quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

A trágica e magnífica história de Christopher Reeve: o exemplo de Superman seguido até hoje!

Falar sobre Christopher Reeve é falar do melhor Clark Kent que já se viu no cinema. Mas o ator também foi um super-herói por trás das câmeras.
Em 27 de maio de 1995, uma infeliz queda de cavalo mudou a vida de Christopher Reeve para sempre.
O ator era um grande entusiasta de equitação desde que começou a se preparar para o filme 'Anna Karenina' de 1985.
Até que, em uma competição de hipismo com obstáculos, em Culpeper (Virgínia), seu cavalo parou abruptamente, fazendo com que o famoso ator fosse arremessado. O resultado foi uma fratura em duas vértebras cervicais e a seção da medula espinhal.
Reeve ficou tetraplégico, incapaz de mover os pés e as mãos, e de respirar por conta própria. O cavalo em questão, o da imagem, era um belo puro-sangue marrom chamado Eastern Express, apelidado de Buck.
Os serviços de saúde tiveram que realizar reanimação boca a boca, após a qual, na ambulância que o levou ao Centro Médico Universitário de Charlottesville, ele recuperou a consciência.
O ator passou por uma arriscada cirurgia, que permitiu que ele recuperasse o movimento dos dedos de sua mão esquerda. Ele sobreviveu, mas, a partir desse momento, e pelo resto de seus dias, teve que permanecer em uma cadeira de rodas, com auxílio respiratório e cuidados permanentes.
Mesmo após passar seis meses no Instituto de Reabilitação Kessler, em Nova Jersey, a lesão era permanente e havia pouco que poderia ser feito.
No entanto, em menos de um ano, em março de 1996, Christopher Reeve enfrentou corajosamente sua difícil situação, tornando-se um exemplo inspirador. Ele reapareceu na cerimônia de entrega do Oscar e arrancou aplausos e emoção de toda a audiência.
Reeve fez um discurso emocionante no qual buscou enfatizar como o impacto da indústria cinematográfica pode ser canalizado como um porta-voz para diversas causas sociais. Ele falou sem perder o toque de humor: "O que talvez não saibam é que deixei Nova York em setembro e acabei de chegar a Los Angeles esta manhã".
A partir daí, dedicou-se a dar visibilidade a situações como a sua, promovendo diversas iniciativas por meio de sua própria fundação, que visavam apoiar a pesquisa para encontrar possíveis maneiras de recuperar a capacidade de andar.
Reeve conquistou o reconhecimento do público e da indústria ao dar vida ao melhor Super-Homem de todos os tempos. Um papel para o qual, além de já possuir qualidades físicas evidentes, ele se preparou meticulosamente, chegando a ganhar massa muscular suficiente para não precisar usar próteses em seu traje.
Além disso, ele tingiu o cabelo de preto (seu tom natural era loiro) e colocou óculos de aro para se parecer ainda mais com o icônico Clark Kent dos quadrinhos originais da DC.
Embora tenham sido considerados atores de renome para o papel, os produtores optaram por escolher um rosto novo. A decisão de apostar em Reeve foi acertada, e o público respondeu positivamente, transformando em sucesso os filmes da saga em que ele participou.
Porém, a carreira do ator também será lembrada por outros papéis, como o personagem de Richard Collier no filme ‘Em Algum Lugar do Passado' (1980).
Christopher Reeve começou atuando no teatro durante seus anos de estudante, fazendo sua estreia na Broadway, em 1976, com a peça 'A Matter of Gravity'.
Reeve gostava de seu trabalho na Broadway, mas não ganhava muito dinheiro, então pensou em desistir e ir trabalhar com seu pai. Foi nesse momento que ele soube do casting para o papel do Super-Homem e decidiu apresentar-se. O resto já sabemos.
Sua vida profissional não parou após o acidente. Em 1997, ele estreou como diretor no filme para televisão 'Armadilha Selvagem'. Além disso, em 1998, ele participou de 'Janela Indiscreta', dirigido por Jeff Bleckner, uma adaptação do clássico de Hitchcock.
Em termos de atuação, o vimos em outras séries como 'The Practice' e 'Smallville'. Em 2004, aventurou-se, novamente, como diretor com 'A História de Brooke Ellison'. Já em 2006, dois anos após seu falecimento, foi lançado 'Quico - O Pequeno Herói', um filme de animação dirigido em colaboração com Colin Brady e Daniel St. Pierre.
Christopher Reeve narrou parte de todos esses episódios em sua autobiografia ‘Still Me’ publicada em 1998. E ainda fez uma versão em audiolivro, que ganhou o Grammy de melhor álbum narrado do ano de 1999.
Um dos momentos mais angustiantes encontrados em suas memórias é quando ele confessou à sua esposa que pensava em deixá-la e tirar a própria vida. "Vou te dizer uma coisa, vou te apoiar em tudo o que decidir fazer, porque é sua vida e sua decisão. Mas quero que saiba que estarei com você para sempre, durante toda a vida, até o final. Você ainda é você, e eu te amo", foram as palavras de sua esposa, Dana Morosini.
Conforme o tempo passava, a saúde de Reeve foi se deteriorando, causando atrofia muscular e o surgimento de úlceras. Para tentar tratar uma dessas úlceras abertas na pele, precisamente, recebeu um tratamento com antibióticos, que resultou em um ataque cardíaco, no dia 9 de outubro de 2004.
Naquele 9 de outubro, ele entrou em coma e foi transferido para o Hospital North Westchester, em Mount Kisco, localizado em Nova York, onde morreu um dia depois, aos 52 anos.
Além de seu trabalho cinematográfico, fica também uma história de superação que serve de inspiração para as novas gerações.

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