sexta-feira, 13 de junho de 2025

Xena: A Princesa Guerreira (que é um spin-off MELHOR, que a série de origem)


Antes de super-heroínas dominarem o cinema, uma guerreira com espada e coragem já lutava pelos injustiçados. Xena não era perfeita. E era isso que a tornou lendária. 
Xena a princesa guerreira foi uma das séries de televisão mais populares da década de 1990 e 2000, sendo considerada uma das poucas que se manteve no ar após a virada do milênio, e a figurar entre as melhores do mundo. Do programa nasceu a personagem Xena, que dá nome a série, uma heroínas mais populares. Mas nem sempre a heroína foi uma guerreira na luta do bem contra o mal. Xena, no começo, era vilã.
A primeira aparição da personagem foi durante três episódios da série Hércules. No primeiro e no segundo Xena era vilã, que costumava assaltar com o seu bando vilas, mas no terceiro a moça aliou-se com Hércules para derrotar Darphus. Ela apaixona-se pelo semideus e com a aproximação dos dois, ela passou ver seus atos de outra forma, tornando-se assim uma guerreira do bem. O sucesso da personagem foi tão grande que o roteiro teve de ser mudado. Xena morreria no terceiro episódio, mas os produtores cancelaram a morte.
A criação de Xena foi de Robert Tapert e John Schulian, diretores e produtores da série. Após a terceira aparição da guerreira em Hérkules, os produtores planejaram uma sequência da nova heroína na série, mas Tapert teve a idade de dar a ela um programa.
O enredo principal se passou na Grécia Antiga e com foco na mitologia grega, porém temas da atualidade eram discutidos, sendo que a história falou de diferentes crenças e mitologias.
Xena a princesa guerreira estreou na televisão em 13 de março de 1995 no episódio The Warrior Princess, de Hércules, e como dito acima após o grande sucesso da personagem fez com que ela ganhasse um programa. A primeira temporada de Xena começou a ser gravada em junho daquele mesmo ano, em Auckaland, na Nova Zelândia.
Xena nasceu em Anfípolis, na Heláde (onde hoje fica a Grécia), filha da taberneira Cyrene e do guerreiro Atrius, e irmã de Toris e Lyceus, mais velhos. A vida da família era tranquila, mas certa vez, o pai chegou de uma guerra bêbado e dizendo que ia sacrificar a caçula em nome do Deus Ares. Desesperada e com a intensão de manter a filha viva, Cyrene matou Atrius, enquanto as crianças dormiam, e nunca os revelou o que havia acontecido.
Sem a presença do pai, Toris, o primogênito, passou a ajudar a mãe na taberna e também nos cuidados com a família. Já Xena e Lyceus, muito unidos, quando não estavam nos treinos de luta de guerra estavam aprontando alguma coisa. A família, apesar das dificuldades, voltou a viver tranquila, sendo que certos dias passavam a tardes inteiras pescando, atividade que mãe e filho realizavam em virtude da insistência e entusiasmo dos pequenos Xena e Lyceus.
Quando cresceram os caçulas tornaram-se jovens habilidosos na arte da luta e orgulhavam muito a mãe.
Certo dia, chegou a Anfípolis o mercenário Cortese, que pretendia dominar a cidade. Como tinham muito pouco ou nada de conhecimento em lutas, os habitantes resolveram se render a Cortese, mas Xena e Lyceus discursaram em frente a uma multidão e pediam para que o povo não se rendessem em nome a liberdade. As pessoas ouviram os jovens. Porém a batalha foi devastadora, muitos habitantes da cidade morreram, entre eles Lyceus. Mesmo assim, os homens de Corteses foram derrotados e abandonaram a cidade.
Contudo, o povo ficou contra Xena, incluindo a mãe, pois acreditavam que se não tivessem seguido os ideais de liberdade da moça eles jamais teriam perdido seus familiares e amigos. Sem o irmão e melhor amigo que morreu em combate, sem o irmão mais velho que fugiu pouco antes da cidade ser invadida, ela se viu sozinha.
Rejeitada por aqueles que defendeu, Xena resolveu sair de Anfípolis para conquistar outras partes da região, e assim, conquistar riquezas suficientes para evitar que qualquer outro mercenário invadisse a sua cidade natal.
Ela e seu bando sequestraram Júlio Cesar, da rica república Roma. Com o líder político preso em seu navio, Xena pediu um alto valor para o resgate, porém ela encantou-se por ele e os dois tiveram um romance. Júlio César prometeu a Xena que assim que fosse liberto voltaria para vê-la. Ela aceitou o acordo. Com o pagamento do resgaste, o político foi solto.
Além dos piratas, do bando de Xena, encontrava-se no navio M’Lila, uma escrava gaulesa que entrou no navio ao fugir. Xena só deixou-a ficar, porque ela prometeu lhe ensinar “ponto de pressão”, um golpe de pernas que M’Lila usou para matar um dos bandidos e imobilizou uma das pernas da vilã.
M’Lila tentou avisar a Xena que Júlio César preparava a ela uma emboscada, contudo, não teve tempo suficiente, e não demorou para que o barco romano se aproximasse, e logo depois, os romanos, liderados por Júlio César adentrassem o navio de Xena. Xena e seu bando foram presos e seriam enforcados. Mas, durante a noite, M’Lila, que estava escondida, conseguiu salvá-los.
Durante a batalha entre Xena e seus bandidos e os romanos, a mulher teve suas pernas quebradas. Ao retirá-los da praia, onde seriam enforcados, M’Lila levou Xena até seu amigo e curandeiro Niklio. Ele tratou dos ferimentos da guerreira e usou a acupuntura para acelerar o tratamento.
Não demorou para os romanos descobrirem onde Xena estava. E quando tentaram matá-la, Mi’Lila jogou-se a frente de Xena, recebendo no peito a flecha direcionada a guerreira. A jovem gaulesa morreu e Xena ficou com muito ódio, combatendo e matando todos os soldados romanos.
Disposta a se vingar de toda a humanidade, Xena, que se tornou uma sanguinária mercenária, viajou até o Oriente. Em uma das viagens, ela conheceu Bórias e se tornaram aliados, além de terem um romance. Unidos varriam os reinos orientais. Quando chegaram a China foram fazer uma acordo que trouxesse benefícios financeiros das duas casas mais poderosas do reino, a de Lao e de Ming.
A primeira a ser contatada foi de Lao Ma, mas o acordo não deu certo. Querendo dinheiro fácil, Xena, então, resolveu sequestrar Ming’ Tien, o filho do imperador Ming’ Tzu. O plano deu certo, todavia, Bórias sentiu-se traído. Ele então procurou o imperador e entregou a cabeça de Xena. Ela foi presa, mas foi salva por Lao Ma.
Durante a sua estádia no palácio da Imperatriz da China, Xena aprendeu novas técnicas de lutas, com sua nova mentora Lao Ma, ensinamentos baseados no amor, na paz e no auto-sacrifício. Foi com a nova amiga, que Xena começou a pensar em mudar de vida, principalmente porque Lao a curou das pernas com técnicas muito antigas.
Lao Ma propôs a Xena que governasse junto a ela o reino e no momento lhe atribuiu o título de Princesa Guerreira. No entanto, Xena cega pelo ódio a Ming’ Tzu, não aceitou o convite.
Sabendo das investidas contra Ming’ Tzu, durante uma batalha, Lao Ma freou as atitudes de Xena e a expulsou da China.
Grávida de Bórias, ela seguiu acompanhando-o em lutas, sendo que numa destas deu a luz a um menino. Xena não tinha muitas lembranças do momento, e poucas cenas que recordava era de Bórias caído ao chão. Nesta batalha ele morreu.
Xena percebeu que ficar com o bebê seria arriscado e resolveu então entregá-lo a alguém que poderia criá-lo com proteção e de forma decente. Foi quando ela decidiu dá-lo a Kaleipus, líder dos Centauros, que apesar de não gostar da guerreira aceitou a missão de cuidar e educar o pequeno, pois ele era filho de Bórias, em nome da amizade deles.
Apenas mais tarde, Xena descobriu que a decisão de entregar o bebê havia sido uma maldição de Alti.
Xena ficou conhecida em toda a Grécia por ser uma mercenária sanguinária e que botava medo por onde passava. Todavia, ela sabia que para se tornar superior era preciso enfrentar Hércules. A vilã tinha noção que não seria fácil, por isso ela elaborou um plano, que consistia em seduzir Iolaus, melhor amigo do semi-deus. Assim ela fez, seduziu o rapaz, influenciando-o a matar Hércules. Demorou, mas o herói conseguiu fazer com que o amigo percebesse que estava sendo enganado pela mercenária.
A mudança de Xena começou aos poucos. Darphus, subtenente de Xena, cansou de seguir as regras da Princesa Guerreira, e por conta própria invadiu uma vila, aniquilando toda a população, não respeitando nem as crianças e as mulheres, como era ordem de Xena.
Ao perceber o que estava acontecendo e ao chegar a vila, Xena irritasse com Darphus, e manda-o de volta, principalmente quando ele decide matar o bebê, único sobrevivente do massacre. Ela não permite e ele chega ao limite. Criando uma ofensiva contra Xena, principalmente ao unir-se a Ares.
Xena se vê sozinha, mas tem ajuda de Hércules no planejamento contra Darphus. Eles passaram muito tempo juntos, e acabaram se aproximando. Essa união fez com que os dois se apaixonassem, além de ajudar Xena a mudar. Graças ao semi-deus, a Princesa Guerreira entendeu o que deveria fazer da vida.
Após o embate contra Darphus, Xena deixou a cidade e despediu-se de Hércules.
Xena resolve voltar a cidade que nasceu e buscar o perdão da mãe. No meio do caminho ela viu um grupo de aldeões que estavam sendo levados como prisioneiras do guerreiro Draco. Entre os aldeões uma jovem loura chamou a atenção, já que a menina enfrentava com coragem os soldados. Um dos guerreiros ia lhe bater com um chicote, mas ao levantá-lo contra a garota, Xena agarra o braço do homem. Começa ali a primeira batalha de Xena como heroína. E ela sentiu-se bem, ao perceber que havia salvado um pequeno grupo de pessoas da escravidão, sendo essa uma das suas primeiras atitudes não egoístas.
