segunda-feira, 6 de agosto de 2018

As 5 maiores burradas da editoras

Até agora, eu só falei das burradas das editoras em si, tipo Marvel e DC, passando pela Image e outras por ai a fora... Mas dessa vez, vamos falar de todas no mesmo bolo. E você já sabe: focarei somente nos quadrinhos e em nenhuma outra mídia relacionada com ela. Filmes, séries e músicas nem passaram pelo meu critério.
1 - Mudar o canône de personagens:
Muitos personagens tem suas histórias de origem, ou até de seu decorrer mudadas drasticamente. Não vou entrar no quesito, por exemplo, do Capitão América da Hydra... Pois isso já toquei em um post anterior só de burradas da Marvel. Mas vamos a outra burrada da Casa das Idéias: Gwen Stacy.
Acontece que anos atrás, a Marvel soltou algumas histórias do Homem-Aranha em que ele se via envolvido com um par de irmãos. Eles queriam matar o Escalador de Paredes. Aparentemente, sem motivo algum. Até que ele vai atrás de informações. E encontra.
Os dois são filhos de Gwen Stacy! Se acha que isso é pouco, eles são frutos de um ato sexual dela com Norman Osborn! Sim! O Duende verde e a namorada de Peter Parker tiveram um par de filhos! Até a editora ignora isso hoje em dia. Mas beleza...
Ai você leitor pensa "a DC não faria isso". Pense de novo! Depois que nas HQs do Batman surgiu o grupo secreto, Corte das Corujas, muito do que se pensava sobre Gotham foi esquecido. Inclusive, o bom senso!
Depois do primeiro e maior confronto dele e da sociedade secreta, Bruce Wayne tem que lidar mais uma vez com eles. A Corte, não passava para muitos, de uma lenda local de Gotham. Mas ela controlava os pormenores da cidade. Inclusive, eles seriam responsáveis pela morte dos pais de Bruce. Isso não tem nada de errado. Afinal, já mexeram, por exemplo em animações e filmes com a origem do Morcegão. O problema, esta quando transformam um personagem com uma imagem estabelecida em uma coisa que ele nunca seria. De quem estou falando? De Thomas Wayne!
Acontece que depois de certo tempo na saga da Corujas, nós descobrimos Thomas Wayne... Junior. Sim, Thomas Wayne deve outro filho com Martha Wayne. E o cara tinha problemas e foi mandado para o hospício (nem sei se foi o Arkham, mas ele foi). E a Corte usou ele para se tornar um instrumento para seus planos! Entenderam aonde quero chegar?
A própria Marvel tinha uma política de não mexer com alguns personagens mortos. Como tio Ben e Bucky Barnes... Mas...

2 - Sexualizar personagens demais:
Uma das coisas mais engraçadas da Marvel é ela ter que brigar com o pessoal por conta de suas capas, ou conteúdos que (normalmente) tem um teor mais erótico. A DC também como eu falei sobre a questão referente a Frank Cho. Contudo, a editora que fez famoso Stan Lee deve problemas devido um artista que é notoriamente, erótico! Milo Manara. Pô, se os caras chamam um artista de peso desses tenham consciência do que estão fazendo! Era óbvio o que eles queriam com isso: emplacar a personagem já que não estava rendendo tanto. Do jeito que a editora é, daqui a pouco eles chamam a Apollonia Saintclair... Depois do barulho todo, eles pediram para Greg Land fazer a capa da personagem... Brincadeira hein...
Mas a DC não fica muito atrás. Estelar nos Novos 52 chegou a ter relações sexuais com o Arsenal e com o Capuz Vermelho na mesma edição, já que a alien encarava relações sexuais de um modo diferente do que nós humanos encarávamos…
A personagem virou uma fêmea permanentemente no cio, nem mesmo lembrando o nome de seus amigos ou se importando com qualquer tipo de sentimento dela ou de outros. Segundo o roteiro de Red Hood and The Outlaws #1, Estelar não sente ou vê o mundo da mesma forma que os humanos, isso explicaria seu comportamento sexual agressivo. A solução encontrada pelos roteiristas para repaginar a heroína pode até ser interessante se não refletir a maneira como a editora enxerga as mulheres de forma geral, mas gerou muita polêmica nos fóruns americanos. O motivo principal se deve, provavelmente, ao grande número de fãs crianças da personagem, graças ao desenho animado Teen Titans. Isso sem contar os fãs antigos da personagem nas histórias em quadrinhos sim, mas que sabiam sobre seu passado sofrido. O que não condiz com a personalidade ninfomaníaca que quiseram colocar nela!

