terça-feira, 30 de abril de 2024

A escritora RW, Crônicas de Velure, seu canal no youtube... E seu canal privado!!!

As vezes, a gente encontra autores por um acaso. Eu me lembro que li Paulo Coelho, devido meu primo que queria me fazer ler mais. Me interessar mais pelos estudos. Ultimamente, como me perco correndo atrás de autores isabelenses, então encontro muitas coisas na internet, da minha cidade. Mas no caso dessa autora ocorreu um fato... Peculiar. Então, antes de postar sobre essa escritora e seu trabalho como escritora (ou outras coisas), devo comentar como descobri sobre R.W., ou seu nome verdadeiro, Camila Reis. 
Recentemente, tenho entrado mais nas redes sociais como Twitter (atualmente, X) e Thread (rede social do Instagram). Assim, eu tento divulgar meus trabalhos nas diferentes plataformas, seja para a escrita e ilustração, como no caso até mesmo como professor de história (esse último é mais raro). E algo que notei nessas duas redes, mais da primeira do que da segunda, é mostrando cenas mais explícitas do que QUALQUER outra rede. Sério, tem uns perfis que mostram cenas de sexo explícito no Twitter. Já na segunda plataforma não.
De qualquer modo, ao ver ambas as redes, me deparo com uma moça extremamente bonita, mas que parece ser fake até. Pois primeiro, ela é bonita DEMAIS. Segundo, pois era sensual DEMAIS. O que não é ruim... Mas algo me fez ver melhor seu perfil: ela seria uma escritora. E melhor, indo para um lado de fantasia que muito interessava.

Seu livro, que aparece na Editora Dialética é Crônicas de Velure. Seu enredo:
"Certo dia em Valério, uma cidade de grandes magistas, esquecida por nossas mentes, o improvável aconteceu: houve o encontro entre uma poderosa necromante e uma criança elfa maltrapilha, que estava cativa como escrava em meio às garras de um mercador egoísta.
Da escravidão para a liberdade, surgiria o interesse por necromancia pela pequena elfa, em um mundo de magia, batalhas, dor e superação. O mundo de Velure, dominado por deuses egoístas, magos poderosos e nobres corruptos.
A vida da elfa será abalada para sempre depois das primeiras páginas. E você, junto a ela, se ousar aventurar-se."
E ao que parece, esse nem é seu único livro. Entretanto, eu fui mais a fundo sobre essa escritora. Camila Reis, é o nome dessa escritora, que se autodenomina RW, para os livros. Crônicas tem 352 páginas, que está disponível pela Editora Dialética, como escrevi antes. 
Além de criar seu pseudônimo, ela fez um mundo próprio, totalmente inspirada em universos fantásticos e cheios de magia, batalha e superação. Interessada por literatura desde a infância, é inspirada por escritores como J.R.R. Tolkien, George R.R. Martin e J.K. Rowling. 
A protagonista é uma elfa solar, aprendiz de magia, Faeril Vance. Ela e seus amigos procuram desvendar o mistério do templo de Celesta, onde pessoas que vem desaparecendo em uma cidade simples. E tudo se desenrola, no que parece uma história simples, mas que chegará a uma aventura épica. Onde o futuro de Velure está em jogo.
A autora é uma angraense (ou seja, de Angra dos Reis), e com sua obra ela quer falar sobre o que é a verdadeira liberdade; se o amor pode tudo mesmo; se os sonhos foram feitos para serem vividos; e o quão importantes podem ser os laços de amizade na resolução de grandes desafios.
De qualquer forma, ela é muito mais que isso. Para chamar a atenção para seus livros e a si, ela publica em algumas redes. Além do Twitter/X e Threads, ela também publica fotos no Instagram, TikTok e Youtube. Nesse último, você pode encontrar ela no canal, Pink & Dragons. Com ele, a autora descreve sobre seus livros, fala sobre seus gostos sobre cultura nerd, além de responder sobre sua vida e gostos, de forma mais íntima. Como ela descreve lá: "Canal dedicado ao público nerd! Com resenhas, gameplays e muito bate papo! Todas as redes @kath_r.w ."
Mas falado tudo isso, algo que descobri acompanhando ela, é que ela tem um canal mais adulto. Deixa eu explicar... Ela tem um Close Fans, uma plataforma de conteúdo adulto para pessoas que possam pagar. Algo igual ao OnlyFans, assim como o Threads é como o Twitter/X. E isso me espantou, mas diferente de anos atrás, isso me deixou curioso, e não averso a ideia.
O Luis Eduardo de anos atrás iria falar "como uma mina faz isso sendo escritora?". Hoje em dia, no entanto, sou mais mente aberta, e compreendo que isso possa ser por dois motivos. O primeiro é algo que eu vivo, que como escritor, ilustrador e professor, isso não me ajuda a pagar contas de casa. Fazer um projeto assim é bem justificável, especialmente depois da pandemia. E ai vem o segundo motivo.
Por que ela pode, ué! Ou quem sabe, ela por gostar de si, de se exibir, criou um perfil assim. E tá tudo certo também! Ela é realmente linda, não apenas para mim, mas para outras pessoas. Afinal, tem mina que sempre participou de revistas como Playboy ou Sexy, mas nunca foi "excomungada" nas TVs (com algumas exceções). Então, confiram os trabalhos dela. Seja na forma literária, ou na de conteúdo adulto. E sim eu pretendo um dia comprar o seu livro físico. Quando tiver grana sobrando, pois como falei, sou professor de história. Então, é um problema grave na minha vida manter grana. Triste, mas melhor que nada, não é? Enfim...
Ela demonstra mesmo gostar da cultura nerd, mas se aproveita disso para chamar a atenção para si. Seja mentalmente, através de seus livros, ou fisicamente, através da imagem de seu corpo, ela quer fazer essa influência para aumentar seus seguidores. E não há nada de errado. Ainda por cima, nesses últimos anos, temos muita gente sendo atrapalhada por isso. Como o autor de X-Men '97, Beau DeMayo. Isso tratarei mais a frente
Na área de livros. tem o link dela na Editora Dialetica: https://loja.editoradialetica.com/literatura-e-outros/cronicas-de-velure-a-aprendiz-de-necromante (que eu pretendo comprar). E na área do Close Fans, esse é o link: https://close.fans/mia (que eu pretendo assinar XP).
Confiram tudo, pois é relativamente fácil a encontrar nas redes sociais. Mas nem tanto na internet. XP

domingo, 28 de abril de 2024

O livro de distopia que gerou todos os livros de distopia - Nós

Livros de distopia são vários, mas há alguns que são tão bons que precisam ser revisitados.
1984 trata de um mundo onde seríamos vigiados por uma IA, Jogos Vorazes trata de um universo que praticamente é matar ou morrer pelo entretenimento da elite, Admirável Mundo Novo é tão bom que gerou duas músicas com a temática "admirável" de Zé Ramalho e Pitty, além de outros como Fahrenheit 451, Divergente, Laranja Mecânica, surgiram devido a insatisfação de um tempo. Diferente do que Rick Bonadio, produtor musical disse uma vez, são necessários músicos insatisfeitos com a situação atual do mundo, para gerar novas obras contestadoras.
Nós é uma obra sobre uma realidade distópica, que foi escrito no começo da Revolução Russa, que por sinal, foi banida no começo dela. Na história, depois de uma grande guerra, a população mundial foi reduzida. Chegando a 10 milhões de habitantes. Sendo cercados, dentro do Estado Único. 
O protagonista não tem um número, que o define - D-503 - é um dos engenheiros mais importantes, para o maior feito do Estado Único. A Integral, uma espaçonave feita para levar a Revolução para outros planetas. E esse personagem está escrevendo um diário, que é exatamente esse livro.
Ele quer levar esse texto na viagem, para mostrar as maravilhas que é viver em uma sociedade uniforme e funcional. Usando basicamente a lógica e racionalidade na sua vida. Só que ele encontra uma mulher, a I-330, que o faz duvidar de tudo que ele acreditava. E o desperta para sentimentos que não poderiam existir dentro do Estado Único: amor e sonho.



quinta-feira, 25 de abril de 2024

Livros de Jack Sparrow


Há livros que contam parte da história de Piratas do Caribe. Entre eles, temos:
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Uma tempestade se aproxima;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: O Canto das Sereias;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Caça ao pirata;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: A espada de Cortés;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: A idade do bronze;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Prata; 
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: A cidade de ouro;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Guardião do tempo;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: A dança das horas;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Pecados do pai;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: O pico de Poseidon;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: Bravos novos horizontes;
  • Piratas do Caribe - Jack Sparrow: O conto de Billy Turner e outras histórias.
Já sobre Piratas do Caribe mesmo, temos:
Piratas do Caribe: O preço da liberdade.
Além da saga de Piratas do Caribe: A saga das lendas da corte da irmandade:
  • O Caribe;
  • A ascensão do Oriente;
  • A virada da maré;
  • Águas selvagens;
  • Dia da sombra.
Além de HQs, e livros como um livro-roteiro de Piratas do Caribe, além de histórias que existem dentro de revistas de terceiros, que são canônicas.
  • Regras Piratas (escritas pelo Gibbs);
  • O Diário de Carina Smyth.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Dampyr

Dampyr é uma revista de história em quadinhos do gênero terror publicada na Itália pela Sergio Bonelli Editore, criada em 2000 por Mauro Boselli e Maurizio Colombo. O personagem título, Dampyr é na verdade Harlan Draka, um dampiro, filho de um vampiro e de uma humana, que combate sua guerra contra as mil faces das forças do mal.

sábado, 20 de abril de 2024

A erótica Shadow Lady


Shadow Lady foi uma criação de Franco de Rosa em 2001 e publicada em 2004, com a arte de Eugênio Colonnese, assinando como P. Hal. A personagem foi publicada em várias revistas eróticas. Em 2004, na revista Baladas Eróticas #03, da Editora Minuano, na capa anunciava a personagem como a "estrela vingadora gostosona das sombras... Sex Lady". Na revistas Xangai Quadrinhos Eróticos, Edições WOW (capa assinada P. Hal) também grafava Sex Lady. Em 2018, a Ópera Graphica Editora & GRRR! lançam o álbum Shadow Lady com duas histórias, uma inédita de 2022.
Shadow Lady é uma vingadora que se utiliza de sua dor como sublimação para fazer justiça às mulheres vítimas de estupro e sedução. A heroína justiceira não tem identidade conhecida nos quadrinhos, mas tem um companheiro chamado de Dick. Shadow Lady, vítima de um estupro na adolescência e superado os traumas, resolveu por este mote, dedicar-se à esta causa em função das mulheres mais vulneráveis. Anos de treinamento a habilitaram marcial e belicamente ao seu trabalho nas sombras das vidas e ruas escuras, ganhando a alcunha de Shadow Lady. A justiceira não poderes mas desenvolveu a habilidade de intuição, pressentindo os acontecimentos que não tem uma conexão causal clara, um tino especial que capta em um só instante uma realidade que escapa aos cinco sentidos comuns, processando em segundos, informações dispersas e transformando em lógica. A Dama da Noite poder ainda captar o estado emocional de outra pessoa por traços sutis de seu corpo e assim ter a capacidade de não errar em seu julgamento.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Os 3 problemas de J.K. Rowling

Antes de continuar o texto, eu pensei em colocar uma parte falando sobre Os Livros da Magia e a comparação com a saga Harry Potter. Por muitos anos, ocorreu a comparação do protagonista de Rowling com o personagem criado por Neil Gaiman, nas HQs de Vertigo, Timothy Hunter. Isso se dá pelos dois serem muito parecidos: vida familiar complicada, crianças do Reino Unido, usam óculos, estão predestinados a mudar o mundo mágico, usam como mascote uma coruja, são ensinados por grande mestres bruxos/magos, entre outras coisas aí.
Mas não vamos nos fixar nisso. Pois sinceramente, além de ser MUITO infantil, também é meio que coincidência mesmo. Usar um personagem CDF, não era, não é e não será, algo incomum. Filmes e séries sempre o fazem, de diversos modos. Então, vamos nos concentrar na parte pesada mesmo.
Transfobia:
Essa notícia é quase que velha, mas sempre devemos nos lembrar o motivo.
Rowling deve diversos episódios em que dizia que mulheres trans não eram mulheres de verdade. Independente do que você pensa, devo citar um exemplo que gera as cirurgias para transsexuais: hermafroditismo. Onde a pessoa precisa ter consciência do que quer para si. Ou viver para sempre com essa condição. Então, figuras como J.K. Rowling ignoram isso.
Vários autores fizeram cartas abertas contra a autora, como Stephen King. E a mesma também reuniu diversos autores ao seu lado. Aos quais também são conhecidos por defenderem o conservadorismo e temáticas mais pesadas. Na verdade, a própria J.K. ajudou um grupo que trata de temas supremacistas e racistas. Ou seja, se ela queria ter mais visibilidade... Ela deve.
Em 2020, vários LGBTQIA+ e simpatizantes que trabalhavam para Rowling, incluindo colaboradores e escritores se demitiram por falas transfóbicas dela.
No game Hogwarts Legacy, temos muito disso, logo na personagem que seria uma passagem de pano sobre esses fatos. Mas só se tornou pior.
Em Hogwarts Legacy, temos a personagem Sironia Ryan que trabalha no pub 3 Vassouras. Irônico, não é? Sem contar que em inglês, o pronome de tratamento dela é "sir", usado para homens. E quando a dublaram, eles colocaram um homem para a fazer.
O nome Sironia se baseia em uma deusa celta, que controla cobras e dá de presente ovos desses animais. Em uma clara referência a genitália da personagem.
Você pode falar que isso não tem envolvimento com a autora, mas os desenvolvedores do game, entraram em contato com a Warner Bros. para colocar coerência sobre a obra. E mesmo porque, ela ganha lucros dos direitos autorais por parte das vendas desse jogo.
Xenofobia:
Não bastasse uma fobia, ela tem duas.
O único personagem do Leste Asiático, que temos contato direto é Cho Chang. Cho nem é nome, mas sobrenome coreano. E Chang é um sobrenome chinês. É como se unisse Sousa e Silva. O que torna mais claro para identificar a personagem se tornando com teor racista. Sem contar que a sonoridade lembra "Chin Chong", que é o modo como ingleses fazem chacota com chineses. Como o termo usado no Brasil, Xing Ling, para pessoas asiáticas, quase sempre voltado aos chineses.
Uma personagem francesa da saga de Harry Potter se chama Fleur DeLacour. Em tradução, Flor da Corte, que só serve como uma personagem bonita. Nós não vemos ela participar ativamente, por exemplo, do Campeonato Tribuxo, só é citado por outros personagens. Lembrando que a França e Inglaterra tem uma extensa história de conflitos, como a Guerra dos Cem Anos.
As duas únicas personagens indianas (lembrando, a Índia já foi colônia da Inglaterra) são gêmeas chamadas Padma e Parvati Patil. Nomes genéricos para elas, do lugar de onde vieram.
Simas Finnigan é um personagem irlandês. Ele é conhecido por sua propensão em explodir as coisas e transformar água em alcool. Lembrando que a Irlanda, que nunca quis se anexar no Reino Unido, tem um histórico em combates contra a Inglaterra. Com o uso de bombas. E o povo irlandês, é conhecido por beber muito, pela visão mais preconceituosa dos ingleses.
Quando ela foi confrontada por ter poucos personagens judeus ela deu o seguinte nome no Twitter: Anthony Goldstein, Ravenclaw, bruxo judeu. E seu nome se associa a ouro, relembrando a ideia preconceituosa de que judeus são mão-de-vaca e só pensam em dinheiro. 
Neville Longbottom, personagem atrapalhado da Grifinória é traduzido como Novato Bundão. 
Existiam alguns personagens negros no começo. Mesmo sendo que bastante deles, sempre ficavam de elenco de apoio. Mas o único personagem adulto e negro conhecido Kingsley Shacklebolt, que pode se traduzir como correntes ou chibatas seu sobrenome. Ambas as palavras podendo ser ligadas a punições no período de escravidão.
Na verdade, nessa pesquisa rápida, eu não encontrei TRÊS problemas, mas QUATRO: até agora falei de transfobia, xenofobia e racismo. Mas o quarto tem a ver com outra coisa mais... Hipócrita.
Hipocrisia: Fica claro demais, que Harry Potter, é uma grande alusão ao combate contra o bullying. Talvez a única coisa que a saga tenha, seja nos livros ou filmes, de bom mesmo, seja isso. Harry, por não querer seguir os padrões dos alunos "puro sangue", que maltratavam os incomuns alunos que eram mestiços, ele foi visto com preconceito. Até em sua família, tratada como "trouxa", ele era colocado em segundo plano, pois seus tios não sabiam lidar com ele. Já que ele, para eles era visto como diferente, mas para muitos outros, de Hogwarts, por exemplo, ele seria especial.
E onde está a hipocrisia? Está no fato que J.K. Rowling ganha grana em cima dessa galera que sofre bullying: estrangeiros, negros, LGBTQIA+, de religiões diferentes e gente pobre. Uma das provas que ela ganha grana sobre os homossexuais, é que ela lascou do nada, o relacionamento entre Dumbledore e Grindewald. Ainda assim, ele coloca isso MUITO nas entrelinhas. E acho isso errado demais, pois tem muita gente que se inspira nas obras dela, para compreender que nem sempre eles sendo vistos pela maioria como estranhos, precisam se sentir perseguidos. J.K. joga tudo isso no lixo, por puro preconceito.
A escritora atacou, recentemente, os atores Daniel Radcliffe e Emma Watson por meio de uma publicação no X (antigo Twitter). A autora da saga Harry Potter, conhecida por declarações transfóbicas, afirmou que não irá “perdoar” os astros dos filmes baseados em seus livros mais famosos.
Sem contar ela ficar brava com Daniel Radcliffe (que fez Harry) e Emma Watson (que fez Hermione), por não serem a favor das falas da escritora, cheia de preconceitos. Isso demonstra amadurecimento deles, que apesar de amar o mundo que os levou ao estrelado, não precisam seguir alguém cheia de maldade no coração.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

X-Men 97: Um desenho com militância, nostalgia e... ARTE!

X-Men 97 surgiu recentemente com dois pés no peito na Disney+, mostrando algo muito maior que apenas uma história baseada no clássico cartoon, quando ainda era uma animação mais simples. Na própria história original, se abordava diversas coisas sobre representatividade, morte, maturidade, mas aqui elevamos isso a décima potência. E por incrível que pareça, a história não tenta APENAS ser militante ou nostálgica. Ela usa arte de verdade. Como ela faz isso? Aproveitando a nostalgia e a militância, de forma tão orgânica, que você pode não ter notado.

Primeiro, nós devemos entender de onde a história parte: 
Nos episódios antigos originais, Charles estava para morrer, mas seria salvo - talvez - por Lilandra, a imperatrix do império Shiar. Ele é levado, mas deixa Magneto, para se redimir, liderando os X-Men.
O desenho atual é a mesma coisa, com algumas diferenças. Charles teria mesmo morrido, Magneto não foi aceito tão pela liderança dos X-Men. E apesar de ainda serem vistos com preconceito, os mutantes são mais bem aceitos, em especial a equipe mutante. 
Temos algumas mudanças logo de cara. Como a liderança de Magneto, e um leve relacionamento com a Vampira (pois ele pode a tocar na pele), deixando Gambit de escanteio, Jean Grey que deu uma luz ao filho dela com Scott Summers (sim ela é Madelyne Prior, a Rainha dos Duendes, para gerar uma mini-saga Inferno, na TV) e a verdadeira surgiu dividida entre Ciclope e Wolverine. Alguns personagens podem ter sido deixados de lado, por enquanto, mas logo poderemos ver eles em destaque.
Mas agora, vamos ver sobre o episódio 5, que vai nos traumatizar. 

No episódio 5, chamado de Remember it, temos o grupo de personagens Magneto, Gambit e Vampira, indo a ilha de Genosha. A ONU teria aceitado a ilhota como parte de seu grupo, mas algo ruim está pairando sobre o lugar. Há diversas descobertas, mortes e plots que acontecem. Só que vou me focar no caso do trisal.
Remy se afasta de Vampira, pois através de seu amigo Kurt Wagner, Noturno, ele entende que se a ama, deve a deixar escolher seu caminho. Mesmo que este caminho não leve até o cajun. De qualquer forma, a moça, no final, escolhe o cajun, abandonando Magneto.
Entretanto, isso não foi no tempo certo.
Um ataque de uma aberração sentinela mata diversos mutantes. Entre eles, Callisto dos Morlocks e - ao que parece - Magneto. Mas é com Remy que temos a maior perda, junto com Vampira. Pois ele se sacrifica para a salvar, e lembrando que ela tem poder de absorver memórias e poderes ao toque, ela termina seu texto falando, "Eu não consigo sentir você". Tragédia.
Vejamos alguns detalhes: 

É óbvio que Beau DeMayo usou seu conhecimento sobre minorias, para escrever esse episódio. Massacres que acontecem de tempos em tempos, em diversos locais, mas em especial nos States. Mas tem muito mais ai.
Ele teria sido demitido da Marvel, dias antes da série estrear. Então, ele deu algumas declarações sobre o produto final. Como que esse episódio 5, foi o que ele usou para fazer a produtora fazer essa série. Podemos notar que esse desenho, deve inspiração em ataques terroristas, como o que aconteceu em Massacre de Mutantes ou E de Extinção. Beau transferiu parte de suas experiências para o produto final. 
Inicialmente, ele usou o impacto da queda das Torre Gêmeas (o World Trade Center derrubado, no 11 de Setembro de 2001) na sua mente, como parte da inspiração desse episódio. E isso o fez se assumir como gay, pois notou como a vida é frágil para se esconder com máscaras da sociedade. Mas não para ai. Como homossexual, boates LGBT se tornaram um lugar seguro nesse período, porém, tirado em 2016. Quando ocorreu o massacre da boate Pulse. Ele só não frequentava o local, como conhecia algumas daquelas vítimas. Podemos colocar aqui até o massacre de Tulsa, que foi uma tentativa de acabar com os negros em uma determinada área dos EUA. Material que claramente, está aqui, nesse contexto muito bem armado. 
Beau é um rapaz preto, latino e LGBT nos Estados Unidos da América. O cara poderia morrer a qualquer momento por grupos extremistas. Aliás, notem o quão ele parece forte. E isso explica, porque os X-Men teriam que ter um corpo tão bem definido e serem tão bem treinados: para se proteger das perseguições (salvo exceções, quando os poderes alteram suas formas físicas, como no caso de Blob).

Ainda assim, não é a militância, nem a nostalgia que fizeram essa animação tão boa.
O detalhe sobre ela, está na atuação. Gambit não é um personagem tão conhecido. Muitos acham que ele é francês, quando na verdade é Nova Orleans. Talvez por conta do sotaque. De qualquer forma, ele morre protegendo Vampira e Genosha, por consequência. E isso, independente de pauta de militância (o que muitos idiotas vão chamar de lacração) ou nostalgia, consegue exercer um grande sentimento, por um personagem que todos estavam ridicularizando como "corno", devido a ser trocado por Magneto. E o pior, ELE NÃO FOI, pois antes de sua morte, Vampira estava certa em voltar com ele. O rapaz morre sem saber que ela escolheu ele... E isso ficou a coisa mais linda. Sem contar que Reau disse ter usado a frase inspirado em uma cena de Wandavision de Wanda, não sentido o Visão. Mas aqui o "Eu não consigo sentir você" é pior, pois quando ela o sente, pela última vez, sem precisar se segurar, ele está morto.
Tudo bem, você pode retirar a pauta LGBTQIA+ ou a nostalgia, mas isso também retira o peso, pois quantos outros grupos ou histórias queridas assim, nos fariam chorar a perda de um simples ladrão mutante de New Orleans?