segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Uma visão mais clara de como HQs deveriam ser vistas (pelo povo e poder público)

Recentemente, minha cidade foi contemplada como Capital Nacional dos Quadrinhos. Esse projeto foi feito pelo deputado federal Roberto Alves. E no texto referente a isso diz que "A partir de 2013, a Prefeitura Municipal de Santa Isabel vem fomentando ações culturais caracterizando as histórias em quadrinhos como profícuo instrumento para difusão cultural e empreendido ações que garantam a preservação da memória e difusão da ampla obra de Mauricio de Sousa, filho ilustre da cidade."
Ele fez esse projeto por motivos financeiros, antes de tudo.
Não vou me focar na questão pessoal aqui. E sim na parte importante.
Sou morador de Santa Isabel a pelo menos... Toda a minha vida. E só em 2018, no começo do ano ocorreu uma exposição baseada em histórias em quadrinhos na cidade. Talvez até mesmo tenha sido a primeira que falava de Maurício de Sousa visto que a cidade se diz "Capital Nacional dos Quadrinhos". Antes de tudo, não me refiro a exposições de desenhistas ou ilustradores, ao qual fizeram, mas sim sobre HQs mesmo. Como aconteceu quando aconteceu a mostra de Miriam Cristina, dos alunos do Centro Cultural, entre outros. Pois no caso desses evento, nem todas as obras são baseadas em comix.
Praticamente, a cidade só quis criar projetos referentes as histórias em quadrinhos agora que ela foi contemplada com esse título!
Isso me fez pegar um texto do site Terra Zero, que trata sobre histórias em quadrinhos:
O Terra Zero é uma fonte muito boa de informações sobre esse assunto
"A hipocrisia do leitor que não compreende o material que está nas suas mãos normalmente caminha de mãos dadas com o ato de ler quadrinhos. Porque a leitura permite, sim, como qualquer outra observação de obras de arte, diferentes reações e sentimentos. Mas um quadrinho de vertente política normalmente passa uma mensagem clara. Se esta mensagem se perder na mente do receptor, ele não entendeu aquela obra. E esse entendimento incorreto ficará enraizado em sua mente para sempre.
Então, é culpa do leitor não saber ler um quadrinho? Também não. Ou pelo menos não totalmente. Quando existe uma falha no sistema educacional (como existe por aqui e em outros pontos do continente americano, inclusive nos Estados Unidos, donos de uma educação pública falida), os leitores podem não estar suficientemente preparados para absorver a plenitude da mensagem de uma obra. Qualquer obra, de qualquer mídia. Isso retroalimenta a falência do sistema. Se um leitor não estiver preparado para entender uma mensagem de uma HQ, que muitas vezes é extremamente clara, como ele pode decidir o futuro de um país nas urnas?"
Em vista disso, muito do que vou escrever faz sentido: as pessoas não leem tanto quanto antes em relação as histórias em quadrinhos, mas isso está parcialmente ligado ao desinteresse do poder público nesse tipo de arte. Há também uma ideologia que quadrinhos são uma prática mais infantil ou sem utilidade. Nada está mais longe da verdade.
Aqui escreverei alguns tipos de perspectivas relacionadas aos quadrinhos, que hoje em dia as pessoas não fazem por falta de tempo, conhecimento ou simples preconceito. Para talvez comover as pessoas e (quem sabe com mais dificuldade) o pode público.
Perspectiva sociológica: Usando como exemplo as HQs do grupo de mutantes da Marvel, X-Men, poucos sabem de certos pontos das obras. Criados em 1963 por Stan Lee e Jack Kirby, os personagens são pessoas comuns que nasceram com uma alteração em seu DNA, o Gene X. São tratados por mutantes. Nas revistas, era possível ver uma crítica aos comportamentos preconceituosos americanos e do mundo. E isso fica mais claro quando associamos duas personagens das HQs ao  cenário histórico dos Estados Unidos: Martin Luther King e Malcolm X.
Ambas essas figuras lutaram pelos direitos humanos e dos negros. E eram amigos, apesar de Malcolm ser contra alguns ideais pacifistas de Martin. Assim como os líderes mutantes, Charles Xavier (conhecido como Professor X) e Erik Magnus Lensherr (conhecido como Magneto). Malcolm X era extremamente contra alguns ideais pacifistas de seu amigo, devido a realidade cruel em que nasceram e cresceram. Esses dois personagens históricos são figuras importantes e tratam, de uma certa forma de um medo social dos humanos: tememos o que não entendemos.
Muitas vezes, dentro das cidades atuais, pessoas são tratadas de forma diferente (quando não degradante) quanto não são iguais ao resto da sociedade vigente. Exemplo disso como muitas vezes vemos esse tipo de preconceito com negros, mulheres, gays, judeus, indígenas, imigrantes, sem teto, entre tantos outros. Sendo que não existe motivo para isso!

Perspectiva psicológica: Muitas vezes dentro de uma HQ, o roteiro se foca a compreender o psicológico dos personagens. Um exemplo claro esta em Batman - A Piada Mortal. Muitos dos fãs das histórias de Batman, vigilante da DC, sempre pensam que o Coringa (principal inimigo do Homem Morcego) seja um psicopata. Mas nessa obra, escrita por Alan Moore (conhecido por escrever V de Vingança e Watchmen), nós podemos notar que na origem criado pelo inglês ele é um sociopata.
Nele vemos um Coringa relembrando sua vida antes de ter sua face distorcida. Era um rapaz com mulher grávida e tentava ganhar sua vida como comediante, fracassando terrivelmente. Contudo, para conseguir grana ele entra para o crime. Antes, ele sabe que sua esposa e o filho morreram. O que já deixa seu dia pior. Quando confrontado por Batman, ele caí em um tonel de produtos químicos. Fazendo o enlouquecer. E uma das frases que ele usa, dita a trama nas páginas dessa obra: pode um dia ruim transformar a vida de uma pessoa?
Muitas pessoas estereotipam personagens "malignos" como psicopatas, ao nível de os denominar assassinos seriais. Acontece que na psicologia não é bem assim. E acima de tudo, a loucura não é um mal, por assim disser. É uma condição que certas pessoas obtêm com o decorrer do tempo ou que nascem com ela. O que no caso de A Piada Mortal faz mais sentido a primeira. Tentando mostrar, que nem sempre as pessoas nascem perigosas, mas são transformadas pelo seu meio. 
Perspectiva artística: Poucos fora do universo dos fãs de HQs sabe quem é Will Eisner. Muitos só o creditam como o criador do personagem Spirit. Logicamente ele fez muito mais que isso. Entre suas obras estão Um Contrato com DeusNova York: A Vida na Grande Cidade, Pequenos Milagres, Ao Coração da Tempestade, entre tantas outras obras. Algumas, que ainda não chegaram ao Brasil. Ele praticamente é o criador do termo graphic novel (novela gráfica), que muitos apreciadores da nona arte usam hoje em dia. Na verdade, sem seu trabalho, não teríamos as HQ modernas e esse post poderia muito bem não existir. 
Quando ele passou a escrever mais histórias voltadas para o público adulto, já tinha dominado a arte em um ponto único. Assim como em um filme, Eisner sabia como narrar suas histórias de forma única. Muitas vezes sem precisar usar um único balão de conversa ou pensamento. Só o uso de imagens, um dos recurso mais necessários em uma história em quadrinhos. Pois queira ou não, é um dos principais focos de um fã desse tipo de trabalho. Will não só coloca seu trabalho no papel, mas mostra como isso pode ser feito de uma forma clara e concisa.
Isso fica mais claro quando notamos que ele realmente era um homem preocupado com essa estética em seus trabalhos. Como podemos ver no livro Quadrinhos e Arte Sequencial de sua autoria. A presente obra baseia-se no curso que o autor ministrou por muitos anos na School of Visual Art de Nova Iorque e contém o acervo de suas idéias, teorias e aconselhamentos sobre a prática daquilo que ele conhece tão bem - contar histórias em quadrinhos.
Perspectiva financeira: Muitas vezes, como escrevi na parte relacionada a sociologia de forma indireta, a ficção muitas vezes copia a realidade. As condições de um povo, de uma nação, etnia, ou até de um gênero sexual ou grupo religioso, são retratados através de uma história em quadrinhos. Incluindo as econômica e financeira. Desde pessoas ricas (como Batman e Homem de Ferro), até pobres (como Super Choque e Homem-Aranha). Nos foquemos em Peter Parker.
Ele é um rapaz inteligente, talentoso e muito bom em química. O que lhe faz ser muitas vezes ser tratado como um saco de pancada dos jovens que cometem bullying na sua escola e suas proximidades. Mas o que importa é que isso não paga contas. Mesmo ganhando seus poderes, isso não paga as contas do lar. Sem contar que seu tio Benjamin, foi morto. A principal fonte de renda da família. O que faz cada um dos dois membros desse lar se desdobrar para ajudar nas despesas. Peter tira fotos como freelance para o jornal sensacionalista Clárim Diário, enquanto sua tia May usa a pensão de seu finado marido, o que não era muito naquela época. 
