terça-feira, 29 de setembro de 2020

As falhas da Disney

Existem coisas que a Disney faz com um primor. Boas demais, até os dias de hoje. Como Branca de Neve ou A Bela e a Fera. Mas a empresa já fez besteiras. Enormes. E aqui vamos relembrar algumas das besteiras maiores dela.
A Canção do Sul (1946): Apesar de ser um filme extremamente pretensioso, combinando animação com imagens em live-action, e até mesmo uma das canções ganhou um Oscar. Entretanto, quando chegamos em 1980, o pessoal deixou de exibir o filme e jamais o colocou em VHS, e portanto, em nenhuma nova mídia.
O filme que se baseia na série de contos Uncle Remus (de um autor branco, que usa o Tio Remus do título como locutor), parece ser baseado na Era da Reconstrução. Período em que os negros já estavam libertos, mas a economia norte-americana estava falida. Entre outras coisas, nota-se que os personagens estão submissos aos senhores de terras brancos, mas não é só isso. A trama em si se centraliza nas figuras brancas, sem possibilitar o desenvolvimento das figuras negras. No final, ele tem sim características racistas. Mesmo que "sem querer".
O Caldeirão Mágico (1985): O filme foi uma das maiores apostas da Disney, mas quase a faliu.
Nos anos 70, a empresa comprou os direitos sobre uma série de livros. The Prydain Chronicles de Lloyd Alexander, uma série de livros infanto-juvenis, onde um cuidador de porcos começa a entrar em diversas aventuras. Algo bem ao estilo de O Senhor dos Anéis e Crônicas de Nárnia. A série tem cinco livros. 
Queriam fazer algo superior A Branca de Neve e os Sete Anões. Mas o que deve foi quase a falência, pois chamou vários novos animadores, como Tim Burton e John Lasseter. Entretanto, em 1979, pois 14 animadores saíram da empresa pois não achava justo aquilo. Sobraram alguns veteranos e alguns jovens animadores. Eles não sabiam como iriam adaptar dois dos cinco livros, em um filme.
Passou mais de dez anos, e chegamos a 1981, ou seja, uma perda de tempo tremenda. Mas queriam colocar novas tecnologias digitais. Ainda assim, poderia ter um número grande de fãs, já que Dungeons & Dragons estava em alta. Ou seja histórias de fantasia faziam sucesso.
Ainda assim, muitos animadores não sabiam onde iria encaixar um quadro do outro animador. Sem contar que alguns deles estavam entrando em greve com outros membros desse grupo de trabalhadores em 1982.
Mas quando o longa saiu foi um fracasso. Pois a história era muito sombria e violenta, com mortos-vivos e um vilão MUITO mais assustador que em outros filmes. Ao ponto de que o filme dos Ursinhos Carinhosos fez mais sucesso que O Caldeirão Mágico.
O Fantástico Mundo de Oz (1985): Ironicamente, os fãs da Disney tiveram dois filmes em 85. Um deles foi o Caldeirão Mágico. O outro foi o live-action O Fantástico Mundo de Oz, com atores reais e algumas cenas em stop-motion. O que esse segundo fato garante um movimento travado nas cenas que traz um teor de terror. Entenderam onde quero chegar não é?
Bem, o que acontece é que como a história O Mágico de Oz rendeu um dos filmes mais famosos e rendáveis do mundo em Hollywood, a Disney viu que poderia fazer uma nova obra baseada nesse universo de Oz. Acontece que essa história foi criada de uma série de livros, assim como Alice de Alice e o País das Maravilhas.
Entenda: Os Livros de Oz formam uma série de alta fantasia que teve início com O Maravilhoso Mágico de Oz, e são relacionados à história da Terra de Oz. Oz foi originalmente uma criação do escritor L. Frank Baum, que escreveu quatorze livros sobre Oz. Depois do falecimento de Baum outros escritores escreveram mais 26 outros livros sobre a Terra de Oz. Diversos escritores acrescentaram suas próprias criações em Oz, dentre eles Gregory Maguire, com sua revisão Wicked. Assim a Disney comprou os direitos deles.
Só que a história já começa com um ar extremamente sombrio. Dorothy está em um manicômio, onde está sendo tratada como uma menina com problemas mentais, por acreditar em Oz. O detalhe é que além de lembrar cenas de filmes de terror em alguns momentos, existem momentos que também lembra vagamente cenas de Laranja Mecânica. 
E quando Dorothy e sua galinha (que agora fala, mas não faz muita diferença) vão parar em Oz, depois da menina escapar do manicômio, não melhora muito: os vilões incluem seres mecanizados que são pessoas bicicletas com duas cabeças ou algo assim, ao qual utilizaram máscaras para colocar na parte de trás das cabeças, imagens feitas em stop-motion, e uma mulher que pega cabeças de outras mulheres... E até mesmo os aliados de Dorothy ainda são tão bizarros.

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