quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Calvin e Haroldo: a obra máxima de Bill Watterson

"Os tigres fazem qualquer coisa por um sanduíche de atum".
-Calvin
Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes) trata das aventuras de um garoto, Calvin e seu tigre, Haroldo. Ele foi lançado em novembro de 1985. 
Bill trabalhou por seis meses no Cincinnati Post e, 1980, logo depois que se formou no Kenyon College, em Ohio (graduado em ciência política).
Escrita, desenhada e colorida por Bill Watterson, o autor só tinha 27 anos na época em que a história começou a ser impresso. Seus desenhos foram rejeitados várias vezes. Até criar o modelo que mudaria o modo como se enxergam as tirinhas de jornais. Para ele, esses desenhos eram uma arte que dialoga ou não com o leitor, mostrando a atemporalidade dos personagens. Através de suas tiras ele tratava sobre igualdade de gêneros, religião, educação, meio ambiente, filosofia e muito mais. Não eram apenas piadas jogadas ao vento, pois elas tinham conteúdo. 
Na história, temos uma criança extremamente inteligente que usa e abusa de sua imaginação. Além de contestador. Calvin é um garoto de seis anos que tem como companheiro Haroldo, um tigre sábio, mas que para os outros não é nada além de um tigre de pelúcia.

"Eu acho que nossas ações mostram aquilo que está em nosso coração".
-Haroldo
Ele consegue explorar a imaginação fértil e linda de uma criança de seis anos. No qual se tornava um herói, explorador, gênio louco, dinossauro, entre tantas fantasias que tínhamos nessa idade. Calvin e Haroldo, assim como os pais e os colegas de escola do garoto, tem personalidades genuínas. Assim como os filósofos que inspiraram seus nomes: Thomas Hobbes (escritor de Leviatã) e João Calvino (teólogo cristão francês).
Haroldo não é imaginário. Segundo Watterson, que disse coisas interessantes sobre  a ideia do tigre animado, depois de alguns anos. Ele descreve Haroldo como "mais uma natureza subjetiva da realidade do que bonecas são para a vida". Em uma rara entrevista pra o Comics Journal em 1989, ele disse que “Haroldo sendo imaginário é  a suposição que adultos fazem por causa de que ninguém o enxerga assim, como Calvin o vê. Parece-me, porém, que quando você faz um amigo para si mesmo, você tem alguém para concordar e não para discutir com você. Assim Haroldo é mais real que qualquer criança poderia sonhar. "
Diferente de outras obras, Calvin e Haroldo não virou uma marca sem sentido. Onde começaram a colocar marketing pesado, deixando de se preocupar com a história. Transformar os personagens em simples produtos de comércio quebraria o espírito dessa história. Arte antes do comércio.
Uma coisa boa de Watterson nunca ter licenciado os personagens é a grande quantidade de artistas que homenageiam seu trabalho. Vejam abaixo uma dessas homenagens.
Não mais haverá Calvin e Haroldo. Diferente de outros artistas que usam e abusam de sua criação, o autor parou com a obra depois de trabalhar por 10 anos com isso.

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