segunda-feira, 6 de agosto de 2018

As motivações de um antagonista

Antagonista, adversário, vilão, inimigo. São muitos os termos usados para o desafio final de um jogo de RPG. Muitas vezes tomando um aspecto físico de uma pessoa. Quando não é assim, pode ser uma corporação inimiga, sociedade secreta, ser abissal ou uma entidade ancestral. O que importa é que os personagens têm algo ou alguém como oponente. E moverão céus e terras para vencê-lo. Essa é a temática básica em jogos de RPG. Só que quais são suas motivações? Veremos alguns exemplos aqui utilizando exemplos de duas editoras de quadrinhos conhecidíssimas: DC e Marvel.
Um vilão típico é quase sempre alguém maligno, mas não louco. Ele pretende ganhar poder, nunca destruir o mundo. Do que adianta ter toda a energia do mundo, se você perde o prêmio no final? Esse tipo de NPC surge como uma pessoa de influência, legal ou ilegal, que causa problemas para obter mais força (seja em sua esfera ou em outra totalmente nova). Para isso não mede esforços: traição, subornos, truques sujos e todo tipo de artimanhas. Exemplos como Lex Luthor (DC) ou Doutor Destino (Marvel) mostram bem isso. O careca é um empresário com grande poder sobre Metrópolis, e ainda assim, se sente extremamente incomodado pelo Homem de Aço e sua gama de poderes extraordinários que os aplica para ajudar a cidade. Já o segundo é o ditador da fictícia Latvéria que a controla com mãos de ferro e que nutre um ódio por Reed Richards, o Senhor Fantástico, a quem atribui um acidente que machucaria drasticamente seu rosto. Suas personalidades são diferentes, mas o que importa é que na verdade nutrem uma inveja por suas nêmeses benignas. 
Temos muitas vezes os loucos, malucos ou simplesmente, seres abalados mentalmente. O que dificultaria muitas vezes compreender suas ações. Isso se mostra mais claro quando temos personagens com mundos extremamente contrastantes: o Coringa (DC) e Thanos (Marvel). O Palhaço do Crime já fez misérias como matar um dos Robins, deixar paraplégica Barbara Gordon (a Batgirl), torturar o comissário Gordon, abusar fisicamente de sua amante Arlequina, matar um dos amores do Batman... Até mesmo no jogo Injustice: God among us conseguimos ver que sua loucura não tem parâmetros fazendo o Super-Homem matar a própria esposa e o bebê que esperava sem saber! Já o Titã Louco obteve as Gemas do Poder, pedras preciosas que controlam a realidade, para agradar sua amada. Quem é ela? A ninguém, só a Morte! Sim, o ser que define quem morre em todas as histórias do universo! Uma coisa engraçada é ele possuir um complexo que sempre permite que ele perca. Um dos seres mais poderosos de todas as HQs sempre cria uma falha que permite que os heróis detenham seus planos. Vai se entender... 
Esses aqui são mais complexos, pois muitas vezes trocam de lado. E nem sempre, estão tão errados. Pense em alguém que acredita em ideais nobres, em seguida algo muito drástico ocorre e eles são esquecidos. Isso ocorre com o Super-Homem de Injustice e Magneto. Apesar de se tratar de um vídeo game, a história de God among us mostra a derrocada de um herói de modo bem legal. Desolado por matar sua mulher por conta do estratagema do Coringa, ele se vinga atravessando o peito do louco com a mão! E não para por ai! Ele cria um regime totalitário por todo o planeta, elimina bandidos que antes prendia, mata heróis que vão contra sua nova ordem e até faz alianças com seres malignos como Sinestro e Adão Negro. Eu já tenho mais dó de Erik Magnus, o mutante que um dia compartilhou do sonho de Charles Xavier. Ele foi um jovem judeu, que presenciou o terror da Segunda Guerra Mundial e sobreviveu. Conheceu o Professor X, só que as feridas no seu coração devido ao preconceito religioso, o que incentivou a acreditar em uma superioridade genética tentando separar-se ou eliminar a humanidade quando seus dons mutantes afloraram. Nessa parte do texto eu só deixo essa reflexão: eles estão tão errados nessas atitudes e pensamentos? Isso os faz diferenciar dos outros antagonistas. E vez ou outra, pensam que gostariam que o mundo fosse algo mais simples. Nem sempre 100% malignos, ainda assim, não fazem coisas que seriam dignas de um mocinho.
Saindo dos parâmetros das HQs vejamos um antagonista do Mundo das Trevas por exemplo. Nesse caso eles são os bons. Acha que não? Pegue um vampiro. O sujeito drena sangue, mata pessoas, trai e faz jogos de poder para conquistar fama, habilidade, dinheiro ou qualquer forma de sucesso para si. E você caracteriza isso como o que? Escoteirismo? Negativo. Mas isso significa que você como um desses seres das trevas é um antagonista? Lógico que não. Um protagonista é o que um jogador sempre será só que isso não significa que ele seja bom. Lembrando que para se ter habilidades como Fé verdadeira, o sujeito tem que agir de forma correta.
Ressaltando isso em uma linha oriental, é só lembrar-se de Light Yagami de Death Note. Ele é o foco da história, mas nem de longe seus atos são heróicos. De posse do caderno de um shinigami, que possibilita matar pessoas ao qual tenha visto o rosto e saiba seu nome inteiro verdadeiro, começa uma série de assassinatos a criminosos. Seus alvos são quase sempre aqueles que a polícia não captura. Ou que se livram da justiça. Sendo aclamado como um deus, denominado Kira, a única chance que as forças competentes possuem é chamar para o Japão o detetive internacional L. Um dos principais antagonistas da série, ele pretende prender vivo o causador de tantas mortes pelo mundo em nome da justiça. Um detalhe aqui é mostrar como o protagonista pode ser pior que o antagonista. Isso é visível quando notamos que o personagem principal cogita atos como matar a própria irmã para se salvar e enganar o próprio pai, um policial que caça o “Deus de um Novo Mundo”.
Como podemos ver um antagonista, basicamente, se torna um obstáculo na vida de sua contraparte. O que não significa que um protagonista esteja certo. Só que seus ideais sejam contrários. Em uma campanha heróica um personagem tem que enfrentar seitas secretas prontas para fazer o tempo voltar a Idade das Trevas, um dragão querendo acabar com as vilas do reino ou uma empresa disposta a criar uma droga para criar mutantes perigosos. AINDA ASSIM, o que fez esses inimigos ou grupos surgirem podem ter um motivo muito maior. E sua origem pode ser um desafio que os PJs podem ter que enfrentar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário