domingo, 30 de abril de 2023

Lobisomem O Apocalipse e uma metáfora para o comunismo (e qualquer ideologia, mesmo que nobre)

“Não é como em Mad Max, por exemplo, mas é um mundo que está morrendo muito rápido e os humanos não percebem isso, estão animados com seus videogames, com internet de alta velocidade, pouco se importando com as mudanças climáticas. Os lobisomens mais jovens não estão preocupados em evitar o apocalipse. Para eles esse estágio já chegou e agora eles precisam reverter a situação e evitar que piore. Estão desesperados em pegar de volta o que foi tirado deles”
Justin Achilli

Bem, diferente de Vampiro A Máscara, onde o jogo se foca no horror pessoal, nós temos isso também. Mas em outro aspecto: um horror pessoal brutal. Onde o personagem é um garou, de uma raça metamórfica que tenta a todo custo proteger o mundo. Mesmo que para isso sacrifique sua vida no processo...
E por isso, podemos associar isso a pautas progressistas, de esquerdas, socialistas. Visando uma utopia comunista. E é aí que podemos associar Lobisomem O Apocalipse, a uma metáfora do comunismo. Como? Vejamos

“Estamos em 2021 e não cabe focar em como as circunstâncias de um nascimento, a pureza da raça, torna alguém menor ou maior. Estamos nos livrando desses elementos no jogo. Não existe mais essa questão do ‘Não Cruzarás com Outro Garou’ na Litania, por exemplo. Você é livre para amar quem você quiser e os lobisomens têm problemas muitos maiores para se preocupar – como recuperar Gaia do apocalipse – do que com quem vai cruzar, por exemplo”
Justin Achilli
Primeiro tenho que explicar que o Mundo das Trevas, é o mesmo de Vampiro A Máscara, em Lobisomem O Apocalipse. Mas a visão de mundo, para cada criatura das trevas é diferente. Uma hora pretendo explicar, mas enquanto o mundo dos cainitas é mais consumista e prático, o dos garous é mais bizarro e espiritual. Por mais incrível que pareça.
Garou é o termo usado para designar os lobisomens, que pode ter vindo do Japão, ou da leitura francês, para lobo.
De qualquer forma, eles seriam uma das criaturas que protegeriam Gaia. Essa seria a natureza, a fauna, flora e tudo que existe no mundo. No Mundo das Trevas, na cosmovisão dos garous, ela criou tudo e ela é TUDO. O plano físico e até o espiritual surge devido a ela. E cabe a esses seres lupinos, defender essa entidade, a todo custo.
Mas não são apenas elas que existem. Temos também as três irmãs, criadas por Gaia. Wyld (criação), Weaver (mantenedora) e Wyrm (destruição), aspectos, que mesmo conflitantes, deveriam manter a paz em Gaia. Entretanto ocorreu uma falha: certa vez, por uma briga entre as irmãs, Weaver que queria capturar Wyld em sua teia, prendeu Wyrm.
Por estar em uma teia de lógica e razão, de alguma forma, Wyrm emergiu daquela teia, louca e sedenta para destruir tudo que era de Gaia, e até hoje é assim.
Dito isso, vamos nos concentrar nos garous agora.

“Estamos atualizando Lobisomem para uma roupagem moderna. Obviamente, a cultura do jogo é focada em uma divisão por tribos, que tinham suas contrapartes inspiradas em culturas da vida real. O que estamos tentando fazer em W5 é quebrar isso, para que a gente abra as tribos e os personagens possam ser de qualquer cultura em qualquer tribo. Não existe isso de ‘o personagem nasceu em determinado lugar, logo ele obrigatoriamente é de uma determinada tribo'"
Justin Achilli
Como dito, os garous não eram os únicos metamorfos, mas os que defenderiam Gaia. Existiam outras raças, como os mokolé (homens-réptil) que seriam a memória de Gaia, os corax (homens-corvos) que seriam mensageiros, entre outras tantas. Mas por algum motivo, talvez pela influência da Wyrm, os garou atacaram e destruíram as outros seres metamórficos. O que gerou um ódio delas até hoje, contra os lupinos.
Aqui, já podemos associar, mesmo em épocas muito dispares, com a Revolução Russa, e como o ocidente e parte da Europa viu a Rússia (União Soviética), depois de sair da Primeira Guerra Mundial. Mesmo que houvessem motivos, sua saída do conflito nunca foi aceita pelos países, incluindo seus antigos aliados.
De qualquer forma, continuemos.
Mesmo com os personagens sabendo da Profecia da Fênix, uma mensagem cedida pelos espíritos e, talvez, até de Gaia, diz que o Apocalipse está para vir. Que quando a Wyrm devorará tudo. Não restando nada, a não ser o Oblívio.
Entre os garous vemos tribos diferentes, lutando por meios diferentes. Notem que os exemplos usados aqui, são as tribos até o W20 (o livro de 20 anos). Mas as tribos que formam eles se atacam, muitas vezes, por ideologias.
Os wendigos acreditam que se deve combater o progresso dos homens brancos nos campos indígenas, enquanto os uktenas se usam de seu poder místico para manter as tradições que seus irmãos mais novos ignoram. Os filhos de gaia creem que é possível uma resolução mais pacífica, o que destoa dos irlandeses fianna, bêbados e arruaceiros (que não deixa de ser uma visão preconceituosa sobre a cultura da Irlanda). As fúrias negras são tratadas como feministas extremistas, assim como os andarilhos do asfalto sendo vendidos para a Weaver. Os garras vermelhas e crias de fenris trazem o conflito, as vezes sem sentido, por um preconceito contra pessoas que nem estão envolvidos com seus ódios. Os presas de prata querem manter seu poder de outrora, enquanto os senhores das sombras trama a queda para guardar mais poder para si. E os roedores de ossos são tratados como párias, dentro de uma sociedade que já trata outros como ralé. 
No caso, podemos falar dos ronins e impuros.
Dito isso, notam como as tribos parecem diversas ideologias dentro do mundo real, que ignoram um fato: o Apocalipse está chegando! E nada poderá ser feito. Pois, talvez, não seja para ser derrotado, mas lidar com ele. Mas diversos conflitos internos enfraquecem esses grupos, essas tribos. Como no comunismo.
E não apenas o comunismo. Diversas ideologias, sejam políticas (como o anarquismo) ou religiosas (como budismo ou espiritismo), muitas vezes perdem sua força. Devido a conflitos ideológicos malignos. Com a Wyrm (que seria, o nazismo, aquecimento global e outras coisas claramente malignas) transvestida de uma empresa como a Pentex, que finge ser bondosa (Amazon é uma prova disso, com tratamento quase escravo em alguns países, e quase não colaborando com a economia local).
Temos que ter consciência que há um problema. E enquanto não notarmos isso, vamos nos digladiar. E é isso, que o inimigo quer.

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