sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O live-action de Mulan foi mais bem elaborado do que você pensava...

"Não há canções em uma guerra". Alguns podem ser contra, outros a favor. Mas o filme de Mulan está ai para assistirmos. Mas essa citação sobre o filme desagradou demais os mais nostálgicos. Entretanto, ele é um filme, uma produção com investimentos. Ou seja, muita grana colocada nesse filme. E precisava render um lucro certo. Vamos por parte.

O primeiro fator: A Disney não aposta mais com o sucesso
Os live-actions precisam render ótimos lucros. As histórias dos filmes que estão recebendo versões modernas foram sucesso da empresa, são algumas das obras primas da Disney. Entre eles temos A Bela e a Fera que é uma adaptação, com poucas mudanças e A Bela Adormecida (chamada de Malévola) que tenta ver a obra com outros olhos. Dos da vilã. De uma forma única com Angelina Jolie, onde podemos ver uma perspectiva diferente da personagem.
Ou seja, a empresa tem um gasto, que precisa voltar a dar lucro para eles. Pois ela já passou por vários problemas como com filmes em animação 2D (Atlantis, A Nova Onda do Imperador, Planeta do Tesouro) e 3D (O Galinho Chicken Little). Então, mesmo sendo uma empresa que era o topo da qualidade, ela tinha manter o padrão de qualidade nesse live-action. Tanto que eles não apostam com filmes, até mesmo com relação a Marvel. Que foi comprada pela Disney e só fazia filmes de heróis "family friendly". Vamos notar como isso e a questão regional são importantes para a empresa.

O segundo fator: O problema com Mushu
A China é uma nação com o maior índice demográfico e um dos países com maior extensão territorial, até os dias de hoje. E como país socialista, ele é usado como referência para esse sistema. Então, ele se torna o foco de tentativas das empresas para fazer lucro com filmes. Pois consegue bastante dinheiro com produções no país. Mas para isso, tem que se der cuidado.
Quando Ji Xinping foi comparado ao Ursinho Pooh, isso criou um incidente diplomático, ao ponto do filme em live-action que trata sobre o personagem (Christopher Robin - Um reencontro inesquecível) foi proibido por lá.
E o filme original, Mulan, não fez sucesso. Por qual motivo? Mushu.
Entenda. Fu Mulan é a personagem de uma lenda em poema chinês. Mas a personagem Mushu não existe nele. Foi criado para fazer piadas junto ao grilo da sorte e o cavalo de Mulan. Um alívio cômico. O problema é o que um dragão espiritual representa aos chineses. Vamos por partes:
Um dragão chinês é um ser místico com poderes divinos e referenciado na cultura daquele povo. Tanto que ele aparece em diversas tradições da cultura deles. Desde um dos animais associados aos signos do zodíaco chinês, até um dos animais sagrados que protegiam a Cidade Proibida. Ou seja, dentro daquele contexto, fazer piadas com isso não foi bem visto pela população do país. 
Então, não ter cuidado com isso poderia não só causar problemas em questão de lucro, como também causar um mau estar. A prova de como isso é verdade, é que no filme da Marvel (já comprada pela Disney), Doutor Estranho, o Ancião (personagem de Tilda Swinton) não mora no Tibete, como nas HQs. Pois o Tibete vive um conflito com a China, desde os anos 50, quando a segunda invadiu a primeira. Desde então, o governo chinês considera aquele lugar território deles.
Se no filme, a Marvel falasse que o Ancião era tibetano, ela queria dizer que o Tibete era independente. O que poderia deixar um bilhão e trezentos mil espectadores confusos ou constrangidos ou enfurecidos com o longa metragem. Pois a China é o segundo maior mercado consumidor de filmes do mundo. 
Ou seja, Hollywood e a Disney podem não gostar do socialismo, mas se rendem aos dólares obtidos da China. Capitalismo vivendo da grana socialista.
E isso explica o motivo das mudanças. E faz sentido, pois para Hollywood, filmes são investimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário