sábado, 19 de agosto de 2023

Aparição O Esquecimento e como é difícil acreditar no niilismo (mas as vezes, necessário)


O que significa niilismo? Que os valores mais altos se desvalorizam. Falta a finalidade; falta a resposta ao "por quê?"
-Friedrich Nietzche
Vamos aqui por partes: 
Em Aparição, nós estamos em um jogo mais pesado. Em Vampiro e Lobisomem, nós lidamos com bestas internas, mas cada uma a seu modo. Em Mago, nós notamos o quando a ideia de realidade é frágil para todos nós. Já em Aparição, nós somos um fantasma, ou algo parecido com isso, no conceito ocidental, quase sempre. 
E aqui, vamos entrar em um mundo mais sombrio e nada convidativo. Para analisar uma certa linha de pensamento.

O niilismo não propõe futuro, e nem presente. O niilismo é o nada, como uma mesa vazia, ou o vácuo no espaço. O niilismo é a humanidade vazia em um âmbito de solidão e insignificância cósmica.
-Gerson de Rodrigues
Até então, dentro do Mundo das Trevas, nós sabíamos da Umbra. Mas agora, iremos falar de Mundo da Carne, Mundo das Sombras, o Labirinto e o Abismo.
A Umbra, no Mundo das Trevas, é uma dimensão espiritual coexistente com o mundo físico, inacessível a maioria dos seres humanos, mas essencial para os lobisomens, já tratados aqui.
É um reino complexo, composto por diversos reinos espirituais habitados por diferentes espíritos de diferentes tipos. Mas nesse caso, não são mortos, quase sempre. São mais personificações de energias ligadas a Terra, ou Gaia, na visão dos garous.
Para as aparições, temos o Mundo da Carne, que nada mais é do que o Mundo das Trevas, o mundo físico pura e simplesmente, onde estão a maioria das criaturas sobrenaturais e os humanos que conhecemos do RPG. E que também guardam as paixões e grilhões dos personagens quando estavam em vida. Algo parecido com Coco (ou como ficou Viva, a Vida é uma Festa), filme da Disney que trata sobre a temática de memórias dos falecidos: eles permanecem entre nós, enquanto forem lembrados.
Já as Terras das Sombras, são o mundo onde os fantasmas "vivem", como um reflexo distorcido e corrompido do mundo real. Onde as aparições surgem no no mundo físico, mas com base nos lugares onde viviam antes. E espaço e tempo, não funcionam tão bem, quanto na realidade principal. Afinal, você está morto.
Dentro desse mundo, já caótico, existe a Tormenta, que é um furacão espiritual, de pura raiva, ressentimento e tudo que há de ruim nas almas, pois aquilo é um vórtice de espíritos pesados e macabros.
E dentro dessa Tormenta, existem ilhas de relativa tranquilidade. Mas que ainda contém certo perigo. Onde fica uma necrópole gigantesca, que ninguém sabe como surgiu, mas que fica no meio de todo esse caos. Essa é a cidade de Stygia. Ela teria sido criada por Caronte, um antigo espírito, pois seria clamado pela Dama do Destino. E de qualquer jeito, em algum momento, isso foi corrompido, pelos Lordes da Morte, que controlam esse mundo.
O Labirinto é uma espécie de união das memórias perdidas de alguns seres que morreram a tanto tempo que foram perdidos no mundo e na vida. São fragmentos de memória que existem, mas podem nem fazer sentido mais para quem os ouça ou veja, pois estão desconexos, que poderiam estar próximos, um relato sobre Caim, ou uma lembrança sobre magia verdadeira, sem ligação nenhuma. Desconectado, mesmo do espaço e tempo, não se pode mapear tal local, se podemos chamar assim. Lá vivem os espectros.
Eles são seres que a sombra de uma aparição, tenta corromper. Se obtêm sucesso, essa sombra se torna um espectro, corrompendo as paixões e grilhões daquele ser. Pense nos fantasmas de filme de terror, quando são maus. Agora, imagine eles sendo MAIS cruéis e bizarros. Querendo levar as outras almas para o Abismo.
Mas dentro desse labirinto, existem também os malfeans. Entidades do esquecimento tão poderosos que estão adormecidas. E existem antes mesmo de Stygia existir, ou até a humanidade existir.
Só lembrando que o Labirinto tem uma estrutura em espiral... Quem se lembra dos Dançarinos da Espiral Negra, já entendeu essa referência. E como espectros, eles também foram corrompidos.
E tudo isso circunda, o Abismo. Que é o Esquecimento, o Oblívio, a entropia final, um buraco negro da perdição humana, em todos os sentidos. Podemos falar que seria uma manifestação da Wyrm, mas nem podemos falar disso, pois a própria entidade um dia será destruída.

Minha vida é um constante vai e vem entre hedonismo e niilismo. Uma hora boêmio entusiasmado, outra hora poeta deprimido.
-Lucas N. Caminha
A verdade é que existir já se torna aterrorizador. Milhares de anos, existimos, e nem sempre entendíamos tudo. O que comer, o que beber, o que fazer, e isso surgia de forma natural, mas que precisávamos explicar. Então, como iríamos fazer isso? Como faríamos para explicar que somos uma poeira no universo, fisicamente falando, e comparado a diversos universos enormes que talvez nunca parem de se expandir até hoje.
Mas precisamos lidar com o tempo em que temos na nossa vida. Se vivermos cerca de 100 anos, temos 5200 semanas vividas. Parece muito tempo, mas para alguns, isso pode parecer pouco tempo. 
Você irá morrer uma hora. Independente do quanto quer ficar vivo, eu, tu e todos ao nosso redor irão perecer. E não há nada do que possamos fazer sobre isso. Independente do que acredita, pode ser que a vida seja apenas isso, e pronto. Nada de Céu, ou Inferno, ou Valhalla, ou Hades, nem nada parecido. Isso nem precisa ser tão assustador. Pois precisamos mexer com aquilo que temos.
O niilismo, pode parecer algo terrível. Mas pense: será que o universo foi criado apenas para um bando de macacos pelados em uma pedra super aquecida, viajando no espaço ao redor de uma bola de fogo cósmica? 
E mesmo que estejamos, só temos uma oportunidade na vida. Como isso podemos ser extremamente felizes. Desde que possamos fazer as escolhas no nosso dia a dia. Nossa vida importa, ao menos para nós. Pois podemos experimentar alimentos, comidas únicas, sentir emoções maravilhosas e terríveis, enquanto ainda estamos vivos. Não terá uma 1UP, na nossa vida. Então, aproveite, e tente fazer as pessoas se sentirem bem também.
A sombra, dentro de Aparição, é a parte de seu "Eu" que quer corromper esse lado que pode aproveitar parte de sua "não vida". Pois se tivesse uma segunda chance, não a aproveitaria? Ou talvez, sua alma temeria e fugiria dessa oportunidade única?

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