Acho que talvez uma das melhores adaptações de um livro para filme tenha sido Tubarão. O clima do filme pode não ter casado com o original, mas tem seu charme. Mostrando o quão bom ele é. Mas nem sempre filme e autor se dão bem... Como nesses casos:
Stephen King X O Iluminado de Stanley Kubrick: Durante o inverno, um homem chamado Jack Torrence consegue o trabalho de zelador em um hotel que fica isolado durante esse período. Sua mulher e filho, Danny Torrence vão com ele. E a criança tem estranhas convulsões. Isso se deve pelo fato dele ter uma habilidade poderosa, por ele ser "iluminado". E os fantasmas do hotel precisam corromper Jack, para alcançar Danny. Pois o lugar é uma fonte de poderes antigos e corrompidos.
Muitas coisas entre o filme e o livro são diferentes. Desde de personalidade dos personagens, até o final do filme. Por exemplo, no filme, Jack é retratado desde cedo ser alguém que não liga muito para a família, coisa que não bate com o livro. No livro, mesmo que o pai não seja uma pessoa maravilhosa, ele amava sua família. Só perdeu para o vício da bebida.
O filme desagradou Stanley Kubrick. Mas isso aconteceu, pois mesmo com o sucesso do livro, Kubrick pegou aquele livro e mudou sua "personalidade". Tanto que no final original, o hotel é destruído.
Curiosidade: no filme Doutor Sono, Jack destruiu o hotel. O filme faz referências ao filme de Kubrick e a obra de King muito bem.
P.L. Travers X Mary Poppins da Walt Disney: Um homem rico precisa de uma babá para seus filhos. Eis que surge uma mulher com habilidades únicas para cuidar deles... E talvez mudar completamente a vida da família. Talvez para os tornar uma família de verdade talvez.
Para a autora, P.L. Travers, a adaptação da Disney foi um verdadeiro pesadelo – o que, inclusive, foi assunto para um filme a respeito da conturbada relação da escritora com os estúdios, em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (título mais direto impossível). Sim, ela aprovou o roteiro, mas o que foi filmado não era exatamente o que estava previsto no texto. Travers odiou a alegria esfuziante da personagem na tela, já que o rigor da babá foi praticamente deixado de lado. Outra implicância tinha a ver com as sequências de animação, que ela simplesmente detestava. Resultado: Travers passou a maior parte da première chorando e jamais deixou Walt Disney tocar na história novamente.
Roald Dahl X A Fantástica Fábrica de Chocolate de Tim Burton: O dono de uma fábrica de chocolates excêntrico, Willy Wonka
O escritor Roald Dahl classificou como "podre" (“crummy”) a versão cinematográfica de seu livro “A Fantástica Fábrica de Chocolate” para os cinemas em 1971. Quer saber o que ele achou da interpretação de Gene Wilder como Willy Wonka? "Pretensiosa" e "saltitante" foram as palavras que ele usou na época (exatamente “pretentious” e “bouncy”). E o que dizer do diretor Mel Stuart? “Não tinha nenhum talento ou dom”. O curioso é que o próprio Dahl trabalhou no início da adaptação mas, incapaz de cumprir determinados prazos, foi substituído – e ficou descontente com a ênfase dada a Wonka no lugar de Charlie. Assim, ele prometeu que os produtores de Hollywood jamais colocariam a mão na sequência da história (sim, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” é sucedido por um outro livro, o pouco conhecido “Charlie e o Grande Elevador de Vidro”) para não arruiná-la também, pelo menos, não enquanto ele estivesse vivo. Como ele morreu em 1990, foi por cima do seu cadáver que Tim Burton fez sua versão para o cinema em 2005.
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