segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Sandman: Um Jogo de Você

O Senhor dos Sonhos é um dos mais perigosos irmãos...
É tão difícil falar sobre um personagem tão rico e complexo... Sinto-me até com medo de escrever alguma coisa errada. Lembrando que seu mero surgimento mostra uma gama infinita e maravilhosa de personagens nesse universo. E até mesmo em outras revistas do selo DC (lembrando que a Vertigo seria uma divisão de histórias com conteúdo mais adulto).
Não me entendam mal. Um dos quadrinhos da Vertigo que mais adoro é Os Livros da Magia. E uma das histórias mais famosas da linha é a de John Constatine, em Helblazer. Tanto que esse último originou o filme Constatine. Porém, antes de qualquer coisa, mas antes de qualquer coisa vale nos lembrar da história de Sandman: ele é um dos Perpétuos ou Sem-Fim, seres superiores até aos deuses que representavam aspectos dos seres humanos. São eles Morte, Desejo, Delírio, Destino, Desespero, Destruição e Sonho (em inglês, todos os nomes começam com a letra D). E como tal seu reino é o Sonhar. Sua aparência muda de acordo com a cultura, podendo ter várias formas dependendo de quem o observa (apesar de que pra mim, Neil Gaiman se inspirou em Robert Smith, vocal do The Cure).
Aqui no Brasil foram publicadas pela Editora Globo e pela Devir. E em sua lista de inimigos e personagens que fizeram parte de sua cronologia estão Lúcifer Estrela-da-Manhã (sim, o Capeta em pessoa!), Etrigan, John Dee (inimigo da Liga da Justiça), John Constatine, Orfeu (o da lenda grega mesmo), Timothy Hunter, Willian Shakespeare e tantos outros famosos (de carne e osso ou não).
Mas na verdade, Neil Gaiman criou esse personagem para ficar no lugar do Sandman original que surgiu na Era de Ouro dos quadrinhos. Que nada mais era um herói que usava máscara de gás e uma arma que induzia ao sono.
Um exemplo claro da genialidade de Gaiman, foi a criação dos seres conhecidos como os Perpétuos: que vem de algumas inspirações em figuras pops da época e de que Gaiman gostava.
E ai que entra a ideia da saga que mais gostei dele e da Vertigo, Um jogo de você.
Nele Barbie mora em um apartamento apertado e sempre esta sem dinheiro, além de usar um visual estranho para algumas pessoas. Porém, quando dorme, ela talvez seja a última esperança de seres fantásticos contra uma criatura chamada simplesmente de Cuco. Esse mundo recheado de seres mágicos, parece algo vindo da imaginação de uma criança, mas que  contem um grande perigo. A história tem um ritmo que somente Gaiman consegue colocar, e encaixar Morpheus de modo brilhante. Além de ser aqui que é introduzida uma personagem chamada Thessaly, uma poderosa maga ancestral (ou bruxa, as vezes me confundo com tanto estereótipo de personagens...).
Tirando as artes das capas de Dave McKean, uma obra de arte que me faz querer ter muito Capas na Areia.
As obras da Vertigo, como disse, antigamente (BEEEM ANTIGAMENTE) eram publicadas aqui pela Editora Globo e pela Devir. Não sei mais se isso continua (no caso se ainda são publicados pela Devir) nos dias de hoje, mas é bom saber que sempre tivemos obras tão boas na banca da esquina. Ou no caso hoje em dia, em sebos. Tanto que tenho a última revista desse arco de um lugar que penerei aqui mesmo em Santa Isabel! Vê se pode.
Entretanto, certamente o que mais me tocou nesse conto de fadas de Gaiman (e digo isso de uma forma literal) foi a fala de Bárbara (Barbie) de frente ao túmulo de sua amiga Wanda, um homossexual que morreu na história:
“Bem... Todo mundo tem um mundo secreto dentro de si. Todo mundo. Todas as pessoas do mundo inteiro.. Não importa quantos sejam chatas ou sem graça por fora... Por dentro todas elas tem mundo inimagináveis, magníficos, maravilhosos, estúpidos, fantásticos... Não apenas um mundo. Centenas deles. Milhares talvez.”
E em homenagem a minha amiga Milla, coloco uma das frases que ela mais curte referente a Delírio, a irmã mais nova de Morpheus...

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