sábado, 28 de junho de 2025

Múmia 2ª Edição: Múmias por todos os lado... Ou quase todos


Com data de lançamento registrada em novembro de 1996, porém lançado no início de 1997, Múmia 2ª Edição expandiu sua antecessora (Múmia 1ª Edição) e fez uma revisão nas regras.
Ao contrário do que alguns possam pensar (infelizmente por falta de leitura do próprio material), a Lore da primeira edição não foi abandonada.
No que havia de incompletude, carência de detalhes e profundidade, Múmia 2ª Edição completou, reorganizou e aprofundou alguns elementos da história base, e corrigiu outros pontos específicos adicionando bem mais informações na Lore da Linha Jogo de Múmia.
Já no que tange às regras, Múmia 2ª Edição fizera mudanças significativas. Por exemplo:
Integrando as Seis Virtudes apresentadas no Múmia 1ª Edição em Três Virtudes:
Memória (o seu "eu")
Integridade (os seus valores)
Júbilo (o seu bem-estar)
Adotando o Caminho da Humanidade medido em valores de 1 a 10, tal como visto em Vampiro A Máscara. Uma forma de mensurar o grau de Ética e Moralidade humana na Múmia (Imorredouro).
E finalmente apresentando ambiente e regras mais detalhadas para jogar com Múmias (Imorredouros) no Mundo dos Mortos (Submundo).
As Múmias apresentadas em Mummy Second Edition [Múmia 2ª Edição] são:

AS EGÍPCIAS:
Os Shemsu-Heru (os Seguidores de Hórus): ligadas a causa de combater Apophis (a Entidade Primordial da Corrupção) e ao principal de seus servos, Sutekh (Set) e seus seguidores.
Os Ismaelitas: as dissidentes dos Shemsu-Heru (os Seguidores de Hórus), e chamadas assim por causa de Ismael, o primeiro a abandonar a causa de Hórus, que resolveu escolher seu próprio caminho.
Os Filhos de Apophis: sete humanos mortais e servos leais de Sutekh (Set), os melhores dos melhores sacerdotes, guerreiros e mágicos de origem egípcia foram os primeiros a se submeterem ao Grande Rito Maldito, e assim se tornaram as Múmias Malditas, agora, Servos de Apophis.

AS GREGAS:
Os Cabiri: certa vez, no século VI a.C , um Mago Grego viajando pela Ilha Grega de Samotrácia, Mar Egeu, encontrou um homem chamado Cabirus que revelou ser um imortal, uma múmia egípcia. O Mago Grego era versado em magias necromânticas, e recebera do Renascido o conhecimento do Grande Rito da Vida (Feitiço da Vida). Assim surgiram as Cabiri (plural) em homenagem à Múmia Egípcia Cabirus. Essas múmias são em sua maioria gregas e estão completamente apartadas das Múmias Egípcias, não estando ligadas a nenhum tipo de código ou lealdade comunitária. Os Cabiri seguem seus próprios valores, não formando uma sociedade, a não ser para troca de informações. Essas múmias estão entre os maiores estudiosos do arcano e do ocultismo.

AS OUTRAS:
Americanas (Maias - Xibalba), Europeias, Arábicas, Africanas Subsarianas, Asiáticas (Chinesas), assim como outros povos noutras parte do Mundo poderão existir culturas em que haja Múmias (Imorredouros), considerando a complexidade de suas respectivas civilizações.
As características apresentadas nesta edição são preponderantemente para as Múmias Egípcias, com uma breve explicação de conversão para As Múmias Gregas.
O Narrador é encorajado a estudar estes outros povos antigos, suas civilizações e culturas, correlacionando o padrão de características peculiares às Mumias de forma geral a este jogo, e adaptando da melhor maneira que convir.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Superman renunciou a sua cidadania norte-americana: como foi isso?

Em abril de 2011, a DC Comics publicou uma das decisões mais ousadas de toda a trajetória do Superman. Na histórica edição Action Comics #900, uma HQ comemorativa de 96 páginas, o personagem símbolo dos ideais americanos há mais de sete décadas declarou, em plena Organização das Nações Unidas, que estava renunciando à sua cidadania norte-americana. O motivo? Suas ações estavam sendo constantemente vistas como interferência política em nome dos Estados Unidos, o que o impedia de agir como um defensor global da humanidade.
“Estou cansado de ter minhas ações interpretadas como instrumentos da política americana. [...] A verdade, a justiça e o modo de vida americano já não são o bastante.”
Esse trecho, da história curta intitulada “The Incident”, escrita por David S. Goyer e desenhada por Miguel Sepúlveda, gerou uma repercussão global imediata. Nos Estados Unidos, portais conservadores e comentaristas políticos denunciaram o ato como uma tentativa da DC Comics de “desamericanizar” um ícone patriótico. A Fox News chegou a noticiar que a editora havia “distorcido os valores originais do personagem”. Por outro lado, análises progressistas, fãs internacionais e críticos culturais celebraram o gesto como um passo corajoso rumo a um reposicionamento ético e globalizante do herói — algo necessário num mundo cada vez mais interdependente.

O contexto geopolítico da época: 2011 e a primavera árabe
O ano de 2011 não foi escolhido por acaso. Naquele momento, o mundo acompanhava de perto a Primavera Árabe, com manifestações por democracia ocorrendo em diversos países do Oriente Médio, incluindo o Irã, foco narrativo da história. A decisão de posicionar Superman — silencioso e pacífico — em meio a um protesto em Teerã reforça a ideia de que os quadrinhos são sim uma forma de comentário político, mesmo quando não declaram isso abertamente. Sua simples presença foi suficiente para ser interpretada como ameaça. E isso, por si só, já diz muito sobre como símbolos são manipulados por discursos de poder.

Superman como símbolo e a transição para uma ética pós-nacional
Desde sua criação em 1938, Superman sempre esteve entrelaçado à identidade nacional dos EUA. Ele já combateu nazistas, comunistas, alienígenas invasores e supervilões — sempre guiado pelo lema: "verdade, justiça e o modo de vida americano." Mas em uma sociedade cada vez mais globalizada, conectada e sensível a colonialismos culturais, essa definição se torna insuficiente — e até problemática.
A renúncia à cidadania, portanto, não é uma rejeição dos valores democráticos, mas uma afirmação de universalidade ética. Superman passa a se compreender como um herói da humanidade, e não de um governo. Ele transcende a geopolítica e assume uma posição simbólica de defensor da empatia, da paz e dos direitos humanos em escala planetária.
Essa decisão narrativa revela um amadurecimento editorial e simbólico da DC Comics. Ao invés de simplesmente atualizar trajes ou vilões, os roteiristas escolheram discutir quem é o Superman no século XXI. E fizeram isso num momento crítico, em que o mundo assistia a protestos contra regimes autoritários e ao crescimento das redes sociais como força política.

Quadrinhos como espelhos do mundo
Os quadrinhos de super-heróis sempre foram reflexos das ansiedades e esperanças de seu tempo. O Capitão América nasceu como crítica ao nazismo. O Batman pós-11 de Setembro tornou-se mais sombrio e paranoico. E agora, o Superman se torna um símbolo de responsabilidade coletiva, de resistência pacífica e de compromisso com a dignidade humana em qualquer canto do planeta.
Mais do que uma decisão polêmica, a fala do Superman em The Incident é uma convocação para refletirmos sobre o papel dos mitos modernos. Heróis não precisam representar países. Eles podem — e talvez devam — representar princípios.
Como fã, professor e pesquisador, vejo nesse gesto um divisor de águas. Ele não apaga a história do Superman com os EUA, mas amplia seu legado para o mundo. E se hoje ainda discutimos essa cena, 13 anos depois, é porque ela acertou em cheio no ponto mais sensível da cultura pop: a disputa por símbolos e significados em um mundo em transformação.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O perigo de A Atração Perigosa dos Games e Jogos de RPG, não é o RPG... Mas o contexto!


Eu pretendo escrever sobre vários casos, em que o RPG foi transformado em ferramentas, por grupos religiosos e sociais (e muitas vezes políticos), para instaurar um terror na população que não conhece nada sobre o assunto. Mas não começaram com isso no Brasil, mas nos EUA, onde o hobby surgiu. Entretanto, com o surgimento do Satanic Panic, existiam até mídias, como filmes contra esse lazer. Voltando para o "mundo tupiniquim", nós temos uma problemática semelhante, mas que HOJE EM DIA, não é tão voltado para esse entretenimento com dados. Entretanto, emissoras, tais como a Record ou a Band já "ajudaram" a irem contra o roleplaying game e outros parecidos (jogos de tabuleiro ou card games, por mais incrível que pareça.
Esse livro/revista A Atração Perigosa dos Games e Jogos de RPG, parece ser uma daquelas cartilhas que fanáticos, ou pessoas influenciáveis, usam para ir contra coisas que não entendem. Eu mesmo, já passei por isso, com minha mãe queimando ilustrações, histórias em quadrinhos e fichas de jogos (como Vampiro A Máscara, entre outros) por ela achar que era algo maligno. Ainda assim, isso poderia causar um estrago, se não o fez, em mentes mais frágeis e simples. Isso gerou na minha vida uma batalha contra esse tipo de ideia furada pseudo cristã, que na verdade era para ferrar as crianças e adolescentes que encontraram um hábito saudável.
O texto começa falando esse antigo termo que era do mestre, que surgia do DM (dungeon master, ou mestre da masmorra, em tradução), que os jogadores se reuniam, ao redor dele. Já vem aí a ideia que fosse um ritual. Mas sem o cuidado em explicar de onde vem essa origem, para tal nomenclatura. É simples: pois ele que controlava a "dungeon" (daí, que vinha o nome Dungeons & Dragons). Só que depois, é dito que uma escritora
chamada Pat Pulling, dizia que o RPG teria coisas como: demonologia, feitiçaria, vodu, assassinato, suicídio, insanidade, entre outras coisas... Que podem, sim, ser tratadas em jogos, mas não como se fossem coisas legais, mas como parte do enredo. Quase sempre com autorização dos jogadores. E aqui, no trecho que aparece, temos a minha crítica a pastores e padres, que sempre colocam versículos bíblicos para justificar suas teorias escabrosas e seu preconceito. Aliás, não apenas com jogos assim, mas com pessoas por questão de serem de outra religião, questões étnicas ou que tem a ver com sexualidade.
Nesse texto, eles usam livros, como um tal de Desmascarando as Seduções, com textos de Gary L. Greenwald. Dizendo uma verdade que é, a juventude é um dos principais alvo dos comerciantes, mas já entra na ideia de "Satanás vende". Assim como os versículos bíblicos como argumentos são um erro, falar isso é tão fraco, pois se uso o cristianismo para isso, posso usar a umbanda, budismo, judaísmo, islamismo e por ai vai. Ou seja, religião, não serve de argumento, pois se torna mais um ponto de vista próprio, uma opinião. Tirado tudo isso da frente, ele trata, nesses textos, como se um jogador se tornasse alguém daquele mundo e "se convertesse" se joga com um clérigo, um sacerdote. Então, se um ator faz o papel de um demônio, ele torna aquele mal? Não, só se ele for bem mente fraca! Uma pessoa não se torna corrupta, por fazer um personagem desse jeito. Compreendem?
Além de comentarem que o RPG causaria depressão. O que é exatamente o contrário! Leiam isso: 
"Os jogos de RPG (Role-Playing Games) têm evoluído muito além de entretenimento para se tornarem ferramentas terapêuticas poderosas. Ao oferecer uma plataforma segura para a exploração de emoções, interações sociais e resolução de problemas, o RPG encontrou um lugar valioso na terapia. [...] Os RPGs têm mostrado ser uma ferramenta terapêutica eficaz que pode ajudar as pessoas a enfrentar uma ampla gama de questões emocionais, sociais e de saúde mental. Através da exploração de personagens, situações e narrativas, os pacientes podem ganhar insights, desenvolver habilidades e encontrar apoio dentro de um ambiente seguro e estruturado. À medida que a terapia com RPG continua a evoluir, é possível que mais pessoas descubram o poder da imaginação e do jogo como uma ferramenta valiosa em sua jornada terapêutica."
"Psicólogos frequentemente usam jogos para se conectar, diagnosticar e tratar crianças, mas alguns tipos de jogos também estão se mostrando eficazes como intervenção terapêutica para adolescentes e adultos. Combinando aspectos de intervenções baseadas em evidências, como dramatização, psicodrama e psicoterapia de grupo, cada vez mais psicólogos estão utilizando jogos de RPG de mesa como modalidade de tratamento para todas as idades. Até o momento, a pesquisa na área é limitada, mas psicólogos que utilizam essa intervenção acreditam que ela seja promissora para a melhora dos sintomas de muitos transtornos clínicos."
O primeiro texto é de uma página sobre o RPG Ordem Paranormal. Já o segundo, vem da Associação Americana de Psicologia. Poderíamos contra a primeira, mesmo com bons argumentos, pois defende seu hobby, sua diversão, mas a segunda parte vem de pessoas especializadas!
O resto do texto se torna até uma piada. Falando sobre os lojistas que trabalham com isso sendo "lojistas feiticeiros", visto que recentemente ocorreu a divulgação que empresas como a Cacau Show, estaria fazendo reuniões próximas de seitas. E essa informação sobre a CC, tem mais chance de ser verdade, pois há casos de coachs e empresários que fazem uma verdadeira lavagem cerebral. Só lembrar o mau tratamento com pessoas que trabalhavam para a Livraria Cultura. Tanto que fechou.
E nesse balaio, o texto fala sobre jogos de carta, como Magic The Gathering. Como se fosse um jogo maligno, mas ignora jogos comuns, como o de truco. Entenderam como isso é problemático. Pois lógico, o segundo é um jogo de azar, MAS o conceito de jogos com cartas, se torna o mesmo, se entendermos que há um vencedor, diferente do RPG. Então, como comparar um ao outro, se roleplaying game é relacionado a contar história, e não ganhar dos outros? Só lembrando de quando Gilberto Barros falou dos cards de Yu-Gi-Oh! como algo demoníaco e admitiu - anos depois, quando os problemas já tinham terminado (ao menos, em partes) que só fez sensacionalismo para chamar a atenção para o programa. Sem se preocupar com a verdade, assim como essa revista faz.
Para finalizar, mesmo que tenha referências reais, isso não significa nada, se você as usa só para sua narrativa, para pessoas que estão dispostas a aceitar essa visão sem questionar. Como no caso dos evangélicos. Um exemplo, foi Rafinha Bastos, comparando Léo Lins, com suas piadas cruéis e criminosas, com atrizes e atores que fizeram vilões. Se fossemos pegar, nós poderíamos fazer o processo inverso, com os atores que mataram a filha da escritora Glória Perez, Daniella Perez. Quem vai defender? Quem não liga para piadas cruéis e outros humoristas, que não ligariam para isso.


sexta-feira, 13 de junho de 2025

Xena: A Princesa Guerreira (que é um spin-off MELHOR, que a série de origem)


Antes de super-heroínas dominarem o cinema, uma guerreira com espada e coragem já lutava pelos injustiçados. Xena não era perfeita. E era isso que a tornou lendária. 
Xena a princesa guerreira foi uma das séries de televisão mais populares da década de 1990 e 2000, sendo considerada uma das poucas que se manteve no ar após a virada do milênio, e a figurar entre as melhores do mundo. Do programa nasceu a personagem Xena, que dá nome a série, uma heroínas mais populares. Mas nem sempre a heroína foi uma guerreira na luta do bem contra o mal. Xena, no começo, era vilã.
A primeira aparição da personagem foi durante três episódios da série Hércules. No primeiro e no segundo Xena era vilã, que costumava assaltar com o seu bando vilas, mas no terceiro a moça aliou-se com Hércules para derrotar Darphus. Ela apaixona-se pelo semideus e com a aproximação dos dois, ela passou ver seus atos de outra forma, tornando-se assim uma guerreira do bem. O sucesso da personagem foi tão grande que o roteiro teve de ser mudado. Xena morreria no terceiro episódio, mas os produtores cancelaram a morte.
A criação de Xena foi de Robert Tapert e John Schulian, diretores e produtores da série. Após a terceira aparição da guerreira em Hérkules, os produtores planejaram uma sequência da nova heroína na série, mas Tapert teve a idade de dar a ela um programa.
O enredo principal se passou na Grécia Antiga e com foco na mitologia grega, porém temas da atualidade eram discutidos, sendo que a história falou de diferentes crenças e mitologias.
Xena a princesa guerreira estreou na televisão em 13 de março de 1995 no episódio The Warrior Princess, de Hércules, e como dito acima após o grande sucesso da personagem fez com que ela ganhasse um programa. A primeira temporada de Xena começou a ser gravada em junho daquele mesmo ano, em Auckaland, na Nova Zelândia.
Xena nasceu em Anfípolis, na Heláde (onde hoje fica a Grécia), filha da taberneira Cyrene e do guerreiro Atrius, e irmã de Toris e Lyceus, mais velhos. A vida da família era tranquila, mas certa vez, o pai chegou de uma guerra bêbado e dizendo que ia sacrificar a caçula em nome do Deus Ares. Desesperada e com a intensão de manter a filha viva, Cyrene matou Atrius, enquanto as crianças dormiam, e nunca os revelou o que havia acontecido.
Sem a presença do pai, Toris, o primogênito, passou a ajudar a mãe na taberna e também nos cuidados com a família. Já Xena e Lyceus, muito unidos, quando não estavam nos treinos de luta de guerra estavam aprontando alguma coisa. A família, apesar das dificuldades, voltou a viver tranquila, sendo que certos dias passavam a tardes inteiras pescando, atividade que mãe e filho realizavam em virtude da insistência e entusiasmo dos pequenos Xena e Lyceus.
Quando cresceram os caçulas tornaram-se jovens habilidosos na arte da luta e orgulhavam muito a mãe.
Certo dia, chegou a Anfípolis o mercenário Cortese, que pretendia dominar a cidade. Como tinham muito pouco ou nada de conhecimento em lutas, os habitantes resolveram se render a Cortese, mas Xena e Lyceus discursaram em frente a uma multidão e pediam para que o povo não se rendessem em nome a liberdade. As pessoas ouviram os jovens. Porém a batalha foi devastadora, muitos habitantes da cidade morreram, entre eles Lyceus. Mesmo assim, os homens de Corteses foram derrotados e abandonaram a cidade.
Contudo, o povo ficou contra Xena, incluindo a mãe, pois acreditavam que se não tivessem seguido os ideais de liberdade da moça eles jamais teriam perdido seus familiares e amigos. Sem o irmão e melhor amigo que morreu em combate, sem o irmão mais velho que fugiu pouco antes da cidade ser invadida, ela se viu sozinha.
Rejeitada por aqueles que defendeu, Xena resolveu sair de Anfípolis para conquistar outras partes da região, e assim, conquistar riquezas suficientes para evitar que qualquer outro mercenário invadisse a sua cidade natal.
Ela e seu bando sequestraram Júlio Cesar, da rica república Roma. Com o líder político preso em seu navio, Xena pediu um alto valor para o resgate, porém ela encantou-se por ele e os dois tiveram um romance. Júlio César prometeu a Xena que assim que fosse liberto voltaria para vê-la. Ela aceitou o acordo. Com o pagamento do resgaste, o político foi solto.
Além dos piratas, do bando de Xena, encontrava-se no navio M’Lila, uma escrava gaulesa que entrou no navio ao fugir. Xena só deixou-a ficar, porque ela prometeu lhe ensinar “ponto de pressão”, um golpe de pernas que M’Lila usou para matar um dos bandidos e imobilizou uma das pernas da vilã.
M’Lila tentou avisar a Xena que Júlio César preparava a ela uma emboscada, contudo, não teve tempo suficiente, e não demorou para que o barco romano se aproximasse, e logo depois, os romanos, liderados por Júlio César adentrassem o navio de Xena. Xena e seu bando foram presos e seriam enforcados. Mas, durante a noite, M’Lila, que estava escondida, conseguiu salvá-los.
Durante a batalha entre Xena e seus bandidos e os romanos, a mulher teve suas pernas quebradas. Ao retirá-los da praia, onde seriam enforcados, M’Lila levou Xena até seu amigo e curandeiro Niklio. Ele tratou dos ferimentos da guerreira e usou a acupuntura para acelerar o tratamento.
Não demorou para os romanos descobrirem onde Xena estava. E quando tentaram matá-la, Mi’Lila jogou-se a frente de Xena, recebendo no peito a flecha direcionada a guerreira. A jovem gaulesa morreu e Xena ficou com muito ódio, combatendo e matando todos os soldados romanos.
Disposta a se vingar de toda a humanidade, Xena, que se tornou uma sanguinária mercenária, viajou até o Oriente. Em uma das viagens, ela conheceu Bórias e se tornaram aliados, além de terem um romance. Unidos varriam os reinos orientais. Quando chegaram a China foram fazer uma acordo que trouxesse benefícios financeiros das duas casas mais poderosas do reino, a de Lao e de Ming.
A primeira a ser contatada foi de Lao Ma, mas o acordo não deu certo. Querendo dinheiro fácil, Xena, então, resolveu sequestrar Ming’ Tien, o filho do imperador Ming’ Tzu. O plano deu certo, todavia, Bórias sentiu-se traído. Ele então procurou o imperador e entregou a cabeça de Xena. Ela foi presa, mas foi salva por Lao Ma.
Durante a sua estádia no palácio da Imperatriz da China, Xena aprendeu novas técnicas de lutas, com sua nova mentora Lao Ma, ensinamentos baseados no amor, na paz e no auto-sacrifício. Foi com a nova amiga, que Xena começou a pensar em mudar de vida, principalmente porque Lao a curou das pernas com técnicas muito antigas.
Lao Ma propôs a Xena que governasse junto a ela o reino e no momento lhe atribuiu o título de Princesa Guerreira. No entanto, Xena cega pelo ódio a Ming’ Tzu, não aceitou o convite.
Sabendo das investidas contra Ming’ Tzu, durante uma batalha, Lao Ma freou as atitudes de Xena e a expulsou da China.
Grávida de Bórias, ela seguiu acompanhando-o em lutas, sendo que numa destas deu a luz a um menino. Xena não tinha muitas lembranças do momento, e poucas cenas que recordava era de Bórias caído ao chão. Nesta batalha ele morreu.
Xena percebeu que ficar com o bebê seria arriscado e resolveu então entregá-lo a alguém que poderia criá-lo com proteção e de forma decente. Foi quando ela decidiu dá-lo a Kaleipus, líder dos Centauros, que apesar de não gostar da guerreira aceitou a missão de cuidar e educar o pequeno, pois ele era filho de Bórias, em nome da amizade deles.
Apenas mais tarde, Xena descobriu que a decisão de entregar o bebê havia sido uma maldição de Alti.
Xena ficou conhecida em toda a Grécia por ser uma mercenária sanguinária e que botava medo por onde passava. Todavia, ela sabia que para se tornar superior era preciso enfrentar Hércules. A vilã tinha noção que não seria fácil, por isso ela elaborou um plano, que consistia em seduzir Iolaus, melhor amigo do semi-deus. Assim ela fez, seduziu o rapaz, influenciando-o a matar Hércules. Demorou, mas o herói conseguiu fazer com que o amigo percebesse que estava sendo enganado pela mercenária.
A mudança de Xena começou aos poucos. Darphus, subtenente de Xena, cansou de seguir as regras da Princesa Guerreira, e por conta própria invadiu uma vila, aniquilando toda a população, não respeitando nem as crianças e as mulheres, como era ordem de Xena.
Ao perceber o que estava acontecendo e ao chegar a vila, Xena irritasse com Darphus, e manda-o de volta, principalmente quando ele decide matar o bebê, único sobrevivente do massacre. Ela não permite e ele chega ao limite. Criando uma ofensiva contra Xena, principalmente ao unir-se a Ares.
Xena se vê sozinha, mas tem ajuda de Hércules no planejamento contra Darphus. Eles passaram muito tempo juntos, e acabaram se aproximando. Essa união fez com que os dois se apaixonassem, além de ajudar Xena a mudar. Graças ao semi-deus, a Princesa Guerreira entendeu o que deveria fazer da vida.
Após o embate contra Darphus, Xena deixou a cidade e despediu-se de Hércules.
Xena resolve voltar a cidade que nasceu e buscar o perdão da mãe. No meio do caminho ela viu um grupo de aldeões que estavam sendo levados como prisioneiras do guerreiro Draco. Entre os aldeões uma jovem loura chamou a atenção, já que a menina enfrentava com coragem os soldados. Um dos guerreiros ia lhe bater com um chicote, mas ao levantá-lo contra a garota, Xena agarra o braço do homem. Começa ali a primeira batalha de Xena como heroína. E ela sentiu-se bem, ao perceber que havia salvado um pequeno grupo de pessoas da escravidão, sendo essa uma das suas primeiras atitudes não egoístas.
A jovem chamava-se Gabrielle e ela fascinou-se pelas habilidades da guerreira, por isso, resolveu abandonar a vila para seguir Xena. A guerreira não gostou muito da ideia de ter ao seu lado uma menina indefesa, porém, mesmo sendo difícil, ela acabou aceitando a companhia de Gabrielle.
Ao decorrer do caminho, as duas tornaram-se muito amigas, sendo uma imprescindível na vida da outra. Enquanto Xena era emoção e luta, Gabrielle era razão e amor.
Ela nasceu para morrer, pois, originalmente, Xena era só uma vilã secundária da série Hércules. Apareceria em três episódios, e morreria no final desse arco. Mas o carisma de Lucy Lawless e o amor do público foram tão grande que ela ganhou sua própria série em 1995
A trilha sonora era um espetáculo a parte. Sua música de abertura, composta por Joseph LoDuca, virou um hino. Ela usava instrumentos e corais que davam o tom mitológico e dramático da série.
Vários atores da série, incluindo a própria Lucy Lawless, fizeram sucesso em produções de séries como Spartacus, Battlestar Galactica e até Parks and Recreation.
Mesmo sendo consideras uma "série B", na época, Xena recebeu diversas indicações a prêmios de televisão, maquiagem, trilha sonora e atuação.
Até hoje, existem eventos dedicados só a Xena, com cosplays, painéis, autógrafos e fãs emocionados que acompanham isso desde os anos 90.
A primeira escolha pra viver Xena foi Vanessa Angel, conhecida por comédias. Mas ela ficou doente e desistiu. Lucy Lawless foi chamada as pressas e acabou fazendo história.
Muito antes de O Senhor dos Anéis, Xena já mostrava as paisagens da Nova Zelândia. Inclusive, ajudou a transformar o país num centro de produções épicas.
O orçamento era apertado, então usavam os mesmos cenários e figurantes em vários episódios. Mas isso nunca tirou a qualidade da série, que usava criatividade para disfarçar.
A ajudante Gabrielle evoluí para alguém mais forte, tanto quanto Xena. Ela começa como uma simples camponesa sonhadora e termina como uma guerreira sábia e corajosa, mostrando que qualquer um pode se tornar forte com coragem e lealdade.
Lucy Lawlesse falava que a armadura de couro que ela usava era quente, rígida e difícil de mover. Mesmo assim, Lucy usava aquilo durante horas sob o sol, gravando cenas de lutas intensas. Aliás, durante uma cena montada a cavalo, ela caiu e fraturou a pelve. Mesmo assim, voltou às gravações depois de um tempo e continuou fazendo várias cenas de ação.
A série era muito a frente de seu tempo. Com temas como redenção, identidade, empoderamento feminino e diversidade, Xena tratava de assuntos que só anos depois se tornaram comuns na TV.
O grito de Xena surgiu, meio que por acaso. Aquele famoso "Aiyiyiyiyiyi" foi ideia da própria Lucy Lawless, inspirada em cantos árabes. Virou marca registrada da Xena, imitado no mundo inteiro.
Já enfrentou mortais, deuses gregos e... Aliens! A séries misturava mitologia, fantasia, história e até ficção científica. Ela enfrentava Ares, Hades, guerreiros do passado, monstros e situações totalmente inusitados. Teve episódio musical, de comédia, de terror e até um futurista com reencarnações. Essa variedade deixava tudo mais divertido e imprevisível.
O chakram, aquela arma redonda que ela arremessava como um bumerangue, é baseada em uma arma tradicional indiana, usada há séculos. A série ajudou a popularizar esse item no ocidente.
Ela tem um código de ética na série. Xena se recusava a matar, sendo uma guerreira treinada. Ela usa golpes precisos para derrubar os inimigos sem tirar vidas, como parte de sua jornada de redenção.
Gabrielle seria só uma personagem passageira. Mas a química com Xena foi tão forte que a relação das duas virou o centro da trama, e um símbolo poderoso para a comunidade LGBTQIAPN+. A série nunca confirmou 100% o relacionamento mais amoroso, mas os gestos, olhares e até falas deixavam claro o amor entre elas. Isso fez com que se tornassem ícones da representatividade lésbica na TV, mesmo sem beijo.
Lucy Lawless não era morena. Na verdade, ela é loira natural. A produção mandou ela pintar o cabelo de preto, para dar mais seriedade à personagem. O visual virou icônico.
O deus da guerra, Ares, interpretado por Kevin Smith, tinha uma relação intensa com Xena. Muitos fãs torciam por ele como par romântico, apesar de suas intenções duvidosas.
Ela se casou com Rob Tapert, produtor executivo de Xena. Os dois estão juntos até hoje
A série quase teve um reboot em 2015. A NBC, já planejou isso, de uma forma mais moderna, mas o projeto foi cancelado antes de sair do papel. Muitos fãs sonham com uma nova versão. 

