Máscara, em "Vampiro Os X-Men", cheio de sobretudos e katanas, dando até um termo para esse estilo de jogatina com cainitas. E as sessões de Lobisomem O Apocalipse se tornaram cada vez mais violentas, que esqueceu das partes espirituais, ao qual perdem o teor misterioso da jogatina. No máximo, usando isso apenas como ferramentas do jogos, não como foco.
Então, eu pensei, por que não usar esse mundo como um meio de explicar e mostrar uma visão, do que cada jogo pode estar criticando? Então, vamos começar com o capitalismo, podendo ser criticado em Vampiro A Máscara.

O capitalismo gera o seu próprio coveiro
-Karl Marx
Bem, comecemos pela história de Vampiro A Máscara. Independente de ser tratado como mitologia ou não, a história de Caim é a base dos cainitas, nome dado a esses monstros que um dia foram mortais. Ele, filho de Adão e Eva, teria assassinado seu irmão, Abel. Para dar ao Pai seu maior presente na, então, vida. Independente do que acredite, ou como isso tenha ocorrido, isso geraria nele a maldição que conhecemos como vampirismo. Isso o faria gerar suas três primeiras crias (a Segunda Geração), e estes outros cainitas que seriam os líderes dos futuros clãs ou linhagens (a Terceira Geraçã). Só para lembrar que Caim é a Primeira Geração, eles viveram em paz com os mortais na cidade de Enoque por um certo tempo, mas depois tudo deu errado, antes do Dilúvio (por isso, os vampiros gerados antes disso, são tratados de Antideluvianos).
Nos dias atuais, alguns acreditam nessa história por completo, outros nem tanto e ainda há os que consideram isso algo próximo das mitologias mortais, inclusive as cristãs. Nas Noite Finais, ou nesse momentos próximos da Gehenna (o apocalipse dos vampiros), o que importa é sobreviver de um modo que possam consumir o sangue de anciões cainitas, para ficarem mais poderosos. Pois é no sangue deles que reside o poder. E não perderem o seu líquido vermelho, pois poderá ser visado. Seja pelas pessoas ao seu redor, como por aqueles que o odeiam. Enquanto equilibram tudo isso com o que lhe resta de humanidade. Onde matar, os levará a uma monstruosidade que nunca imaginou ter dentro de si.

A liderança dos Amaldiçoados é meu fardo, não o seu.
-Frase de um ventrue
Dito isso, devemos notar como funciona esse traço de geração. Quanto mais próximo de Caim, mais poderoso dentro da sociedade cainita o personagem é. Seja na Camarilla, Sabá ou os Anarchs, ele é perigoso e tem o temor daqueles que vivem nas cidades com a mesma maldição do jogador. Mas reparem, se trata do sangue do primeiro assassino que, de alguma forma, corre em você. Mesmo que o personagem seja de um clã como Gangrel, Nosferatu, Ventrue, ou tantos outros, a verdade é uma: você se tornou descendente e está ligado, de alguma forma, ao primeiro assassino. Por isso, a Besta, um lado selvagem que tenta controlar para não perder sua humanidade, fica sempre lhe tentando a consumir mais sangue. Note que isso não acontece aos carniçais, que querem "apenas" consumir o sangue de seu mestre.
Mas aonde isso começa a ser uma crítica ao capitalismo? Note que, para obter poder, um cainita deve ter o sangue de alguém mais poderoso. Podemos tratar isso como o nepotismo, que acontece quando um pai arruma um serviço para o marido de sua filha. Se quer um exemplo mais claro, podemos usar Elon Musk como exemplo. Ele nasceu rico, mesmo que muitas pessoas achem que não, pois seu pai explorava esmeraldas na África. O que não significa que ele seja perfeito. Cometeu falhas, quando ao comprar o Twitter, excluiu comediantes que zoavam ele e a ex-namorada.
Ou seja, nem sempre ter poder significa ter moral ou realmente saber o que fazer com isso. Mas muitas vezes, isso tem relacionamento com as influências que possuí. E devemos ter consciência, que quando nos tornamos poderosos, muitas vezes perdemos a humanidade. Como o conflito dos cainitas com a Besta.
Podemos enxergar esse "vampirismo", nos grandes capitalistas, quando colocamos armazéns da Amazon do lado de favelas. Ignorando o sofrimento das pessoas humildes que moram ali do lado. Afinal, um ser poderoso não liga para o seu "rebanho", seu "gado".
Para finalizar, não podem existir tantos vampiros, assim como não podem ter tantos ricos no mundo, pelo pensamento capitalista. Pois isso atrapalha o quanto "vão poder consumir de sangue", ou seja, o quanto poderá lucrar dos trabalhadores. Parece bizarro, mas notem o quanto isso faz sentido.
Finalizando, o subtítulo, A Máscara, demonstra que esses seres (vampiros ou capitalistas verdadeiros) usam máscaras na sociedade. Para parecerem mais "humanos", mas são monstros dos dias atuais. Só lembrando que isso pode ser trazido na Idade das Trevas, que é quando essa regra foi mais usada por eles.
E só lembrando a coisa mais simples. Um cainita, um vampiro, suga o sangue de qualquer humano (na maioria das vezes), pois tem poder para tal. Pois estão em uma classe acima de qualquer um. Mesmo um nosferatu dentro de esgotos, pode ser mais poderoso que um mero mortal.
O próximo texto falará de Lobisomem e o comunismo.