sexta-feira, 10 de julho de 2020

Adaptações de livros para filmes... Que os autores não gostaram nem um pouco...


Acho que talvez uma das melhores adaptações de um livro para filme tenha sido Tubarão. O clima do filme pode não ter casado com o original, mas tem seu charme. Mostrando o quão bom ele é. Mas nem sempre filme e autor se dão bem... Como nesses casos:
Stephen King X O Iluminado de Stanley Kubrick: Durante o inverno, um homem chamado Jack Torrence consegue o trabalho de zelador em um hotel que fica isolado durante esse período. Sua mulher e filho, Danny Torrence vão com ele. E a criança tem estranhas convulsões. Isso se deve pelo fato dele ter uma habilidade poderosa, por ele ser "iluminado". E os fantasmas do hotel precisam corromper Jack, para alcançar Danny. Pois o lugar é uma fonte de poderes antigos e corrompidos.
Muitas coisas entre o filme e o livro são diferentes. Desde de personalidade dos personagens, até o final do filme. Por exemplo, no filme, Jack é retratado desde cedo ser alguém que não liga muito para a família, coisa que não bate com o livro. No livro, mesmo que o pai não seja uma pessoa maravilhosa, ele amava sua família. Só perdeu para o vício da bebida. 
O filme desagradou Stanley Kubrick. Mas isso aconteceu, pois mesmo com o sucesso do livro, Kubrick pegou aquele livro e mudou sua "personalidade". Tanto que no final original, o hotel é destruído.
Curiosidade: no filme Doutor Sono, Jack destruiu o hotel. O filme faz referências ao filme de Kubrick e a obra de King muito bem.
P.L. Travers X Mary Poppins da Walt Disney: Um homem rico precisa de uma babá para seus filhos. Eis que surge uma mulher com habilidades únicas para cuidar deles... E talvez mudar completamente a vida da família. Talvez para os tornar uma família de verdade talvez.
Para a autora, P.L. Travers, a adaptação da Disney foi um verdadeiro pesadelo – o que, inclusive, foi assunto para um filme a respeito da conturbada relação da escritora com os estúdios, em Walt nos Bastidores de Mary Poppins (título mais direto impossível). Sim, ela aprovou o roteiro, mas o que foi filmado não era exatamente o que estava previsto no texto. Travers odiou a alegria esfuziante da personagem na tela, já que o rigor da babá foi praticamente deixado de lado. Outra implicância tinha a ver com as sequências de animação, que ela simplesmente detestava. Resultado: Travers passou a maior parte da première chorando e jamais deixou Walt Disney tocar na história novamente.
Roald Dahl X A Fantástica Fábrica de Chocolate de Tim Burton: O dono de uma fábrica de chocolates excêntrico, Willy Wonka
O escritor Roald Dahl classificou como "podre" (“crummy”) a versão cinematográfica de seu livro “A Fantástica Fábrica de Chocolate” para os cinemas em 1971. Quer saber o que ele achou da interpretação de Gene Wilder como Willy Wonka? "Pretensiosa" e "saltitante" foram as palavras que ele usou na época (exatamente “pretentious” e “bouncy”). E o que dizer do diretor Mel Stuart? “Não tinha nenhum talento ou dom”. O curioso é que o próprio Dahl trabalhou no início da adaptação mas, incapaz de cumprir determinados prazos, foi substituído – e ficou descontente com a ênfase dada a Wonka no lugar de Charlie. Assim, ele prometeu que os produtores de Hollywood jamais colocariam a mão na sequência da história (sim, “A Fantástica Fábrica de Chocolate” é sucedido por um outro livro, o pouco conhecido “Charlie e o Grande Elevador de Vidro”) para não arruiná-la também, pelo menos, não enquanto ele estivesse vivo. Como ele morreu em 1990, foi por cima do seu cadáver que Tim Burton fez sua versão para o cinema em 2005.

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