Podemos fazer um paralelo do personagem com as condições financeiras em 1962, quando ele surgiu. Mesmo que os States estivessem melhor com sua relação econômica, do outro lado do mundo ainda existia o perigo da União Soviética com ogivas nucleares capazes de devastar cidades inteiras em, literalmente, instantes. Isso ainda atravancava negociações com países, em especial aqueles que tivessem contato com países socialistas. Forçando muitos jovens trabalhar em mais de um emprego e procurar bicos. 
Perspectiva histórica: Poderia ter usado o exemplo de Peter Parker, o Homem-Aranha, mas preferi usar outra abordagem. Pois nas HQs podemos brincar e muito com a ideia de "E se...?": e se a Inglaterra fosse uma ditadura? E se os heróis e vilões do mundo tivessem surgido devido a uma conspiração norte-americana? E se os Estados Unidos tivessem vencido a Guerra Fria de um modo impactante e direto? É nesse ponto que entra outra obra de Alan Moore, Watchmen.
Na realidade histórica alternativa apresentada na obra, Richard Nixon teria conduzido os EUA à vitória na Guerra do Vietnã e em decorrência deste fato, teria permanecido no poder por um longo período. Esta vitória, além de muitas outras diferenças entre o mundo verdadeiro e o retratado nos quadrinhos, como por exemplo os carros elétricos serem a realidade da indústria dos automóveis e o petróleo não ser mais a maior fonte de energia, derivaria da existência naquele cenário de um personagem conhecido como Dr. Manhattan, um indivíduo dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia, elevando-o a um estado de semi-deus.
Isso sem contar que grupos de heróis começaram a surgir pelos Estados Unidos da América.
A Lei Keene exigia que todos os "aventureiros fantasiados" se registrassem no governo. A maioria dos vigilantes resolveu se aposentar, alguns revelando suas identidades secretas para faturar com a atenção da mídia; caso de Adrian Veidt, o Ozymandias. Outros, como o Comediante e o Dr. Manhattan, continuaram a trabalhar sob a supervisão e o controle do governo. O vigilante conhecido como Rorschach, entretanto, passou a operar como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia.
Não fica tão distante da realidade, não é?
Perspectiva filosófica: Até mesmo o uso de conceitos filosóficos podem aparecer em uma obra de HQs. Existem conceitos que muitas vezes podem ser vistos de forma diferente e de pontos de vista diferente. Exemplo que se mostra assim aparece em Sandman, escrito por Neil Gaiman. O personagem originalmente surgiu na Era de Ouro dos Quadrinhos, como um vigilante ao estilo de Batman ou Arqueiro Verde. Contudo, Gaiman o tornou o próprio sonho. A força que rege o subconsciente de todas as formas de vida conscientes. Essas histórias foram publicadas no selo Vertigo, da DC Comics, para uma leitura mais adulta.
Sandman nessa história seria um dos membros de uma família bem peculiar e diferente: os Perpétuos ou Sem-Fim. Seres superiores aos deuses. São compostos por Morte, Desejo, Delírio, Destino, Desespero, Destruição e Sonho (Sandman). No caso desse último, muitas pessoas veem Sonho como algo ótimo, mas não é bem por ai. Gaiman nos concede uma nova perspectiva, na qual quando despertamos para a realidade o sonho acaba. E que os outros aspectos citados como irmãos de Morfeu (um dos vários nomes do Sonho), na verdade são necessários em toda a vida. Incluindo Morte, Desespero e Desejo. 
Agora que vimos isso, eu sinceramente espero que as pessoas leiam esse texto e compreendam que histórias em quadrinhos são bem mais. Mais conteúdo e criatividade do que muitos podem imaginar. E os nossos poderes públicos (incluindo o de Santa Isabel) comecem a notar a importância da nona arte.
Como referência para esse texto eu li postagens do site Terra Zero e o livro Pesquisa Acadêmica em Histórias em Quadrinhos, além de conhecimento próprio sobre HQs.

O Quarto Labirinto - Uncharted

A grandeza nasce de pequenos começos
Eu me lembro quando o Ramon Mineiro me deu esse livro. Não sei por qual motivo ele se livrou dessa obra. Ele não é uma história ruim, além de não se tratar de um roteiro baseado no jogo de Playstation. Que creio eu, começou no PS3. 
Em um misto de Lara Croft (pela jogabilidade inovadora, mesmo para o padrão do game) e Indiana Jones (pela temática mesmo), Nathan Drake é um herói único que merece ser visitado. Lembrando que esse livro se passa ANTES do primeiro jogo.


"Eu não sei porque as pessoas gostam de videogames."
-Nathan Drake
O arqueólogo Luka Hzujak, especialista em labirintos mitológicos, acaba de ser assassinado. Seu corpo, esquartejado, é encontrado dentro de uma mala numa estação de Nova York. Para descobrir quem fez isso a um de seus melhores amigos, Victor Sullivan, um amante de charutos que dedica sua vida a “aquisições praticamente impossíveis de antiguidades”, pede ajuda ao caçador de tesouros Nathan Drake, seu pupilo e companheiro de peripécias. Junto com Jada, a filha do arqueólogo morto, Sully e Drake vão enfrentar a maior aventura de suas vidas. Seguindo as pistas e orientados pelas anotações do diário de Luka, eles descobrem que a solução do crime está ligada aos labirintos da antiguidade e seus mistérios – entre eles, o de Knossos, que abrigava o Minotauro, na ilha de Creta. Enquanto viajam pelo mundo, dos Estados Unidos para o Egito e a Grécia, Drake e seus amigos percebem que não estão sozinhos. Atraído pela lenda de que os labirintos antigos guardavam tesouros, um empresário ganancioso está disposto a fazer de tudo para chegar primeiro, ao mesmo tempo em que uma misteriosa legião de encapuzados quer impedi-los de descobrir que a chave do mistério está, na verdade, no Quarto Labirinto, que, além de ouro e prata, pode guardar um segredo que deixará o mundo assombrado.

"Qualquer coisa que valha a pena não é fácil"
-Victor Sullivan
O livro é ótimo. O escritor, Christopher Golden é um escritor norte-americano especializado em livros de ficção científica. Ele é autor de vários romances de fantasia negra e de vários livros de histórias em quadrinhos. Além disso, também escreveu romances adultos do seriado de TV Buffy, a Caça-Vampiros. Golden também escreveu muitas histórias de Hellboy, em forma literária, adaptando o personagem dos quadrinhos para uma nova mídia. Ou seja, ele realmente gosta de cultura pop. 
Você nota que o Nathan Drake do livro é o mesmo dos jogos. Além de ter uma grande afeição por Jada. Parece ser  A maior perda deve ter sido do Ramon como disse. Pois perdeu uma boa leitura.

Teoria da Conspiração: uma relíquia da Marvel... Que poucos devem saber a respeito...

"Agora que agarrou a verdade pela cauda, Sr. Ewing o que vai fazer com ela?"
-"Deus da Trapaça"
Esse é um daqueles pequenos achados que pouco encontram nos dias de hoje. Boas histórias curtas, com uma ou duas edições no máximo. Até mesmo Sandman Prelúdio (Sandman Overture) foi publicado em seis edições diferentes. E aqui no Brasil ele foi encadernado em três volumes. Mas Teoria da Conspiração da Marvel dá de dez a zero em muita saga da Casa das Ideias. E podemos ir mais adiante: podemos fazer uma ligação dele com Guerra Secreta, que também pretendo escrever aqui no blog.

