terça-feira, 8 de setembro de 2020

Os filmes live-action da Disney são bons, mas nós estamos chatos!

De uns anos pra cá, a Disney tem feito versões live-action de filmes, que originalmente eram animações. Isso é óbvio, por conta da nostalgia usada nesses filmes para alavancar o dinheiro para o filme. Talvez o filme que fez mais sucesso tenha sido A Bela e a Fera, que tem Emma Watson como atriz principal. Entretanto, os filmes desse gênero tem recebido críticas negativas mistas. 
E para mim, sem fundamento algum. Mas vamos analisar quatro casos.

O Rei Leão:
Algumas das atitudes dos filmes para O Rei Leão, foram de trazer dubladores negros para os leões em especial. O motivo é a representatividade. O que faz sentido, pois os personagens tem origens africanas. Tanto que isso aconteceu também no Brasil, com sua dublagem.
O que foi criticado demais, foi fazer um live-action de personagens animais. Pois não teria como ter um filme real com animais. Fato. Mas muitas pessoas criticam por isso, não pela qualidade de O Rei Leão (isso sem contar os saudosistas chatos que logo falarei). 
O que queriam? Que fizessem um filme com leões de verdade, como foi com Roar? Só para saberem, os atores e membros do filme ficaram altamente feridos. Uma atriz deve que fazer uma cirurgia para reconstituir sua face. Um ator levou 200 pontos na cabeça! As pessoas fazem críticas mas não notam o quão difícil é uma adaptação de uma animação para algo mais real, pois ele não pode só fazer a mesma história. Mas sim colocar novos elementos.

Alladin:
Alladim tem muito prestígio por alguns, pelo amor a atuação de Robin Williams como o Gênio. Entretanto, para tampar esse buraco Will Smith foi escalado para o papel (mesmo porque, mesmo que o comediante estivesse vivo, não atuaria tão rápido quanto novo ator).
Entretanto, notamos que a história de Alladim tem fundamento árabe. E por isso, eles decidiram ir para um filme, com musicais, com cara de indiano. Ou seja, algo mais próximo de Bollywood. Estranho? Não. Vejam, a cultura árabe nem sempre é extremista ou radical, ou seja, não são revoltados com atitudes dos ocidentais. Mas aqueles mais fervorosos, poderiam sim ver um filme tratando sobre algo que está no livro Mil e Uma Noites, como algo errado. Então preferiram isso.
Além do mais, boa parte da população mundial gosta dos filmes de Bollywood, em especial de seus musicais. Então, é um tanto hipócrita, sendo que no próprio filme de animação, Robin Williams faz diversas referências a filmes e culturas que não são árabes. 

Mulan:
Uma das coisas que já foi a grande crítica a Mulan, em live-action, foi a afirmativa sobre o filme "em uma guerra não tem canção". E a afirmativa é a mais correta que eu já vi! Um dos maiores problemas dos filmes clássicos é que eles se afastavam demais da realidade. Exemplo, filmes como A Pequena Sereia e O Rei Leão possuem conflitos físicos. Alguns menores, mas alguns conflitos físicos. Entretanto, não acontecem músicas durante esse período. Elas surgem antes ou depois. 
"Mas perdemos Homem Ser". Eles já estão treinando para a guerra. Contra invasores, você vai cantar muito bem não é?
As cenas de luta remetem ao kung-fu e filmes de ação desse tipo. Como O Tigre e o Dragão, mas não tão forçados em outros pontos, pois é um filme da Disney. E isso é ótimo.
Mas vamos a um fato curioso: as músicas que existem (tanto na animação, quanto no filme) tem uma versão chinesa. Mas por qual motivo esse pessoal que reclama do filme da Disney, não reclamam de um filme com temática CHINESA, não ter uma música CHINESA? Pedem representatividade em alguns casos, como veremos em A Pequena Sereia (mais a frente) e O Rei Leão, mas em outros nem tanto.
O engraçado que foi graças a isso que conheci um fato inusitado: Jackie Chan canta a música Homem Ser em chinês.

A Pequena Sereia:
Ariel será interpretada por uma atriz negra. E isso já causou vários comentários racistas com relação a atriz. 
"Mas ela é uma sereia europeia". Cara, nos filmes e seriados, Gamora e Estelar (respectivamente interpretadas por Zoe Saldãna e Anna Diop) são seres aliens, interpretadas por atrizes negras. O problema não está em questões como a cor de pele. Mas sim em entregar uma boa interpretação. O que fizeram bem demais.
E vamos por partes, as sereias, como a conhecemos tem origem grego-romana. Um povo que apesar de não ser receptivo a estrangeiros, permitia que vivessem por lá. Tanto que podemos notar muitas obras que parecem flertar com regiões como a África. O padrão europeu da sereia na animação clássica, é mais relacionado com quem está relacionando ela ao livro do que ao mito. Se for assim, saibam que ela no final do livro não vive "feliz para sempre"

O meu saldo sobre isso é: critique o filme, não pela sua nostalgia e saudosismo, mas pelo que ele é. Um filme bom ou ruim. Planeta do Tesouro é um ótimo filme da Disney que poucos vão conhecer, mas que não deve seu reconhecimento. E fez parte da minha juventude, ao qual adoraria ver adaptado. Pena que isso jamais ocorrerá. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário