terça-feira, 14 de abril de 2020

Coringa X Vingadores: A demonstração que um palhaço pode derrotar uma porrada de heróis


Quando saiu Vingadores: Ultimato, eu estava triste. Demais até. Eu ainda estava (e estou) me recuperando de uma perda amorosa de 2018. Então, mesmo não podendo assistir Ultimato no cinema eu quis o ver. E tempos depois o assisti. Achei que seria bom e que me animaria... Acreditam que eu não consegui me sentir tão bem com ele? Não quero ser mal mas essa sensação de que um filme decepcionou na reação final... O filme é bom, mas muita coisa era previsível demais! Eu já entro melhor nessa história. 
Meu hype maior, mesmo sem estar animado era Coringa. Se eu tivesse apostado teria ganho uma grana federal pois o filme é demais! Ele é ótimo em todos os sentidos possíveis. Mas por qual motivo ele, para mim, é maior que Vingadores? Acompanhem...

"Ho Ho! Eu sou o Mickey!"
-Mickey Mouse
O filme de Vingadores: Ultimato foi meio que calcado por anos de filmes. Vindo de uma época distante, quando a Marvel estava quase falindo MESMO. Tanto que sua última aposta poderia ter sido Homem de Ferro. Só que ocorreu o contrário, o filme foi um sucesso. O que fez algo até então pouco explorado em filmes: um universo compartilhado de filmes.
Isso era revolucionário para sua época. No universo onde existia um Tony Stark, poderia existir um Steve Rogers, Bruce Banner e Natasha Romanov, podendo combater males. Apesar que ainda muitos personagens mais queridos e seu elenco de personagens ainda não estavam na mão da Marvel (Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e X-Men, por exemplo) aquilo era único.
Ai aconteceu o primeiro erro: a Disney comprou a Marvel.
Você me diz, por qual motivo isso foi um erro? A meu pequeno gafanhoto, isso se deve a um problema. Eles fizeram filmes que eram para todos os públicos. De um certo modo isso é bacana. Afinal os públicos serão vários e de diversos tipos. Contudo, isso limita as ideias criativas dos diretores e roteiristas, já que eles se limitam a ser "family friendly", ou seja, para toda a família.
"Mas isso é bom pois agrega espectadores". Note qual a idade do público em sua maioria. E acredite, se um pai pudesse ir ao cinema sem seus filhos, só para relaxar e ver uma boa "porradaria", ele gostaria.
Além disso temos isso: roteiros simples, mas bacanas, seguindo os quadrinhos. Eles não visavam satisfazer a si, mas os fãs "fanáticos". E isso vai os ferrar mais para frente em 2019.
Podemos contar aqui também algo que já vai deixar as histórias mais fracas, mas que já está naquele quesito "family friendly": não aparecem cenas de bebedeira, nem de sexo, muito menos violência. No que isso é importante focar? Bem não vemos o alcoolismo de Tony Stark, que era tão importante na personalidade do personagem nas HQs, tá bem que não 100% necessário em uma obra. Mas nunca é citado quantas pessoas são mortas pelo Hulk. Pois o maior culpado de coisas como a Guerra Civil com certeza é o Hulk. A cena mais violenta de toda a saga da Marvel foi Homem-Formiga
Foram tantos filmes, mais de 20 antes do Ultimato. Nem todos foram bons, como foi o caso de Thor: Ragnarok, Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron. Há sim, filmes que compensam demais... Mas há outras...
Thanos era um vilão maravilhoso. Mas tanto por seus planos como por sua adaptação ele não é tão bacana para o público como Kilmonger. O vilão de Pantera Negra é forte, perigoso... E está certo! De uma forma distorcida mas sim.
Sem contar que a Marvel já tinha anunciado filmes com personagens como o Homem-Aranha: Longe de Casa. Tudo bem anunciar o filme, mas tem dois problemas: Longe de Casa foi anunciado ANTES DE Guerra Infinita. Ou seja, não tem motivo de acreditar que o final de Guerra Infinita realmente seria duradouro ou para sempre; A segunda parte é pior, pois tudo bem anunciar novo filme do Homem-Aranha, mas mostrar que o Peter Parker de Tom Holland ainda estaria no filme... Bem, isso foi uma falha.
Os filmes de personagens mais queridos como o Deadpool e Wolverine estavam nas mãos da Fox, isso possibilitou muita coisa bem feita como os 2 filmes de Deadpool e Logan. Eles tinham a violência e a emoção de uma história em quadrinhos.
Então, quando assisti Ultimato tive o filme bom maravilhoso depois das horas que estava esperando, mas que não consegue ter muita violência, mesmo precisando ter violência, e viagem no tempo (não coloquem viagem no tempo a não ser que saibam como manter ela de uma forma MARAVILHOSAMENTE bem trabalhada) e já sabemos que tudo iria ficar bem.
Agora falemos do palhaço na sala. Ou melhor, do que não está na sala. E que está armado. E vai me pegar... Ha ha ha ha ha ha ha ha HA HA HA HA HA HA HA!!!

"Soltem o Kraken!"
-Poseidon
O filme do Coringa é uma obra-prima. Poderia parar por aqui? Sim, mas ainda vou lhe explicar o motivo disso.
Entendam: A WB coloca a mão em tudo quando é coisa da DC em mídias áudio-visuais: games, séries, filmes e desenhos animados. Contudo, nem sempre se saí bem. Como em Esquadrão Suicida. O filme tinha tanto potencial, mas força a barra para gostarmos dos vilões, como mocinhos. Então, quando a DC e a WB anunciaram um filme do Coringa foi muito complicado de alguém gostar.
Sem contar que quem fizesse o filme ficaria sempre na eterna sombra de Heath Ledger que fez o Coringa em Batman Cavaleiro das Trevas. Então, o ator teria que ser alguém a altura. Já que Jared Leto não conseguiu fazer um trabalho bom.
Então saiu um teaser com Joaquim Phoenix. Com uma música bem simples mas traduzia os sentimentos do Coringa. Ou será que era só mais uma piada? Laughing de The Guess Who. Aquilo acendeu a fagulha em mim. De um filme que não fosse para fãs, "fanboys" que se masturbam que nem idiotas para homens e mulheres fisicamente poderosos, mas que sua atuação fosse fraca.
Não me entendam mal, eu gostei de Batman V Superman e Mulher-Maravilha. Eu gosto, mas precisava ver algo que não foi feito para meu lado criança, fã de HQs heróicas. Que fosse criado e eu me visse na história de uma forma, como uma narrativa bem construída, não com efeitos especiais ou mudanças bonitas de cena. E foi o que a direção desse filme fez.
Ele até adapta as origens dos quadrinhos do Coringa, como A Piada Mortal e histórias mais conhecidas com o personagem como O Longo Dia das Bruxas. Mas ele não se fixa nisso. Ele pega mais referências de filmes como Taxi Drive, O Rei da Comédia e Laranja Mecânica. A prova que o nome do Coringa, antes de sua transformação, é Artur. O que pouco faz referência ao Coringa nas HQs.
E além da beleza visual das filmagens, que antes dele se entregar a loucura que são mais escuras e tristes, mostrando a depressão de sua vida, e depois com as cores quentes e frenéticas, demonstrando a entrega de corpo e alma do personagem a essa ideia de risos e piadas consigo mesmo. É perfeito. Ah e a violência é bem explorada como em um filme cult.
A visão do vilão é algo único que a Marvel não pode fazer, pois eles optaram por fazer os heróis vencerem SEMPRE. Mas aqui, mesmo depois de tudo, o protagonista (que não significa ser herói, lembre-se disso) ainda vence! Além de vermos o mundo de Gotham como nunca antes. Com um Wayne mais para o "lado cinza da força", não o pai perfeito. Mas também não o endemoniza.
Nem vamos colocar o Oscar aqui. E nem falem sobre "Ultimato quebrou recordes de bilheteria", pois eles deixaram mais tempo para conseguir isso.
Então podemos ver aqui que um vilão sozinho da DC quebrou vários heróis da Marvel

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