"Mark Ewing? Me chamo Dugan. Eu sou da SHIELD. Vamos conversar?"
-Dum Dum Dugan
Mark Ewing é um jornalista bom do Clárim Diário. E sua vida segue relativamente bem para alguém que vive na Nova Iorque da Marvel. Mas depois de mais um ataque ao jornal, ele sem querer encontra algo escondido em uma parede atrás da escrivaninha dele. Eram microfilmes e uma chave. Pertencentes a um jornalista investigativo chamado Cliff Garner. 
Ben Urich fala para Ewing sobre Garner. Ele já foi soldado na Segunda Grande Guerra Mundial. E conheceu heróis como qualquer cidadão de Nova Iorque. E acabou descobriu algo que chamava de Controle, ao qual o governo norte-americano possuía como uma ligação aos super seres. Desde os mais antigos, aos atuais. Um controle paralelo com nomes poderosos como Eliha Starr, Bruce Banner, Thaddeus Ross e Henry Pym. 

Após saber disso e voltar para casa ele é aportado por um homem misterioso que falava sobre a conexão dos seres modificados. Tudo isso pelas mãos do General Cecil B. Slinkard, General Thaddeus E "Thunderbolt" Ross, General Lewis Heywerth, Howard Stark, Bolivar Trask (esses dois, os únicos civis envolvidos, mas ricos empresários) e Coronel Edward Harrison. Todos envolvidos com um poder maior. Cada um deles se envolvendo com personagens chaves da Marvel como Henry Pym, Reed Richards, Bruce Banner e Otto Octavius. Uma verdade difícil de engolir para Ewing. Isso até que sua casa é destruída por uma bomba. Matando sua namorada, Monique, no processo que queria reatar com ele.
O jornalista vai até Punios Verdes. E isso faz com que Ewing corra atrás de respostas. Que podem não ser as melhores...



"Quem está aí? Ah. Eu estava à sua espera."
-Mark Ewing


Uma das coisas que muitos não notam é que os heróis mais conhecidos hoje em dia nasceram em uma época conturbada. E muitas vezes, como produtos dela: Capitão América, o Quarteto Fantástico, Hulk. Até mesmo o Homem-Aranha e o Demolidor são de certo modo, subprodutos dessa época conflituosa. 
Entre as guerra citadas podemos falar sobre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Então, aqui o Dan Abnett e Igor Kordey usam uma maravilhosa combinação entre as famosas teorias de conspiração nos Estados Unidos, que pipocam até hoje em dia. Mais ainda nos dias de hoje com a internet cheia de fake news pseudo criadas na época atual.

Arte é ótima. Mesmo não estando no nível de Alex Ross, me fez lembrar do artista. E aqui vemos sua combinação de cores muito boas. Quando elas focam em coisas mais heroicas, o artista usa cores mais claras. Agora quando tratam sobre algo sinistro, ou quando querem colocar um tom de suspense, ele escurecia as cenas.
Mas acima de tudo, 

Quem veio primeiro? 2


Patrulha do Destino e X-Men:

É engraçado notar, mas mesmo que os membros da Patrulha do Destino não sejam mutantes, eles não são vistos com bons olhos pela humanidade. Além de possuir um mentor que se movimenta a uma cadeira de rodas. Onde já vi algo parecido? X-Men é lógico.
Ambos foram lançados em 1963. Contudo, Patrulha do Destino saiu em Julho, sendo que os X-Men saíram em setembro.
Só para comparar, a Patrulha enfrentava a Irmandade Negra... Quem tem uma irmandade como inimiga???

Eléktron e Homem-Formiga:
Ambos são cientistas em suas primeiras aparições, Ray Palmer e Hank Pym. O primeiro pode diminuir a níveis subatômicos e controlar seu peso para quase qualquer proporção. Já o segundo diminui, aumenta e consegue controlar formigas... É algo bem útil. Contudo, Eléktron surgiu em 1940 e Homem-Formiga veio em 1962.
Deathlok e Ciborgue: 
Em 1974 a Marvel criou Deathlok. Um soldado americano que em uma das suas missões foi ferido gravemente mesmo. Praticamente, mutilado. Além de armas, dentro de seu cérebro foi implantado um super computador. Ciborgue teria surgido seis anos depois do surgimento do personagem da Casa das Idéias. 