3 - Seguir mais a tendência da mídia do que sua própria vontade:
Uma das coisas que as histórias em quadrinhos estão fazendo é seguir a mídia. A Marvel é campeã nisso. Eu disse que não trataria sobre filmes, mas como uma clausula de contrato, essa será nossa exceção. Mas nem tão exceção assim. Vocês logo vão entender. Quando surgiu o filme do Homem de Ferro, e seu sucesso consequente, ele fez com que os editores da Casa das Idéias entendessem o motivo disso: o carisma que Robert Downey Jr. deu ao personagem. Ele antes não era tão conhecido entre os fãs de quadrinhos. Assim como filmes que viriam depois como Guardiões da Galáxia, ele era importante dentro do universo em que estava inserido. Mas nunca antes ele tinha tomado tamanho destaque. As histórias antes dele eram boas como O Demônio na Garrafa entre tantas outras. Contudo, os longas do personagem meio que "forçaram" os quadrinhos mudarem sua forma de retratar Tony Stark.
Antes um milionário que tinha medo de voltar a ser um alcoólatra, agora ele era mais petulante, convencido e egocêntrico. Não foi só no desenho que o Tony dos quadrinhos copiou o dos filmes. Sua personalidade (ou melhor, a de Robert Downey Jr.) estava inserido no herói que usa uma armadura de ferro e que era um playboy, bilionário, filantropo e cientista.
Mas a DC não fica muito longe disso. Muita gente não gostou de Homem de Aço, filme onde o diretor repaginou o Superman. Só que a editora fez o mesmo que a Marvel. Aproveitando que surgiu o Flashpoint, o pessoal pegou para repaginar todo mundo mesmo! Inclusive o Azulão. Então, os roteiristas fizeram uma coisa que ninguém imaginou, um Super extremamente violento e mais falível. Algo até bacana, se eles não tivessem pegado o pior lado dele... Sabe quando alguém pega algo bom, mas justo a pior parte? Foi isso que ocorreu, tanto que eles ressuscitaram o personagem antes da saga do Renascimento. Complicado, não é?
O problema esta nisso: será que é tão difícil original? Tem tantas coisas pipocando boa fora desses universos. Mas beleza...

4 - Todo o ano tem uma saga "necessária":
Todo ano, para alavancar o número de vendas, as editoras precisam de um mega-evento que chame a atenção de leitores, sejam novos ou antigos. Porém, isso está se tornando tão frequente que é comum, por ano, vermos cerca de três a quatro mega-eventos com grandes ramificações dentro de seus respectivos universos.
Grandes eventos são importantes para revitalizar os quadrinhos. Contudo, quando acontecem com frequência, costuma-se notar uma queda na qualidade em prol das vendas. Além disso, o público fica saturado com muitas sagas com consequências importantes e, por não terem tempo "para respirar", esses eventos acabam perdendo o impacto. Isso também atrapalha os escritores das revistas mensais, que precisam fazer uma série de tie-ins não planejados inicialmente.
Seria bom sagas e eventos mais espaçados entre si, que sirvam para unir pontas soltas deixadas em várias revistas mensais. Menos obrigação com os tie-ins e impactos relevantes nas HQs. Exemplos que seguem a essas regras são as Guerras Secretas da Marvel e o Ponto de Ignição da DC.
Só lembrando que a Marvel já esta reunindo a burrada 3 a 4. Esta para sair uma nova mega saga em que reúne alguns dos maiores heróis da Marvel (e vilões no caso de Loki) com as pedras de infinito. Ela se chama Countdown Infinite. Eles fizeram isso só para aproveitar ano que vem o lançamento de Vingadores: Guerra Infinita - Parte I.

5 - O personagem não é João Bobo para ir e voltar da morte:
Polêmica vende. Personagens virando vilões, cometendo atos questionáveis, reviravoltas nas tramas... tudo isso vende. Mas nada chama tanta atenção quanto a morte de personagens importantes.
Por que precisa ser resolvido: A morte, quando bem utilizada, é um grande recurso para dar peso às histórias. Basta lembrar de casos como o Tio Ben e Gwen Stacy na revista do Homem-Aranha, ou então os pais do Batman. Todo o problema começa quando a morte é usada como artifício sem seu devido impacto. A partir daí, temos personagens que vem e vão, numa sucessão eterna de mortes e ressurreições que deixariam até o Goku com inveja e acabam fazendo o impacto de outras perdas ser reduzido.
Seria melhor se tratassem a morte com seriedade. É um conceito importante que tem sua função nos quadrinhos e na vida real. E acabar com a ideia de que "qualquer morte pode ser revertida com uma ressurreição", porque isso tira o peso do evento em si.

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