segunda-feira, 6 de agosto de 2018

O centenário de Will Eisner

No dia 06 de março de 2017 foi comemorado o centenário de Will Eisner. Filho de uma família judia, os pais deles migraram para os Estados Unidos. Cresceu no Bronx, em Nova Iorque. Tecnicamente, o lugar é uma região que se tornou um berço das histórias em quadrinhos.
Quando ele era jovem, as revistas de histórias em quadrinhos eram compilados das tiras de jornais. Foi então que sua grande ideia, aparentemente simples, surgiu: com o fluxo muito grande de roteiros quase cíclicos, seria necessário logo algo original, não somente republicações. Foi então que abriu seu próprio estúdio.
Além de escritor ele é um desenhista com técnica única. Ainda fazendo as vezes de editor e empresário, ele literalmente criou muito do que vemos nos quadrinhos modernos. Tanto das publicações mainstreams aos independentes.
Proprietário de narrativa profundamente autoral, dramática e repleta de riqueza visual, Will Eisner criou HQs que transitam entre ficção e crônicas da vida real: Um Contrato com Deus, The Spirit, Um Sinal do Espaço, O Sonhador, O Edíficio, A Força da Vida, Ao Coração da Tempestade, Pessoas Invisíveis, Avenida Dropsie, A Princesa e o Sapo, Assunto de Família, O Último Dia no Vietnã, O Último Cavaleiro Andante, Pequenos Milagres, Nova Iorque: A Grande Cidade, entre outras graphic novels. Eisner também produziu dois dos mais importantes livros teóricos sobre HQs: Quadrinhos e Arte Sequencial e Narrativas Gráficas.
A grandiosidade de seu trabalho e sua importância na indústria se traduzem na perpetuidade de sua obra e no reconhecimento de seu memorável legado. Em 1988 teve seu nome atribuído ao prêmio Eisner Awards, conferido anualmente aos principais artistas e obras da indústria dos Quadrinhos. Eisner faleceu em 3 de janeiro de 2005.
Tratemos sobre duas obras desse artista fantástico.
The Spirit é sempre associado como a maior criação do autor. Ele trabalhou da década de 40 até 1952, em cima do personagem. Só voltando a mexer com sua criação algumas poucas vezes na vida dele.
Ele é denominado como Spirit, pois ele é dado como morto, então aproveita isso para combater o crime, de forma anônima. Brincando muito com estereótipos de histórias em quadrinhos: noir, ficção científica, suspense, histórias de guerra, entre tantos outros gêneros.
Sempre a primeira página de seus quadrinhos do personagem tinham unido um desenho da história com a logo do título dela, algo inovador para sua época. O que é engraçado é que nem sempre Spirit era o foco das histórias. Pois muitas pessoas lhe falavam que Will deveria criar um herói, mas aos seus moldes. Um personagem com desenhos simples, sem poderes, e a única coisa que o diferenciava era uma pequena máscara no rosto.
Assim como muitos autores de livros ele também consegue discutir sobre temas como guerras e conflitos.
Também deve uma época em que se dedicou a graphic novels. E logo no começo desse período ele lança Um Contrato com Deus.
Um Contrato com Deus e outras histórias de cortiço de 1978 reúne quatro histórias situadas na fictícia Avenida Dropsie, no Bronx, Nova York, nas quais o autor nos mostra os dramas e alegrias de pessoas comuns, que se mantinham ocupadas tentando ganhar a vida e criar seus filhos, enquanto sonhavam com um futuro melhor.
A obra foi o início de uma trilogia de livros, composta também por A Força da Vida (1988) e Avenida Dropsie: a Vizinhança (1995). As três são semibiográficas e tratam de períodos de vida da população que cresceu por ali. Sempre focado nas pessoas, o coração da matéria, Eisner desenvolveu personagens preocupados com os desafios do dia a dia e suas relações, nem sempre cordiais.
Ele foi chamado pelo Stan Lee para ser editor da Marvel. Mas ele se negou, pois não queria trabalhar com super-heróis. Foi chefe de grandes nomes dos quadrinhos como Jack Kirby, Bob Kane, conheceu Jerry Siegel e Joe Shuster, entre tantos outros membros da sociedade das HQs.
Quando ele foi para o exército, na Segunda Grande Guerra Mundial, ele conseguiu meios de trabalhar com histórias em quadrinhos. Publicando e desenhando panfletos para ensinar os soldados a manusear armas, entre tantas outras coisas relacionadas com o período de conflito como medidas de segurança.

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