segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Frank Miller: O talentoso e controverso autor e seu experimentalismo em Ronin

Frank Miller começou sua vida fazendo fanzines e depois que muda para Nova Iorque, e através de um contato com Neil Adams, ele contata a Marvel. Inicialmente ele não começa como roteirista, mas sim como desenhista. Ele não fez desenhos só para a editora, mas também DC e outras editoras, nunca sendo "creditado" por seus trabalhos. 
Ele começa fazendo Homem-Aranha, sendo que antes ele já ilustrou personagens como Hulk, Cavaleiro da Lua, e até The Tomb of Dracula. Então, lhe deixam com Demolidor, ao qual ele se destacaria. Reparando que suas opiniões sobre o roteiro eram boas, começam a dar para ele mais liberdade criativa sobre esse personagem. Sendo que essa revista estava para ser cancelada e a intromissão de Frank alavancou as vendas.
Depois disso, ele começa a escrever as histórias somente. Então notem como ele conseguiu ter bastante controle sobre a história: primeiro lhe deram um personagem que seria cancelado para desenhar; depois ele consegue alavancar os quadrinhos, se tornando roteirista e ilustrador; por último, ele alavanca tanto as vendas que só passa a escrever o enredo para outras pessoas fazerem os quadrinhos. 
Ele usa mais elementos de história mais detetivescos, como um personagem até então, pouco explorado, Ben Urich. Ele é repórter do Clárim Diário e descobre a identidade do Demolidor, mas não a revela. Vendo o bem que o vigilante faz a Cozinha do Inferno. 
Além disso, ele cria roteiros envolvendo ninjas do Tentáculo e sua criação, Elektra. Sem contar também que depois dele, só roteiristas bons ficaram a cargo da personagem.
Talvez, sua obra-prima diante muitos artistas da área seria Ronin. A DC Comics notando o potencial daquele autor, já na década de 70 ainda. Depois de um contato com os empresários, Frank Miller deve total liberdade para uma nova criação. Ele usaria ideias novas que usaria narrativa européia com influências de mangá (como Lobo Solitário de Kazuo Koike), onde utiliza elemento de ficção científica. Isso abriria um pouco a mente dos autores para algumas obras japonesas. Tanto que até hoje vemos desenhistas como Roger Cruz e Joe Madureira que misturam os estilos nipônico e americano, para a narrativa em quadrinhos.
A história se passa em dois momentos: no Japão feudal e depois em um futuro cyberpunk.
O ronin, que dá título a essa obra, serve de guarda costas ao senhor Osaki. Ainda não sendo um guerreiro sem mestre, como é conhecido essa classe de samurais. Para isso tem uma espada extremamente poderosa, que absorve o sangue de seus oponentes. Porém, o demônio Agat mata seu mestre o que faz aquele homem caçar o monstro pelo mundo.
Demônio e ronin morrem, ressuscitando em um tempo onde a tecnologia impera. E enquanto Agat quer o poder daquela espada, o samurai desonrado tem problemas maiores. Ele reencarnou em um homem chamado Billy, deficiente físico. Mas que possuí o poder de controlar tecnologias.
Como pano de fundo temos guerras de gangues, racismo, preconceito, desigualdade social e criação de armamentos que podem destruir o mundo.  
Uma das histórias que seria sua maior marca para a história dos quadrinhos é O Cavaleiro das Trevas, na DC. Dando uma nova perspectiva sobre o vigilante, nunca antes cogitada. Ela aborda, sem notarmos, uma narrativa que trata o uso de armas nucleares, questões sociais dos Estados Unidos, entre outras coisas. Tanto que ele fez duas sequências, mas não tão bem sucedidas quanto seu antecessor.
Ele também escreve Batman Ano Um, onde ele reescreve o começo do personagem, após a Crise nas Infinitas Terras. De um modo brilhante que é aceito, até hoje, como uma das melhores formas de descrever a origem de um herói. 
Também escreveu e desenhou Sin City, Martha Washington e 300 (aqui no Brasil, mais conhecida como 300 de Esparta). Isso através da Dark Horse.
Em Sin City ele deu um ar noir, detetivesco, arte fantástica, violência, crime, criando um universo próprio. 300 foi uma fase boa dele, usando um fato histórico real para descrever a batalha do povo espartano contra os persas na Grécia Antiga.
Ele roteiriza Robocop 2 e 3. Mas ele diz que o estúdio deturpou esse personagem. E faz uma história em quadrinhos.
Frank Miller se aventura algumas vezes no cinema como diretor, depois com as filmagens de Sin City e 300. Mas tenta fazer adaptações de The Spirit e uma sequência de 300. Essas são um fracasso, sendo execradas pelo público. Ele também não se sai bem com algumas de suas obras em quadrinhos: Martha Washington, Bad Boy, All Star Batman e Robin são duramente criticados por muitos até hoje.

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