terça-feira, 10 de junho de 2025

Precisamos falar que "liberdade de expressão" TEM SIM LIMITES!


Para entender esse contexto todo, eu devo explicar de onde se originou a palavra e o termo censura.
Ele vem lá da Roma Antiga, com a República e depois Império. O termo vem dos censores, que eram pessoas que faziam o censo, uma contagem demográfica, para ajudar nas políticas daquele período. Usam-se esses censores até hoje, em diversos países, como o Brasil, com o IBGE.
Mas o que tem a ver com censura? Inicialmente, o uso dessa palavra serviria também para tomar medidas, com um julgamento prévio, sobre assuntos da época. Por exemplo, uma peça teatral, que poderia ir contra os costumes da população. Obviamente, a política poderia usar isso para se proteger de críticas. Entretanto, aí que já tratamos sobre o caso Léo Lins.
Seu show, Perturbador, pode até ter frases contra política, mas ela se volta para piadas contra - em boa parte dela - minorias. Etarismo, homofobia, pedofilia, capacitismo, entre outros crimes que podem aparecer em outros espetáculos ditos de humor. Ai nós podemos e vamos notar a expressão, censura, sendo usada contra quem foi contra o humorista. E foram esses grupos afetados que encaminharam o caso sobre esse humorista.
Pois aí vem o que tratamos, hoje em dia, como censura. No primeiro significado, é quando uma obra, dentro de sua própria produção, nota que tem algo violento demais (como os quatro minutos do filme, O Exorcista, que sim, eram fortes para sua época). No segundo é por ter sua obra impedida de ser transmitida ou exibida, por poder ou força maior (como o Jornal Ouvidor, uma vez foi pela gestão, do então Dra. Patrícia Cotrin Valério). Então, nós podemos notar o básico: que não houve censura. Você pode discordar da pena e falar que “a punição é pesada, para um crime tão leve”, mas não é isso que a justiça, nem os atingidos por essa piada acham.
“Mas deve gente que é a favor dele, que é membro dessas minorias”. Sim, mas essas pessoas não representam todas as minorias ou pessoas atingidas pelas falas dele. Um exemplo é de um vídeo em que ele está com uma pessoa PCD e ela fala que se sente representada pelo Léo. Isso representa todas as pessoas que tem a mesma condição que aquele indivíduo? Não. Nem se fosse o presidente da APAE, representaria todo mundo. Se nós, como pessoas, não somos representados por políticos, pois OU não os escolhemos OU tomam decisões diferentes daquelas que queríamos quando os escolhemos.
Estou sendo o isentão, falando que nunca falei bobagem na minha vida? Não. Já falei besteiras capacitistas e me arrependo amargamente. Pois fui corrigido por uma amiga, já falecida, Monica Saueia, que lutou para que PCDs fossem tratados de forma igualitária, não inferiorizada. Tanto que tento não assistir coisas tão ofensivas como, South Park e Family Guy, hoje em dia.
E há humor hoje em dia de boa qualidade, se colocando no lugar do outro, criando empatia. Thiago Ventura, já declarou ter que se reinventar, devido a sua homofobia. Hoje em dia ele faz piadas, como as do Nego Chan, sobre homossexuais, mas valorizando eles. E ele se abre sobre esse assunto de forma clara e como sua mentalidade era preconceituosa.
Já a humorista Tatá Werneck, hoje em dia usa uma consultora para piadas LGBTQIAPN+, pois foi alertada ter feito uma brincadeira pesada demais, com conteúdo trans.
Temos que ter claro que ele não foi preso pelas piadas preconceituosas, mas pelos crimes de racismo, etarismo, lgbtfobia, etnofobia, xenofobia, todos esses “comentários” que estão previstos no Código Penal. Um simples advogado poderia ter lido o texto e o advertido, mas talvez, mesmo que o tivesse feito, ele não aceitaria.
Pois não se trata de “liberdade de expressão” apenas. Pois nenhum direito, como esse tão citado pelos defensores de Léo Lins, é absoluto. Pois se alguém me ataca, para me matar, eu posso revidar, para me proteger, como legítima defesa. “Mas isso não se trata de vida ou morte”, e está certo. Só que aqui não é como países onde se pode “esticar a corda do humor” mais, causando grandes casos de racismo. Seja de forma física ou emocional.
Falo isso, especialmente por dois motivos: o primeiro, que tinha um tio que era PCD, também de nome Luis (mas com Z) ao qual sofreu preconceito EXATAMENTE de uma pessoa que já disse, tempos depois, ser fã do Léo Lins. Coincidência? Pode ser. O outro é que cresci e sei como é difícil envelhecer. Ser adulto.

Esse é apenas UM texto, que já escrevi sobre o assunto.
Já o fiz outro em um blog, mais um sobre o Léo Lins (antigamente), em uma revista sobre animes, tratando sobre a importância e em textos de história. Sem contar os estilos musicais que já foram censurados antes.
Então, eu posso colocar mais contexto aqui.

https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-12330/censor/
SANT ANNA, Henrique Modanez de. História da República Romana. Editora Vozes.
https://www.terra.com.br/diversao/gente/nao-sao-erros-sao-crimes-ha-5-anos-tata-werneck-tomou-uma-atitude-bem-diferente-da-de-leo-lins-para-evitar-preconceitos-em-seu-programa,d98bfce4c57e389fba476e9aa54d5462suzalb19.html
https://www.youtube.com/watch?v=nIIvftB_2iw