quarta-feira, 16 de setembro de 2020

O Pequeno Ninja

Em 1990, ninjas estavam na moda por aqui: Jiraiya, o Incrível Ninja fazia um enorme sucesso nas manhãs e tardes da saudosa Rede Manchete enquanto a Globo reprisava constantemente filmes como Guerreiro Americano e Ninja 3- A Dominação em sua programação. Foi nessa época que apareceu nas bancas brasileiras uma interessante publicação infantil nacional chamada O Pequeno Ninja.
Criação de Tony Fernandes (roteirista) e Vanderlei Felipe (desenhista), a revista contava as histórias de Eugênio, um garoto treinado na arte do ninjútsu  que assume a identidade de Pequeno Ninja para praticar o bem.
O Pequeno Ninja misturava bem o clima de aventura próprio dos Comics e filmes de ninja com os elementos típicos das HQ’s infantis: Tínhamos o animal de estimação falante e fiel parceiro Shaken, o cachorro ninja, e a turminha da qual faziam parte Ciça (a paixão de Eugênio que só tinha olhos pro ninja), Biriba (o atleta brigão) e Kika (a melhor amiga de Ciça). As histórias iam do cotidiano escolar a apuros em outras dimensões.
Publicado pela extinta editora Ninja, O Pequeno Ninja fez certo sucesso, estrelando várias publicações até meados de 92. Chegou mesmo a gerar duas spin-offs: Shaken teve sua própria revista e um novo personagem chamado Khin, O Pequeno Samurai foi criado e teve também seu próprio gibi. Ambas as publicações, porém, não foram longe. Até mesmo o Capitão Ninja, o da UFO Team que vivia aparecendo na Dragão Brasil, surgiu aqui. O ninja e seus companheiros deixaram as bancas pela primeira vez.
Segundo O Guia dos Quadrinhos, rolou uma treta e O Pequeno Ninja chegou a ter os seus direitos autorais registrados de forma indevida por Fernando Mendes, editor da Ninja, e começou a ser desenhado pela equipe de João Costa. Os autores originais, Tony e Vanderlei, processaram Mendes e ganharam a causa, obrigando-o a retirar os exemplares de circulação e, mais tarde, a comprar os direitos autorais dos criadores do personagem na boa.
Em 2002, após um longo hiato, o ninja retornava as bancas, pela editora Cristal, em versão mangá. Apesar da esperteza em pegar a onda dos gibis japoneses, que faziam muito sucesso naquele momento, a iniciativa não deu certo e o ninja ficou hibernando, após o fim da série, até 2007, quando a editora On-Line o trouxe de volta em HQ’s e revistas de atividades, preservando suas características originais. Infelizmente, o herói mirim deixou as bancas novamente, em 2009.
Enfim, a história do Pequeno Ninja nas bancas é uma síntese da história do mercado nacional de quadrinhos, onde apenas Mauricio de Souza conseguiu vingar.



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