A jovem chamava-se Gabrielle e ela fascinou-se pelas habilidades da guerreira, por isso, resolveu abandonar a vila para seguir Xena. A guerreira não gostou muito da ideia de ter ao seu lado uma menina indefesa, porém, mesmo sendo difícil, ela acabou aceitando a companhia de Gabrielle.
Ao decorrer do caminho, as duas tornaram-se muito amigas, sendo uma imprescindível na vida da outra. Enquanto Xena era emoção e luta, Gabrielle era razão e amor.
Ela nasceu para morrer, pois, originalmente, Xena era só uma vilã secundária da série Hércules. Apareceria em três episódios, e morreria no final desse arco. Mas o carisma de Lucy Lawless e o amor do público foram tão grande que ela ganhou sua própria série em 1995
A trilha sonora era um espetáculo a parte. Sua música de abertura, composta por Joseph LoDuca, virou um hino. Ela usava instrumentos e corais que davam o tom mitológico e dramático da série.
Vários atores da série, incluindo a própria Lucy Lawless, fizeram sucesso em produções de séries como Spartacus, Battlestar Galactica e até Parks and Recreation.
Mesmo sendo consideras uma "série B", na época, Xena recebeu diversas indicações a prêmios de televisão, maquiagem, trilha sonora e atuação.
Até hoje, existem eventos dedicados só a Xena, com cosplays, painéis, autógrafos e fãs emocionados que acompanham isso desde os anos 90.
A primeira escolha pra viver Xena foi Vanessa Angel, conhecida por comédias. Mas ela ficou doente e desistiu. Lucy Lawless foi chamada as pressas e acabou fazendo história.
Muito antes de O Senhor dos Anéis, Xena já mostrava as paisagens da Nova Zelândia. Inclusive, ajudou a transformar o país num centro de produções épicas.
O orçamento era apertado, então usavam os mesmos cenários e figurantes em vários episódios. Mas isso nunca tirou a qualidade da série, que usava criatividade para disfarçar.
A ajudante Gabrielle evoluí para alguém mais forte, tanto quanto Xena. Ela começa como uma simples camponesa sonhadora e termina como uma guerreira sábia e corajosa, mostrando que qualquer um pode se tornar forte com coragem e lealdade.
Lucy Lawlesse falava que a armadura de couro que ela usava era quente, rígida e difícil de mover. Mesmo assim, Lucy usava aquilo durante horas sob o sol, gravando cenas de lutas intensas. Aliás, durante uma cena montada a cavalo, ela caiu e fraturou a pelve. Mesmo assim, voltou às gravações depois de um tempo e continuou fazendo várias cenas de ação.
A série era muito a frente de seu tempo. Com temas como redenção, identidade, empoderamento feminino e diversidade, Xena tratava de assuntos que só anos depois se tornaram comuns na TV.
O grito de Xena surgiu, meio que por acaso. Aquele famoso "Aiyiyiyiyiyi" foi ideia da própria Lucy Lawless, inspirada em cantos árabes. Virou marca registrada da Xena, imitado no mundo inteiro.
Já enfrentou mortais, deuses gregos e... Aliens! A séries misturava mitologia, fantasia, história e até ficção científica. Ela enfrentava Ares, Hades, guerreiros do passado, monstros e situações totalmente inusitados. Teve episódio musical, de comédia, de terror e até um futurista com reencarnações. Essa variedade deixava tudo mais divertido e imprevisível.
O chakram, aquela arma redonda que ela arremessava como um bumerangue, é baseada em uma arma tradicional indiana, usada há séculos. A série ajudou a popularizar esse item no ocidente.
Ela tem um código de ética na série. Xena se recusava a matar, sendo uma guerreira treinada. Ela usa golpes precisos para derrubar os inimigos sem tirar vidas, como parte de sua jornada de redenção.
Gabrielle seria só uma personagem passageira. Mas a química com Xena foi tão forte que a relação das duas virou o centro da trama, e um símbolo poderoso para a comunidade LGBTQIAPN+. A série nunca confirmou 100% o relacionamento mais amoroso, mas os gestos, olhares e até falas deixavam claro o amor entre elas. Isso fez com que se tornassem ícones da representatividade lésbica na TV, mesmo sem beijo.
Lucy Lawless não era morena. Na verdade, ela é loira natural. A produção mandou ela pintar o cabelo de preto, para dar mais seriedade à personagem. O visual virou icônico.
O deus da guerra, Ares, interpretado por Kevin Smith, tinha uma relação intensa com Xena. Muitos fãs torciam por ele como par romântico, apesar de suas intenções duvidosas.
Ela se casou com Rob Tapert, produtor executivo de Xena. Os dois estão juntos até hoje
A série quase teve um reboot em 2015. A NBC, já planejou isso, de uma forma mais moderna, mas o projeto foi cancelado antes de sair do papel. Muitos fãs sonham com uma nova versão. 

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