Capitão América e Guardião:
Essa nem tem o que falar: Steve Rogers apareceu em 1941. Com um pai ilustre e muito original como Jack Kirby seria difícil. Tempos depois ele teria criado o herói Guardião para a DC. Este era um policial que combatia o crime com seus punhos... E um escudo. Huuuuuuuuuum...

Surfista Prateado e Corredor Negro: 
Mas Jack Kirby é um sacana mesmo. O Surfista Prateado foi feito por ele, devido ao fato de querer fazer um personagem que não se locomovesse por naves, mas sim um meio alternativo de transporte pelo espaço. Ok. Mas quando o mestre foi para a DC e praticamente criou os Novos Deuses, ele criou um personagem conhecido como Corredor Negro. Esse é sacaninha...

segunda-feira, 30 de abril de 2018

A frase mais verdadeira sobre o amor

“Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como ‘talvez devêssemos ser apenas amigos’ se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor. Odeio o amor”.
-Rose Walker

segunda-feira, 23 de abril de 2018

HQs: A história - parte 5

Era Moderna – Anos 80: Watchmen, O Cavaleiro das Trevas e Sandman
Consideramos o início dessa era em 1985, onde as HQs tiveram um tom muito mais sombrio. 
Uma nova visão tinha sido aberta graças a Marvel, mas foi com a DC Comics que as histórias em quadrinhos atingiram um patamar nunca antes atingido. Seguindo as mudanças que surgiram na década de 60, muitos roteiros com conteúdo mais pesado e temáticas abrangentes surgiam. Uma delas que se destaca é Watchmen. 
Nela temos um roteiro escrito por Alan Moore e desenhado por Dave Gibbons. Aqui podemos ver o que poderia acontecer se heróis REALMENTE existissem em nosso mundo. No contexto desse enredo, os Estados Unidos não perderam a Guerra do Vietnã, além de obter um salto tecnológico. Tudo isso devido ao surgimento de um ser onisciente e onipotente chamado Doutor Manhattan. Ele consegue controlar toda a matéria em níveis moleculares. Sem contar que nele, os vigilantes mascarados existem, mas em pequeno número, membros do antigo grupo Minutemen. Porém, alguém vem tentando eliminar os antigos membros da equipe. Começando por aquele que ainda servia o governo americano, o Comediante. 
Já em Cavaleiro das Trevas, temos um futuro onde o Batman não existe mais. Ou melhor dizendo, em que Bruce Wayne desistiu da vida como Homem-Morcego. Mais idoso, e com problemas físicos, ele sente que algo está errado em Gotham. E assume mais uma vez o manto como herói. Contudo, quando ele volta à ativa isso chama atenção de novos e velhos vilões. Sem contar o olhar ferrenho do governo americano que não admite mais vigilantes. Fazendo o próprio Superman ser escalado para lidar com o problema.
Com Sandman, a história tomou outra narrativa. Literalmente. Sandman era um personagem vindo da Era de Ouro, que deve várias encarnações. Contudo, a DC estava disposta a revitaliza-lo. E escalaram a pessoa certa para isso. 
Em 1988, Sandman ganharia uma cara nova pelas mãos do inglês Neil Gaiman. Ele já tinha feito um excelente trabalho com a personagem Orquídea Negra a revitalizando. E reestruturou esse personagem também. Para começo de conversa ele não seria mais um herói. Na verdade, seria um ser bem diferente pela sua nova história de criação. Com pele pálida, um visual mais próximo de roqueiro, ao estilo de Robert Smith do The Cure. Sem contar que como era o mestre do plano dos sonhos seria mais misterioso. Em resumo: ele não seria mais um aventureiro. Ele é o próprio Sonho. Um quadrinho com temática mais voltada para os adultos.
Sandman nessa história seria um dos membros de uma família bem peculiar e diferente: os Perpétuos ou Sem-Fim. Seres superiores aos deuses. São compostos por Morte, Desejo, Delírio, Destino, Desespero, Destruição e Sonho. Como pode notar, boa parte deles começa com D, mas isso só em inglês. No original temos Dream (Sonho) e Death (Morte). Muitas de suas histórias ocorrem por conta de desavenças ou contato entre ele e seus irmãos.
Ele é tratado por vários nomes: Mestre dos Sonhos, Lorde Morpheus, Sonho, Kai'ckul, Oneiros, Lorde Moldador, entre tantos outros nomes. Um grupo de místicos liderados por Roderick Burgess aprisiona o personagem em 1916, dentro de uma redoma transparente. Na verdade, eles queriam sua irmã (no caso Morte), pois assim poderiam obter a imortalidade. Depois de um longo tempo aprisionado, ele se libera e descobre que seu mundo (O Sonhar) ficou uma bagunça. Sem contar que seus itens roubados, quando foi preso, foram espalhados pelo mundo. Sua algibeira, com areia dos sonhos, estava entre as posses de John Constantine. Seu elmo foi entregue a um demônio, o que lhe fará ter que lidar com o próprio Lucífer. Por último, ele terá que combater Doutor Destino para conseguir de volta o seu rubi, um vilão da DC.
No caso de Watchmen e O Cavaleiro das Trevas, nós temos uma população no enredo, que já se acostumou com heróis. Tanto que nem sempre os vem como “anjos salvadores” e sim como problemas a serem resolvidos. Ainda assim, não são todos que pensam assim. Podemos nos focar também nos mascarados que aqui são tratados de forma real. Envelhecendo, se irritando e com falhas morais extremamente mais aprofundadas. Como o uso de álcool e problemas cardíacos. 
Em Sandman temos personagens sendo usados de maneira mais bem narrada, onde as lendas antigas são tratadas com mais realismo. Sem contar o encontro de coisas com teor mitológico e arcaico com coisas do período contemporâneo. Sexualidade, palavrões, violência, AIDS, homossexualismo, distúrbios mentais, são temas tratados muito próximos de coisas como rituais, mundos sobrenaturais, forças ocultas e cósmicas. De maneira tão boa que podemos nomear esses quadrinhos de adultos. Lembrando que esse personagem fez parte de uma divisão da DC Comics, ao qual se chama Vertigo.
Nos anos 80, a influência dos mangás e animes nos quadrinhos americanos se torna mais evidente. Através de outra obra de Frank Miller, Ronin. No enredo, um samurai perde seu mestre durante uma batalha contra o demônio Agat pela busca de uma espada encantada. Ambos são mortos ao mesmo tempo, e renascem num futuro distópico. Não foi muito bem recebida pelo público da época, por ser uma forma de contar histórias muito inovadora, mas foi muito aclamada pela crítica. Talvez isso tenha feito essa obra se tornar uma história em quadrinhos um tanto desconhecida. Muitas de suas inspirações foram de origem nipônica, como Lobo Solitário entre outros.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

(POLÊMICA) A mudança de gênero em Doctor Who


Muita gente esta falando mal da nova/novo Doutor. Lógico que estamos falando aqui da décima primeira temporada de Doctor Who. Em que o personagem será interpretado, depois de Peter Capaldi no episódio de natal Twice upon a time pela última vez, por Jodie Whittaker. Um dos papéis mais recentes e conhecidos da atriz foi em Black Mirror. E ela já contracenou com Christopher Eccleston em uma peça de teatro chamada Imerge.
Antes de tudo devemos nos lembrar, por exemplo, que os Senhores do Tempo estão muito acima do bem e do mal. E a questão do gênero é um tanto superflua, e explico mais a frente o motivo. Contudo, até Capaldi mesmo foi rechaçado para ser o novo Doutor pois ele era considerado velho demais pelos fãs da nova geração.
Esse lance do Peter ser considerado muito velho me fez lembrar, com raras exceções, os doutores antigos (do oitavo para trás), sempre me pareceram bem idosos. O primeiro, por exemplo, era idoso demais, por isso criaram o lance da regeneração. E eu amo as versões antigas.
Agora, o fato dele agora ser mulher, para mim não afeta em nada o enredo. Várias vezes foram citadas que Senhores do Tempo podem sim se tornar mulheres e vice-versa. O General mesmo, na verdade sempre foi uma mulher pelo que ele mesmo disse no episódio Heaven sent
É óbvio que inicialmente você fica com aquela cara "vai mudar tanto assim?". Só que se analisarmos melhor um fato desses, notaremos que parte disso é só parte de um processo criativo. E o que nos interessa são as boas interpretações dos novos doutores. Pois, pelo que parece sempre vamos odiar e depois amar os novos doutores.
Foi assim com Christopher, David, Matt e Peter. E será assim com Jodie.