quinta-feira, 21 de maio de 2020

As outras criaturas do Mundo das Trevas - Parte 2

Aqui trato sobre dois livros que surgiram bem no final do Velho Mundo das Trevas. Ambos surgiram por conta dos atos finais desse mundo. O que aconteceu? Quando as Terras Sombrias acabaram sendo destruídas devido a destruição do mundo (o final dos tempos em World of Darkness) isso trouxe consequências na cosmologia desse universo: no Egito, espíritos antigos despertaram para trazer o equilíbrio espiritual ao universo; já no Abismo, os demônios que se rebelaram contra Deus, tiveram a oportunidade de alcançar a Terra. Sejam lá quais forem suas motivações. Tudo isso, devido ao cancelamento do título Wraith: The Oblivion. Sem contar que esses livros se conectam entre si.
"O ontem me criou; Eis hoje; Eu crio os amanhãs." 
-Asurk III, Imkhu dos Khri-habi; Vizir Shemsu-Heru.
Mummy: The Resurrection: Anteriormente, as múmias surgiram originalmente em um suplemento de Vampiro: A Máscara (Mummy). Isso quando o jogo era praticamente um dos únicos livros dessa linha sombria creio eu. Então vejamos como elas ficaram em Múmia: A Ressurreição:
Como é uma múmia? Ou melhor, como ela é criada? Vamos por partes: diferentes das versões de cinema, ser uma múmia não é ser amaldiçoado. Talvez, até abençoada. Seriam seres abençoadas por divindades. Encontrando cultos mortais a favor desses seres.
Tudo começa com um estrondo, o último grande sopro do submundo que acabou com o título Aparição e seguiu o estrago destruindo o Reino da Areia, onde Osíris dormia e onde os espíritos egípcios descansavam. Todas as múmias exceto 13 múmias originais foram destruídas (o que foi uma péssima notícia para aqueles que usavam múmias nas suas campanhas já existentes na segunda edição da época), e despertou o próprio Osíris do seu sono milenar. Ao acordar, Osíris declara que o antigo feitiço da vida era defeituoso e cria um novo, trazendo a nova raça de múmia, o amenti, nome em homenagem à sua cidade destruída no mundo dos mortos. Os amenti, são os guerreiros de Osíris para Maat (deusa do equilíbrio), e contra Apophis (o mal corruptor que ameaça desencadear a decadência da humanidade).
Chamadas por nós como múmias, uma das coisas importantes ressaltar sobre elas é a cidade de Amenti, uma civilização subterrânea, ou melhor, o mundo espiritual. 
Os novos amentis são a união de um homem morto com um espírito antigo (o tem-akh). Essas almas antigas teriam vivido muitos milênios atrás e teriam sido sobreviventes de uma grande tempestade, essa provocada por Apep, a grande serpente. E podemos falar que Apep seria o grande vilão do universo de Múmia.
Não será uma alma pura que ressuscitará, mas sim uma alma atormentada, cheia de problemas, vícios e assuntos inacabados que irá ressurgir, ressuscitar. Isso fica mais claro se pensarmos com exclusividade na cultura egípcia, onde os puros iriam para o além sem problemas.
Quando o recém-falecido fica nesse estado de "morte" ele ficava em um casulo ectoplasmático. E assim, ficará, pois isso o impedirá de atravessar a Mortalha. O espirito ancestral, vai perfurar essa membrana e lhe oferecer a proposta para viver mais uma vez. Então, ele irá retirar a parte ruim daquela alma e será um com o corpo mortal.
Com o tempo, o tem-akh vai restaurar as capacidades físicas do cadáver e a aparência física do mesmo. Indo para terras distantes, onde será implementado o feitiço da vida na criatura. Por 70 dias, esse espírito levará o corpo até a Terra da Fé. Esse lugar seria o Egito, essa Terra da Fé. Mas existem outros pontos que tem esse título.
Caso o corpo animado tenha exito, ele será acolhido pelos sacerdotes dos deuses egípcios. Podendo ser servos Isis e Osíris. Dependendo da seita que o acolher, a tecnica de embalsamamento sempre ocorrerá. Tudo com escrituras antigas de vida e proteção.
A alma nesse meio tempo, será julgada pelos juízes Maat, no mundo espiritual. Ela é guiada por Anúbis. Assim, decidindo se ele se tornará um amenti ou não. Assim, se for aceito, os dois se fundem em um único ser.
Agora, ele está pronto para o que é chamado como Terceira Vida. O seu maior poder, além dos que já imaginam como um ser do Mundo das Trevas, é a ressurreição, que o fará reerguer diversas vezes, mesmo que morra. E um dos grupos mais odiados por eles são os setitas. Seus inimigos são os Seguidores de Set e os outros sanguessugas, múmias corrompidas por Apep, cultos canibais e espíritos inquietos.
Os amenti são divididos em dinastias, de onde se originam dependendo de seus fragmentos espirituais. As Dinastias são caracterizadas de acordo com os 5 fragmentos espirituais (Tem-akh) existentes. Cada um desses fragmentos procurará um mortal hospedeiro para complementá-lo com as características do Tem-akh em questão, quer seja o Ka, Ba, Sahu, Khu e Khaibit. Alem das egípcias, existem também as sul-americanas e as chinesas, além de outras bem menos conhecidas.
Os amenti não estão quebrando o equilíbrio da vida, mas sim, eles tentam manter essa balança de volta ao lugar.

"É melhor reinar no Inferno, do que servir no Céu."

-John Milton- Paraíso Perdido
Demon: The Fallen: Talvez um dos títulos que decretou o fim do Velho Mundo das Trevas. Demônio: A Queda
Tudo aconteceu durante a Guerra da Ira. Diferente da fé judaica e cristã, a figura de Lúcifer não era tão egoísta, mas sim orgulhosa. Logo após o final da criação, alguns anjos ficaram decepcionados com os humanos. Especialmente por amarem a criação de Deus. Não compreendiam por que não poderiam interferir para ajudar aqueles seres que aprenderam a amar.
Lúcifer, com toda sua ambição (vendo anjos descontentes) e amor (pela humanidade) liderou muitos para seu lado. Ele queria que os humanos, aos quais aprendeu a amar, que usassem da melhor forma, tudo aquilo que o Criador fez. Ele estava pronto para ensinar aos humanos os princípios básicos dos conhecimentos.
Ao descer dos Céus e ensinar a humanidade, tempos depois, Miguel, outro anjo poderoso, desceu e ordenou que Lúcifer e seus asseclas voltassem para receber a devida punição. Deixar de existir. Ocorreu um primeiro combate entre os dois, ao qual Lúcifer nem precisou se esforçar para derrotar seu irmão.
Então existia aqueles que acreditavam no Criador ou seguiam as ideias rebeldes de Lúcifer. Apenas dois elohins (termo que seria usado para os demônios rebeldes) se entregaram a Miguel para serem sentenciados. Os rebeldes realmente acreditavam que poderiam vencer. Os arcanjos estiveram do lado da divindade criadora, o que fez um grande diferencial naquela batalha.
Ninguém sabia o que fez Lúcifer, o principal anjo ir contra os desígnios divinos. Será que o Céu estaria corrompido? Muitos diziam que isso poderia ser um desejo de se tornar maior que Deus. Faria sentido, mas ele ajudar a humanidade não.
Ainda assim, aqueles que foram derrotados caíram, se tornando anjos caídos ou demônios. Os caídos presos no Abismo, não suportavam tudo aquilo, já que sempre viveram desde a Criação, no Paraíso. E viram na Terra o lugar ideal para desfrutar dos pecados os quais Deus tanto abominava.
Agora, enquanto uma grande tempestade se abate sobre os reinos dos mortos, rachaduras apareceram nas paredes do Abismo, rachaduras pequenas o bastante para permitir que os menores e mais fracos dos Caídos escapem. Lutando tanto contra a força da tempestade quanto a atração do Abismo, eles fizeram seu caminho de volta ao reino material.
A única maneira em que podem permanecer aqui, contudo, é tomar um hospedeiro - preferivelmente um mortal cuja alma seja fraca o bastante para permitir que o Caído conquiste um espaço. A alma mortal é lançada na tempestade, ou é enterrada profundamente dentro de seu próprio corpo, deixando o Caído dominante.
O processo de possessão expõe o elohim às memórias do mortal. Na maioria dos casos, isso não tem efeito algum. Uma minoria de elohim, contudo, descobre um traço profundamente arraigado de humanidade em seu hospedeiro, seja amor, coragem, ambição, curiosidade, ou até mesmo fúria - algo forte o suficiente para lançá-los para fora de seu Tormento, lembrá-los dos anjos que já foram, mesmo que apenas por um momento.
Estas memórias e emoções humanas agem como um baluarte contra o Tormento, afastando as memórias do Abismo, restaurando o elohim a alguma aparência de sanidade.
Os persongens começam com um desta minoria, dado uma segunda chance pelas memórias de seus hospedeiros mortais. O que farão com isso, contudo, é outra história...
Além de tudo que já contamos, os elohins tem como inimigos os terrestres, caídos que foram corrompidos pelo Abismo. São tão poderosos que quando vem para a Terra, não assume o corpo de mortais: mas sim de locais. Imagine isso!
Enquanto alguns ainda acreditam que a culpa continua sendo de Deus, por causar isso ao não permitir a interferência dos anjos, outros já esperam um dia se redimir e alcançar os Céus, mais uma vez. 

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